terça-feira, 30 de setembro de 2025

Tempo de misericórdia

 

“As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque Suas misericórdias não têm fim; novas são cada manhã...” Lam 3;22 e 23

Jeremias apresentou essa qualidade Divina como natural. Como o nascer do sol, a novidade que se repete cada manhã. Não estava aludindo a um modo de agir de Deus; antes, a uma nuance do Divino Ser. Deus é misericordioso sempre. Até quando castiga.

Habacuque, antevendo uma severa situação de juízo, orou nesses termos: “... na Tua ira lembra-te da misericórdia.” Hac 3;2

A Palavra não apresenta a ira como parte da Divindade. Os movimentos emocionais do Santo são bem estabelecidos, em face dos motivos que os despertam; “Tu amas a justiça e odeias a impiedade...” sal 45;7

Invés duma repetição cíclica, como apresentou a misericórdia, a manifestação da ira espera por um dia específico. Advertiu Paulo aos que viviam impiamente; “Segundo tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;” Rom 2;5

Embora, pontualmente, a ira Santa acenda todos os dias, por causa de resiliência humana na maldade, “Deus é Juiz Justo, um Deus que se ira todos os dias.” Sal 7;11 Nessas situações, lembra-se da misericórdia, como orou Habacuque; age em longanimidade; embora, o ímpio entenda mal esse rasgo da misericórdia que espera por eventual arrependimento e mudança; dele abusa em prejuízo próprio. “Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8;11

Quando Jeremias escreveu assegurando da Divina misericórdia que se renova diariamente, o fez num cenário de total devastação da cidade e do templo. Jerusalém se encontrava em ruínas; passeando sôfrego entre elas, o profeta das lágrimas ainda conseguia ver nuances da bondade Divina. Ele estava vivo, apesar de tudo e a grande maioria do povo, também; embora tivessem sido levados cativos para Babilônia.

Poderia ser pior, pensou; poderíamos ter sidos destruídos, mas a Divina graça não permitiu. “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos...”

O mesmo Jeremias fora instrumento de reiteradas mensagens exortando ao arrependimento, para que o juízo que então se ameçava, não fosse necessário. Quando cansara de falar à “raia miúda” não sendo ouvido, decidiu buscar pelos líderes, esperando que com esses fosse diferente, mas se decepcionara; “... estes são pobres; são loucos, pois, não sabem o caminho do Senhor, nem o juízo do seu Deus. Irei aos grandes, e falarei com eles; porque eles sabem o caminho do Senhor, o juízo do seu Deus; mas estes juntamente quebraram o jugo, romperam as ataduras.” Cap 5, vs 4 e 5

Ninguém melhor que ele sabia, que o juízo ainda tinha saído barato, poupando a um povo tão rebelde da destruição, e deixando uma janela futura aberta para a vindoura restauração.

Em geral, costumamos ver a Bondade Divina quando as coisas acontecem conforme desejamos; no entanto, mesmo em momentos adversos, Deus não muda Seu Ser. Até nesses nos abençoa, como ensina Paulo: “Sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo Seu propósito.” Rom 8;28

Eventualmente, O Eterno acena com Sua Ira, para que consideremos quão grave é o pecado, e dele nos apartemos, como se deu em Nínive nos dias de Jonas. O Senhor enviara dura mensagem de juízo; dado o arrependimento e mudança dos ninivitas, tratou-os em misericórdia.

Somos chamados em Cristo a sermos também misericordiosos para com aqueles que falharam conosco e se arrependeram; como disse Tiago: “Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa do juízo.” Tg 2;13

No nosso caso a misericórdia não é parte do nosso ser; em geral somos vingativos; mas é um aprendizado que carecemos adquirir.

A bondade Divina sempre terá um espaço acolhedor para quem reconhecer suas falhas, se arrepender e buscar perdão. 

Misericórdia, pois, não é licença para pecar; antes, leniência gratuita para quem pecou e se arrependeu. Demanda uma mudança de atitude como testemunha de que o arrependimento é veraz; “Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque os Meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55.7 e 8

“Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia”. Mat 5;7 Se, é vero que a misericórdia Divina se renova diariamente, também é, que, estará de férias no dia do juízo. “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.” Is 55;6

O discurso grave do amor


“Porque teus inimigos fazem tumulto, os que te odeiam levantaram a cabeça. Tomaram astuto conselho contra Teu povo; consultaram contra os Teus escondidos. Disseram: Vinde e desarraiguemo-los para que não sejam nação, nem haja mais memória do nome de Israel.” Sal 83;2 a 4

Grassam denúncias contra os tais “discursos de ódio”, que seriam feitos pelos cristãos. A simples defesa do que acreditamos, e a aversão a determinadas posturas contrárias ao ensino da Palavra de Deus, seria nosso “ódio”, que, disseminaríamos contra os que pensam diferente. A divergência, presto é adjetivada como intolerância, violência; será mesmo assim?

Acima, temos uma breve demonstração do ódio das nações vizinhas ao povo de Israel. Invés de um compilado de discursos discordando desse ou daquele ponto, os que os odiavam apregoavam sua destruição. “... desarraiguemo-los para que não sejam nação...”

Além do ódio como “motor”, tinham a pilhagem dos bens, como segundo motivo; “... Tomemos para nós as casas de Deus em possessão.” V 12

Muito do que se camufla em ideologia, filosofia, fé, tem as posses como real motivo, vergonhosamente.

Há poucos dias o conservador Charlie Kirk foi assassinado, como todos sabem, em Utah, USA; ele seria um difusor de tais discursos. Sempre se dispôs ao debate com quer que fosse; ateu, feminista, gay, islâmico... tolerava toda sorte de discordâncias; muitas, ofensivas, até, sem nunca ofender; apenas discordava, ancorado em sua fé.

Inegável que alguns dos seus oponentes acabavam envergonhados nos debates, não porque esse fosse o objetivo de Charlie; antes, porque defendendo posições insustentáveis, eventualmente, suas incongruências é que os colocavam em maus lençóis, não, eventual ódio de quem os confrontava.

Desconheço um cristão genuíno que pregue a extinção de quem quer que seja. Discordar de uma postura e avisar disso abertamente, por crer que ela induz seu praticante à perdição, é uma eloquente forma de amor. Acaso um pai, quando atua visando afastar um filho das drogas, o faz por ódio? Não é justamente seu amor paterno que o leva a confrontar as escolhas do filho, e na medida do possível dissuadi-lo?

Os que supostamente combatem tais discursos, usam qual antídoto? Perguntemos a um estudante primário, qual o oposto do ódio; certamente apontará seu dedo para o amor. É assim que os que discordam dos conservadores os têm confrontado? Tivemos atentado contra Bolsonaro, Trump, Charlie Kirk... todos intentando ceifar as vidas; o último, conseguiram.

Não parece uma maneira estúpida de combater ao ódio? Na ONU, Lula, em seu discurso exortou à necessidade do “multilateralismo”; pois, quando Netanyahu subiu a falar representando Israel, nossa delegação e de todos os países igualmente “amorosos” saíram do ambiente para não ouvir ao premiê israelense. Quem se mostrou intolerante e avesso ao diálogo multilateral?

Odiar ao povo escolhido por Deus nunca foi uma opção sábia; ao patriarca Abraão, quando o chamou, O Eterno prometeu: “Abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra.” Gn 12;3

Isso não significa, necessariamente, concordarmos com tudo o que Israel faz. Agora, nos alinharmos a terroristas, comprarmos sem análise às narrativas fajutas de uma mídia majoritariamente dominada pelos globalistas amorais, seria insano.

A ONU surgiu de um pacto internacional após a segunda guerra mundial, visando justamente tolher a existência de genocídios como o infringido contra os judeus, então; como se tornou um antro de intolerância e caixa de ressonância de posturas indignas, contra aquele povo?

Na verdade, esse é o grande “mal” que o conservadorismo faz a um mundo de valores voláteis, que se movem nas asas dos interesses. Nós continuamos a chamar às coisas pelos seus nomes, a despeito das narrativas convenientes dos que não as querem mais, daquele modo.

O Salvador ensinou o motivo pelo qual alguns querem distância Dele: “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20

Como esses escolheram agir de modo réprobo, precisam redefinir às coisas para soem palatáveis; então, “... ao mal chamam, bem; ao bem, mal; fazem das trevas, luz; da luz, trevas; fazem do amargo, doce; e do doce, amargo!” Is 5;20

Como nos recusamos a adotar suas inovações, afinal, somos conservadores, nossa resiliência em defesa da verdade é redefinida como ódio. Ao bem, chamam, mal.

Respeitamos todas as escolhas, mesmo discordando frontalmente. Apenas, queremos o direito, o mesmo que oferecemos a todos, de expressar livremente nossa visão de mundo. Nosso discurso certamente traz um contraponto; jamais, ódio.

Temos compromisso com O Santo, vetando que nos amoldemos às rasteiras conveniências humanas. Afinal, “O que justifica o ímpio, e o que condena o justo, tanto um quanto outro, são abomináveis ao Senhor.” Prov 7;15

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Tens referências?


“Vendo todos os homens de Israel, que estavam no vale, que haviam fugido, que Saul e seus filhos eram mortos, deixaram suas cidades e fugiram; então vieram os filisteus e habitaram nelas.” I Cron 10;7

Ante a morte de Saul e seus filhos, o povo debandou. Impossível exagerar a importância de se ter bons referenciais. Quando aqueles que estão em posição de destaque capitulam, os que neles punham o olhar como exemplos de lideranças, quedam “órfãos”, e não raro, abandonam o caminho.

