domingo, 9 de abril de 2023

O exercício da espera


“Se te mostrares fraco no dia da angústia a tua força será pequena.” Prov 24;10

Angústia, quando nossas expectativas são malogradas, as coisas acontecem opostas aos nossos anseios, as luzes que mostrariam o caminho parecem se apagar, o mero continuar vivendo nos é um peso.

Alguns chamaram de “noite escura da alma”; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do Seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Ora, se o desafio é para que andemos na luz, quando estamos perplexos, sem luz nenhuma, sem a menor noção do que fazer, óbvio que estamos num lugar de espera; não devemos andar no escuro.

Se, “Os passos de um homem bom são confirmados pelo Senhor...” Sal 37;23 as pausas dos que seguem em obediência a Ele, certamente, também.

Essas inquietações tipo: "alguém precisa fazer alguma coisa!” não combinam com a jornada dos que seguem Àquele que É A Luz do mundo. Quando Ele nos deixa no escuro, testa nossa confiança Nele; sabemos que, oportunamente virá em nosso socorro.

As precipitações dos que não suportam esperar foram figuradas como acender um fogo; os arranjos humanos, onde se deveria simplesmente, confiar e esperar; “Eis que todos vós, que acendeis fogo e vos cingis com faíscas, andai entre as labaredas do vosso fogo, entre as faíscas, que acendestes. Isto vos sobrevirá da minha mão, em tormentos jazereis.” Is 50;11

Quando O Senhor chamou Moisés para lhe dar as Tábuas da Lei, ao povo cabia esperar, uma vez que, as maravilhosas intervenções Divinas para os libertar da escravidão eram recentes, testemunhas eloquentes do cuidado Divino para com eles. Entretanto, o “exercício da espera” se revelou insuportável para eles.

“Vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão, e disse-lhe: Levanta-te, faze-nos deuses, que vão adiante de nós; porque quanto a este Moisés... não sabemos o que lhe sucedeu.” Ex 32;1

Para quem estivera 430 anos em cativeiro, de repente, libertos milagrosamente, esperar 40 dias pareceu demais. Então, decidiram agir “no escuro”. “... porque, quanto a Moisés... não sabemos o que lhe sucedeu.”

Um clássico exemplo de que, quem está no escuro, não precisa caminhar; se não sabe o que fazer não piore as coisas, espere.

Porém, eles pioraram! Forjaram um bezerro de ouro e fizeram festa ao redor daquilo. Quando O Eterno agia milagrosamente em favor deles, espalhando pragas no Egito para os libertar, não há registro que nenhum deles tenha se alegrado pela Majestosa intervenção! Mas, na fraude que criaram, se alegraram! “No dia seguinte madrugaram, ofereceram holocaustos, trouxeram ofertas pacíficas; e o povo assentou-se a comer e beber; depois levantou-se a folgar.” Ex 32;6

Essas temeridades “no escuro” resultaram na Ira Divina, e na morte de três mil homens, v 28 porque não suportaram a “angústia” de esperar 40 dias.

Jeremias ensinou: “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho; nem do homem que caminha o dirigir seus passos.” Jr 10;23

Salomão ampliou: “Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3;5 a 7

Geralmente, nossas angústias são de fabricação própria. As expectativas que acoroçoamos, divorciadas do Divino plano para nós, nas quais, julgamos estar nossa ventura, nem sempre seriam como nos parecem, se levadas a efeito. Entretanto, nos angustiamos porque elas não acontecem.

Quem pretende herdar a vida eterna, deve aprender a ver o tempo com O Eterno; “Tudo tem seu tempo determinado, há tempo para todo o propósito debaixo do céu.” Ec 3;1 Não se trata de fatalismo, no estilo as tragédias gregas; mas, que tudo tem seu tempo oportuno; há têmperas e experiências que devemos receber, suportando o processo do Criador.

Nem todas as angústias são pelas precipitações da alma, porém, para todas, a confiança em Deus é indispensável. Sua providência não se atrasa; é nossa ansiedade que se antecipa.

Nossos dias difíceis, se outra coisa não fizerem, ao menos, servem de contraponto, para que melhor apreciemos os bons. “No dia da prosperidade goza do bem, mas no da adversidade considera; porque também Deus fez a este em oposição àquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele.” Ecl 7;14

“Ouvistes qual foi a paciência de Jó, e vistes o fim que o Senhor lhe deu...” Tg 5;11 “Por que estás abatida, ó minha alma, por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois ainda O louvarei pela salvação da Sua Face.” Sal 42;5

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