quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Ouro de tolos



“Os preciosos filhos de Sião, avaliados a puro ouro, como são agora reputados por vasos de barro, obra das mãos do oleiro!” Lam 4;2

Quem jamais sofreu idêntica decepção? Ante pessoas que pareciam ter alto valor, de repente, algum fato novo veio à luz; o que se assemelhava a ouro, se mostrou argila?

Pela derrocada da vida, na ladeira dos interesses rasos, onde escorregam valores, dificultando a caminhada costumamos dizer: “Eu era feliz e não sabia.” Isto é: As coisas pioraram. Pois, quanto aos nossos “ídolos” que nos decepcionam, seu brilho era falso e desconhecíamos; não pioraram, necessariamente; a visibilidade aumentou.

Duas coisas ao menos, concorrem para as decepções: Uma; à medida que amadurecemos, deixamos de ser presas das aparências, porque somos treinados pela mão do tempo para identificar essências; da agudez perspicaz alguns dizem: Fulano conhece o rengo assentado e o cego dormindo. Outra; as dores que nos assolaram onde houve privação de caráter, contribuíram para que víssemos o quão preciosa é essa nuance da alma humana, e, quão nociva sua ausência.

Se, na nossa fase imatura nos impressionávamos mais com carisma, talento, do que com outro valor qualquer, ora, podemos colocar cada coisa na devida prateleira. Assim, um patife talentoso segue sendo um patife; se, outrora lhe pediríamos um autógrafo, quiçá, agora desejamos tão somente, distância.

Àquele que pagaríamos ingresso para ver, agora recusaríamos receber em nossas casas. Tanto mais, quanto, maior a fama, o alcance do canalha em apreço.

A diversidade em questões políticas é um direito social inalienável. Porém, quando determinada escolha traz no bojo, passar pano para ladrões e corruptos, pior que isso, alimentar a perseguição contra pessoas honestas, ao custo das vidas de gente inocente, aí deixa de longe de ser um direito, para se tornar cumplicidade, com o que há de mais abjeto no tecido social. A choldra dos sem valores.

No caso do Eterno, Sua bronca era com os do “povo eleito”, que tendo sido libertos por Ele, miraculosamente, da escravidão, e estabelecidos numa situação de honra, depois deixaram ao Eterno e preferiam cultos alternativos.

Pelo profeta Ezequiel, O Senhor figurou-os como uma mulher adúltera se esforçando apara agradar aos amantes.

“Mais ainda, mandaram vir alguns homens, de longe, aos quais fora enviado um mensageiro, e vieram. Por amor deles te lavaste, coloriste teus olhos, e te ornaste de enfeites. Te assentaste sobre um leito de honra, diante do qual estava uma mesa preparada; e puseste sobre ela Meu incenso e Meu azeite. Com ela se ouvia a voz duma multidão satisfeita; com homens de classe baixa foram trazidos beberrões do deserto; puseram braceletes nas mãos das mulheres e coroas de esplendor nas suas cabeças.” Ex 23;40 a 42

Notemos que, embora se enfeitando para estranhos, havia um quê do “marido” no ambiente; “puseste sobre a mesa Meu incenso e Meu azeite...” A infiel ao Esposo estava preservado indevidamente elementos do Seu culto, como se, os tais fizessem sentido naquela prostituição. “Então disse à envelhecida em adultérios: Agora deveras se prostituirão com ela, e ela com eles? Entraram a ela, como quem entra a uma prostituta...” vs 43 e 44

A transformação para baixo, onde coisas que foram preciosas se tornaram sem valor, foi um processo reiterado, contínuo. Na introdução de Jeremias já encontramos a denúncia contra um povo que deixara ao Senhor pelas suas doentias e inúteis inclinações. “Porque o Meu povo fez duas maldades: a Mim deixaram, o Manancial de Águas Vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas.” Jr 2;13

Não apenas abandonaram ao Deus Vivo, como buscaram simulacros pífios sem nenhuma utilidade. Desses deuses Isaías versou: “... nada sabem os que conduzem em procissão suas imagens de escultura, feitas de madeira; rogam a um deus que não pode salvar.” Is 45;20

Não que O Eterno tenha sido surpreendido pela apostasia. Ele É Onisciente. Todavia, estava em jogo Seu amor, mais que, Sua ciência. Por isso falou do modo humano, como se fosse um marido traído, para que o povo entendesse a gravidade do mal que fizera.

Se cultuar ídolos lhes era mais importante, que ao menos se separassem em definitivo do Eterno. “Quanto a vós, ó casa de Israel, assim diz o Senhor Deus; Ide, sirva cada um os seus ídolos, pois, a Mim não quereis ouvir; mas não profaneis mais o Meu Santo Nome com vossas dádivas e com os vossos ídolos.” Ez 20;39

Nabucodonosor sonhou com uma estátua que tinha cabeça de ouro e pés de barro. Pois, muitos que se dizem de Cristo, malgrado O “Cabeça de Ouro”, têm pés de barro, andando segundo a carne. E profanando ao Senhor. Na hora da verdade, cada um aparecerá estritamente como é.

A extrema nudez canhota


“Orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual estou também preso;” Col 4;3

Paulo estava preso por causa da palavra que pregava. Anunciando a Obra de Cristo e chamando pecadores a se comprometerem com ela para serem salvos.

Os judaístas o perseguiram até à morte; uma vez o apedrejaram pensando tê-lo matado; mas, sobreviveu. Atos 14;19

Se alguém pode ser definido como sendo de “extrema-direita”, esse, foi Paulo. De direita porque defendia valores como liberdade de escolha, de credo, de expressão... extremo porque, estando ele preso por causa da Palavra, invés de rogar orações às igrejas, no sentido de que lhe fossem abertas as portas da prisão, pedia, antes, que lhe fosse aberta a porta da Palavra; queria falar mais.

O “argumento” de quem não possui argumentos sempre foi a violência. Levar a defesa do que crê às últimas consequências como fez Paulo, certamente foi um ato extremo. Eis a diferença entre um extremista digno e um patife!

A extrema esquerda, como ontem fez contra o cristão americano, Charlie Kirk, mata aqueles contra os quais não pode argumentar.

Um de direita seu “extremismo” o expõe ao risco da própria vida. Nada mais natural de quem pretende e ensina, “socializar” aos bens alheios, jamais aos próprios. Uma vida se sente incomodada com a existência de outra? Basta eliminá-la e tudo estará “resolvido”.

Por isso, nos meandros escuros onde a esquerda tem seu habitat, acontecem mortes como a de Celso Daniel, Toninho do PT, o atentados contra Jair Bolsonaro e Donald Trump... a quem os incomoda, eles enfrentam com o jeito esquerdista de resolver problemas.

Acaso, a morte do Senhor Jesus Cristo, não foi porque Sua vida incomodava ao sistema dominante, e Ele era imbatível em argumentos e poderoso em obras? Então, o STF da época em conluio com o PT, decidiram acabar com a ameaça. Antagônicos como Fariseus e Saduceus se uniram e requisitaram o serviço sujo aos romanos, sob ameaça de denunciá-los a César por traição, se assim não fizessem.