Tomemos como exemplo o filho pródigo: Deixou a solidez dum viver centrado e próspero, para se aventurar em demanda de prazeres venais. Quando essa temeridade lhe apresentou a conta, se viu sem posses nem amigos. Na humilhação entre porcos, lhe ocorreu um possível refúgio; voltar arrependido à casa paterna.

Como seria se, invés de ter perseverado na constância de um viver sóbrio, seu pai e o irmão também tivesses escolhido a insanidade? Tudo estaria perdido; eventual arrependido sequer teria para onde voltar. Assim, os que permanecem fiéis, mesmo em momentos de dificuldade, naturalmente se fazem referenciais, para outros que capitulam à sedução das tentações.

No caso de Saul e seus filhos eram referências de um reino terreno; mesmo assim, sua derrota dispersou aos que os seguiam; tal sina, figura de modo bem didático o que ocorre com muitos trânsfugas, em relação ao Reino de Deus. Vendo lideranças caírem, também abandonam à fé. Caídos os referenciais, caem os que os tinham como exemplos.

Aqueles, “... deixaram suas cidades e fugiram; então vieram os filisteus e habitaram nelas.”

Se fosse viável uma neutralidade enquanto a fé fraqueja... Não é possível deixar o crer em “stand by”, enquanto avaliamos nossas conveniências sobre seguir obedecendo, ou, apostatar. Nossas “casas” serão ocupadas por outros.

Ao menor sinal do fraquejar, presto surgirão muitos “filisteus” para habitar onde outrora habitou uma alma salva, consorte de salutar confissão de fé. Nossa ausência na vereda da virtude, acabará nos arrastando ao caminho largo dos vícios.

Como naquela saga literal, o abandono das cidades foi um convite aos inimigos para que se apossassem delas. Assim, nossa apostasia será um sinal vermelho ao inimigo, (essa é a cor do seu, ‘siga’) para que usurpe os valores das nossas almas, levando junto a paz e a segurança de quem repousara em Cristo.

Na verdade, a escolha de Saul como guia fora uma decisão rebelde do povo; a pretexto de “aliviar” o peso dos anos a Samuel, e evitar a má índole dos seus filhos, acabaram rejeitando ao Eterno, na pessoa do profeta.

O homem consequente sabe que todas as ações trarão seu fruto. Pelo menos, deveria saber. Nossa limitação ao imanente, ao que está diante dos olhos, “patrocina” temeridades, como se soubéssemos o que há de vir. O conselho bíblico é categórico: “Confia no Senhor de todo teu coração; não te estribes no teu próprio entendimento.” Prov 3;5

Talvez, se pudessem antever ao rei desobediente morrendo em combate junto aos filhos, e aqueles imitadores das nações vizinhas não tivessem sido tão enfáticos em seus desejos por um rei. “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são caminhos da morte.” Prov 14;12

Embora a fé tenha seu consórcio firmado com o ouvir, eventualmente, o que vemos também concorre; seja, para estímulo, seja, para arrefecimento da nossa vida espiritual.

Aquele cristão de bom porte, inevitavelmente será visto pelos do seu convívio. O que passou por uma transformação drástica na conversão, será uma mensagem viva a convencer quem vir, seu antes e depois de Cisto; “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos. Pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos o verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40;2 e 3

Tanto podemos ser referências, quanto, carecemos de bons referenciais. Quem andou menos que nós nesse caminho, por certo pode aprender algo observando nossos passos, dado que esses estão firmados no Senhor; o que já tem maiores experiências que nós, emprestará seu exemplo e nos será um lumiar, como um selo de qualidade, pelo probo viver.

Infelizmente para efeito de vitrines, os escândalos se mostram mais buscados que os bons exemplos. Não nos enganemos, contudo; há muitos que nos observam e tem nossa firmeza como avalista das suas. Se caíssemos lhes faríamos mal, também.

Mesmo aos que nos observam num sentido negativo, desejando nossa queda para darmos “razão” aos seus descaminhos, até a esses, eventual viver probo fala de modo eloquente, como prescreveu O Salvador. “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16

Mortos; de preguiça


“... levou-o para fora da aldeia...” Mc 8;23 “Não entres na aldeia, nem o digas a ninguém na aldeia.” Mc 8;26


Jesus Cristo curando a um cego em Bestaida. Por alguma razão, O Senhor não o queria naquela vila. Quando estava cego, tomou-o pela mão é o retirou para fora; uma vez curado, ordenou-lhe que para lá não voltasse.

Malgrado, a Divina onipresença, há ambientes impróprios para a Obra de Deus. O Salmo primeiro alista algumas inconveniências: “Bem aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” Sal 1;1

Evitar estas coisas não é presunção; antes, profilaxia da alma.

Quando cegos espirituais, carecemos ser conduzidos “pela mão”, dada a nossa condição. Todavia, O Salvador nos cura, e chama a andarmos segundo Sua Palavra, sem necessidade de maiores estímulos. Se Ele não nos quer no mundo, basta que nos diga: "Não
 entres na aldeia”. A responsabilidade de ouvir, é nossa.

Os que, tendo conhecido ao Senhor e sido por Ele iluminados, ainda carecem ser levados para lá e para cá, se mostram relapsos em conhecer, à Divina Palavra. Pois, depois de arrolar aquelas inconveniências, o mesmo contexto nos prescreve o que convém: “Antes, tem seu prazer na Lei do Senhor; na sua lei medita de dia e de noite.” Sal 1;2

Os que se mostram negligentes nisso, se tornam presas fáceis de “profetas” que apresentam suas doenças travestidas de “revelações”. Há poucos dias, tivemos um desses na África do Sul, que marcou a volta de Jesus para 24 de setembro. Pior que isso, foi que multidões acreditaram no doidivanas. Um vendeu tudo, dando aos pobres; foi entrevistado depressivo, sem saber o que fazer da vida.

Tivesse atentado à Palavra do Senhor, teria cruzado com textos bem claros: “... Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo Seu Próprio Poder.” Atos 1;7 ou, “Porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite;” I Tess 5;2 etc.

Acaso o ladrão avisa a data em que irá à casa de alguém? Vem de surpresa, leva o que de valioso encontra e só se percebe seu feito, depois. Assim será a volta do Senhor. Mas, os que preferem andar “pela mão” de terceiros invés de investigarem por si mesmos à Palavra, sabem a quem culpar, quando forem enganados pelas doenças alheias.

A negligência quanto ao conhecimento da Palavra da Vida produz enorme dano. “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar os primeiros rudimentos das Palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não de sólido mantimento.” Heb 5;12

Os que se dedicam a andar na luz, e buscam por mais dessa, para suprir seus lapsos, serão recompensados com o necessário discernimento que os livrará da sanha dos enganadores. “Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto, o mal.” Heb 5;14

A ignorância voluntária sobre O Deus vivo, custou caro ao rei Belsazar: “E tu, Belsazar, que és seu filho, não humilhaste teu coração, ainda que soubeste tudo isto.” Dn 5;22 Soubera de tudo o que Deus fizera ao arrogante Nabucodonosor, seu pai, e nada aprendera daquilo.

O efeito colateral mais danoso a quem se omite no conhecimento de Deus, é que acaba “conhecendo” em Seu lugar um monte de futilidades que de nada valem nas horas de amargura. “... deste louvores aos deuses de prata, ouro, bronze, ferro, madeira e de pedra; que não veem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja Mão está tua vida, de quem são todos os teus caminhos, a Ele não glorificaste.” V 23

Um intérprete idôneo das Escrituras é um profeta ministerial que Deus usa como difusor da Sua luz. Os que, invés disso, que dá trabalho, preferem sair contando o que “Deus lhes mostra”, nada mais evidenciam que sua nudez preguiçosa atinente aos valores espirituais. “Mas, se estivessem no Meu conselho, então teriam feito Meu povo ouvir as Minhas palavras; o teriam feito voltar do seu mau caminho e da maldade das suas ações.” Jr 23;22

Interessante que na cura do cego, O Salvador passou saliva em seus olhos. Gesto simbólico evidenciando que nossa cegueira deve ser curada à partir do que sai da Sua Boca.

Alguns preferem permanecer cegos achando melhor esmolar que trabalhar. Invés de estudarem à Palavra de Deus, correm após “profetas” que não valem nada. “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para seus caminhos e sê sábio.” Prov 6;6

domingo, 28 de setembro de 2025

O desejo dos justos


“Aquilo que o perverso teme sobrevirá a ele, mas o desejo dos justos será concedido.” Prov 10;24

O temor do perverso lhe sobrevirá, não porque temer seja ocasionar, como advogam alguns; antes, porque a íntima distinção entre bem e mal, adverte das más ações; dá origem ao temor, relativo às consequências. 

Numa cidade em guerra, sujeita a bombardeios aéreos, ao ouvir a sirene as pessoas buscam abrigo. Assim, os ímpios ao escutarem as consciências advertindo dos maus passos, também fogem.

