domingo, 29 de janeiro de 2023

Medo da luz


“Melhor é a criança pobre e sábia que o rei velho e insensato, que não se deixa mais admoestar.” Ecl 4;13

Sendo um provérbio antitético, onde duas coisas opostas são comparadas, parece lógico concluir que a qualidade da criança “pobre e sábia”, era de aceitar as admoestações, correções eventuais; coisa que o rei velho e insensato não tolerava.

Mas, um sábio precisa ser corrigido? Um sábio pelo conteúdo, parece que não; mas, assim, só Deus. Nos cabe sermos “sábios” pelo princípio; pela índole dócil ensinável; a disposição para aprender, do Senhor, sobretudo, é nossa “sabedoria”. “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam sabedoria e instrução.” Prov 1;7 

Percebamos que, o rei, mesmo sabendo mais que a criança, pelo seu endurecimento, aversão à correção foi tido por insensato.

Aos dispostos a aprender, A Palavra encoraja que se ensine, pois, terão proveito; “Dá instrução ao sábio, ele se fará mais sábio; ensina o justo, ele aumentará em doutrina.” Prov 9;9

À falta de noção, mesmo quando se está errado, A Palavra chama de ser “sábio aos próprios olhos”. Ou seja, as percepções particulares da vida, as ditas idiossincrasias, são as réguas pelas quais, alguns mensuram a suposta luz que possuem; fecham-se contra qualquer coisa que a suplemente, ou corrija.

Por isso o conselho: “Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal. Isto será saúde para teu âmago, e medula para teus ossos.” Prov 3;5 a 8

É bom parar pra ouvir quem sabe mais do que nós, sobretudo, no tocante às coisas do Senhor. Faço isso todos os dias, assistindo vídeos de ensino de quem ensina coisas que ignoro.

Entretanto, vivemos na geração mais sem noção de todos os tempos. “Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas nunca foi lavada da sua imundícia. Há uma geração cujos olhos são altivos, as suas pálpebras estão sempre levantadas.” Prov 30;12 e 13

Embora discordando frontalmente da “solução” pensada pelo ditador Alexandre de Moraes, (controle, censura) sou forçado a concordar com uma frase que ele disse: Que a INTERNET deu voz aos imbecis. Aos imbecis, aos falsos juristas, e aos corruptos sem caráter, também.

Porém, a direito à liberdade de expressão deve ser intocável. Imbecil ou não, todos devem gozar plena liberdade de dizer o que pensam. Mesmo em Sua Onisciência, para testemunho dos Seus Juízos O Eterno permite que as coisas mais infames sejam manifestas. Leva a liberdade de expressão às últimas consequências.

Preveniu a Maria de dores que ela sofreria, por essa permissão Divina; “(Uma espada traspassará também tua própria alma); para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.” Luc 2;35

Essa geração de espinhosos que está “formatada” para a hipocrisia, elogios de plástico, tolhe a si mesma da possibilidade de aprender. A “interação” possível resume-se a lisonjas e coraçõezinhos. Ao menor sinal de discordância, voam pedras virtuais, o rei velho e insensato levanta do seu trono e vocifera seus decretos de extradição.

Sócrates, o filósofo dizia aos seus oponentes: “Liberte-me de minha ignorância e te terei na conta de meu maior benfeitor.”

Essa é a índole de criança que nos convém, como servos de Deus; “Em verdade vos digo que qualquer que não receber o Reino de Deus como menino, de maneira nenhuma entrará nele.” Mc 10;15

A índole ensinável, essa postura “infantil”, não tolhe o entendimento a que já chegamos. A excelência seria uma compreensão amadurecida, e uma disposição infantil, como disse Paulo: “Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia, e adultos no entendimento.” I Cor 14;20

Nicodemos era um príncipe, mestre do Sinédrio; e falando com Jesus, ao ouvir sobre o Novo Nascimento faz perguntas ridículas, a um olhar adulto; O Salvador, pacientemente o ensinou.