A quem, a defesa de valores como liberdade de escolha, crença, expressão, a vida, família e Deus incomoda? A rigor nem se trata de politica estritamente. É uma questão moral, de valores que evidenciam caracteres. Quando determinada “vitória” é comemorada apenas nos presídios, isso basta para denunciar quem está triunfando.

Quando deparo com um “cristão de esquerda”, vejo três possibilidades; a) o sujeito não entendeu o cristianismo; b) não entendeu o esquerdismo; c) não é nem uma coisa nem outra; apenas um infiltrado tentando minar nossas defesas poluindo o ambiente com seu lixo de estimação. A ideologia comunista.

Aquela frase bonitinha de Voltaire, “Não concordo com uma palavra do que dizes; mas, defenderei até à morte teu direito de dizeres o que pensas”, parecia mera platitude, dada a obviedade da liberdade de expressão. Os fatos mostram que não é assim, infelizmente.

Extrema violência precisa ter consequências, do mesmo nível que a praticada. Afinal, não fazer ao semelhante o que não deseja a si é um conceito basilar da doutrina de Cristo. Nos provérbios, encontramos: “O homem de grande violência deve sofrer o dano; porque se tu o livrares ainda terás de tornar a fazê-lo.” Prov 19;19

A pena de morte como existe nos States, faz boa figura para casos abjetos assim. No Antigo Testamento havia casos em que tal pena se aplicava; e no novo há uma janela aberta que diz: “... se fizeres o mal, teme, pois (a autoridade) não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, vingador para castigar quem faz o mal.” Rom 13;4

Onde fica o amor cristão? No caso de ontem, com a viúva e os filhos órfãos pela covardia do bravo esquerdista. Atinente a ele, ficamos com o amor pela justiça.

Infelizmente a violência é um mal que só pode ser freado por outra ainda maior. A destruição da humanidade pelo dilúvio, foi o violento juízo Divino por causa da violência humana sobre a terra. “Então disse Deus a Noé: O fim de toda a carne é vindo perante Minha Face; porque a Terra está cheia de violência; eis que os desfarei com a Terra.” Gn 6;13

Enfim, a extrema direita leva a defesa das suas ideias ao extremo de arriscar a vida; a extrema esquerda, refém do seu lapso intelectual, moral e ideológico, precisa ceifar vidas inocentes; pois, falta-lhe estatura para sustentar um contraponto; e idoneidade moral para rever escolhas. “Pois não dormem, se não fizerem mal, foge deles o sono se não fizerem alguém tropeçar. Porque comem o pão da impiedade, e bebem o vinho da violência.” Prov 4;16 e 17

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

As recompensas



“... há justo que perece na sua justiça, e ímpio que prolonga seus dias na sua maldade.” Ecl 7;15

As ações sendo recompensadas segundo seu mérito é o esperável. Costumamos pensar que os de boas índoles merecem toda sorte de bênçãos; enquanto, aos maus, eventual má sina que os alcançar será justiça.

Nas reflexões de Salomão encontramos o oposto. O justo perecia na justiça e ímpios prolongavam-se na maldade. Qualquer pessoa minimamente esclarecida, convirá que esse padrão que foi observado então, ainda se mantém.

Se, tudo acontecesse na esfera imanente, nada restaria para que esperássemos do transcendente. De outra forma: Se a justa retribuição fosse precisamente sobre a terra, nem seríamos testados em nossa fé; pela qual, somos desfiados a esperar recompensas no porvir.

Paulo foi categórico: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

Das riquezas espirituais, ouvimos, nalgumas falas onde pontuam a importância das coisas que o dinheiro não compra. Todavia, uma coisa é saber da existência; outra, viver de modo a priorizá-las. A Palavra ensina: “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, não nas que são da terra;” col 3;1 e 2 Questão de prioridades; nenhum veto os cuidados necessários com a vida aqui.

Natural quem serve a Deus desejar que as boas ações tenham recompensa, assim como, as más. O senso de justiça implantado em cada alma o requer.

Contudo, a excelência é buscarmos ao Senhor pelo que Ele É, não por coisas que dá. Fazer as escolhas certas com o sentimento correto, como ensina Paulo em I Cor 13

Faz parte da fé, primeiro crer de modo irrestrito, manifestando uma confiança sem reservas em Deus. Depois, poderemos também confiar que as escolhas virtuosas serão recompensadas em tempo. “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e é galardoador dos que O buscam.” Heb 11;6

Se alguém se mostrar ressentido por ter uma não retribuição imediata, por certo o fará, em cima de um presumido mérito. Não podemos esquecer que se o Eterno decidisse por um imediatista “bateu levou”, “plantou colheu”, o juízo contra as más obras também seria imediato. Contudo, não é. “Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8;11 Antes de alguém reclamar da “demora” de Deus quanto às recompensas, considere a longanimidade que retarda o merecido juízo.

Quando ensinou aos Seus, O Salvador os chamou a um padrão mais alto que mero mercantilismo, de ser bom para com quem só lhe faz bem, o mau para com os demais.

Das reles trocas na mesma moeda perguntou: “Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo?” Mat 5;46 Aquilo que qualquer ímpio consegue fazer, por certo não é o que foi demandado dos que foram chamados a ser sal da terra e luz do mundo; “Porque vos digo que, se vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos Céus.” Mat 5;20

Antes, dissera: “... Amai vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos Céus; porque faz que Seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos.” Vs 44 e 45

Os que escolhem a justiça como modo de vida, optam por agradar a Deus a despeito do que recebam nessa vida.

Não que as recompensas por um viver assim estejam apenas no além. A boa reputação que geralmente acompanha ao homem íntegro, a paz de espírito que a integridade enseja são de usufruto imediato. Dos que assim não são, A Palavra diz: “Os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar; suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.” Is 57;20 e 21

Quando ímpios prolongam seus dias na injustiça. Não significa a Divina aprovação dos seus passos; antes, O Divino amor esperando que se arrependam e não pereçam.

Seria escárnio ante O Eterno, não fazer justiça no seu tempo. “... Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7 e 8

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

A arte de permanecer


“...Pois que fará o homem que seguir ao rei? O mesmo que outros já fizeram.” Ecl 2;12

Desejar singularidade é compreensível em se tratando de criações artísticas. Expor algo ainda não pensado oxigena a excelência da arte, cujo produto deve visar a exposição do belo; toda a criatividade busca ensejar enlevo; e como um anelo quase impossível à veia criativa mira a excelência da proposição original.

Assim, mais do mesmo não soaria de bom tom, nessa arena. Acontece que, “seguir ao rei” está longe de ser uma arte. É uma postura prudente de quem reconhece como boas as coisas estabelecidas, a ordem social vigente, e acredita que vale empreender esforços para que essa permaneça.

Arruaças em demanda por mudanças, comuns em nossos dias, nos tempos de Salomão, de poder absoluto nas mãos do rei, não eram de bom tom. “Teme ao Senhor, filho meu, e ao rei; não te ponhas com os que buscam mudanças, porque de repente se levantará sua destruição; a ruína de ambos, quem o sabe?” Prov 24;21 e 22

Portanto, ao homem prudente que se dispusesse a seguir ao rei, lhe cabia antes, o ser comedido, mais que, inovador.