Agir de modo injusto e acreditar que não terá um retorno é estúpido; até, no rasteiro ambiente da justiça humana. “... se fizeres o mal, teme, pois, (a autoridade) não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, vingador para castigar quem faz o mal.” Rom 13;4

Eventualmente, autoridade é exercida por gente má, comprometida com o mal; ainda assim, há mais altos que eles com poder para desbancá-los. Também esses “poderosos” acalentam temores, porque bem sabem o que fizeram.

O que dizer da perfeita justiça de Deus? Pode Ele, permitir que soframos injustiças por determinado período. Porém, no tempo que O Altíssimo julgar oportuno, “Ele fará sobressair tua justiça como a luz, e teu juízo como o meio-dia.” Sal 37;6

O temor dos ímpios já os coloca em fuga antes mesmo que a justiça terrena os busque. Apenas a acusação íntima dos seus erros acaba sendo uma “ameaça” suficiente para patrocinar apressados descaminhos, na inglória tentativa de escapar das sombras das próprias culpas. “Os ímpios fogem sem que haja ninguém a persegui-los; mas os justos são ousados como um leão.” Prov 28;1

Há uma diferença abissal entre a “coragem” teatral que vocifera ameaças, brada falácias, como se nada temesse, e a coragem sóbria e tranquila, de quem, deveras, nada teme. Aquele teatro é já um disfarce do medo, erigindo uma cabana de palha que será desfeita ao sopro da verdade.

A acusação íntima das nossas falhas é como um sistema antivírus de um computador, que, adverte cada vez que identifica uma ameaça. Quem atende a essa advertência, se arrependendo e abandonando o mau agir, “escaneia” o aparelho e isola a ameaça; removido o “vírus” do pecado retorna à segurança, o “sistema”.

Por isso a preservação duma consciência saudável é indispensável à manutenção da fé. “Conservando a fé e a boa consciência, a qual, alguns, rejeitando naufragaram na fé.” I Tim 1;19

Assim, o temor dos ímpios só lhes sobrevém porque recusam-se a dar ouvidos às consciências, abandonando o viver ímpio. “Se a consciência não for um freio, ela será um chicote.” Samuel Bolton.

“... o desejo dos justos será concedido.” Antes de entrarmos no mérito da afirmação, uma distinção necessária. O que Deus chama de justo não é o mesmo que homem pensa.

A justiça própria e a de Deus são muito distantes uma da outra. Dos religiosos judeus está dito: “Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, procurando estabelecer sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça Divina.” Rom 10;3

O Salvador ensinou acerca das orações do fariseu e do publicano; aquele estava inchado de orgulho pela justiça própria. Esse, apenas rogava misericórdia. Seu desejo foi atendido, não o do presunçoso.

O “justo” segundo Deus não é alguém perfeito, que jamais peca; antes, o que reconhece suas injustiças, se arrepende, confessa e busca pelo perdão Divino. A quem assim faz, a justiça de Cristo lhe é atribuída; é justificado, doravante, reputado justo, malgrado, o que tiver feito.

Seus desejos serão concedidos, porque ensinado pela Palavra de Deus, evita desejar coisas contrárias aos Santos Ensinos. Antes de querer coisas, quer Deus; “... porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e É galardoador dos que o buscam.” Heb 11;6

Mais que agradarmos a Deus, precisamos nos agradar Dele; “Deleita-te também no Senhor, Ele te concederá os desejos do teu coração.” Sal 37;4

Um “justo” segundo Deus, invés de estar admirando vitrines em busca dos lançamentos da moda, costuma avaliar a própria alma, à luz da Palavra da Vida, em busca das melhorias, que, sabe necessárias.

Esse tipo de bens, que são do Divino interesse para nós, como Ele nos recusaria? “Se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lhe pedirem?” Lc 11;13

Portanto, antes de desejarmos coisas, aprendamos a desejar Deus; Seus justos caminhos, Seus sábios ensinos. Invés de filosofarmos nos botecos sobre a supremacia das coisas que o dinheiro não compra, aprendermos, deveras, o que tem valor. “Porque a sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas a excelência do conhecimento é que sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;12

sábado, 27 de setembro de 2025

Corações formosos

 



“Dei-te um rei na Minha ira, e tirei-o no Meu furor.” Os 13;11

O Eterno governava através de homens que escolhia; os juízes de Israel. Nos dias que essa função estava sobre Samuel, o povo o rejeitou, querendo ser governado semelhante às nações vizinhas.

“... Eis que já estás velho, teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora um rei sobre nós, para que ele nos julgue, como o têm todas as nações.” I Sam 8;5

Tinham “bons” argumentos; Samuel envelhecera, os filhos dele não manifestavam a mesma índole do pai. Então, desejaram ser como as nações vizinhas.

Óbvio que O Eterno sabia disso. Da idade de Samuel, bem como, das ações dos filhos dele. Todavia, caberia a Ele agir, quando julgasse oportuno. Bons argumentos quando se fazem patrocinadores de maus intentos, deixam de ser bons. Como dizia Spurgeon, “Uma coisa boa não é boa, fora do seu lugar.”

Deus não viu naquela rejeição, uma atitude previdente, calcada em sadios motivos; antes, foi ao cerne da questão: “... Ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois, não te têm rejeitado, antes, a Mim têm rejeitado, para Eu não reinar sobre eles.” V 7

Assim, quando O Eterno “concorda” com algo do qual discorda, está atuando em juízo, não, em graça. “Dei-te um rei na Minha ira, e tirei-o no Meu furor.” Muitos inda carecem aprender o que significa, “Seja feita a Tua vontade.”

Quantos, embora chamados a ser imitadores de Cristo, se fazem imitadores do mundo, a pretexto de contextualizar. Não rejeitam aos obreiros probos que laboram segundo Deus; antes, rejeitam ao próprio Senhor, profanando às coisas santas.

O Eterno advertiu mediante Samuel, dos pesados impostos e explorações diversas, que um reino humano imporia, e concluiu: “Então naquele dia clamareis por causa do vosso rei, que vós houverdes escolhido; mas, o Senhor não vos ouvirá.” V 18

Contudo, seguiram obstinados; “Porém, o povo não quis ouvir a voz de Samuel; e disseram: Não, mas haverá sobre nós um rei.” V 19

Certamente, os reis das nações circunvizinhas eram de meia idade, atléticos, grandes guerreiros. Tanto que, usaram a idade avançada de Samuel, como “motivo.”

Então, O Eterno resolveu encher suas enganosas medidas. Escolheu ao jovem Saul, de compleição física avantajada e beleza singular. “... era Saul, moço, tão belo que, entre os filhos de Israel não havia outro homem mais belo que ele; desde os ombros para cima sobressaía a todo o povo.” Cap 9;2

Que rei melhor poderiam desejar? “Então disse Samuel ao povo: Vedes já a quem o Senhor escolheu? Pois, em todo o povo não há nenhum semelhante a ele. Então jubilou todo o povo, e disse: Viva o rei!” I Sam 10;24

Cabe pontuar que, embora contrariado pela rejeição, O Eterno não mandou Saul sozinho. Antes, colocou Seu Espírito sobre ele para o capacitar. Tanto que, até profetizou entre os profetas da época.

Não obstante isso, conhecemos como acabou seu reinado, pela desobediência. Então, o mesmo Samuel foi enviado a Belém, à casa de Jessé para ungir novo rei, quando da rejeição de Saul.

Se, o velho profeta ao ver os filhos de Jessé, bem feitos no aspecto físico, imaginou que o novo rei seria semelhante ao primeiro, se enganou. Deus lhe disse: “... Não atentes para sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem; pois, o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração.” I Sam 16;7

Embora a distinção necessária entre coisas espirituais e naturais, tenha sido amplamente ensinada, nem sempre as escolhas práticas atentam para elas. “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.” I Cor 2;14

Em muitos casos, invés de escolher pessoas sadias no espírito, a despeito da idade e dos dotes físicos, a igreja moderna parece olhar para as “nações vizinhas”; desejar obreiros “sarados” como os programas de TV, exibem.

Tais, poderão se revelar atraentes, sedutores a uma geração que parece ter apenas olhos onde deveria ter ouvidos. Invés de poder espiritual, truques de marketing, invés da Palavra de Deus, motivações antropocêntricas ao estilo coach. Por certo, os ajuntamentos desses se fazem volumosos; mas, quantos reconciliam com Deus?

Velhinhos ultrapassados, do Senhor, continuam por aí. Como O Eterno preza o coração, sobretudo, e esse não envelhece, aliás, melhora com o tempo, há mais frutos onde ecoa menos barulho. “Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e vigorosos.” Sal 92;13 e 14

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

O pranto dos palhaços

 

“O homem sábio é forte, o homem de conhecimento consolida a força.” Prov 24;5

Não são dois homens; o sábio e o de conhecimento; antes, dois matizes do mesmo. Quem possui a força do saber, e, conhecimento de como usá-lo, isso o solidifica; faz firme, perene.

Os insetos mimetistas assumem a cor do ambiente onde estão, seja o tom que for. Não significa que possuam todas as cores; a rigor, não possuem uma definida. São dotados da capacidade de refletir as nuances circunstantes. Assim, os homens sem caráter. No afã de agradar a todos, acabam não sendo úteis a ninguém.

Nossas almas na forja da vida balançam numa espécie de pêndulo emocional, que, oscila do triunfo às privações, às angústias. Da euforia à comiseração, com intermédios de monotonia, tédio.