Contudo, nessa geração barulhenta, onde todos têm o “microfone” e ninguém tem ouvidos, o ensino vira um intruso; invés de uma chama a iluminar, não raro é equacionado com “falar da minha vida”; aí, os intocáveis têm suas defesas prontas; “Pague minhas contas, antes de falar da minha vida.”

Como certos felinos em armadilhas, que eventuais socorristas só podem soltá-los imobilizando-os, pois, eles veem na tentativa de ajuda, uma ameaça, assim, os intocáveis desse tempo.

Agora, Sophia fala às paredes; “Até quando, ó simples, amareis a simplicidade? Vós escarnecedores, desejareis o escárnio? Vós insensatos, odiareis o conhecimento?” Prov 1;22

Infelizmente, para muitos, as consequências dessa aversão serão letais; “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também te Rejeitarei...” Os 4;6

sábado, 28 de janeiro de 2023

Preço da apostasia


“Como poderia ser que um só perseguisse mil, dois fizessem fugir dez mil, se a sua Rocha os não vendera, O Senhor os não entregara? Porque a sua rocha não é como a nossa, sendo até nossos inimigos juízes disto.” Deut 32;30 e 31

O desafio a uma compreensão lógica; se a desproporção do exército vencedor para o vencido podia ser figurada como um derrotando a mil, dois, a dez mil, a conclusão óbvia seria que Deus entregara a vitória nas mãos dos adversários.

No entanto, nem sempre o que está patente aos olhos mais argutos, está assim a todos. “Porque são gente falta de conselhos, neles não há entendimento. Quem dera eles fossem sábios! Que isto entendessem e atentassem para seu fim!” vs 28 e 29

Quando O Eterno Decide pelejar por Seu povo, com trezentos homens derrota um exército inumerável, como fez contra os midianitas, nos dias de Gideão. Porém, o contrário também pode acontecer, como vemos nos versos em apreço.

A questão deixa de ser: Qual o exército mais numeroso, com mais armas; o que conta é, de que lado Deus Está, na peleja.

Muitas, vezes, a rebeldia dos que O deviam servir, enseja que Ele se torne adversário, invés de protetor, como disse Isaías: “Em toda angústia deles Ele foi angustiado, O Anjo da Sua Presença os salvou; pelo Seu Amor, e pela sua compaixão os Remiu; os Tomou e Conduziu todos os dias da antiguidade. Mas eles foram rebeldes, contristaram Seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou em Inimigo, Ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63;9 e 10

Pois, até os servidores de deuses estranhos sabiam a diferença entre aqueles e o Senhor; “Porque a sua rocha não é como a nossa, sendo até nossos inimigos, juízes disto.” Deut 32;30 e 31” “Rocha” aqui é uma metáfora para “Deus”, como o verso anterior deixa ver; conclui que seria impossível a vitória dos menores, “se a sua Rocha os não vendera, O Senhor os não entregara?”

Desse modo, quando o povo de Deus é derrotado, não tem a ver com a força dos adversários, antes, com o peso das suas culpas, de estar atuando de forma a entristecer O Senhor, de tal forma, que Esse não peleja por ele; entrega-o à derrota.

Qualquer semelhança com o que aconteceu em nosso país, é mesmo semelhante, derivada das mesmas causas em apreço. A dita igreja cristã brasileira está doente de todos os lados.

A Católica, via CNBB apoia o esquerdismo, com suas pautas anticristãs, entre elas, o aborto. Há dissidentes que se opõem, é certo.

As Evangélicas, na maioria, se tornaram súcias mercenárias, currais particulares de lideranças egoístas. A verdade tem sido sonegada em prol dos interesses mesquinhos...

Daí, vimos um ajuntamento de satanistas batendo tambores, invocando forças das trevas para que essas amparassem as mãos da mentira e da fraude, para que a “vitória democrática” ficasse nas mãos de uma ridícula minoria. “Como poderia ser que um só perseguisse mil, dois fizessem fugir dez mil, se sua Rocha os não vendera...”