A célere marcha tecnológica, patrocina mudanças todos os dias. Cada aparato, por rebuscado que seja, acaba superado por outro mais “hightec”, que, em breves dias também será novamente suplantado. Não seria essa saga, uma advogada imbatível em defesa das mudanças?

Uma distinção é necessária antes de maiores explicações. A mudança de método, não é sinônima de um câmbio de mérito. Os meios podem ser aperfeiçoados diuturnamente, sem que isso signifique mudar os valores, os objetivos.

Uma fraude eletrônica, pode soar mais prática, menos custosa, que um roubo à mão armada. Mas, tanto uma, quanto a outra ação, serão afrontosas a um mandado da Divina Lei: “Não furtarás.” Por esse ou aquele método, o erro será o mesmo. Assim a facilidade dos meios não tem nenhuma ingerência, que altere os fins. Furtar continua sendo um erro.

De igual modo, a difusão do Evangelho, que iniciou oral, depois foi escrito; com a modernidade passou a usar a arte, cinema, teatro, poesia... e agora pode dispor da celeridade da Internet em todas suas nuances. Tudo isso é bom; todos esses meios de difusão acabam sendo ferramentas de grande valor, que permitem o fluxo da Palavra da Vida por diversos meios.

Entretanto, no que tange ao teor do que é veiculado velozmente, nenhuma alteração foi concedida. “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos nele.” Jr 6;16

Nossos melhoramentos tecnológicos que a toda hora se superam são retratos das nossas imperfeições; se, tivéssemos potencial para fazer algo perfeito e esse não seria mais superado. Assim são as coisas Divinas. A Santa Doutrina é perfeita e eficaz para sempre.

Os meios podem cambiar à velocidade da luz; o conteúdo permanece inalterável. “O céu e a terra passarão, mas Minhas Palavras não hão de passar.” Mat 24;35

Somos desafiados à “monotonia” da perseverança na doutrina perfeita do Senhor. A sentença de Salomão naqueles dias, se aplica a isso também; “Pois que fará o homem que seguir ao rei? O mesmo que outros já fizeram.”

Infelizmente os da “teologia liberal” que estão infiltrados em vários espaços do cristianismo, já não se conformam com a “mesmice”; fazem seu barulho “teológico” em demanda por mudanças.

Como o foco desses é agradar ao homem, e os homens modernos preferem alterar à Palavra de Deus a terem suas vidas transformadas por ela, a cada dia aumentam pleitos revisionistas, dos que, sonham em reescrever à Palavra de Deus.

Se, aos que pretendem seguir ao Rei estão previstas as mesmas coisas de sempre, esses modernistas modernizantes assumem, implicitamente, que se recusam a seguir O Rei dos Reis. No máximo, preservarão o rótulo; a essência não lhes interessa, absolutamente.

A diversidade de “mestres” cada um com suas adições e alterações ao gosto do freguês na interpretação da Palavra Divina, tem feito a festa de gente imprudente, que, prefere um engano palatável, a um confronto medicinal.

“Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4;3 e 4

Circula nas redes uma postagem na qual a caneta BIC permanece a mesma desde que foi criada em meados do século passado. “Às vezes é só questão de fazer o básico, bem feito.” Diz na legenda.

Quem pretende seguir ao Senhor aprenda dessa ideia. Sem novidades; apenas, “o mesmo que outros já fizeram.”

domingo, 7 de setembro de 2025

A ousadia da fé



"pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; saiu, sem saber para onde ia.” Heb 11;8

“Pela fé Abraão...”
Assuntos de milênios atrás registrados no primeiro século da era cristã. Deus chamara Abrão, (pai) dizendo que faria dele, Abraão (pai de nações); desde o momento em que ele creu na Divina Promessa, embora o cumprimento estivesse no devir, poderia já chamar a si mesmo como Deus chamara. Pela fé, Abraão.

Deus chama às coisas que não são como se já fossem; quem Nele crer, também pode fazer isso, atinente às Suas promessas.

“... sendo chamado...” Embora, O Eterno possa apreciar eventual voluntarismo para Sua Obra, há casos em que isso enseja mais problemas que soluções. A humana vontade está enferma; tende o homem voluntarioso a confundir seus anseios desorientados com o Divino querer.

Embora, para salvação o chamado deva ser extensivo, inclusivo, “pregai O Evangelho a toda a criatura;” para algum ministério pontual ou um projeto do Eterno, Ele saberá quem, e quando, chamar.

Após o ministério de Paulo, nos trabalhos que ele fundara, alguns foram por conta e produziram confusão, invés de gerar proveito. Desses o concílio apostólico escreveu: “... alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras, transtornaram vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a Lei, não lhes tendo nós dado mandamento...” Atos 15;24

A boa intenção daqueles, sem o Divino chamado era mera temeridade; acabou fazendo danos, invés de dar frutos na obra de Deus. Além do chamado, pois, indispensável certo preparo. “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, e maneja bem a Palavra da Verdade.” II Tim 2;15

“sendo chamado, obedeceu...”
Um chamado de Deus, não deve ser entendido como convite; antes, uma ordem. Jonas tentou se evadir à incumbência de falar por Deus em Nínive e sabemos os meandros da história. Assim, um Divino Chamado além duma grande honra não faz menor, a responsabilidade. Só um completo sem noção se atreveria em algo tão sério sem ser comissionado.

Dado o que está em jogo na peleja espiritual em curso, as vidas de milhares de pessoas, não tem direito, um eventual chamado, de apresentar alguma evasiva, como se tivesse alhures, coisas mais importantes. Quem for convocado a determinada função, lembre-se que está alistado no Exército do Eterno, onde as prioridades devem ser as Dele; “Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra.” II Tim 2;4 Afinal, o objetivo primeiro da fé não pode ser egoísta; “Sem fé é impossível agradar a Deus...” Heb 11.6

“... indo para um lugar...”
embora a fé seja uma disposição espiritual, derivada do relacionamento com Deus, eventualmente tem demandas geográficas; requer movimentos segundo o propósito Daquele que nos chama a andar por ela. Podemos ser enviados a um lugar, não pela paragem em si, mas para exercitar nossa obediência; traço inseparável da fé. Ou, tolhido de outros, como foi Paulo, quando O Senhor o queria na Macedônia. Ver atos 16;6 a 9

“... que havia de receber por herança...” O fato do O Eterno tencionar nos dar algo, não significa que possamos cruzar os braços e esperar que Ele faça tudo; nossa reponsabilidade poderá ir além de confiarmos. Eventualmente, seremos chamados a agir. No caso da conquista da Terra Prometida, os do povo eleito deveriam derrotar aos cananeus; tarefa na qual, O Senhor estaria com eles. Todavia, temeram aos inimigos e duvidaram de Deus. Fraquejaram na fé, deixando a promessa para a geração futura.

Coisas que foram prometidas a Abraão, a maioria delas, foram usufruídas pela sua descendência, não por ele, estritamente. Quem se dispõe a um relacionamento com O Eterno, deve aprender a ver as coisas desde a Divina perspectiva. Como “Deus não é Deus de mortos...” em tempo, o patriarca viu o cumprimento do prometido.

“... saiu sem saber para onde ia.” Embora, como vimos, a fé tenha, eventualmente paragens escolhidas para seu desenrolar, está atrelada mais ao Senhor que às promessas.

