sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

Regeneração


“Deus criou grandes baleias, répteis de alma vivente que as águas abundantemente produziram conforme suas espécies; toda a ave de asas conforme sua espécie; e viu Deus que era bom.” Gn 1;21 “... Façamos o homem à Nossa Imagem, conforme Nossa Semelhança...” v 26

Os seres vivos em absoluta originalidade. Não tinham nexo com nenhum referencial exterior. Eram, por assim dizer, parecidos consigo mesmos e desse modo deveriam seguir, reproduzindo-se “conforme a sua espécie.” Viviam no reino da necessidade, ou do determinismo biológico.

A exceção foi o homem. (anjos foram em período anterior) Ele foi criado, tendo os atributos comunicáveis de Deus. Raciocínio, espírito, sentimentos, valores... nessas coisas e similares foi projetado conforme a Divindade.

Anjos e humanos possuem em comum o arbítrio; a faculdade que permite fazer escolhas; ambos pertencem ao reino das possibilidades. Por exemplo: Uma semente lançada ao solo não pode escolher se quer germinar ou não; ou, se, sendo milho decidirá nascer feijão. Dadas as condições climáticas e ambientais a semente necessita nascer, “conforme sua espécie.”

Os entes arbitrários, embora possuam características similares, nos prismas, psicológico e espiritual, cada um é ímpar. Por livres, a permanência em obediência em relação ao Criador, requer o domínio da própria vontade, para sintonia com a Divina. 

Por isso a árvore proibida foi posta, para que, eventual obediência fosse voluntária, não compulsória. Podem escolher obedecer, ou não.

A proposta da oposição de desobediência para se conhecer o bem e o mal, ocultou as letras miúdas do contrato. O supremo bem o homem já conhecia. Fora feito Imagem e Semelhança de Deus, e vivia num paraíso sem necessidade de nada.

O único “acréscimo” após a grito de independência, foi o conhecimento do mal; tal contato trouxe sensações novas, medo, vergonha. Aceitando a sugestão do canhoto se tornou escravo dele; “Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” Rm 6;16

Um desafio foi posto para o homem dominar sobre o pecado, “Se não fizeres bem, o pecado jaz à porta; sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar.” Gn 4;7

O Eterno sabia que, o homem era escravo do tal, mas colocou a necessidade de vencê-lo, como um ideal para preservação da vida. Sabedor que a espécie humana não mais sairia pelas próprias forças da armadilha, O Criador prometeu a solução no devido tempo; “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar.” Gn 3;15

Promessa do Salvador, e do preço que Ele pagaria pela nossa redenção.

A medida que a existência em consórcio com o pecado se prolonga a tendência humana é se afastar do Criador, por causa da má inclinação latente na carne; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à Lei de Deus, nem, pode ser.” Rom 8;7

Isso explica porque, no decurso dos anos a sensação é que a humanidade apodrece cada dia um pouco mais. Salomão considerou a “ordem natural” das coisas, essa piora contínua. “Nunca digas: Por que foram os dias passados melhores que estes? Não provém da sabedoria esta pergunta.” Ecl 7;10

A perversão sexual, por exemplo, era escandalosa; “progrediu”; se fez aceitável, normal, passou a gerar orgulho, invadiu arraiais espirituais; agora se pretende revisora de Deus. Sim, os adeptos disso pretendem “atualizar” À Palavra, torná-la “inclusiva”, validando comportamentos que eles querem, mas Deus Diz reprovar.

O projeto se levantou contra O Projetista, invés se arrepender, mediante a regeneração proposta em Cristo, pretende perverter a Deus, reduzindo O Santíssimo, à imagem e semelhança dos pecadores.

Temos muitos “pastores” inclusivos por aí, usando sua “luz” a serviço da oposição. “... Se, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” Mat 6;23

O efeito deletério da queda continua “progredindo”; logo A Palavra da Vida será proibida com rótulo de “discurso do ódio”. Em parte, já é.

Os bodes, reféns de uma doença degenerativa dos cérebros acreditam que serão ovelhas, se vestirem pelegos.

Após a queda Deus não Viu mais a Sua Obra-prima; o homem tornou-se uma fraude; resquícios de desejos de justiça enlameados pela prisão que incapacita praticá-los. “Porque sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito, o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem.” Rom 7;18

Obediência requer um poder que o caído não tem; só em Cristo poderá. “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Selo e coroa


“Nem sairá do santuário, para que não profane o santuário do seu Deus, pois, a coroa do azeite da unção do seu Deus está sobre ele. Eu Sou O Senhor.” Lev 21;12

Restrições aos sacerdotes da Antiga Aliança; deveriam evitar qualquer coisa que contaminasse, profanasse.