Mesmo o mais pessimista dos prognósticos não seria capaz de antever, tantos retrocessos num pífio tempo, como acontece atualmente no Brasil. Tudo de ruim que se dizia que a esquerda implementaria, estando no poder, volta dos roubos via “Lei Rouanet”, patrocínio de ditaduras vizinhas como nosso dinheiro, aborto, corrupção, gastos desmedidos, abandono de promessas de campanha, etc. está acontecendo veloz.

Sem contar a flagrante infiltração de vândalos alugados, para depredação de patrimônio público, a fim de criminalizar e punir severamente, gente inocente que protestava pedindo transparência no sistema. Mortes acontecerem desses; mais sangue clamando, nas mãos canhotas.

Quando ouço certos irmãos exortando a “orar pelas autoridades” porque está escrito sinto vergonha alheia. Tem mais algumas coisas escritas que eles parecem não saber: “Quando vês o ladrão, consentes com ele, tens a tua parte com adúlteros.” Sal 50;18

Não reconheço ladrões como autoridades, nem os que se opõem a Deus como respeitáveis em nome de suposta Lei que só vale a favor da impiedade; “Porventura o trono de iniquidade te acompanha, o qual forja o mal pretexto de uma lei?” Sal 94;20

Nem todos os cristãos do Brasil são uma fraude; a maioria, infelizmente, é. Nossa “Rocha” permitiu a humilhação que estamos sofrendo, para que repensemos caminhos, ousemos ser idôneos, verazes, altruístas, invés de hipócritas interesseiros, como muitos têm sido.

Deus Ama à justiça, em tempo, fraude, mentiras, corrupção, violências serão julgadas e punidas. Mas, nesse quesito, do juízo, nós temos prioridade; “Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; se começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao Evangelho de Deus?” I Ped 4;17

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Escolha o caminho


“Há um caminho que ao homem parece direito, mas no fim dele são os caminhos da morte.” Prov 14;12

Se esse caminho que no final tem uma armadilha, se disfarça sobre a aparência lícita, direita, com evitá-lo? Parece que precisamos, de alguma forma, ir além das aparências.

Pensadores antigos desconfiavam das “informações” sensoriais; “Maus conselheiros, são os olhos e ouvidos, se os homens tiverem almas bárbaras.” Diziam os pré-socráticos. Parece que a educação das almas era seu ponto de partida, não, a precipitada anuência a tudo o que vê, ou ouve.

A Palavra de Deus também não recomenda o conselho de falsas testemunhas. “Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3;7

Reiteradas vezes encontramos o seguinte: “Quem tem ouvidos ouça, o que O Espírito Diz às igrejas.” Óbvio que isso não advoga a aceitação a tudo, simplesmente porque temos ouvidos. Para ouvir ao Espírito, carecemos ouvidos espirituais.

Envolve mais que tímpanos; submissão, obediência, anseio de aprender, arrependimento, fé... O mero escutar, entrar num ouvido e sair no outro, foi denunciado por Isaías, e reiterado pelo Salvador como algo vão. “Porque o coração deste povo está endurecido, ouviram de mau grado, fecharam seus olhos para que não vejam, ouvidos para que não ouçam, e compreendam com o coração, se convertam e Eu os cure.” Mat 13;15

Notemos que a barreira para a cura do Senhor era um coração endurecido; e a solução seria outro compreensivo, dócil, ensinável.

Nada valerá a informação de que determinado rumo é letal, depois de estarmos mortos; o inferno está cheio de “sábios” assim.

Deus tenta evitar que nos percamos, desafiando-nos a lhe darmos ouvidos, em tempo; “Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; Eu Sou Deus, não há outro Deus, não há outro semelhante a Mim. Que Anuncio o fim desde o princípio, desde a antiguidade, coisas que ainda não sucederam...” Is 46;9 e 10

Então convida-nos a tomar um rumo que, inicialmente não parece o mais atraente, tendo em vista o fim. “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, espaçoso o caminho que conduz à perdição e muitos são os que entram por ela; porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, poucos há que a encontrem.” Mat 7;13 e 14

Por que, aos olhos humanos as coisas conseguem parecer o que não são? Porque sua essência escapa à percepção da visão natural; Saint Exupérry dizia que “O essencial é invisível aos olhos; só vê direito quem olha com o coração”.