Se carecemos que Deus nos mostre uma gama diversa de “sinais” como condição para que “creiamos”, não cremos. A verdadeira fé desfaz as dúvidas atrelada à integridade do Eterno, sem carecer do aval pífio de algum sinal. “... Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram.” Jo 20;29

Somos descendentes espirituais de Abraão, devemos descansar na Divina integridade, mesmo sem o concurso de sinais “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do Seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor e firme-se sobre o seu Deus.” Is 50;10

sábado, 6 de setembro de 2025

Corações sábios



“Ensina-nos a contar nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios.” Sal 90;12

Óbvio que ninguém se tornará sábio apenas contando dias. “Contar nossos dias” significa viver, passar pela vida com uma percepção aguda acerca do que é melhor, para que, no final, tenhamos feito as melhores escolhas.

A busca em demanda da sabedoria é bem antiga; a encontramos desde o livro de Jó. “Onde se achará a sabedoria, onde está o lugar da inteligência? O homem não conhece seu valor; nem ela se acha na terra dos viventes.” Jó 28;12 e 13

Na verdade, a sedução na qual o primeiro casal sucumbiu, foi de receber mais sabedoria. “Sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” Uma das “qualidades” da árvore proibida, aos olhos da seduzida Eva, foi que ela pareceu, “desejável para dar entendimento.” Gn 3;6

Estamos, na presente era, numa situação extremamente privilegiada em relação aos antigos. Eles, no máximo logravam fazer as perguntas certas; “Quem subiu ao céu e desceu? Quem encerrou os ventos nos seus punhos? Quem amarrou as águas numa roupa? Quem estabeleceu todas as extremidades da terra? Qual é Seu nome? Qual é o Nome de Seu Filho, se é que o sabes?” Prov 30;4

Os expoentes de atos heroicos de fé, em tempos idos, não tinham os horizontes que temos; tampouco, as esperanças pelas quais creram se cumpriram em seus dias; seus feitos não foram pequenos; “... venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões, apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fuga os exércitos dos estranhos. As mulheres receberam pela ressurreição os seus mortos; uns foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição; outros experimentaram escárnios e açoites, até cadeias e prisões.” Heb 11;33 a 36

Não obstante sua bravura, ainda não foram galardoados; “Todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa, provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados.” Vs 39 e 40

Todos viveram antes de Cristo, sem conhecimento da Sua Obra Majestosa, sem Seus ensinos sábios e do Novo Testamento. Sobre a vantagem dos que viram a Cristo, O Salvador comentou: “Porque em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não viram; ouvir o que ouvis, e não ouviram.” Mat 13;17

Se, nossa investigação iniciou em busca da sabedoria, como chegamos em Jesus Cristo? É um dito proverbial que ninguém pode dar o que não possui. Pediríamos sabedoria a quem? “Porque o Senhor dá a sabedoria; da Sua Boca vem o conhecimento e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade.” Prov 2;6 e 7

Quando se distingue o dom de Deus como “verdadeira sabedoria”, é por que, simulacros concorrem por aí. Paulo também diferiu a sabedoria de origem Divina, das espertezas terrenas; disse: “Mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da Glória.” I Cor 2;7 e 8

Portanto, se os nossos dias forem contados num modo de viver que honre a Cristo como Senhor e Mestre, há fundadas razões para chegarmos ao fim deles com razoável porção de saber; num modo de viver que valha à pena.

Paulo combatia em oração pelos seus filhos na fé, “Para que os seus corações sejam consolados, estejam unidos em amor, enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus Pai, e de Cristo, em Quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência.” Col 2;2 e 3

Se todos os tesouros estão Nele, onde mais pensaríamos em buscar sabedoria? Ele disse: “Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração; encontrareis descanso para vossas almas.” Mat 11;29

Um jugo costuma ter anexo um peso; no entanto o de Cristo traz descanso às almas por quê? Porque é necessário subjugarmos nossas más inclinações para fruirmos a leveza de um viver espiritual aprovado.

Paulo desenvolveu isso: “subjugo meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira ficar reprovado.” I Cor 9;27

Se nosso alvo for mesmo corações sábios, não, vidas fáceis, pagaremos o preço do caminho estreito, para aprender de Cristo. Quem olha de fora não entende, mas também não conta. “... Se alguém dentre vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio.” I Cor 3;18

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Medo da verdade

 “Todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que saíam da Sua boca; e diziam: Não é este o filho de José?” Luc 4;22

Jesus em Nazaré, cidade onde crescera. Depois de ler um fragmento do Isaías, apresentou o vaticínio como cumprido naquele dia, em Sua pessoa.

Espantados com as palavras que Ele falava, lembravam de que Ele era um morador da aldeia. “Não é este o filho de José?” Não pode que um galo dos nossos cante assim; deve ter algo errado.

Ciente dos desafios, e da rejeição que sofreria, O Salvador se antecipou: “... Sem dúvida Me direis este provérbio: Médico, cura a ti mesmo...” v 23 na parte seguinte do verso, o que significava o citado provérbio: “... faze também aqui na tua pátria tudo que ouvimos ter sido feito em Cafarnaum.”

Se, não teriam grandes expectativas acerca do “filho de José”, que crescera entre eles, tinham sido informados de grandes feitos Dele, na cidade de Cafarnaum. Logo, a “honra” da leitura dos profetas, certamente não fora fortuita; escolheram-no, já informados de sinais operados na referida cidade; sinais, e possível concurso de alguns ensinos. Estavam testando-o.

A má disposição na qual fora recebido, pois, estava longe de lhe ser surpresa; disse: “... Em verdade vos digo que nenhum profeta é bem recebido na sua pátria.” V 24 Até então, apresentara-se como profeta, apenas; como alguém escolhido e ungido pelo Espírito de Deus; mesmo assim, as nuances da rejeição já lhe eram bem visíveis.
Então, alistou dois profetas do Antigo Testamento, que foram rejeitados pelos seus, e serviram de bênçãos para estrangeiros. “Em verdade vos digo que muitas viúvas existiam em Israel nos dias de Elias, quando o céu se cerrou por três anos e seis meses, de sorte que em toda a terra houve grande fome; a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a Sarepta de Sidom, a uma mulher viúva. Muitos leprosos havia em Israel no tempo do profeta Eliseu, e nenhum deles foi purificado, senão Naamã, o sírio.” Vs 25 a 27

Dois profetas de Israel, desconsiderados pelos seus, e usados para abençoar pessoas de outras nações; uma mulher sidônia, e um general sírio.
Quantas igrejas providas de obreiros aptos, idôneos, os ignoram em seus eventos, trazendo de longe ao custo de altos cachês, gente estranha; de moral duvidosa! Isso de um profeta não ser apreciado entre os seus, é um mal que perdura ainda.