Nos eventos auspiciosos, os louvores que recebemos nos hão provar; “Como o crisol é para a prata, e o forno para o ouro, assim o homem é provado pelos louvores.” Prov 27;21 Quem se derrete a um elogio é casa sem trancas, contra os ataques da lisonja.

No outro extremo do figurado pêndulo, temos os momentos difíceis que acabam por testar nossas têmperas; “Se te mostrares fraco no dia da angústia, tua força será pequena.” Prov 24;10

Se, o sábio é o forte, o fraco durante a angústia, necessariamente, será aquele que reagir de modo estúpido.

Outro dia vimos a indecência de um “tribunal” onde bufões togados encenavam um julgamento, incapazes de se manter nos limites solenes e sóbrios que a ocasião demandava. Enquanto decidiam sobre destinos alheios, como se fossem brinquedos seus, se mostravam jocosos, faziam piadas, brincavam sobre futilidades espúrias ao processo.

Agora, que há indícios de que estão sendo empurrados para o outro lado, muitos daqueles bufões se revelaram aptos para o ofício de carpideiras. Chora Barroso; chora Gilmar Mendes; soluçam Xandão e Zanin...

Se mostraram réprobos em ambas as situações. Riram num momento que exigia seriedade respeitosa; choraram infantis, noutro, onde a firmeza resignada faria melhor figura.

Quando os “grandes” numa área nobre como a que deveria cuidar do direito, são desse tamanho, inevitável que recordemos um vaticínio de Isaías: “... o mundo enfraquece e murcha; enfraquecem os mais altos do povo da terra.” Is 24;4

Eles podem ser altos pela posição a que foram guindados, sem que estejam, necessariamente, aptos para ela. “A estultícia está posta em grandes alturas, mas os ricos estão assentados em lugar baixo.” Ecl 10;6

Quando alguns discípulos do Senhor pareceram duvidar da firmeza de João Batista, O Salvador o defendeu nesses termos: “Partindo eles, começou Jesus a dizer às turbas, a respeito de João: Que fostes ver no deserto? uma cana agitada pelo vento?” Mat 11;7

Óbvia figura de linguagem, retratado aos que mudam de posição, uma vez alteradas as circunstâncias. Tais, não são fortes, tampouco, sólidos. A excelência da maturidade é passarmos, de certa forma, incólumes, aos elogios e às vaias. Esses vertem de estados emocionais espúrios; não temos que ser atingidos por febres alheias.

Sabemos, os cristãos, que nossa força não é estritamente nossa; “No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do Seu Poder.” Ef 6;10

A luz espiritual preceitua que saibamos disso e nisso confiemos; “Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3;5 a 7

Paulo aludiu a um “freio” que lhe foi posto para que não se exaltasse por ter vivido uma experiência ímpar; ter sido arrebatado e visto coisas inefáveis nos Céus. Chamou ao tal, figuradamente, de “espinho na carne”; depois pormenorizou: “Um mensageiro de Satanás”. Orou a Deus para que tal óbice fosse removido, porém, não foi atendido; antes, escutou: “... A Minha Graça te basta, porque o Meu Poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o Poder de Cristo.” II Cor 12;9

Portanto, um homem sábio é forte porque conhece a própria fraqueza; sabe que não pode confiar no seu braço. Consolida essa força quando se dispõe a agir segundo a mesma. Quando está fraco em si, é fortalecido pela atuação do Espírito Santo no seu espírito.

Quem assim atua, tanto em momentos venturosos, quanto, noutros, angustiosos, há de se portar de modo probo; pois, para isso O Santo o capacitará.

Esses de almas enfermas que oscilam do escárnio ao choro, em breve intervalo temporal, nada valem em termos de sanidade das almas. São canas agitadas aos ventos, que se dobram aos ditames de rasos interesses, quando, deveriam estar firmados em valores.

Marcas de vitória


“Homens que já expuseram suas vidas pelo Nome de nosso Senhor Jesus Cristo.” Atos 15;26

Credenciais dos que, o conselho dos apóstolos resolveu enviar a Antioquia e arredores, com Barnabé e Paulo. Homens que tinham exposto suas vidas por Cristo. Que melhor demonstração de coerência, alguém, expor o que tem de mais precioso, por uma causa? “Pele por pele, tudo que homem tem dará pela sua vida;” Jó 2;4 dissera Satanás; “Quem perder sua vida por amor de Mim, achá-la-á;” ensinou O Salvador.

Não significa que, ousadia baste. O fanatismo cego também patrocina atos heroicos. “Ainda que distribuísse toda minha fortuna para sustento dos pobres, e entregasse meu corpo para ser queimado, se não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.” I Cor 13;3 Assim, quando a entrega tem o Amor de Cristo como patrocinador, por certo, estamos diante de um servo digno, idôneo.

Sempre que a “teologia” se mostrar insuficiente para definir quem é quem, as obras, o testemunho de vida dos que estiverem em apreço poderá ajudar. Todos sabemos que os exemplos são mais eloquentes que palavras. “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16

No entanto, foram exatamente os feitos de alguns autônomos, ao quais, se meteram onde não foram chamados, que causaram perturbações naquelas igrejas, por questões de doutrina, das quais eram ignorantes.

“Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras e transtornaram vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a Lei, não lhes tendo nós dado mandamento.” V 24 Nalguns casos o voluntarismo pode ser meritório; porém, quando nos leva a tentar iluminar naquilo que ainda não vemos bem, se mostra temerário.

Para o contraponto aos “voluntários” que levaram palavras perturbadoras, o conselho dos apóstolos escolheu homens experimentados em sofrer por Cristo.

Não se trata de esposar a salvação pelas obras, como algum raciocínio precipitado poderia inferir; antes, de verificar a autenticidade da fé professa, mediante os atos correspondentes, como ensina Tiago: “Mas dirá alguém: Tu tens a fé, eu tenho as obras; mostra-me tua fé sem tuas obras, e te mostrarei a minha, pelas minhas obras.” Tg 2;18

Se, nalgumas coisas se diz que, “a ordem dos fatores não altera o produto” nas questões atinentes à salvação, não é assim. A fé sempre virá primeiro, como motivadora das obras. Eu assim faço, porque creio, porque sou salvo; não, para ser salvo. Senão, incorreremos no mesmo erro dos judaístas; “Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, procurando estabelecer a própria justiça, não se sujeitaram à justiça Divina.” Rom 10;3

Quando os que foram a Jesus por mais pão, que O Senhor multiplicara no dia anterior, no afã daqueles interesses rasos se voluntariaram a “fazer” algo, O Salvador demandou crer Nele, antes; “Disseram-lhe, pois: Que faremos para executar as obras de Deus? Jesus respondeu: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que Ele enviou.” Jo 6;28 e 29

Tampouco, se trata de diminuir a importância de uma teologia hígida; na parábola dos dois filhos, um que disse que ia trabalhar e não foi, e o outro que disse que não ia, mas arrependeu-se depois, e foi; esse foi apresentado como probo, não, o outro que falara a coisa certa sem a fazer.

A excelência é falarmos as coisas corretas e as praticarmos. Porém, um modo de agir coerente, leva vantagem ao mero professar uma fé ortodoxa.

Num tempo sombrio como o atual, onde um “coach teólogo”, questionado em seus ensinos se defende afirmando ter xis milhões de seguidores, vemos entristecidos que, nem a ortodoxia doutrinária, nem as obras correspondentes são usadas como testemunhas para validação de determinado ministério. Antes, o número de seduzidos pelo mesmo, acaba sendo apresentado como prova; que vergonha! Desde quando, estragos são avalistas de algum ministério?

Bons tempos aqueles em que as pessoas expunham suas vidas pelo Nome do Senhor, invés de evocar os danos feitos na Obra Santa, como aval para continuar danando ainda mais.

Essa geração vídeo, incrustrada num mundo vitrine, como o atual, tende a valorar ou depreciar às coisas, pelo que vê, ou deixa de ver. As que são espirituais não comunicam com os olhos, necessariamente. Aliás, esses se fazem instrumentos de engano aos incautos; “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.” I Cor 2;14

Se, a probidade espiritual dos que servem ao Senhor tem algumas coisas visíveis aos olhos naturais, essas, certamente serão cicatrizes; não, números, como disse Paulo. “Desde agora ninguém me inquiete; porque trago no meu corpo as marcas do Senhor Jesus.” Gál 6;17

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Os irracionais

 

“... se falei mal, dá testemunho do mal; se bem, por que Me feres?” Mat 18;23

Jesus, após ter sido agredido por um lacaio do sumo sacerdote, que, não gostou de uma resposta do Mestre àquele, acerca do teor dos Seus ensinos.

Gostar ou não de algo é direito inalienável. Agora, como manifestamos eventual desgosto é um derivado da essência das nossas almas, mostrando se essas são civilizadas ou bestiais. “Paixão e razão, não têm províncias distintas e separadas; mas, consistem na mudança da própria mente, para melhor ou para pior.” Sêneca

Enquanto a razão considera, pesando motivos e fatos, a paixão arde e dispara de modo automático, como se ela fosse o piloto das ações; seu hospedeiro, mero títere. Sina degradante de um ser com potenciais múltiplos, criado à Imagem e Semelhança do Eterno, que, pela desobediência contumaz se fez simples parasita no seio das próprias punções desordenadas.