Pois, como uma nuance do coração regenerado, A Palavra de Deus desafia ao entendimento; “De que serviria o preço na mão do tolo para comprar sabedoria, visto que não tem entendimento?” Prov 17;16 Com dinheiro esse poderia comprar um livro contendo muita sabedoria; mas, sem entendimento, de que serviria?

Além de escrever coisas espirituais em suas epístolas, Paulo rogava pelo entendimento aos seus destinatários; “Não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações: Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai da glória, vos dê em Seu conhecimento o espírito de sabedoria e revelação; tendo iluminados os olhos do vosso entendimento...” Ef 1;16 a 18

A visão espiritual evita que capitulemos ao logro das aparências; aquilo que parece lógico, probo, lícito, aos olhos naturais, nem sempre é do mesmo modo, ante o que pode ver na dimensão do espírito. “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas, o que é espiritual discerne bem tudo, e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

Notemos que o erro se multiplica; de um caminho, para vários. “Há um caminho que ao homem parece direito; mas, no fim, são os caminhos da morte”. O caminho ímpar é a autonomia; faz o que der na telha; “vós mesmos sabereis o bem e o mal.” Como disse o traíra.

Como a morte não é nada exigente, pode vir por diversos meios; vícios, adultério, violência, mentira, incredulidade, prostituição etc. Seus caminhos são muitos; mas, acabam todos no mesmo lugar; perdição. O caminho largo que O Salvador advertiu. Assim, começa largo e termina estreito como um funil.

A vereda da vida desafia ao estreitamento inicial, seguindo pela vereda da virtude, depois essa se amplia; “Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no Reino Eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” I Ped 1;11

Nas Bodas do Cordeiro constataremos outra vez, que o Senhor deixou o melhor vinho para o final.

Os caminhos falsos assemelham-se aos produtos piratas; até atraem pela facilidade, antes de decepcionar pela qualidade.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

O tédio


“Minha alma tem tédio da minha vida; darei livre curso à minha queixa, falarei na amargura da minha alma.” Jó 10;1

Tédio, enfado produzido por algo lento, prolixo, ou temporalmente prolongado demais, aborrecimento, cansaço, causado por cenário árido, obtuso ou estúpido; certo desgosto, ou, vazio sem causas objetivas claras.

Era como se Jó dissesse: Minha alma está cansada de viver; darei voz à minha queixa, tornarei pública minha amargura.

Palavras como queixa e amargura já delineiam em parte, as razões do tédio. A queixa, geralmente deriva de uma sensação de injustiça; amargura é a consequência do prolongamento dessa sensação. Muitas vezes, é produto de um processo lento, paulatino que se instala sem sequer ser percebido; só é notado quando já se está entediado.

Ao sabor da rotina, expectativas, antes alvissareiras podem acabar em decepção; o que fora deslumbramento se tornar desencanto; no fim do túnel, acabar em desespero. A alegria de viver vai saindo devagar, a arte de sonhar, projetar coisas, aos poucos guarda suas “ferramentas”; o homem, outrora feliz, se torna aborrecido, de mal com a vida. Nisso o budismo acerta; excessivo desejo de ter, acaba sendo um feitor de dores. Os pré-socráticos diziam: “desejar mui violentamente a algo, cega-nos para as demais coisas.”

Cristo Ensinou a não excursionarmos muito aos tempos intangíveis; “Não vos inquieteis pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si. Basta a cada dia seu mal.” Mat 6;34

Quantas vezes alguém se acha nostálgico, incapaz de diagnosticar o que o deixa assim; sentindo uma “saudade não sei de quê;” como disse Saint Exupérry.

Contudo, esse não era o caso de Jó. As razões do seu tédio não tinham digitais humanas. Não fora um processo lento, imperceptível que tolhera suas motivações. Antes, uma verdadeira tempestade causada pelo invejoso Satanás, que apostara todas suas fichas que Jó, submetido a isso, blasfemaria do Eterno.