Além de dizer que não se costumava receber bem um profeta entre os seus, O Salvador ofereceu exemplos inequívocos.
Qual foi a reação? “Todos, na sinagoga, ouvindo estas coisas, se encheram de ira.” V 28

Quando a exposição da verdade leva alguém à ira, necessária a conclusão que esse não possui um relacionamento sadio com “véritas”. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20

A falta de argumentos contraditórios, quando, a vontade de contradizer é maior que outra qualquer, acaba ensejando um abalo emocional. Tal lapso de recursos dá espaço aos “argumentos ad hominem”. Não podendo combater aos ensinos, combatem à pessoa.
Na verdade, queriam um pouco mais que ataques pessoais contra O Senhor; desejaram matá-lo. “Levantando-se, o expulsaram da cidade, o levaram até ao cume do monte em que a cidade deles estava edificada, para dali o precipitarem. Ele, porém, passando pelo meio deles, retirou-se.” Vs 29 e 30

Pretendiam jogar ao Senhor do precipício; mas, aproveitando o tumulto Ele evadiu-se das suas mãos.

É fácil cantar loas a valores estabelecidos, como justiça, verdade, democracia, liberdade... difícil é quando, a livre expressão desses, eventualmente, nos desnuda; podemos já não defendê-los com a mesma ênfase, as mesmas certezas.

A rigor a inversão de valores grassa a partir disso. Quando interesses rasos, melindres periféricos recebem maior atenção que as coisas como são; os homens avessos a mudar, segundo a verdade, pervertem as coisas preservando os rótulos estabelecidos e alternando a essência dos mesmos. “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem, mal; que fazem das trevas luz, da luz, trevas; fazem do amargo doce, e do doce, amargo!” Is 5;20

A Palavra de Deus genuína nunca nos será palatável, sempre nos confrontará, por causa do concurso da nossa natureza carnal; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7

A tentativa inglória de ocultarmos esqueletos no armário, ante O Senhor não funciona. A prosperidade material até pode se dar, ao de maus passos; a espiritual, jamais. “O que encobre suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov 28;13

Os benditos frutos



“... Eis que há três anos venho procurar fruto nesta figueira, e não acho. Corta-a; por que ocupa ainda a terra inutilmente? Respondendo ele, disse-lhe: Senhor, deixa-a este ano, até que eu a escave e esterque; se der fruto, ficará, se não, depois a mandarás cortar.” Luc 13;7 a 9

O dono das terras possuía uma vinha. Sua produção em escala comercial era de derivados da uva. Entretanto, no meio das videiras havia uma figueira, da qual, o dono também desejava os frutos.

O fato de alguém ser diferente da maioria, sem aptidões para pregar, talento para cantar, perspicácia para dirigir, ainda assim, há frutos que pode e deve produzir para agradar ao Senhor.

“Por que ocupa a terra inutilmente?” Aquele que criou à Terra, O Eterno, tem total direito de exigir que os que residem nela exibam algum tipo de utilidade, de propósito. Os dons espirituais, aliás, são distribuídos com esse fim; “A manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.” I Cor 12;7

As pessoas frustradas, tendem a pensar que a vida lhes deve; que vieram para ser paparicadas bem-sucedidas, felizes. À menor cobrança de responsabilidade, não poucos se eximem de modo desaforado: “Não pedi para nascer.” Eis, sua “defesa” do indigno viver!

Que cada um atue como aprouver, alheio às consequências, é permitido alhures; mas, nos que fazem profissão de servir e desejam conhecer ao Senhor, a relação é um pouco mais estrita.

Pois, antes dos nossos anseios particulares, os legítimos anelos do Criador precisam ser considerados. Nos plantou para que demos frutos, por certo tem razões para estar decepcionado, encontrando-nos privados desses.

Há uma responsabilidade especial, pois, dos que “estão plantados” na Casa do Senhor, a congregação dos salvos, na denominação que for; onde, todos são chamados a serem frutíferos para Deus.

“O justo florescerá como a palmeira; crescerá como o cedro no Líbano. Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e vigorosos, para anunciar que o Senhor é reto. Ele é minha Rocha Nele não há injustiça.” Sal 92;12 a 15 Se, até de árvores velhas O Senhor espera obter frutos, pois.

Então, passados três anos de espera vã, O Senhor da vinha pensava em cortar à figueira. Mas, surgiu um bendito intercessor; “Senhor, deixa-a este ano, até que eu a escave e esterque; se der fruto, ficará, se não, depois a mandarás cortar.” Ah, o valor da oração intercessória!

Certa vez O Eterno afirmou que se tivesse achado um intercessor apenas pelo seu povo ele teria sido poupado do juízo. “Busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, estivesse na brecha perante Mim por esta terra, para que Eu não a destruísse; porém a ninguém achei.” Ez 22;30

O intercessor não apenas rogou ao senhor da vinha em favor da figueira infrutífera; antes se comprometeu a ajudá-la. Ia escavar nas suas raízes, estercá-la. Com um toque de adubo orgânico, talvez começasse a frutificar.

Infelizmente, grande parte da esterilidade espiritual da presente geração deriva das raízes ruins, nas quais está firmada. Uma “teologia” adoecida, alienada da Divina vontade.

Ás vezes, desejos de prosperidade tomam o lugar da necessária santidade; mensagens humanistas, antropocêntricas, motivacionais, usurpam o lugar da Palavra da vida. Como poderiam dar frutos para Deus aqueles que são acoroçoados ao egoísmo?

A Palavra do Eterno, nada perdeu em sua Santa eficácia; “Porque, assim como desce a chuva e a neve dos céus, para lá não tornam, mas regam a terra, a fazem produzir, brotar, dar semente ao semeador e pão ao que come, assim será a Minha Palavra, que sair da Minha Boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, prosperará naquilo para que a enviei.” Is 55;10 e 11

O Salvador foi categórico sobre o propósito para o qual nos chamou: “Não me escolhestes vós a Mim, mas Eu vos escolhi e nomeei, para que vades e deis fruto, e vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em Meu nome pedirdes ao Pai ele vos conceda.” Jo 15;16 

Assim, antes de “colhermos” as bênçãos do Pai, devemos frutificar de modo que Ele colha o que espera das nossas vidas. Da videira da Antiga Aliança reclamou decepcionado: “Que mais se podia fazer à minha vinha, que Eu lhe não tenha feito? Por que, esperando que desse uvas boas, veio a dar uvas bravas?” Is 5;4

Cada vez que chega ao nosso espírito uma mensagem falada, escrita, que nos faz meditar a respeito, é como se O Senhor adubasse nossas raízes. “... Hoje, se ouvirdes Sua Voz, não endureçais os vossos corações...” Heb 3;15

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Mestres no escuro


“Porque Eu quero misericórdia, não sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais que holocaustos.” Os 6.6

Entendermos o real teor disso, pode nos livrar de uma série de incompreensões.

A Divina vontade não está estabelecendo uma coisa, misericórdia, e banindo outra; o sacrifício. Antes, está apresentando a prioridade, acerca dos relacionamentos interpessoais aos quais somos chamados.

Afinal mesmo após a Majestosa Vitória de Cristo, ainda resta um sacrifício que cada salvo deve fazer, para viver de forma agradável ao Senhor. Ele chamou de “caminho estreito.”

A “imolação” das próprias tendências pecaminosas, a “mortificação da carne” na cruz; ou, como desafiou Paulo: “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” Rom 12;1

Logo, “não o sacrifício”, não tolhe seu valor nem o elimina; apenas, significa, não, prioritariamente.