Entretanto, a contaminação possível, não era apenas ritual. Quando o povo vivia desleixado para com a vida santa requerida, os sacrifícios eram mero costume, não um sinal de arrependimento, então, a profanação estava estabelecida.

“Se alguém que for contaminado pelo contato com o corpo morto, tocar nalguma destas coisas, ficará imunda? Os sacerdotes responderam, dizendo: Sim. Então respondeu Ageu, dizendo: Assim é este povo, assim é esta nação diante de Mim, diz O Senhor; assim é toda obra das suas mãos; tudo que ali oferecem imundo é.” Ag 2;13 e 14

O ajuntamento ritual descompromissado com A Santidade do Senhor, fora denunciado; “Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para Mim abominação; luas novas, sábados, e a convocação das assembleias; não posso suportar iniquidade, nem mesmo a reunião solene.” Is 1;13

Ainda o “louvor” de gente alheia à justiça, junto com oferendas e culto hipócrita, foi repelido; “Odeio, desprezo vossas festas; vossas assembleias solenes não Me exalarão bom cheiro. Ainda que Me ofereçais holocaustos, ofertas de alimentos, não Me Agradarei delas; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas violas. Corra, porém, juízo como águas, e justiça como ribeiro impetuoso.” Am 5;21 a 24

Deus não atenta ao nosso jeito de cultuar; antes, nosso modo de viver. O culto deve ser consequência. “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela Glória do Pai, assim, andemos em novidade de vida.” Rom 6;4

Devemos nascer de novo, ninguém nasce grande. Isso seria “clonar” as células velhas. “Alimpai-vos do fermento velho, para que sejais nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós.” I Cor 5;7 “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2;2

Pertencer ao Senhor é um privilégio e também uma reponsabilidade. O Eterno até aceitava que, povos alienados Dele se dessem aos descaminhos da idolatria; “O artífice animou ao ourives, o que alisa com o martelo ao que bate na bigorna, dizendo da coisa soldada: Boa é. Então com pregos a firma, para que não venha a mover-se.” Is 41;7 o processo deles para fazerem imagens, apenas narrado.

No entanto, a adesão a isso pelos descendentes de Abraão amigo de Deus causou espanto; “Porém tu, ó Israel, servo Meu, tu Jacó, a quem Elegi descendência de Abraão, Meu amigo; tu a quem Tomei desde os fins da terra; te Chamei dentre os seus mais excelentes, e te disse: Tu és o Meu servo, a ti escolhi, nunca Te rejeitei?” Vs 8 e 9

A santidade requerida dos salvos é uma separação das maneiras vulgares de viver e cultuar. Por isso, os servos idôneos se espantam, quando cristãos, a pretexto de contextualizar, saem imitando as maneiras descompromissadas dos povos; dando uma versão “gospel” a cada faceta de mundanismo que veem.

Como os sacerdotes antigos deveriam ser separados, “... pois a coroa do azeite da unção está sobre eles.” Isso se aplica a todos os salvos na Nova Aliança em Cristo. “Nos fez reis e sacerdotes para Deus e Seu Pai; a Ele glória e poder para todo o sempre.” Apoc 1;6

A unção figurada como coroa, remete à identificação com O Reino de Deus; Paulo comparou também, com um selo; “Em quem também vós estais, depois que ouvistes a Palavra da verdade, o Evangelho da vossa salvação; tendo nele também crido, fostes selados com O Espírito Santo da promessa.” Ef 1;13

Selo era a “assinatura” de um rei; ambas as figuras nos associam ao Reino de Deus. Devemos nos separar das coisas impuras por pertencermos a Ele; santificação para os salvos é um imperativo: “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá O Senhor;” Heb 12;14

Quem pretende ser “descolado, inclusivo, legal,” para não “usar o medo como arma” como acusa Caio Fábio, aos mais zelosos, inverte os papeis; como os denunciados por Paulo que, “Mudaram a verdade de Deus em mentira, honraram e serviram mais a criatura que o Criador, que É Bendito eternamente.” Rom 1;25

Além de selo e coroa, O Espírito Santo nos é Luz; não para induzir a um pensamento alternativo; antes, para ajudar a ver os Pensamentos de Deus revelados em Sua Palavra.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Os rebanhos


“Deu o mar os mortos que nele havia; a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; foram julgados cada um segundo suas obras... aquele que não foi achado escrito no Livro da Vida foi lançado no lago de fogo.” Apoc 20;13 e 15

Vemos dois tipos de pessoas, apenas; os mortos e os que estavam escritos no Livro da Vida.