A boa índole tende a buscar causas do infortúnio em si mesma, não apontar para razões externas, como fariam, egoísmo e arrogância. Não encontrando coisas das quais se sentisse culpado, nem por isso culpou ao Criador. Não, ao ponto de blasfemar.

Já que as coisas estão assim, estou entediado, cansado de viver. Cogitou sua morte, porém, não a desejou tanto, ao ponto de tirar a própria vida; “Por que, pois, me tiraste da madre? Ah! se então tivera expirado, e olho nenhum me visse!” v 18 suspirou. Na verdade, considerou que seria melhor nem ter nascido, que sofrer daquele modo.

As razões do seu tédio eram plausíveis, não se tratava de um mimado reclamando a volta dos mimos perdidos.

Os que buscam a morte como solução, fuga de uma vida sem sentido, tardiamente poderão descobrir que morrer assim é que não faz sentido. Napoleão Bonaparte se destacou como guerreio, não como filósofo, mas disse: “Não há nada de grande em acabar com a própria vida como quem perdeu tudo no jogo; resistir a um infortúnio imerecido requer muito mais coragem.”

Vivemos dias que, segundo certo provérbio, “tempos fáceis fazem homens fracos” de comodismo e facilidades tecnológicas, ensejando uma imensa geração de fracos, pusilânimes.

Não é preciso perder todos bens, filhos e saúde de supetão, como foi com Jó, para se cansar da vida; basta a um adolescente ter uma frustração amorosa, não receber a roupa ou o celular que deseja, para o tal esbravejar que sua vida não vale à pena, Deus É Injusto, ou tolices assim.

Os que O Senhor Chama, Deseja que se entreguem a Ele em total confiança, mesmo que nos deixe em plena escuridão; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do Seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Foi O Criador que colocou em nós a capacidade para os sentimentos; e não deseja que lutemos contra eles; antes, que sejamos empáticos neles; “Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram;” Rom 12;15

Todavia, nossas escolhas, decisões não devem ser pautadas por sentires, mas, pela Palavra de Deus; essa promete mudar as coisas e junto a isso, os sentimentos mudarão também; “Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados;” Mat 5;4 Afinal, “... O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.” Sal 30;5

Se as coisas inda não estão como queremos, pode ser fruto dum processo por meio do qual Deus nos molda Ele Quer. “Quando passares pelas águas Estarei contigo...” Is 43;2

Na hora da dor Jó deu vazão às suas queixas; na da retribuição, O Senhor Deus asas à Sua Graça; “... O Senhor acrescentou, em dobro, a tudo quanto Jó antes possuía.” Jó 42;10

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Guerra e paz


“Deixo-vos a paz, Minha Paz vos Dou; não vos Dou como o mundo dá. Não se turbe vosso coração, nem se atemorize.” Jo 14;27

O Salvador Fazendo distinção entre Sua Paz, e a mundana. O risco de absolutizarmos à paz, como sendo, necessariamente, uma coisa boa, é abraçarmos à mesma segundo o mundo, não, como Cristo Ensinou.

Não é uma coisa auto impositiva, que se justifica por si mesma, como o são, justiça e verdade. Sendo ela algo que devemos “seguir”, “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor;” Heb 12;14 Nem sempre é possível que a alcancemos; “Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.” Rom 12;18

Por ser uma consequência, e, eventualmente colidir com a santificação que também devemos “seguir” fatalmente nos colocará em caminhos diferentes que a maioria; pois, santificar-se é separar-se do mundo e seus “valores”; consagrar-se a Deus, segundo Sua Palavra.

O respeito as diferenças, de cultura, gostos e credos é acondicionado nos vasilhames do mundo como algo sagrado, intocável. Daí a gestação do ecumenismo, validação de todos as crenças, por antagônicas que sejam, vem sendo acelerada, pois, segundo acreditam, a paz interreligiosa é indispensável para a paz internacional. Agindo assim, forçam a aquiescência, a concordância sob o rótulo do respeito. 