Nos dois primeiros embates do Senhor com os Fariseus, registrados por Mateus, esse verso foi usado como diatribe à ignorância deles. A primeira acusação dos “Justos”, foi que O Senhor não mantinha distância segura em relação aos pecadores; pior, assentava-se com eles. “Os fariseus, vendo isto, disseram aos Seus discípulos: Por que come vosso Mestre com publicanos e pecadores?” Mat 9;11

“Jesus, porém, ouvindo, disse-lhes: Não necessitam de médico os sãos, mas, os doentes. Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não sacrifício. Porque Eu não vim a chamar justos, mas pecadores, ao arrependimento.” Vs;12 e 13

Para quem se pretendia lumiar espiritual, em meio aos pecadores, receber ordem de aprender o significado das Escrituras das quais, se diziam mestres, deve ter ferido fundo o orgulho deles.

Quando alguém se sacrifica, buscando maior consagração, jejuando, meditando, estudando, não significa que isso seja um erro; longe disso. Certo ascetismo relativo aos prazeres e maior aprofundamento espiritual pode nos melhorar para os necessários embates.

O problema acontece, quando, aquilo que deveria ser uma escola a me capacitar para melhor servir, se torna um fim, fazendo eu me sentir melhor que outros por isso. Se me sacrifico para melhor servir ao próximo, ainda será a misericórdia meu motivo. Se o faço apenas por vazia ostentação, não passo dum egoísta desejando aplausos. A diferença está nisso, entre pensar no próximo ou apenas em si.

Adiante, O Salvador usou o mesmo texto noutro embate: “... Eis que teus discípulos fazem o que não é lícito fazer num sábado. Ele, porém, lhes disse: Não tendes lido o que fez Davi, quando teve fome, ele e os que com ele estavam? Como entrou na casa de Deus, e comeu os pães da proposição, que não lhe era lícito comer, nem aos que com ele estavam, mas só aos sacerdotes? Ou não tendes lido na Lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado, e ficam sem culpa? Pois Eu vos digo que está aqui quem é maior que o templo. Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes.” Mat 12;2 a 7

Outra vez a humilhante reprimenda aos “mestres”, “Não tendes lido... se soubésseis o que significa...”

De longe a impressão que dá é que aqueles “comiam sem mastigar” à Palavra de Deus; invés de buscarem as transformações que ela opera em quem a ouve, tinham pressa de se apresentarem como juízes de terceiros, sem sequer terem entendido os fundamentos da fé que professavam.

Quando O Salvador curou um paralítico que sofria havia 38 anos, num leito, num dia de sábado, invés de se alegrarem com tamanha misericórdia manifesta, censuraram à ”desobediência” do que, finalmente podia andar, levando seu leito.

“Por esta causa os judeus perseguiram Jesus e procuravam matá-lo, porque fazia estas coisas no sábado.” Jo 5;16 Sua falta de relação com a misericórdia era tanta, que viram numa espetacular manifestação dessa, um “crime” de morte. A cegueira religiosa fazia ritos, mais importantes que pessoas.

Certo que, A Palavra foi figurada como sendo a Espada do Espírito. Mas, antes, temos o cinto da verdade, a couraça da justiça, escudo da fé, capacete da salvação e o calçado da preparação do Evangelho. Ef 6;14 a 17 Devemos ser salvos invés de juízes; depois, poderemos apresentar ao Salvador com verdade.

Assim, antes de usarmos à Palavra como arma para ferir a outrem, usemos como sabão sobre nossas próprias almas. Afinal, o Ministério do Senhor também foi apresentado desse modo: “... Porque Ele será como fogo do ourives e como sabão dos lavandeiros.” Ml 3;2

Na primeira figura, derrete metais para retirar escórias; na segunda, esfrega firme o tecido das nossas almas para remoção das suas máculas.

Cada tentação é uma oportunidade da qual poderemos sair vitoriosos por amor a Cristo. Ide e aprendei o que significa.

Os bipolares



“Examinais as Escrituras, porque pensais ter nelas a vida eterna, são elas que de Mim testificam; e não quereis vir a Mim para terdes vida.” Jo 5;39 e 40

Essa bipolaridade dá o que pensar. Se, aqueles examinavam às Escrituras buscando pela vida eterna; o Príncipe da Vida viera a eles e se recusavam a recebê-lo, agiam como se, ora quisessem à bênção; outra, não mais.

Talvez a desejassem às suas maneiras, não à maneira de Deus. Paulo interpretou: “Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, procurando estabelecer sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus. Porque o fim da Lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê.” Rom 10;3 e 4

Pesa o apego dogmático, superficial, pretendendo a imposição das diletas maneiras, invés de humildemente buscarmos a compreensão de Deus.

Eles eram zelosos de Deus; todavia, sem a luz necessária. “Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento.” Rom 10;2

Escrevendo aos coríntios, Paulo usou uma pitada de ironia, chamado o caminho escolhido pelo Eterno, de loucura; “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua Sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;21

Não que não seja lícito termos, eventualmente, nossas predileções; todavia, quando essas se chocarem com a Divina direção, não venhamos ceder a um apego fanático, recrudescendo no erro. Muitos se atêm a dogmas, tradições religiosas, desprezando ao Senhor da vida como Ele se revelou, infelizmente.

Embora, Deus seja Grandioso em perdoar e em manifestar Sua misericórdia, a salvação graciosamente oferecida terá que acontecer nos Divinos termos, ou, jamais acontecerá. “O que Me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1;33

Uma coisa é suprir graciosamente nossas necessidades; outra seria supormos que Ele, abriria mão dos Seus Eternos Decretos, para encaixar algo em nossas efêmeras vontades.

Os que frequentam igrejas acreditando receber nelas a Cristo, O Príncipe da Vida, se mostrando refratários à plenitude da Sua Doutrina e necessárias correções, também oscilam numa bipolaridade pendular, de quem quer algo, mas não ousa recebê-lo como é dado.

Assim agem os que pretendem “editar” à Palavra para encaixar seus pecados de estimação. Querem muito uma igreja, pouco, ao Senhor.

“O fim da Lei é Cristo”, não está advogando a ausência de lei, libertinagem; “estamos na graça, podemos tudo” como devaneiam incautos. “O dízimo era da Lei, - comemoram os avarentos – estamos na Graça.” Sua resposta à Divina Graça é pífia, doentia, materialista, mentirosa.

O fim, no argumento paulino, significa objetivo, não, término. A Lei foi dada revelando nossos pecados, para que entendamos por ela, o quanto carecemos do Salvador. “De maneira que a Lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo...” Gál 3;24

Ele eliminou a necessidade de sacrifícios oferecendo a Si mesmo; sintetizou os dez mandamentos em dois; advertiu do risco duma compreensão superficial, meramente da letra; sobretudo, nos mandamentos de não matar e não cobiçar; assim, Seus ensinos são a Nova Lei, pala qual devem aprender a viver os que pretendem pertencer a Ele. “... não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da Lei de Cristo...” I Cor 9;21

Deu O Espírito Santo a cada convertido, para conduzi-lo sem necessidade de um rígido código. “Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei.” Heb 7;12 Diz mais: “Esta é a aliança que depois daqueles dias Farei com a casa de Israel, diz o Senhor; Porei Minhas Leis no seu entendimento, em seu coração as escreverei; Eu lhes serei por Deus, eles Me serão por povo;” Heb 8;10

A sensibilidade de quem ouve e voluntariedade de quem se submete ao Bendito Consolador, é chamado de “andar em espírito.” Quem assim faz, não precisam temer a lei nenhuma. “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Rom 8;1 e 2

Como então, muitos, ainda, pertinho do Senhor da Vida, perecem pelo devaneio de desejarem as coisas às suas maneiras. Sempre que decidirmos investigar algo, devemos fazer, de tal modo desarmados, que estejamos prontos a descobrir coisas contrárias aos nossos credos. Quando acontecer termos a ousadia de mudar em direção à luz recebida.