Se, no plano físico consideramos vivos os que ainda respiram, e mortos que que não mais, então, viverão os arrolados no Livro Santo, os outro, não. Salvos e perdidos; dois grupos.

Na Terra se canta louvores à diversidade, não de criaturas, essa foi Deus que fez, mas, de comportamentos, derivada da perversão humana, lá não será tão diversificado; dois imensos rebanhos; vivos e mortos.

As febres humanas que atribuem fama e proeminência a alguns, separando-os dos demais, classificando a sociedade em “camadas”, não farão sentido no julgamento.
Parte dessa febre ainda arde entre nós. 

Por ocasião do falecimento de Edson Arantes do Nascimento, o Pelé. Para muitos, a vida deveria parar um pouco; desportistas como ele deveriam estar em seu funeral; algumas ausências foram consideradas “imperdoáveis”. Para a comentarista Ana Taís Mattos, o Grêmio não deveria ter apresentado seu novo contratado, Luiz Soares, no dia do funeral; “faltou sensibilidade” disse.

Com devido respeito aos familiares e amigos, escrevi noutro texto que o Pelé “morreu” em 1977 quando parou de jogar; agora faleceu o Edson, gente como nós. Sua fama derivou do que fizera até então; muitos confundem dons com frutos. Aqueles são talentos recebidos; frutos são gerados partir de escolhas no âmbito do caráter, dos valores. Seus dons permitiram realizações ímpares em seu ofício; os frutos não são de domínio público; O Senhor Conhece.

No dia do juízo estará num dos dois grupos, (espero que no Livro da Vida) os feitos que lhe deram notoriedade aqui, não contarão. Sua relação com Cristo, e, com os semelhantes à luz dos Ensinos do Mestre contarão, as febres terrenas estarão curadas.

O delírio humano é derivado de nossas paixões. Os homens aplaudem e normalizam coisas que os Céus não validariam. Assim, nossas tendências e inclinações não servem como aferidoras de nada. Como reagimos a Cristo, O Salvador, é determinante para se saber em qual dos dois grupos estaremos.

A Palavra de Deus jamais menciona o tal Purgatório, invenção herética do catolicismo, tampouco, apresenta almas em contínuo estágio evolutivo, como ensina o espiritismo. Arrola todos como mortos desde a queda, “... por um homem entrou o pecado no mundo, pelo pecado a morte; a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.” Rom 5;12

Se há um processo evolutivo onde os “Karmas” são purgados mediante sofrimento, a Cruz de Cristo significa o quê? Não adianta chamar Cristo de “Divino Mestre” como fazem alguns, e avalizar ensinos que fazem a morte Dele parecer uma insanidade vã. O espiritismo não é um ramo do cristianismo; se opõe a ele. Os mortos não receberam nova vida para se purificarem; antes, foram lançados na perdição.

Cristo condiciona a salvação ao “Novo Nascimento”, “... Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.” Jo 3;5

Em Seu chamamento aos pecadores, o Senhor convidou-os a ressuscitaram, uma vez que, mesmo respirando estavam mortos; “Em verdade, em verdade vos Digo que vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a Voz do Filho de Deus; os que a ouvirem viverão.” Jo 5;25
Ouvirem a voz é uma figura, para, receberem os Seus Ensinos. 

Então, católicos e espíritas podem crer no quiserem; o que nenhum deles pode é demonstrar que essas crenças são ensinadas nas Escrituras.

A tendência humana de “modernizar” as coisas, a pretexto de “evoluir, incluir” inevitavelmente excluirá muitos do Livro da Vida, todos que se recusarem esperar na “antessala” do mesmo, no Livro dado aos homens, A Palavra de Deus.