“Aqueles que se jogaram num precipício, não têm controle sobre seus movimentos, nem podem parar ou abrandar o ritmo quando começaram, pois, seu próprio estouvamento precipitado, e irremediável, não deixa espaço para reflexão ou remorso...” Sêneca.

A razão aconselhada na Palavra, preceitua que cada um enfrente a si mesmo, sacrificando as más inclinações, submisso ao Divino querer; “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

A coisa mais “racional” que podemos esposar é que nós não temos razão; O Eterno a possui; dependemos Dele. Então, o conselho: “Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos; Ele endireitará tuas veredas.” Prov 3;5 e 6

Quando O Salvador requereu os motivos do Seu agressor, pois, evidenciou a cegueira apaixonada dele, num ambiente onde deveria ser assento da razão.

As bestas desse tempo que ancoram suas almas nas narrativas convenientes em prejuízo dos fatos, fizeram duma crítica de Kirkegaard, seu “modus operandi”; “Para dominar as multidões - disse – basta conhecer as paixões humanas, certo talento e boa dose de mentiras.”

Nunca a cegueira apaixonada foi tão pujante, quanto hoje. Basta discordar dum modo de pensar, para “cancelar” a outrem, invés de, contra-argumentar; alguns chegam aos extremos de desejar a morte dos oponentes. Quando foi que a verdade passou a ser crime, o convite à razão se tornou uma ameaça insuportável?

Isaías anteviu nossos dias: “Ninguém há que clame pela justiça, nem compareça em juízo pela verdade; confiam na vaidade e falam mentiras; concebem o mal e dão à luz, iniquidade... Por isso, o direito se tornou atrás, a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, a equidade não pode entrar; sim, a verdade desfalece; quem se desvia do mal, arrisca-se a ser despojado; O Senhor viu e pareceu mal aos Seus Olhos que não houvesse justiça.” Is 59;4, 14 e 15

Malgrado, a clareza dos Seus ensinos, O Príncipe da Paz continua sendo esbofeteado por cegos apaixonados, cujo fogo que neles arde, gera calor sem produzir luz.

A cada servo que é sonegado o direito à justiça, é como se O Senhor fosse novamente agredido sem nenhuma razão, que não, o aflorar da enfermidade moral e espiritual que tomou as almas dos ímpios. “A condenação é esta: A luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

Assim, o mero demandar pela razão de uma atitude animalesca é uma “agressão” ao reino das trevas, que não suporta o mínimo concurso da luz.

Alguns que se esforçam em “contextualizar” a mensagem de Cristo, adotando parâmetros mundanos para soarem mais “palatáveis”, deveriam prestar mais atenção na Palavra: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? Que comunhão tem a luz com as trevas? Que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?” II Cor 6;14 e 15

O fato do Senhor ser O Príncipe da Paz, não significa que seja um pacifista. Convida pecadores à paz com Deus, e ao confronto com as trevas. “Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada;” Mat 10;34

A espada da justiça fere aos que vivem na injustiça, sem carecer violência; apenas expondo a verdade.

terça-feira, 23 de setembro de 2025

Razões da contenda



“... Não me condenes; faze-me saber por que contendes comigo.” Jó 10;2

No caso de Jó, não era uma contenda do Eterno contra ele. Estava em meio a uma peleja maior, entre O Eterno e o inimigo; o tema era a fidelidade legítima, por amor a Deus e Seus valores, não, mero interesse mercantil, como acusara o canhoto. Jó fora posto à prova; O Criador pretendia desmascarar às falácias da oposição, como, deveras, o fez.

No nosso caso, a inclinação perversa dá trabalho ao Espírito Santo, pelo qual, O Senhor contende conosco visando nos apartar dos caminhos da morte.

Quando viu que, a humanidade escolhera ser resiliente no erro, nos dias anteriores ao Dilúvio, O Eterno “jogou a toalha” nesses termos: “... Não contenderá Meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém, seus dias serão cento e vinte anos.” Gn 6;3

O Criador colocou um limite, no fim do qual, o livramento não seria mais possível, como não foi, para com os que se recusaram a entrar na arca que Noé fizera.

Nos dias de Jó, o conhecimento do Eterno era pequeno; mas, mesmo assim, O Senhor buscava iluminar pelos meios possíveis a quem lhe quisesse dar ouvidos. “... Deus fala uma, duas vezes; porém, ninguém atenta para isso. Em sonho ou em visão noturna, quando cai sono profundo sobre os homens, e adormecem na cama. Então o revela ao ouvido dos homens; lhes sela Sua instrução, para apartar o homem daquilo que faz, e esconder dele a soberba.” Jó 33;14 a 17

O problema da alma guiada pelas inclinações carnais são as suas “certezas” suicidas, que a fazem se fechar aos conselhos, mesmo que, iluminados. “Há um caminho que ao homem parece direito, mas no fim dele são caminhos da morte.” Prov 14;12

Não obstante O Eterno ter dado O Espírito Santo para ajudador de cada um que se converte ao Senhor, a perversa tendência da carne ainda concorre em demanda por primazia; ela deve ser “crucificada” isto é; deixada na irrelevância, pelas renúncias necessárias dos pecados, ao que, somos desafiados para servir a Cristo.

Da punção da natureza caída a Palavra diz: “Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à Lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;6 e 7

Esse fragmento diz para onde a carne se inclina, e a consequência disso, caso seguida; morte.

Por isso, somos chamados a fazer uma renúncia tão intensa, como se, também morrêssemos. Nossa identificação com O Salvador, pela obediência, deve ser tal, que nossa natureza perversa seja reputada como crucificada; isto é; mortificada por não cedermos às suas propensões; “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo, na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

Quantas vezes ouvimos pessoas se queixando de um convívio com outrem de difícil trato, nesses termos: “Essa é minha cruz.” Não. As limitações intelectuais, morais, espirituais, sentimentais, relacionais, motoras até, alheias, são problemas com os quais todos temos que lidar, estando em Cristo, ou não.

Nossa “cruz”, é um chamado íntimo, no recôndito das nossas consciências, onde reside uma “contenda” que visa nos apartar do modo natural de agir, constrangendo-nos a atuar segundo Deus.

Paulo considerou a posse de uma consciência diáfana, de importância tal, sem a qual, a salvação se perde. “Conservando a fé, e a boa consciência, a qual, alguns, rejeitando naufragaram na fé.” I Tim 1;19

Às vezes, a “contenda” pode soar injusta para conosco, por exigir coisas que ao homem natural parecem exagero. É. Fomos chamados a um patamar que deve ver segundo o sobrenatural. “Porque assim como os Céus são mais altos que a Terra, são Meus caminhos mais altos que os vossos, e Meus pensamentos mais altos do que os vossos.” Is 55;9

O Salvador desafiou-nos à excelência: “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos Céus... Sede vós, pois, perfeitos, como É Perfeito O vosso Pai que está nos Céus.” Mat 5;20 e 48

Portanto, sempre que identificarmos uma “contenda” em nosso espírito, busquemos em oração, meditação, por sintonia fina; seremos iluminados. No fim poderemos dizer como Jó: “Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora Te veem meus olhos.” Jó 42;5

Ou, quem sabe, como Davi: “Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse Teus Estatutos.” Sal 119;71

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Instruções de vida



“... Porventura nunca aceitareis instrução, para ouvirdes Minhas Palavras? diz o Senhor.” Jr 35;13

Entre iguais, opiniões e valores distintos é absolutamente normal. Nada garante que a perspectiva de um, ou o ponto-de-vista de outro seja preponderante, ou, correto. No mundo das opiniões e das escolhas, é uma pancada no cravo, outra na ferradura. Isto é: Ora, acertamos, outra, estamos totalmente errados.

O que faz a fortuna das casas de apostas, senão, a ilusão humana de que suas opiniões são verdadeiras, em contraponto com os fatos que as revelam enganosas? Eventualmente, alguém acerta, mas a proporção de erros é infinitamente maior, para alegria dos promotores desses jogos.

Estribarmos escolhas vitais na “solidez” das nossas percepções naturais é como apostar numa loteria, com infinitas possibilidades de perder, e uma ínfima, de ganhar.

Entretanto, quando se trata de instruções procedentes do Senhor, isso passa longe da esfera rasteira das opiniões; verte da Fonte da Sabedoria; sempre tem como alvo o que é melhor para nós. “Porque o Senhor dá a sabedoria; da Sua Boca é que vem o conhecimento e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo. Ele preservará o caminho dos Seus santos.” Prov 2;6 a 8

Os que “canonizam” mortos bem que poderiam aprender o que é um santo. Todos os que abandonam o modo mundano de ser, e passam a andar segundo a Santa Palavra, são santificados em Cristo, ainda vivos, sem necessidade de processos humanos.

A ilusão que poderemos equiparar nossas rasas percepções às Divinas, ou quiçá, contrapô-las, verte de fonte espúria. Foi o inimigo que disse à mulher que desobedecendo seriam como Deus, aptos a discernir bem e mal. 

Contudo, mediante Jeremias, O Eterno ordenou que se faça distinção entre as coisas de origem rasa e as Suas: “O profeta que tem um sonho conte o sonho; aquele que tem a Minha Palavra, fale-a com verdade. Que tem a palha com o trigo? diz o Senhor.” Jr 23;28

Ora, no que seria possível as criaturas serem como O Criador, nos Seus Atributos comunicáveis, Adão e Eva já eram; foram criados à Sua Imagem e Semelhança. O fato novo pela desobediência foi a ruptura da comunhão, a perda da vida espiritual. Medo de Deus, desejo de se esconder pela vergonha da própria culpa, vieram à baila, invés de deificação prometida pelo enganador mor.