Quem disse que discordar de uma ideia, é desrespeitar? “Não concordo com uma palavra do que dizes; mas, defenderei até à morte teu direito de dizeres o que pensas.” Voltaire.

Após legar Sua Paz, O Salvador encorajou Seus discípulos, “não se turbe vosso coração, nem se atemorize”; porque Sabia que, a paz Consigo e com O Pai, nos indisporia com o mundo. Sua Paz aponta para isso: “Isto é, Deus Estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a Palavra da reconciliação.” II Cor 5;19 Paz com Deus; independentemente de como isso pareça, aos olhos de mundo.

Aqueles que preferem o conforto de suas trevas, incomodados com a Luz de Cristo, tudo fazem e farão, para calar os difusores de tal Luz. “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19

Os rótulos de intolerância, radicalismo, discurso de ódio, vêm sendo expostos ao gosto popular, para fornecer “argumentos” aos que lutam em “nome do amor”, para que, oportunamente se livrem de nós, calando ou matando, por “inimigos da paz”.

O Eterno não vê o ecumenismo como uma gestação amistosa; antes, um motim global contra Suas Leis; “Por que se amotinam os gentios, e os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, governos consultam juntamente contra O Senhor e contra Seu Ungido, dizendo: Rompamos Suas ataduras, sacudamos de nós Suas Cordas.” Sal 2;1 a 3

Nossa simples fidelidade a Deus, caso a atinjamos, já nos colocará como alvos deles, o que a Bíblia ensina: “Também todos que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.” II Tim 3;12

Mais: “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus; bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem, perseguirem e mentindo, disserem todo mal contra vós por Minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” Mat 5;10 a 12

A causa dessa perseguição não são eventuais delitos cometidos pelos seguidores de Cristo, antes, “perseguição por causa da justiça...”

Por irônico que pareça, é essa, a justiça, que enseja paz; “o efeito da justiça será paz, e a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Is 32;17

Nós, os combatentes das injustiças seremos avaliados como inimigos da paz mundial, pois, a que eles buscam é um arranjo amoral, onde de comum acerto, todos concordarão em não discordar. Todos estarão “certos”.

Não é de estranhar, pois, que no auge da sua “Paz”, cujo implemento terá custado enorme gama de injustiças, O Eterno Resolverá julgá-los; “Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, de modo nenhum escaparão.” I Tess 5;3

As alternativas são apenas duas; reconciliar com Deus, mesmo ao preço de ser tido por inimigo do mundo; ou, amoldar-se dócil aos ímpios conchavos globais, e em tempo, sofrer a Justiça Divina.

O Senhor mesmo colocou as alternativas, reconciliar com Ele ou, Lhe fazer guerra; “Não há indignação em Mim. Quem poria sarças e espinheiros diante de Mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria... (então) se apodere da Minha Força, e faça paz Comigo; sim, que faça paz Comigo.” Is 27;4 e 5

Cristianismo de plástico


“Amarás O Senhor teu Deus de todo teu coração, de toda tua alma e de todas tuas forças.” Deut 6;5

Deparei pela enésima vez, com um bilhetinho manuscrito dizendo o seguinte: “Se não estiveres muito ocupado, escreva: Deus, eu preciso de Ti”.

Pode parecer inocente, bem intencionado, motivador; porém, visto com olhos espirituais e devido discernimento, o breve texto traz dois testemunhos eloquentes do descaminho do homem atual; pois, até quando menciona Deus, o faz de modo desrespeitoso, ordinário, sem noção, egoísta.

Quem conhece A Palavra sabe que Ele Requer prioridade; ser amado de toda nossa alma, pensamento, forças... então, essa postura de “lembrar” Dele apenas não estando muito ocupado, coloca O Todo Poderoso ao nível das coisas irrelevantes, nas quais pensamos, apenas quando não temos nada melhor para fazer. Francamente! Nem um humano falho, pecador, aceitaria ser tratado com tanto descaso.