O que é eterno, óbvio, não é biodegradável; nem carece emendas, reparos; assim é A Palavra de Deus. “Jesus Cristo É O Mesmo; ontem, hoje e eternamente.” Heb 13;8

Logo, invés de modernismos, para efeito de salvação devemos ser meio “jurássicos.” “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho e andai por ele; achareis descanso para as vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos nele.” Jr 6;16

O direito de escolha faculta tudo a cada um; seguir após O Salvador, ou mesmo dizer um sonoro não! Na Face de Deus. As consequências das escolhas prescindirão de palavras. A uns darão um registro eterno entre os vivos; a outros, apenas um mergulho em certo lago.

Os falsos


“Muitos seguirão suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade.” II Ped 2;2

O ofício dos falsos profetas e mestres obraria isso, segundo Pedro.

“Muitos seguirão...” embora, para efeito de exibicionismo intelectual se diga que vale mais a qualidade do que a quantidade, a geração atual costuma valorar as coisas pelos números; de visualizações, seguidores, curtidas... para algo soar bom, causar, basta que “viralize”.

Os gregos antigos não tinham lá tanto apreço pelos ajuntamentos. Consideravam a multidão, uma “besta acéfala”, (um monstro sem cabeça) aglomerado de insipientes; “Um homem ajuizado teme mais ser analisado por meia dúzia de sábios, que representar ante uma turba de ignorantes”, disse um deles no “Banquete.”

Nas coisas espirituais, o aplauso de muitos, invés de aferidor de qualidade, costuma ser o contrário. As coisas sérias, probas, honestas, são palatáveis para poucos, enquanto os erros, profanações, apostasias, falsidades contam com a adesão de muitos. Por quê?

Porque, como diz um adágio popular, “ladeira abaixo todo o santo ajuda.” Isso, importada a figura para as inclinações psicológicas, andar segundo a natureza caída é o mais fácil; “Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne...” Rom 8;5 embora, algumas coisas até possam usar rótulos espirituais, profanam ao Nome Santo; invés da Palavra de Deus alinham às humanas predileções, são derivadas da carne, não do espírito. Deus nos desafia a buscarmos as coisas de cima; esses oferecem em Nome Dele, as terrenas.

Profetizadores de facilidades incondicionais grassam, atirando suas falsidades ao vento, para quem crer. Pelos números de reações favoráveis, fácil perceber que muitos os seguem. Às vezes um pilantra encena sacando um maço de verdinhas num terminal eletrônico, para mostrar o que “Deus vai fazer” com quem crer naquilo. Santa paciência!!

Elias teve um embate contra 850 falsos profetas no Carmelo; daí, fácil a conclusão que, o zelo pela verdade é de poucos, enquanto o erro atrai matilhas.

É da nossa natureza nos frustrarmos, quando poucos nos dão ouvidos, mesmo estando certos de que falamos segundo Deus. Entretanto, fomos chamados para andar segundo O Espírito Dele, não segundo a natureza.

Por Amar justiça e verdade mais que aplausos, certa vez O Eterno mandou um profeta “falar às paredes”; “... a casa de Israel não te quererá dar ouvidos, porque não querem dar ouvidos a Mim... vai aos do cativeiro, aos filhos do teu povo; lhes falarás e dirás: Assim diz O Senhor Deus, quer ouçam quer deixem de ouvir.” Ez 3;7 e 11
Como vemos, o “sucesso” não é aferidor espiritual.

“... suas dissoluções...” embora a palavra aqui seja uma figura, dissolução em química significa dissolver, decompor. Isso fazem os farsantes com a sã doutrina. Invés da preservação, trazem modernismos, liberalismos. Aplauso humano conta mais, para esses, que a Divina aprovação. Cristo advertiu do risco de brilharmos nos palcos terrenos; “... Deus conhece vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15

“... será blasfemado o caminho da verdade.”
Por ser A Verdade, cabal, absoluta, não comporta paralelismos, concurso de coisas parecidas apenas. Ela é radical. Algo é verdadeiro, ou falso. O âmbito espiritual não aceita gambiarras, arranjos que “funcionam” eventualmente.

Não se podendo “pegar uma carona” com ela, a falsidade precisa descartá-la como mentira. Se, não faz isso diretamente, mera rejeição que a crença na mentira propicia, implica em descartá-la. Aliás, apenas duvidar dela, já significa ter por mentirosa Sua Fonte; “... quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu.” I Jo 5;10

Então, embora os falsários possam usar uma série de rótulos vistosos, a rigor, são gente que se opõe a Deus, aos valores perenes da Sua Palavra; “A Lei do Senhor é perfeita e refrigera a alma; o Testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos símplices; os Preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o Mandamento do Senhor é puro e ilumina os olhos."