O Eterno colocou cérebros em nossos crânios, para que os usássemos. Não deseja que creiamos de modo fanático contra evidências; não é errado termos dúvidas, questionamentos honestos; e para iluminar-nos os caminhos, enviou Sua Palavra, Sua Instrução. O entendimento dela, requer submissão, estudo, meditação, mas está ao alcance de todos.

A busca progressiva deve ampliar nosso entendimento da Palavra da Vida, não, propor “alternativas” a ela, como se, deveras, existissem. “A vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18

Se, ao homem natural a “razão” aconselha coisas que lhe dão prazer, conforto, comodidade, ao espiritual, a razão requer renúncias da natureza caída, para que possamos ser guindados a uma dimensão superior. “Porque assim como os Céus são mais altos que a Terra, assim são os Meus caminhos mais altos do que os vossos, e os Meus pensamentos mais altos que os vossos.” Is 55;9

Paulo aconselha: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Acatarmos as instruções Divinas é o que de mais racional podemos fazer. Desde dias idos as pessoas manifestavam uma tendência a evitá-las, para dano das próprias almas. “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede; perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos nele.” Jr 6;16

Tentar reduzir a Palavra da Vida ao rés do chão, equiparando-a às humanas percepções, é um truque de quem quer rejeitar a Deus, fazendo parecer que está contrapondo-se a mera opinião. “Cada um tem sua religião” dizem. Se a “esperteza” dos tais permite que diluam sua incredulidade, invés de assumirem-na, a rigor, estão usando-a contra si mesmos.

A pergunta inicial permanece, atinente a esses: “... Porventura nunca aceitareis instrução, para ouvirdes Minhas Palavras?”

Se as pessoas ousassem considerar o que está em jogo, certamente seriam mais prudentes. “A minha alma está pegada ao pó; vivifica-me segundo Tua Palavra.” Sal 119;25

domingo, 14 de setembro de 2025

O Mediador



“... Bendito o Rei que vem em Nome do Senhor; paz no Céu, e glória nas alturas.” Luc 19;38

Na entrada do Senhor em Jerusalém, e, iminência de completar Seu ministério. Quando da Sua entrada pelo nascimento, reduzido às limitações humanas, os louvores foram outros: “Glória a Deus nas alturas, Paz na Terra, boa vontade para com os homens.” Luc 2;14

Os homens que exaltavam ao Senhor cantaram: “Paz no Céu.” Os Anjos que O louvaram recém-nascido, “Paz na terra.” Por quê?

Porque uma mediação carece atingir ambas as partes em litígio; então, a humanidade e O Criador. É necessário que as partes estejam dispostas à reconciliação; e os termos sejam apresentados a um lado e outro. Sobre, quem seja Ele, nenhuma dúvida: “Porque há Um só Deus, e Um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem.” I Tim 2;5

Os “mediadores” alternativos para nada prestam. A cada dia “canonizam” mais um, para que os errados de espírito falem às paredes, invés de falarem com O Pai. “... Porventura não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos consultarão mortos?” Is 8;19

Sobre Sua Obra, temos: “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Se o problema da inimizade, num sentido amplo, está resolvido desde a cruz; pontualmente, cada um precisa reagir acatando os termos do Eterno, para que a sua reconciliação se verifique. Por isso ficou com os servos do Senhor, a “Palavra da reconciliação”, para ser anunciada; que todos a conheçam reajam.

Não apenas entre a humanidade e o Criador; mas, entre judeus e gentios a vitória de Cristo também pacifica. Pois, Ele, “Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em Si mesmo, dos dois, um novo homem, fazendo a paz; e pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades. Vindo, Ele evangelizou a paz, a vós que estáveis longe, e aos que estavam perto;” Ef 2;15 a 17

Ao homem era preciso que trouxesse A Palavra de Deus; os termos do Eterno para que a reconciliação fosse possível; “... A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que Ele enviou.” Jo 6;29

Atinente ao Altíssimo, a Divina Justiça requeria o pagamento do resgate, para que o homem fosse liberto do reino das trevas; “Porque nos convinha tal Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime que os Céus; que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, depois pelos do povo; porque isto fez Ele, uma vez, oferecendo a Si mesmo.” Heb 7;26 e 27

Zacarias anteviu a abrangência do Sangue de Jesus. “Ainda quanto a Ti, por causa do Sangue da Tua Aliança, libertei Teus presos da cova em que não havia água.” Zac 9;11

Nossas misérias espirituais foram figuradas como estando nós, lançados ao fundo de uma cova seca, como foi, José. Justo para trazer suprimento a essa sequidão, O Salvador ensinou: “Aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte que salte para a vida eterna.” Jo 4;14

O bendito ministério do Salvador, não apenas nos reconcilia com o Pai; também supre nossas carências espirituais, reabrindo, por Seus méritos, um acesso, antes, fechado.

O Texto Sagrado encoraja: “Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo Sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que Ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo os corações purificados da má consciência, o corpo lavado com água limpa, retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel É, quem prometeu.” Heb 10;19 a 23

“De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos, pois, da parte de Cristo, que reconcilieis com Deus.” II Cor 5;20

As condições para paz, tanto na Terra quanto, no Céu, foram plenamente satisfeitas pelo ministério e sacrifício de Cristo. A pergunta de Pilatos deve ser feita por cada um, ao qual O Mediador for apresentado. “... Que farei então de Jesus, chamado Cristo?” Mat 27;22

A quem prefere seguir inimigo A Palavra adverte: “... segundo tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira na manifestação do juízo de Deus;” Rom 2;5
Porém, “... o que me der ouvidos habitará seguro, estará livre do temor do mal.” Prov 1;31

sábado, 13 de setembro de 2025

Os psicopatas



“Judas, que O traía, também conhecia aquele lugar, porque Jesus muitas vezes se ajuntava ali com Seus discípulos.” Jo 18;2

Por que, Jesus, sendo uma figura pública, que ensinava abertamente, precisava ser “entregue” às escondidas por um traidor, como foi?

Para evitar alvoroço da multidão, tem um quê de lógico; Ele era seguido por muitos; mas, considerando que, depois, liderados pelos do Sinédrio, a plebe também pedia a condenação do Senhor, unindo seus gritos no mesmo propósito, isso torna a ideia de evitar tumulto, um motivo frágil.

Claro que, encontrado apenas com Seus discípulos, num lugar particular, isso facilitaria o trabalho sujo. Contudo, a fragilidade permanece.

Israel era vassalo do império romano, então. Eles não tinham poder de polícia sobre Jerusalém. O império o possuía. Como os “crimes” pelos quais pretendiam justificar a prisão, eram suas desavenças religiosas com a Doutrina do Senhor, isso seria argumento pueril para pedir ao regente de então.

Precisavam agir por conta própria; sem auxílio das autoridades romanas. “Tendo, pois, Judas recebido a coorte e oficiais dos principais sacerdotes e fariseus, veio para ali com lanternas, archotes e armas.” Jo 18;3

Foram os oficiais a serviço do Sinédrio, a guarda pessoal dos sacerdotes que efetuaram a prisão; os romanos não participaram. Não apenas prenderam como “julgaram” às pressas, à noite; só então, depois de terem feito o conchavo, que foram a Pilatos no outro dia, apenas solicitando a execução do trabalho sujo.

“Depois levaram Jesus da casa de Caifás para a audiência. Era pela manhã cedo. Não entraram na audiência, para não se contaminarem, mas poderem comer a páscoa. Então Pilatos saiu fora e disse-lhes: Que acusação trazeis contra este homem?” vs 28 e 29

Tinham uma ideia bastante peculiar a respeito de contaminação. Entregar um inocente à morte por inveja, tudo bem. Agora entrar numa audiência com gentios, nunca. Precisavam estar “limpos” para participar da páscoa. Há certas “noções” de higiene, bastante sujas.

Qualquer semelhança com certos “defensores da democracia” atuais, é semelhante mesmo. Os crápulas não temem fazer as maiores patifarias, mas desejam que se cole rótulos limpos nos frascos das suas impudicícias. Gente asquerosa!

O governador ainda tentou evitar o problema transferindo de volta para o Sinédrio: “Disse-lhes, pois, Pilatos: Levai-o vós, e julgai-o segundo vossa Lei. Disseram-lhe então os judeus: A nós não é lícito matar pessoa alguma.” V 31

Disseram uma mentira; a Lei previa pena de morte para blasfêmias, feitiçarias, adultério... e, fica evidente que a pena capital já tinha sido decidida; o que estavam requerendo era que os romanos fizessem parecer, obra deles.

Enfim, burlaram a possibilidade da multidão atrapalhar na prisão do Senhor; saltaram sobre o obstáculo de não possuírem poder de polícia; por fim, maquiaram a culpa pelo que estavam fazendo, deixando a coisa de modo a parecer que teria sido obra dos estranhos.

Como num dito proverbial atual, “quando a pessoa quer, dá um jeito; quando não, dá uma desculpa.” Pois, os líderes religiosos de então queriam muito silenciar ao Senhor; deram seu jeito.