Esse “Cristianismo” lembra certo “culto” do Antigo Testamento, onde os “servos” ofereciam coisas desprezíveis; Ele disse: “... Ora apresenta-o ao teu governador; porventura terá ele agrado em ti? ou aceitará ele tua pessoa?” Mal 1;8

Mais adiante sentenciou: “... maldito o enganador que, tendo macho no seu rebanho, promete e oferece ao Senhor o que tem mácula; porque Eu Sou O Grande Rei, diz O Senhor dos Exércitos, Meu Nome é temível entre os gentios.” V 14

Pois essa “lembrança” eventual, quando não tivermos nada melhor a fazer assemelha-se em tudo, aos sacrifícios defeituosos que acabamos de ver.

Se, a premissa básica para salvação é a renúncia do ego, “negue a si mesmo”, esse tipo de postura deixa patente quem está no comando. O velho eu, sem noção, que deveria ter se identificado com a cruz de Cristo.

Isso testificado também, no segundo momento em que os sintomas da doença aparecem; pois, chegada essa migalha de tempo em que o “servo” se voltaria a Deus, qual seria a motivação? “Eu preciso de ti.” Outra vez, a porcaria do, eu, na frente.

Relembremos a oração modelo ensinada pelo Salvador: “Pai nosso, que Estás nos Céus, santificado seja Teu Nome; venha Teu Reino, seja feita Tua Vontade, assim na Terra como no Céu;” Mat 6;9 e 10

A abordagem é de filho, “Pai Nosso;” Ele pontuou, no contexto do culto defeituoso aquele: “O filho honra o pai, e o servo o seu senhor; se Sou Pai, onde está minha honra?” Ml 1;6

Depois, o lugar excelso que Ele ocupa, “Estás nos Céus”; a seguir, três menções às coisas Divinas, antes das minhas; Teu Nome; Teu Reino, Tua Vontade. Só depois dessa justa e necessária prioridade, eu me ocuparei em mencionar minhas carências. Meu pão cotidiano, perdão, o compromisso com a isonomia, pois, peço que Ele Perdoe minhas falhas, do modo como perdoo meus desafetos. É prudente atentarmos a isso.

Após rogar livramento das tentações e do mal, encerro de volta ao entendimento da Majestade Divina; “... porque Teu é o Reino, o Poder e a Glória, para sempre. Amém.” Mat 6;13

Parece que essa amostragem não combina com a “busca” egoísta, quando restar algum tempo.

O abençoado mencionado no Salmo primeiro é um que, além de todo tempo, tem deleite nas coisas Divinas; “tem seu prazer na Lei do Senhor, e na Sua Lei medita dia e noite.” v 2

A exceção de alguns trabalhos que demandem a fala, como professores, palestrantes, parlamentares... é possível falarmos com Deus enquanto trabalhamos. Mesmo nas funções aquelas, há espaços onde isso é possível.

Como seria se, O Eterno Resolvesse lembrar de nossas necessidades apenas quando lhe sobrasse algum tempo? Ele tem mais de sete bilhões de pessoas em Seus Domínios; quando Ele Chamaria nossa senha?

Por fim, além da forma insana e alienada sugerida, o local também está errado. Quem “ora” nas redes sociais fala com seus “amigos virtuais”, não com Deus. A oração que se pavoneia em público, nada reserva para o relacionamento privado; “... quando orares, entra no teu aposento e, fechando tua porta, ora ao teu Pai que Está em secreto; teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.” Mat 6;6

É inevitável que transitemos pelo mundo virtual, dada a abrangência do mesmo; entretanto, nosso relacionamento com O Pai deve ser vivo, submisso, respeitoso, nos termos Dele, não na velocidade sem noção das mini postagens, que somem no nada, como ciscos ao vento.

O apocalipse menciona uma imagem bestial que fala e exige adoração. Sejamos cuidadosos com o excesso de vida virtual, se descuidarmos, o canhoto projetará diante de nós as nossas doenças e nos convencerá que é nossa saúde.