Se, a Palavra refrigera, dá sabedoria, alegra o coração e ilumina os olhos, por que as pessoas fogem dela? Porque ela chama à renúncia, ao caminho estreito, o que a carne jamais aceitará.

O sonho de consumo dos falsários e sequazes é seguirem dando vazão a todos os desejos que afastam do Criador, e posarem de salvos, pertencentes a Ele.

Onde O Salvador Ordenou: “Negue a si mesmo”, esses leem: Traia a si mesmo. “Portanto comerão do fruto do seu caminho, fartar-se-ão dos seus próprios conselhos. Porque o erro dos simples os matará, o desvario dos insensatos os destruirá. Mas, o que Me der ouvidos habitará em segurança e estará livre do temor do mal.” Prov 1;31 a 33

terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Disfarce da morte


“A vida má, sem moderação, desprovida de entendimento e de respeito pelo sagrado não é uma vida má, mas um morrer lentamente.” Demócrito

Diria um incauto: Tanto faz, como nos portamos no prisma moral, pois, todos rumamos à morte na mesma velocidade. À luz estrita do tempo, sim.

Contudo, não era o tempo o escopo do pensador; antes, o sentido. Sem a revelação bíblica que considera “mortos” os inimigos de Deus, a despeito de, por quanto tempo respirem, ele tateou muto bem. Considerou a vida, alienada da virtude, do sagrado, refém dos vícios, mera morte lenta.

Suas considerações não miravam uma vida eterna, no porvir, como prometida por Cristo; atinavam às vantagens presentes na existência terrena; “A moderação aumenta o gozo e acresce o prazer. Sábio é quem não se aflige com o que lhe falta e se alegra com o que possui.” disse ainda.

A Palavra apresenta dois tipos, que, com os mesmos meios, caminham a fins diferentes; “Um homem a quem Deus deu riquezas, bens e honra, nada lhe falta de tudo quanto sua alma deseja; e Deus não lhe dá poder para daí comer, antes o estranho come...” Ecl 6;2 Possui tudo e vive infeliz, como tendo pouco, ou nada.

A vida requer algumas “posses” de outra natureza, não apenas materiais; “Todo homem, a quem Deus deu riquezas, bens, e lhe deu poder para delas comer e tomar sua porção, gozar do seu trabalho, isto é dom de Deus.” Ecl 5;19 Assim, o que é abençoado material e espiritualmente usufrui da vida, a preserva para o além.

Entretanto, a fartura de bens não é sinônimo de um viver aceitável. O ouro que muitos abastados humanos ostentam verte das minas do lixo moral. Quando estiverem às portas da morte comprarão o quê, com ele?

Tampouco, privações materiais são, necessariamente, denúncias de um mau viver. Paulo andou nos dois lados; “... aprendi contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e também ter abundância; em toda maneira, em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, quanto, ter fome; tanto a ter abundância, quanto, padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Fp 4;11 a 13

Mencionar O Nome Santo como nosso Senhor, requer um compromisso de lealdade, independente das circunstâncias. “O fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor Conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Ele mesmo disse que “não conhecerá” os que O profanam sem compromisso; “Então lhes Direi abertamente: Nunca vos Conheci; apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniquidade.” Mat 7;23

Devemos nos apartar da iniquidade para pertencer a Cristo; senão, ele nos dirá: “Apartai-vos de mim.” Simples é grave assim.

O que qualifica nossa vida, como pensava corretamente Demócrito, é seu sentido, não os meios que, nela usufruímos. Esse, trazido pela morte redentora de Cristo, inicialmente é a reconciliação com Deus; “Isto é, Deus estava em Cristo Reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a Palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

A isto figurou como, deixar de “morrer lentamente” e começar a viver; “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5;24

Alcançada a mesma, somos desafiados à edificação; ao conhecimento de Deus através do revelado em Sua Palavra; “Jesus dizia, pois, aos judeus que criam Nele: Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

Esse conhecimento não se fará simples “bagagem” mera posse; antes, nos desafiará a deixarmos nossa vã maneira de viver para adotarmos doravante, o que aprendemos Dele; mais que um acréscimo, uma mudança. “Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se Compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

A nova ética aprendida depois de Cristo, fatalmente nos indisporá conosco mesmo, nossa natureza perversa que deverá ser sacrificada, e com o mundo ao redor, que respira morto, avesso ao Criador; “... apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Nada mudará nossa velocidade; seguiremos lentamente, “no passo do gado”, porém, agora vivos.