Precisaram do escurinho da noite, como O Salvador advertira sobre o “modus operandi” dos maus. “... os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

Ainda hoje, muitos que temem se aproximar da Luz de Jesus Cristo, também usam seus subterfúgios; se possível, de modo que suas incredulidades usem roupas melhores.

Se adornam de ceticismo acusando escândalos que, infelizmente, acontecem; outros aquecem seus ombros avarentos com mantos, “teológicos” discordando dessa ou daquela doutrina, para disfarçar seu amor ao dinheiro; alhures, promovem todas as crenças, por espúrias que sejam, ao mesmo patamar; não negam o Singular; tentam fazer parecer mais do mesmo, ao nível de credos ordinários; desse modo, mais do que negar, profanam... 

no entanto, malgrado, os acessórios que lhes soam mais atraentes, segue o fato que todos usam o “pretinho básico” da impiedade; no fundo, bem sabem disso.

Cada um pode reverberar contra o que lhe aprouver, no reino das palavras. No entanto, no recôndito da consciência, o eco das suas “defesas” se fará uma pujante acusação.

Não existe maior perfídia do que quem trai a si mesmo. A desonestidade intelectual acostumada, cauteriza a consciência; faz de seu hospedeiro um zumbi moral, um ser que respira, mas sem vida, sem empatia, sem amor próprio. A sociedade chama de “psicopatas”.


Da aglutinação de duas palavras gregas que significam, almas doentes. À luz do Dia, o Senhor chama: “... aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.” Mat 11;29

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Amor e disciplina



“Mas Deus prova Seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Rom 5;8

Alguns, movidos mais pelas íntimas inclinações, do que por uma interpretação sadia, derivam dum texto assim, o universalismo. Gente que lê “A Cabana”, invés da Palavra de Deus, tende a ver doçuras em toda parte, malgrado, não seja assim.

A doença de pautar escolhas espirituais por predileções pessoais, coloca multidões a perder, infelizmente. “... tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4;3 e 4

Pensam; uma vez que Deus ama a todos os pecadores, no fim, a todos salvará apenas por isso, não importando o que venham a fazer.
Tal conclusão evidencia uma compreensão errônea sobre Deus, sobre amor, e do próprio texto.

Que o Divino Afeto abarca a todos, isso é pacífico. “Pregai O Evangelho a toda a criatura.”

Todavia, se nós, imperfeitos, não nos contentamos com um relacionamento amoroso unilateral; antes, desejamos que o sentimento seja correspondido, por que Deus se contentaria com menos? Bastaria Ele nos amar, e mesmo voltando-lhe as costas, seríamos salvos?

Diferente do que possa parecer, o amor é mais que mero sentimento. Envolve uma decisão moral, com alguns valores anexos; o amor, “Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;” I Cor 13;6

Antes de entrar na esfera do amor, estritamente, precisa haver um concerto atinente à justiça. Somos chamados a reconhecer nossos pecados, nos arrependermos e mudarmos em Cristo; a reconciliação primeiro; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

O Salvador nos convidou a tomar Seu jugo, para encontrar descanso; isso requer submissão incondicional ao Pai, como demonstração de que, tentamos corresponder ao Seu amor por nós.

Paulo explica algumas coisas necessárias, para que uma eventual decisão nossa se mostre veraz; “Não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo o fomos na Sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela Glória do Pai, assim andemos em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

Nos identificarmos com a Sua morte significa as renúncias das nossas vontades, pelo Divino querer para nós; andar em novidade de vida, requer, nos identificarmos com Suas pisadas, deixando patente mediante obediência, nossa correspondência ao Seu amor.

“... Se alguém me ama, guardará Minha Palavra, e Meu Pai o amará; viremos para ele e faremos nele morada.” Jo 14;23

Se, a entrega do Salvador em prol dos pecadores foi uma manifestação universal de amor, o restabelecimento da relação pessoal com O Eterno, dependerá da nossa reação diante de Cristo. Isso não pode ser evidenciado de outro modo, senão, pela obediência a Ele. “Se alguém Me ama, guardará a Minha Palavra...” Por isso, é uma decisão moral, mais do que um sentimento.

Se a manifestação universal nada requereu para isso, senão, o próprio Ser Divino, “Deus É Amor”, a relação particular com cada um, demanda que O amemos também. Invés de um andar desleixado quanto aos pecados, uma vez que Deus nos ama, seremos zelosos para não pecar, para não entristecermos a Quem amamos. Se assim não for, seremos falsos; o egoísmo seguirá no comando das nossas vidas.

O texto em análise esposa que O Eterno provou Seu amor para conosco com uma demonstração espetacular. Como provaremos o nosso, para com Ele? “Se me amais, guardai os Meus mandamentos.” Jo 14;15

Os bobos alegres que se escudam na “era da graça” como se isso significasse ausência de limites, libertinagem consentida, pretendem a insanidade de ter o Divino Amor como fiador, e a indiferença pecaminosa, humana, como contrapartida.

De um serviço relapso de má vontade na Antiga Aliança O Senhor disse: “... Ora apresenta-o ao teu governador; porventura terá ele agrado em ti? ou aceitará a tua pessoa?” Ml 1;8

Ora, quem deveras entendeu O Divino Amor não fica se esforçando em provar sua incidência; antes, se sente constrangido a amar também e demonstrar tal sentimento, mediante atitudes.
Quem pretende que o amor seja fiador das suas extravagâncias pecaminosas, evidencia amar ao pecado, não a Deus.

Se alguém pretende ter relação com O Eterno, fiado apenas em sentimentos, sem comprometimento, aprenda algo mais sobre o Divino sentir; “Estas seis coisas o Senhor odeia; a sétima a Sua Alma abomina: Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere mentiras e quem semeia contendas entre irmãos.” Prov 6;16 a 19

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Ouro de tolos



“Os preciosos filhos de Sião, avaliados a puro ouro, como são agora reputados por vasos de barro, obra das mãos do oleiro!” Lam 4;2

Quem jamais sofreu idêntica decepção? Ante pessoas que pareciam ter alto valor, de repente, algum fato novo veio à luz; o que se assemelhava a ouro, se mostrou argila?

Pela derrocada da vida, na ladeira dos interesses rasos, onde escorregam valores, dificultando a caminhada costumamos dizer: “Eu era feliz e não sabia.” Isto é: As coisas pioraram. Pois, quanto aos nossos “ídolos” que nos decepcionam, seu brilho era falso e desconhecíamos; não pioraram, necessariamente; a visibilidade aumentou.

Duas coisas ao menos, concorrem para as decepções: Uma; à medida que amadurecemos, deixamos de ser presas das aparências, porque somos treinados pela mão do tempo para identificar essências; da agudez perspicaz alguns dizem: Fulano conhece o rengo assentado e o cego dormindo. Outra; as dores que nos assolaram onde houve privação de caráter, contribuíram para que víssemos o quão preciosa é essa nuance da alma humana, e, quão nociva sua ausência.

Se, na nossa fase imatura nos impressionávamos mais com carisma, talento, do que com outro valor qualquer, ora, podemos colocar cada coisa na devida prateleira. Assim, um patife talentoso segue sendo um patife; se, outrora lhe pediríamos um autógrafo, quiçá, agora desejamos tão somente, distância.

Àquele que pagaríamos ingresso para ver, agora recusaríamos receber em nossas casas. Tanto mais, quanto, maior a fama, o alcance do canalha em apreço.

A diversidade em questões políticas é um direito social inalienável. Porém, quando determinada escolha traz no bojo, passar pano para ladrões e corruptos, pior que isso, alimentar a perseguição contra pessoas honestas, ao custo das vidas de gente inocente, aí deixa de longe de ser um direito, para se tornar cumplicidade, com o que há de mais abjeto no tecido social. A choldra dos sem valores.

No caso do Eterno, Sua bronca era com os do “povo eleito”, que tendo sido libertos por Ele, miraculosamente, da escravidão, e estabelecidos numa situação de honra, depois deixaram ao Eterno e preferiam cultos alternativos.

Pelo profeta Ezequiel, O Senhor figurou-os como uma mulher adúltera se esforçando apara agradar aos amantes.

“Mais ainda, mandaram vir alguns homens, de longe, aos quais fora enviado um mensageiro, e vieram. Por amor deles te lavaste, coloriste teus olhos, e te ornaste de enfeites. Te assentaste sobre um leito de honra, diante do qual estava uma mesa preparada; e puseste sobre ela Meu incenso e Meu azeite. Com ela se ouvia a voz duma multidão satisfeita; com homens de classe baixa foram trazidos beberrões do deserto; puseram braceletes nas mãos das mulheres e coroas de esplendor nas suas cabeças.” Ex 23;40 a 42

Notemos que, embora se enfeitando para estranhos, havia um quê do “marido” no ambiente; “puseste sobre a mesa Meu incenso e Meu azeite...” A infiel ao Esposo estava preservado indevidamente elementos do Seu culto, como se, os tais fizessem sentido naquela prostituição. “Então disse à envelhecida em adultérios: Agora deveras se prostituirão com ela, e ela com eles? Entraram a ela, como quem entra a uma prostituta...” vs 43 e 44

A transformação para baixo, onde coisas que foram preciosas se tornaram sem valor, foi um processo reiterado, contínuo. Na introdução de Jeremias já encontramos a denúncia contra um povo que deixara ao Senhor pelas suas doentias e inúteis inclinações. “Porque o Meu povo fez duas maldades: a Mim deixaram, o Manancial de Águas Vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas.” Jr 2;13

Não apenas abandonaram ao Deus Vivo, como buscaram simulacros pífios sem nenhuma utilidade. Desses deuses Isaías versou: “... nada sabem os que conduzem em procissão suas imagens de escultura, feitas de madeira; rogam a um deus que não pode salvar.” Is 45;20

Não que O Eterno tenha sido surpreendido pela apostasia. Ele É Onisciente. Todavia, estava em jogo Seu amor, mais que, Sua ciência. Por isso falou do modo humano, como se fosse um marido traído, para que o povo entendesse a gravidade do mal que fizera.