“O maior engano do espírito é acreditarmos nas coisas porque queremos que elas aconteçam, e não porque tenhamos visto que elas existem de fato.” Jacques Bossuet

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Daniel Alves na cova dos leões


“Quem busca a verdade, a acha e se completa. Quem busca a satisfação própria, nunca a encontra e continua buscando sempre.” Ivenio Hermes

Essa frase tem paralelos bíblicos; “Quem amar o dinheiro jamais dele se fartará; quem amar abundância nunca se fartará da renda; também isto é vaidade.” Ecl 5;10 Ainda, a fartura de bens sem devido usufruto; “Um homem a quem Deus deu riquezas, bens e honra, nada lhe falta de tudo quanto sua alma deseja; e Deus não lhe dá poder para daí comer, antes o estranho o come; também isto, é vaidade, má enfermidade.” Ecl 6;2

O clássico choque entre os bens verdadeiros, permanentes, e o engano das sombras; o logro incapaz de satisfazer, das coisas materiais.

Repercute internacionalmente a prisão do jogador brasileiro, Daniel Alves, que teria cometido violência sexual contra uma mulher de 23 anos, numa boate de Barcelona.

Não pretendo entrar no mérito do que pertence à polícia, se houve crime ou não. Mas, fortes indícios levam a crer que sim, além disso, o jogador teria mudado três vezes sua versão, o que complica as coisas.

Meu tema é a busca desesperada por satisfação a qualquer custo, mal que assola nossa geração. No prisma esportivo ele está no teto, sendo o jogador que ganhou mais títulos em todos os tempos; concomitante ao desempenho em alto nível, a fartura material também lhe sorriu; no prisma pessoal ele é casado com uma jovem modelo espanhola, de modo que, teria todas as razões para estar satisfeito com o que a vida lhe facultou.

Entretanto, estava em altas horas, numa boate de luxo, onde teria acontecido o abuso. Das duas uma: ou, a satisfação é uma insaciável, como um viciado que, quanto mais consome, mais depende das drogas, ou, ela não é encontrável no domínio da matéria.

Na verdade, O Salvador não colocou a satisfação apenas, como inalcançável aos braços da fartura, mas, a própria vida; “... Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer um, não consiste na abundância do que possui.” Luc 12;15

Não apenas Disse o que não é, como ensinou em que consiste a vida; “A vida eterna é esta: que conheçam, a Ti só, por Único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a Quem Enviaste.” Jo 17;3

Claro que o homem natural que a Bíblia chama de “carne” não pode se satisfazer em Deus; antes, sente-se ameaçado, resiste; “Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à Lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;5 a 7

Por isso, o desafio para que sejamos salvos requer o “despejo” desse intruso, o ego. “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me".

A riqueza que permite aquisição de quase tudo, faculta ao “rico” que tenha sua morte folheada a ouro, e se presuma vivo; no entanto, com ou sem posses, a sentença é a mesma: “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.” Jo 3;3 e 5

Se alguém presume que a rejeição à fartura como geratriz de satisfação seja uma “esperteza” de pobre para pintar em cores belas uma sina feia, ouçamos um que foi riquíssimo e sapientíssimo, Salomão: “Olhei para todas as obras que fizeram minhas mãos, como também para o trabalho que eu, trabalhando, tinha feito; eis que tudo era vaidade e aflição de espírito, e proveito nenhum havia debaixo do sol.” Ecl 2;11

Depois de aquilatar todas as coisas da esfera material e seus prazeres, como “vaidade e aflição de espírito”, Ele apontou noutra direção: “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda Seus Mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda obra; tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.” Ecl 12;13 e 14

Os bens fartos até facultam o que vulgarmente se chama de qualidade de vida. Cristo nos dá vida de qualidade; espiritual, eterna, mesmo que, com certo custo, aqui.

Daniel levou uma vida construindo um nome, que estragou numa noite. Mas, se arrependido encontrar a Cristo e Seu perdão, ainda não perdeu nada que valha, realmente.

A satisfação verdadeira é “carta de outro baralho”, como disse Davi: “Quanto a mim, contemplarei Tua Face na justiça; me satisfarei da Tua Semelhança quando acordar.” Sal 17;15