Enquanto podes


“Poder havia em minha mão para vos fazer mal, mas O Deus de vosso pai me falou ontem à noite, dizendo: Guarda-te, que não fales com Jacó nem bem nem mal.” Gn 31;29

Labão perseguidor de Jacó, quando o alcançou disse essas coisas. Em tinha poder, (e intenção) para fazer mal. Mas, Deus o impediu.

Como podemos saber que ele tinha intenções más contra seu genro? Se assim não fosse, não seria necessário o Eterno colocar freios nele.

Ideal que fosse assim, sempre; o que A Palavra de Deus veta, tido como cerca intransponível. Porém, a humanidade é pós graduada em pular cercas. A obediência deveria ser a norma, mas é exceção. Por isso, parte da oração ensinada pelo Mestre traz esse desejo, de que aprendamos obedecer; “seja feita Tua Vontade, assim na Terra, como no Céu.”

Os anjos que seguem fiéis, não têm dificuldade em obedecer ao Senhor; geralmente o fazem, atuando em nosso favor. “Não são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?” Heb 1;14 A inclinação ao serviço facilmente se coaduna com obediência; enquanto, a índole egoísta tenda à ruptura, autonomia.

Como seria então, se Labão tivesse desobedecido? Desobediência à Palavra de Deus é o que mais acontece, infelizmente. Só que, no caso dele, seria a rejeição à Palavra escutada diretamente, invés da escrita como temos. Isso daria azo a uma punição imediata, como aconteceu com Balaão, quando teve que ouvir uma jumenta falar para ser desviado da morte. O último naco de misericórdia, casado com a Ironia Divina. Não ouves Minha Voz? Quiçá, a de uma jumenta?

Rejeição à Palavra Escrita também é grave; a diferença é que concorre certa vigência de tempo, ocasionando possibilidades de arrependimento e mudanças, antes do juízo. Senão, ao seu tempo a consequência virá. “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7 e 8

Todo poder humano, se, não delegado, é permitido pelos Céus. Pilatos gabou-se ante O Salvador, de ter poder para fazer o que quisesse: “Disse-lhe, pois, Pilatos: Não Falas a mim? Não sabes Tu que tenho poder para Te crucificar e tenho poder para Te soltar? Respondeu Jesus: Nenhum poder terias contra Mim, se de cima não te fosse dado; mas aquele que Me entregou a ti maior pecado tem.” Jo 19;10 e 11

O Senhor não disse que ele não tinha poder; mas, que recebera do Alto; naquele momento estava usando sua autoridade para pecar, sendo conivente com desejos pecaminosos de outros; esses, por serem a causa, eram pecadores maiores que ele. “aquele que me entregou a ti, maior pecado tem.”

Antes de nos jactarmos do que podemos, pois, bem faremos em considerar o que devemos. “... pois quem está altamente colocado tem superior que o vigia; há mais altos do que eles.” Ecl 5;8

Embora no meio cristão se ouça muitos incautos falando em “buscar poder”, o que necessitamos para agir conforme Deseja nosso Pai recebemos desde a conversão; “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

O poder para atuar como filhos de Deus num mundo que se fez filho do maligno, anda em consórcio com o dever; “Aquele que diz que está Nele, deve andar como Ele andou.” I Jo 2;6

“Pisar serpentes e escorpiões”
não significa sair por aí manietando espírito maus; antes, não se dobrando à influência desses. Quando o homem perde a condição de influenciar à sociedade pela apostasia se diz que se tornou sal degenerado, que só serve para ser pisado pelos homens, desprezado. Assim, devemos “pisar” nas influências malignas; desprezando suas seduções, vencendo-as pela Palavra de Deus. “Pelos teus mandamentos alcancei entendimento; por isso odeio todo falso caminho.” Sal 119;104

A punição pela desobediência por não ser imediata, pode criar um hábito mortal; “Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8;11

Essa temeridade aos poucos vai impregnando em quem se dá a ela, até que, acaba se tornando parte das suas almas; “Porventura pode o etíope mudar sua pele, ou o leopardo suas manchas? Então podereis vós fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal.” Jr 13;23
A desobediência contumaz se faz um “poder” que aprisiona, nas vidas daqueles que, desprezam ao Poder que liberta; A Palavra de Deus.