Aquele que não o faz nessa disposição, a rigor, não investiga; apenas pesquisa onde pode melhor ancorar o barco das suas predileções. É fácil se aproximar do Salvador; Ele é acessível; é difícil fazer com verdade, pois, requer a eliminação dum ídolo entranhado, o ego. “Negue a si mesmo.”

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Reféns da "libertação"



“... Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

Infelizmente, tenho visto muitas cenas dos tais cultos de “libertação”, onde, o ministro revela e desfaz supostas macumbas, contra as vítimas do canhoto que vão a ele buscando socorro.

As pessoas são “reveladas” e após breve hipnose caem no chão, de onde levantam “livres” dos males. Assim fazem parecer os obreiros do engano que aprisionam suas vítimas, com esse chorume espiritual, invés de anunciarem a Palavra da Vida.

Benny Hinn fazia melhor seu teatro; derrubava muitos apenas acenando seu casaco contra as pessoas. Já participei de cultos assim, onde dezenas caem; depois de serem “libertas” levantam retornam às suas casas e seguem a mesma vidinha miserável de antes.

Invés de pregarem ao Evangelho, esses “obreiros” têm o “dom do tombo”. Derrubam pessoas por algum poder maligno, “revelam” feitiços, e “proíbem” a ação do inimigo contra aquelas vidas. Dá asco!

É mui conveniente ao homem, dado à promiscuidade, às drogas, furtos e vícios afins, “descobrir” que, aquilo tudo lhe acontece porque foi feita uma macumba contra ele. No fundo, ele é inocente. Não é assim!

Embora o exorcismo faça parte, eventualmente, do ministério cristão, há alguns registros de Jesus praticando-o, não é o normal; tampouco, o cerne da atuação de quem foi chamado a pregar O Evangelho.

Como vimos, o que liberta às pessoas é o conhecimento da Verdade, nas Palavras de Jesus Cristo. É mais fácil fazer uma sessão de tombos e revelagens, que uma sóbria ministração da Palavra do Senhor. Essa requer oração, estudo, pesquisa, prática, comunhão.

Como chegará alguém, ao estágio dito no salmo primeiro, de meditar na Lei do Senhor de dia e de noite, se, tudo o que aprende nesses lugares tem a ver com coisas espúrias, sem nenhum nexo com a Palavra do Salvador? Irá meditar em quê?

A vera libertação passa longe de deitar hipnotizado por alguns minutos, depois levantar “curado” e volver à mediocridade ordinária.

A que Jesus Cristo Opera pelo Seu Espírito e Sua Palavra, salta aos olhos; mesmo sem ser mencionada, apenas sendo vista já se torna uma poderosa pregação. “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos. Pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos o verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40;2 e 3

Lembro de estar num culto na zona sul de Porto Alegre há muitos anos, onde foi “pregar” um sujeito que soprava e derrubava às pessoas. Era sensação daquele momento por lá.

Embora imaturo, não senti paz naquilo. O sujeito ia soprando e as pessoas caindo para trás. Enquanto caminhava em minha direção, orei: “Senhor, se isso procede de ti, seja feito; senão, não permito que nenhuma sugestão espúria de mim se aproxime.” O sujeito “poderoso” chegou onde eu estava, olhou-me nos olhos e saiu sem soprar. Não sei o que viu, ou, não viu. Porém, assim foi.

Essas bagunças em geral tomam enorme tempo, que poderia ser muito bem utilizado pregando à Palavra de Deus.

Aliás, os ministérios de ensino visam exatamente isso; que sejamos edificados de tal modo, a não sermos mais vitimados por doutrinas espúrias. “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em redor por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia agem fraudulosamente.” Ef 4;14

Enfim, embora haja muitos casos genuínos de possessão demoníaca que devem ser tratados como tais, o que deve ser oferecido, via de regra, aos pecadores, é a cruz. O “negue a si mesmo”, mude de vida, deixando ao Senhor, doravante, as rédeas.

Enquanto isso não acontecer, com macumba ou sem, continuaremos escravos de nossa perversa inclinação que peca desde a queda. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, e nem pode ser.” Rom 8;7

Portanto, quando virmos um poderoso “libertador” com o dom do tombo mais atuante que o da Palavra, tenhamos certeza de que estaremos diante de uma fraude, de um espertalhão cujo serviço não acrescenta nada ao Reino de Deus.

Geralmente, a falta de Paladar para a Palavra do Santo, é que enseja espaço e esses fraudadores. Essa doença vem de largos dias, infelizmente. “... eis que a palavra do Senhor é para eles coisa vergonhosa, e não gostam dela.” Jr 6;10

O endemoninhado gadareno que O Salvador libertou de uma legião maligna, foi algo espantoso. Todos testemunharam e ele virou pregador, invés de volver à rotina antiga. “Ele foi, e começou a anunciar em Decápolis quão grandes coisas Jesus lhe fizera; e todos se maravilharam.” Mc 5;20

Nova mente



“Vos renoveis no espírito da vossa mente;” Ef 4;23

Além de deixar as práticas antigas onde viveram antes de Cristo, adotar uma nova maneira de pensar. Sendo os pensamentos os primeiros passos das ações, para que mudemos nosso agir, indispensável mudarmos também nosso modo de pensar.

Tendemos ao “efeito manada” onde, o que a maioria faz, acaba “normatizando” o comportamento social. Em Cristo somos chamados a dizer um sonoro não! ao jeito mundano; invés de anelar pelo encaixe, somos desafiados ao confronto; viver expondo valores Divinos na face desse sistema que “jaz no maligno.”

Isso demandará do fiel, abdicar duma série de práticas. Foi desafiado a empunhar uma cruz, não um rótulo. Ouçamos Paulo: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

A palavra “conformar” pode ter duplo sentido; dependerá do contexto. Pode significar resignar-se a uma perda; ou, assumir a forma de. No texto que Paulo exorta a não nos conformarmos com o mundo, sugere que sejamos transformados por uma nova disposição mental, que nos levará a conhecermos a vontade de Deus.

Logo, o sentido aqui é, não andem conforme o mundo anda; não assumam sua forma, seu “normal”.

Há pouco deparei com uma postagem que me irritou um pouco, onde coloquei um comentário meio avesso. Dizia: “Telefone de homem é como time de futebol; tem as titulares, as reservas, as que estão sob cuidados e as que esperam ser convocadas.”

Escrevi que em meu tem apenas a minha esposa, e ela sabe a senha de tudo que tenho; que aquela definição não se tratava de um homem, mas de galinhagem, promiscuidade, vida vazia.