Se cultuar ídolos lhes era mais importante, que ao menos se separassem em definitivo do Eterno. “Quanto a vós, ó casa de Israel, assim diz o Senhor Deus; Ide, sirva cada um os seus ídolos, pois, a Mim não quereis ouvir; mas não profaneis mais o Meu Santo Nome com vossas dádivas e com os vossos ídolos.” Ez 20;39

Nabucodonosor sonhou com uma estátua que tinha cabeça de ouro e pés de barro. Pois, muitos que se dizem de Cristo, malgrado O “Cabeça de Ouro”, têm pés de barro, andando segundo a carne. E profanando ao Senhor. Na hora da verdade, cada um aparecerá estritamente como é.

A extrema nudez canhota


“Orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual estou também preso;” Col 4;3

Paulo estava preso por causa da palavra que pregava. Anunciando a Obra de Cristo e chamando pecadores a se comprometerem com ela para serem salvos.

Os judaístas o perseguiram até à morte; uma vez o apedrejaram pensando tê-lo matado; mas, sobreviveu. Atos 14;19

Se alguém pode ser definido como sendo de “extrema-direita”, esse, foi Paulo. De direita porque defendia valores como liberdade de escolha, de credo, de expressão... extremo porque, estando ele preso por causa da Palavra, invés de rogar orações às igrejas, no sentido de que lhe fossem abertas as portas da prisão, pedia, antes, que lhe fosse aberta a porta da Palavra; queria falar mais.

O “argumento” de quem não possui argumentos sempre foi a violência. Levar a defesa do que crê às últimas consequências como fez Paulo, certamente foi um ato extremo. Eis a diferença entre um extremista digno e um patife!

A extrema esquerda, como ontem fez contra o cristão americano, Charlie Kirk, mata aqueles contra os quais não pode argumentar.

Um de direita seu “extremismo” o expõe ao risco da própria vida. Nada mais natural de quem pretende e ensina, “socializar” aos bens alheios, jamais aos próprios. Uma vida se sente incomodada com a existência de outra? Basta eliminá-la e tudo estará “resolvido”.

Por isso, nos meandros escuros onde a esquerda tem seu habitat, acontecem mortes como a de Celso Daniel, Toninho do PT, o atentados contra Jair Bolsonaro e Donald Trump... a quem os incomoda, eles enfrentam com o jeito esquerdista de resolver problemas.

Acaso, a morte do Senhor Jesus Cristo, não foi porque Sua vida incomodava ao sistema dominante, e Ele era imbatível em argumentos e poderoso em obras? Então, o STF da época em conluio com o PT, decidiram acabar com a ameaça. Antagônicos como Fariseus e Saduceus se uniram e requisitaram o serviço sujo aos romanos, sob ameaça de denunciá-los a César por traição, se assim não fizessem.

A quem, a defesa de valores como liberdade de escolha, crença, expressão, a vida, família e Deus incomoda? A rigor nem se trata de politica estritamente. É uma questão moral, de valores que evidenciam caracteres. Quando determinada “vitória” é comemorada apenas nos presídios, isso basta para denunciar quem está triunfando.

Quando deparo com um “cristão de esquerda”, vejo três possibilidades; a) o sujeito não entendeu o cristianismo; b) não entendeu o esquerdismo; c) não é nem uma coisa nem outra; apenas um infiltrado tentando minar nossas defesas poluindo o ambiente com seu lixo de estimação. A ideologia comunista.

Aquela frase bonitinha de Voltaire, “Não concordo com uma palavra do que dizes; mas, defenderei até à morte teu direito de dizeres o que pensas”, parecia mera platitude, dada a obviedade da liberdade de expressão. Os fatos mostram que não é assim, infelizmente.

Extrema violência precisa ter consequências, do mesmo nível que a praticada. Afinal, não fazer ao semelhante o que não deseja a si é um conceito basilar da doutrina de Cristo. Nos provérbios, encontramos: “O homem de grande violência deve sofrer o dano; porque se tu o livrares ainda terás de tornar a fazê-lo.” Prov 19;19

A pena de morte como existe nos States, faz boa figura para casos abjetos assim. No Antigo Testamento havia casos em que tal pena se aplicava; e no novo há uma janela aberta que diz: “... se fizeres o mal, teme, pois (a autoridade) não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, vingador para castigar quem faz o mal.” Rom 13;4

Onde fica o amor cristão? No caso de ontem, com a viúva e os filhos órfãos pela covardia do bravo esquerdista. Atinente a ele, ficamos com o amor pela justiça.

Infelizmente a violência é um mal que só pode ser freado por outra ainda maior. A destruição da humanidade pelo dilúvio, foi o violento juízo Divino por causa da violência humana sobre a terra. “Então disse Deus a Noé: O fim de toda a carne é vindo perante Minha Face; porque a Terra está cheia de violência; eis que os desfarei com a Terra.” Gn 6;13

Enfim, a extrema direita leva a defesa das suas ideias ao extremo de arriscar a vida; a extrema esquerda, refém do seu lapso intelectual, moral e ideológico, precisa ceifar vidas inocentes; pois, falta-lhe estatura para sustentar um contraponto; e idoneidade moral para rever escolhas. “Pois não dormem, se não fizerem mal, foge deles o sono se não fizerem alguém tropeçar. Porque comem o pão da impiedade, e bebem o vinho da violência.” Prov 4;16 e 17

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

As recompensas



“... há justo que perece na sua justiça, e ímpio que prolonga seus dias na sua maldade.” Ecl 7;15

As ações sendo recompensadas segundo seu mérito é o esperável. Costumamos pensar que os de boas índoles merecem toda sorte de bênçãos; enquanto, aos maus, eventual má sina que os alcançar será justiça.

Nas reflexões de Salomão encontramos o oposto. O justo perecia na justiça e ímpios prolongavam-se na maldade. Qualquer pessoa minimamente esclarecida, convirá que esse padrão que foi observado então, ainda se mantém.

Se, tudo acontecesse na esfera imanente, nada restaria para que esperássemos do transcendente. De outra forma: Se a justa retribuição fosse precisamente sobre a terra, nem seríamos testados em nossa fé; pela qual, somos desfiados a esperar recompensas no porvir.

Paulo foi categórico: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

Das riquezas espirituais, ouvimos, nalgumas falas onde pontuam a importância das coisas que o dinheiro não compra. Todavia, uma coisa é saber da existência; outra, viver de modo a priorizá-las. A Palavra ensina: “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, não nas que são da terra;” col 3;1 e 2 Questão de prioridades; nenhum veto os cuidados necessários com a vida aqui.

Natural quem serve a Deus desejar que as boas ações tenham recompensa, assim como, as más. O senso de justiça implantado em cada alma o requer.

Contudo, a excelência é buscarmos ao Senhor pelo que Ele É, não por coisas que dá. Fazer as escolhas certas com o sentimento correto, como ensina Paulo em I Cor 13

Faz parte da fé, primeiro crer de modo irrestrito, manifestando uma confiança sem reservas em Deus. Depois, poderemos também confiar que as escolhas virtuosas serão recompensadas em tempo. “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e é galardoador dos que O buscam.” Heb 11;6

Se alguém se mostrar ressentido por ter uma não retribuição imediata, por certo o fará, em cima de um presumido mérito. Não podemos esquecer que se o Eterno decidisse por um imediatista “bateu levou”, “plantou colheu”, o juízo contra as más obras também seria imediato. Contudo, não é. “Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8;11 Antes de alguém reclamar da “demora” de Deus quanto às recompensas, considere a longanimidade que retarda o merecido juízo.

Quando ensinou aos Seus, O Salvador os chamou a um padrão mais alto que mero mercantilismo, de ser bom para com quem só lhe faz bem, o mau para com os demais.

Das reles trocas na mesma moeda perguntou: “Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo?” Mat 5;46 Aquilo que qualquer ímpio consegue fazer, por certo não é o que foi demandado dos que foram chamados a ser sal da terra e luz do mundo; “Porque vos digo que, se vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos Céus.” Mat 5;20

Antes, dissera: “... Amai vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos Céus; porque faz que Seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos.” Vs 44 e 45

Os que escolhem a justiça como modo de vida, optam por agradar a Deus a despeito do que recebam nessa vida.

Não que as recompensas por um viver assim estejam apenas no além. A boa reputação que geralmente acompanha ao homem íntegro, a paz de espírito que a integridade enseja são de usufruto imediato. Dos que assim não são, A Palavra diz: “Os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar; suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.” Is 57;20 e 21

Quando ímpios prolongam seus dias na injustiça. Não significa a Divina aprovação dos seus passos; antes, O Divino amor esperando que se arrependam e não pereçam.

Seria escárnio ante O Eterno, não fazer justiça no seu tempo. “... Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7 e 8