“Conheço muitos que não puderam quando queriam, porque não quiseram, quando podiam.” Rabelais

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Os escolhidos


“Até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da Estatura Completa de Cristo.” Ef 4;3

A necessária edificação tem como parâmetro, alvo a se atingir, a “Estatura de Cristo”. Não sei se algum convertido em toda a história da igreja atingiu isso. Todavia, segundo as Palavras Dele mesmo, o feito é possível. “O discípulo não é superior ao seu mestre, mas todo o que for perfeito, será como seu mestre.” Luc 6;40

A “perfeição” possível ao homem tem a ver com atingir maturidade espiritual, conhecimento, discernimento das coisas como são; “o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5;14

A “perfeição” humana seria o cume de uma escalada no monte da santificação. Porém, a do Senhor É Seu cotidiano; a natureza do Seu Excelso Ser; “Porque nos convinha tal sumo sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, Separado dos pecadores, e feito mais Sublime que os Céus;” Heb 7;26

Como Cristo; ponto mais alto ao qual um humano poderia chegar. A estatura humana, o nível ao qual Jesus Ousou descer. “Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; achado na forma humana, humilhou-se, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” Fp 2;6 a 8

O crescimento espiritual rumo ao aperfeiçoamento, invés de uma riqueza mística, habilidade retórica, destreza filosófica, aptidão para malabarismos intelectuais, nos desafia à simplicidade.

Assim como, no Seu Esvaziamento Veio à luz numa manjedoura, demanda que nos façamos como crianças também, dispostos a aprender Dele, e permanecer; “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com sua astúcia, sejam de alguma sorte corrompidos vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo.” II Cor 11;3

Se, o “homem perfeito” tem os sentidos exercitados no discernir, os que deixam a simplicidade têm os mesmos corrompidos.

Tornou-se clichê no meio cristão dizer que, muitos são chamados, e poucos escolhidos. A chamada deve ser feita “A toda criatura.” Não há entre os humanos, uns mais salváveis, outros, menos. A todos deve ser exposto O Evangelho; cada um deve reagir como lhe convier.

Quais serão os escolhidos? O calvinismo, devido a uma interpretação questionável da palavra “eleitos” advoga que há uma pré-escolha, cuja pregação da Palavra se ocuparia de deixar patente. Dentre os muitos chamados, sobressairiam esses, os eleitos.

Bem, A Palavra de Deus atrela a Divina escolha a predicados, não, a sujeitos. “Os Meus Olhos buscarão os fiéis da terra, para que se assentem Comigo; o que anda num caminho reto, esse Me servirá.” Sal 101;6 Embora o chamado seja expansivo, inclusivo, a escolha será seletiva.

Malgrado, a salvação não derive das obras, capacita aos salvos para as desejadas pelo Senhor. “Porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus Preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

Alguns podem impor suas preferências à inteligência, se dando a raciocínios circulares; porém, os retos não o são porque eram eleitos; antes, foram eleitos porque, chamados por Cristo e desafiados à retidão, escolheram obedecer. “Tomai sobre vós o Meu jugo e aprendei de Mim...” Mat 11;29

O Feito Redentor de Cristo só incide sobre os obedientes; “Se andarmos na luz, como Ele na luz Está, temos comunhão uns com os outros, e o Sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;7

Esse “se” deixa patente a possibilidade de escolha, são essas que predicam aos sujeitos que O Senhor Escolherá.

Mesmo que não alcancemos à estatura desejada, ela segue lá, parâmetro excelso, para que jamais nos amoldemos à mediocridade e com ela nos conformemos. Se, podemos ser salvos ficando aquém da Estatura de Cristo, há coisas indispensáveis, qualquer que seja nosso crescimento: “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá O Senhor;” Hem 12;14

Edificação requer esforço, perseverança; que as igrejas invistam no ministério do ensino. A falta disso não é apenas um descuido com o crescimento; é um desleixo com a vida; “Meu povo foi destruído, porque lhe faltou conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também te Rejeitarei...” Os 4;6

A santificação que permite ver na dimensão espiritual foi ensinada por Cristo; “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;” Mat 5;8

A Face do Senhor já pode ser vista aqui, nas escolhas que fazemos, para que a vejamos, finalmente, quando acordarmos na eternidade. “Quanto a mim, contemplarei Tua Face na justiça; me satisfarei da Tua semelhança quando acordar.” Sal 17;15