Não faltará um para dizer nos comentários que eu sou moralista, enviesado que era apenas uma tirada bem humorada. Sabemos que não é assim. Esse mundo padece falta de vergonha na cara, inversão de valores, cultua vícios, quase, como se fossem virtudes.

Quem tiver pruridos vários por medo de receber reprovação, maiores que seu amor pela verdade e pelo Salvador, se omitirá. Como não dou a mínima nem para aplausos nem para vaias, mas me interesso muito em que Jesus Cristo e Seus ensinos sejam conhecidos, digo o que penso e prossigo.

Lembro trecho de um diálogo do “Banquete” de Platão, onde alguns filósofos se assentaram à uma mesa e concordaram em falar todos, sobre o amor. Entre eles estava o grande Sócrates. Agatão, teatrólogo que na noite anterior levara a plateia ao delírio com seu espetáculo, quando chegou sua vez de falar disse que estava nervoso, encabulado.

Alguém objetou: Como assim? Ontem levastes centenas de pessoas a aplaudi-lo frenéticas tens medo de quê? A multidão é ignorante, disse ele; todo o homem ajuizado, teme mais o escrutínio de meia dúzia de sábios, que desfilar diante de uma plebe de tolos.

Para nós que fomos chamados por Cristo, os pareceres da multidão de desregrados, deve receber um apreço semelhante. O que os outros vão pensar ou dizer das nossas escolhas, tem a ver com o que eles são; não, com o que, essas escolhas significam, necessariamente.

Fomos chamados a deixar nossas rasas maneiras de pensar em prol das Divinas, e O Eterno explica o porquê: “Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os Meus caminhos, diz o Senhor. Porque assim como os Céus são mais altos que a Terra, são os Meus caminhos mais altos do que os vossos, e os Meus pensamentos mais altos que os vossos.” Is 55;8 e 9

Essa mudança de pensamentos, por outros infinitamente mais nobres, necessariamente fará com que mudemos nosso agir após a conversão. “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6;4

Vemos, pois, que a “nova disposição mental” progride para “novidade de vida.” Os pensamentos pautam o agir.

Por isso a batalha espiritual ocorre dentro das mentes; de um lado o canhoto tentando nivelar a todos por baixo; de outro O Espírito Santo, tentando nos ensinar os pensamentos de Deus.

Quem foi convocado a isso terá trabalho sempre que a mentira for colocada em relevo. “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4 e 5

terça-feira, 2 de setembro de 2025

A temperança

“... pondo nisto mesmo toda diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, à virtude a ciência, à ciência a temperança e à temperança a paciência...” I Ped 2;5 e 6

Dentre as qualidades aconselhadas por Pedro, vou me ater à temperança.

O que é um homem temperante? Alguém moderado, comedido, prudente, parcimonioso, equilibrado. A falta dessa virtude leva a exageros; de um lado patrocina o fanatismo; de outro, pode ensejar o ceticismo de negar a Deus, malgrado, as gritantes evidências.

Naturais as punções em direção à fé e à dúvida. Nada de errado em seres dotados de cérebros, que foram criados para ser usados.

Porém, é comum vermos pessoas pegando premissas verdadeiras, e por falta de temperança, arrastando-as a conclusões desastrosas. Que o sal é bom, indispensável à boa mesa, ninguém duvida. No entanto, caso não seja administrado na justa medida, estragará o alimento. Spurgeon dizia: “Uma coisa boa não é boa, fora do seu lugar.” Nesse caso, fora da sua medida.

“Deus não precisa dinheiro”; verdade. Ele mesmo diz: “Se tivesse fome, não te diria, pois Meu é o mundo e toda sua plenitude.” Sal 50;12 Soa obtuso como o sujeito que disse: “Não estou preocupado com a Petrobrás; eu não como petróleo.”

Os “bens” que O Eterno busca dentre os Seus, são afetivos; os que se apegam em materiais mais do que amam Ele, quando testados nessas coisas verão claramente a própria nudez. O Eterno não os desnuda para envergonhar; antes para que entendam que carecem ser revestidos.

“Não habita em templos feitos pelo homem”; outra afirmação verdadeira. O Salvador ensina: “... Se alguém Me ama, guardará Minha Palavra; Meu Pai o amará; viremos para ele e faremos nele morada.” Jo 14;23

Escudados nessa verdade, alguns defensores dos “desigrejados” extremam tanto, que, se revoltam contra a ideia de congregarmos nalgum templo; fazem parecer que os frequentamos porque Deus moraria lá; nada pode ser mais estúpido. Cultuamos a Deus em união, como Ele disse que deve ser. Sal 133

“Dízimo era coisa da lei; vivemos na Graça”. Aqui nem é questão de temperança, mas de erro de interpretação. O dízimo começou com Abraão, alguns séculos antes da Lei. Foi normatizado nos dias de Moisés, para sustento da tribo de Levi, a “Igreja” daqueles dias.

O que fica nas entrelinhas é que, somente se formos obrigados a algo, o faremos; se Deus nos deixar liberdade de escolha, escolheremos o amor ao dinheiro. Que vergonha!! O mau uso que alguns fazem é outro problema; a falta de transparência é para ser combatida.

“Guardam os mandamentos”; essa postura em particular é dos adventistas; se acham o remanescente fiel. O Apocalipse apresenta o dragão indo “... fazer guerra ao remanescente... que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo.” Apoc 12;17

Os mandamentos para eles, são os dez. Jesus reduziu a dois e liberou da guarda do sábado; eles resistem. Se lessem Gálatas e Hebreus com um pouco de luz... O Espírito de profecia, segundo eles, atuou em Ellen White, que teria escrito textos complementares iluminada por Ele.

Jesus ensinou diferente; “Mas, quando vier o Consolador, que Eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, Ele testificará de mim.” Jo 15;26 O Testemunho de Jesus é Obra do Espírito Santo.

“Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” II Ped 1;21

Uma interpretação melhor temperada livraria aos adventistas de erros grosseiros.

“Pedro foi o primeiro Papa”
. Também um destempero teológico, ensejando mais um exclusivismo de salvação institucional invés de o ser, conforma a Palavra, na pessoa Bendita de Jesus Cristo.

Caso a afirmação da Igreja edificada sobre certa “Pedra” soe ambígua, se seria sobre Pedro, ou sobre a afirmação de Pedro que Jesus É O Cristo, Filho de Deus, basta investigar outros textos paralelos. Sobre a ausência de chefões humanos O Salvador disse: “... seus grandes usam de autoridade sobre elas; mas entre vós não será assim...” Mc 10;42 e 43

Na hipótese de ainda restar alguma dúvida acerca da questão, ouçamos o próprio Pedro: “Chegando-vos para Ele, (Cristo) Pedra Viva, reprovada, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa.” I Ped 2;4

Enfim, a temperança requer interpretarmos à Palavra, sem contorcionismos desonestos tentando fazer com que diga o que não diz.

Pedro ensina que seremos conhecidos pela fé, não por uma instituição. “... Eis que ponho em Sião a Pedra principal da esquina, eleita e preciosa; quem nela crer não será confundido.” I Ped 2;6 Se a Pedra Angular da Igreja foi posta em Sião, por que foi parar em Roma?