sábado, 16 de setembro de 2023

Reputação; o céu dos homens


“Não erreis: nem devassos, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem os roubadores herdarão o Reino de Deus.” I Cor 6;10

Paulo não pretendeu aqui uma lista exaustiva dos pecados que nos põem a perder; como se, eventual erro que não constasse nessa lista estivesse liberado. Como Deus sonda os corações, até mesmo a coisa certa, com motivação errada, indica um andar no amplo caminho da perdição.

O Salvador citou alguns que, teriam feito as coisas certas, porém, divorciando o ser, do fazer; como se, operando as coisas religiosas, descompromissados com as implicações morais e espirituais delas, bastasse para agradar a Deus. Tais apresentariam seus feitos como suas defesas; “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em Teu Nome? em Teu Nome não expulsamos demônios? em Teu Nome não fizemos muitas maravilhas?” Mat 7;22

Todavia, o caráter dos milagreiros em apreço não se alinhava às coisas que eles faziam; “Então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniquidade.” Mat 7;23

Muitos aquilatam O Nome Santo de modo enviesado; O tomam como sendo uma palavra mágica que santificaria atos, a despeito do modo de vida dos atores; é exatamente o contrário; os que aderem a Ele devem santificarem-se, antes de usarem Seu Nome de modo profano; “o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Assim o que conta para fim de salvação, não é o que fazemos em Seu Nome; mas, o que passamos a ser depois que Nele fomos identificados; “A todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome; os quais não nasceram do sangue, da carne, nem do homem, mas de Deus.” Jo 1;12 e 13 Se, Nele recebemos poder de sermos feitos filhos de Deus, isso significa que podemos agir como tais; não precisamos alterar os ditos do Pai e seguirmos atuando à nossa maneira.

A religião com seu falso brilho, simplesmente, pode criar uma reputação, uma aparência; os religiosos da época odiaram, perseguiram, mataram a Jesus; pois, a salvação é relacionamento com Cristo mediante Seu Espírito e Sua Palavra, não um apego superficial, a uma monotonia ritual. Ademais, reputação é uma febre humana que não leva a lugar nenhum.

Pela aversão que as coisas de Deus sofrem desse mundo que “jaz no maligno”, a tendência é que, os fiéis sejam atacados; “Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem, perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por Minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande vosso galardão nos Céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” Mat 5;11 e 12

Vaias e aplausos são o inferno e o céu dos homens; os salvos pertencem ao Céu Divino.

Assim, esforçar-se por fazer boa figura perante a sociedade ímpia, desconsiderando o necessário relacionamento com O Senhor, é pedir pães a quem só pode dar pedras, enquanto dá as costas ao Pão da Vida.

Os que ousam editar À Palavra, para que, suas perversões e seus desajustes sejam “normalizados” também estão apostando todas as fichas na reputação; desconsiderando a urgente necessidade de salvação.

Aqueles que aplaudem os erros aqui também serão réus lá, por ocasião do juízo; de que servirá o apoio deles? Podem cantar a plenos pulmões as vantagens de sua edição “inclusiva”; a senda da salvação segue ímpar, sóbria, exclusiva; “... Eu Sou O Caminho, A Verdade e A Vida; ninguém vem ao Pai, senão por Mim.” João 14:6

A lista que Paulo fez, tinha por alvo evidenciar as coisas mais grosseiras, acerca das quais, não resta dúvida quanto à perdição dos que nelas vivem; não passou um pente fino nos pecados, antes, arrolou os mais notórios, que podem ser vistos até pelo homem, que vê apenas as aparências.

A balela do “eu nasci assim” não cola. Todos nascemos em pecado, espiritualmente mortos; por isso o desafio a nascer de novo. Se, não tivemos culpa, inicialmente, antes herdamos de Adão, também não temos méritos para sermos salvos; mas, se desejarmos com toda alma e aceitarmos os termos Divinos seremos salvos pelos Méritos de Cristo que pagou o resgate em nosso favor.

Se, apenas aos que Nele creem O Senhor dá poder de serem feitos filhos de Deus, é porque, alienado Dele, ninguém pode.

Os que, ao se verem desajustados espiritualmente pretendem cortar porções da Palavra, invés de se deixar corrigir, negam a Deus em Seus Santos e Perfeitos Termos; o desafio é outro; “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me”.

quinta-feira, 14 de setembro de 2023

A espada da língua


“Eu vos digo que, de toda palavra ociosa que os homens disserem, hão de dar conta no dia do juízo.” Mat 12;36

O que seria palavra ociosa? Ocioso, inicialmente, nomeia ao que está desocupado, sem labor. Mas, esse predicado é humano, não de palavras. Ou as palavras trabalham?

Elas podem transportar um estado de ânimo, escolha, apologia, diatribe, ensino, informação, opinião, gosto, crença... é vasto o “trabalho” que eles podem fazer. Esse rol citado é atinente às funções probas na arte da fala. Pois, se essa se puser a serviço da improbidade, também laborará; porém, num trabalho sujo; poderá fomentar o desânimo, ofender, turbar uma escolha, defender o indefensável, ensinar vícios, heresias, mentir, blasfemar...

A palavra ociosa é uma linguagem figurada que significa, improdutiva, irrelevante, supérflua, sem função, inútil... Como diria o vulgo, não “infrói nem diminói”, dada sua futilidade.

Para Cristo, as coisas meramente da boca pra fora não têm valor; “... Este povo Me honra com os lábios, mas seu coração está longe de Mim.” Mc 7;6 Nesse caso, “infrói”, ao circunscrever o vão loquaz, no âmbito da hipocrisia, do qual se livraria, tão somente, guardando silêncio; “Até o tolo, quando se cala, é reputado por sábio...” Prov 17;28

Assim, podemos entender o que O Senhor pretendia dizer quando depreciou às palavras ociosas. As falas desprovidas de sentido, de compromisso com a realidade, desejando apenas, aparentar algo, não, comunicar. 

Sabedor que as palavras têm “peso”, O Salvador aliviou para os discípulos, no momento que julgou oportuno; “Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não podeis suportar agora.” Jo 16;12

É fácil pegar uma sentença e transformá-la numa espada, para, com ela ferir àquele/a de quem não gostamos, sem considerarmos que, aquele de quem mais gostamos, nós mesmos, também passará pelo crivo das palavras faladas; por elas será julgado. “Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir.” Mat 7;2 Por isso, o conselho: “Portanto, tudo que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lhes também; porque esta é a Lei e os profetas.” Mat 7;12

Escrevendo aos romanos Paulo denunciou a severidade inconsequente dos que pareciam ignorar que a fala é via de mão dupla. “Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo. Sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem. Tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as, escaparás ao juízo de Deus?” Rom 2;1 a 3

Quando anunciamos o juízo Divino, os escolhidos para isso devem fazê-lo, estamos apresentando algo que vale primeiro para nós, depois, para outrem que desejar alinhar seu viver aos Divinos padrões. 

Ao anunciarmos A Palavra, não estamos “subindo a régua” pelo prazer de fazer isso; nos está posta essa incumbência. Quem frui determinada luz não tem direito de andar no escuro. “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo. Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal é perfeito, poderoso para também refrear todo o corpo.” Tiago 3:1 e 2

Agora, invés de ociosa, a palavra aparece como pedra de tropeço. Na verdade, é A Palavra, que nos possibilita que andemos sem tropeçar; “Lâmpada para meus pés é Tua Palavra, luz para o meu caminho.” Sal 119;105

O que cremos, vivemos e ensinamos, faz parte do livro de nossas vidas; “Então aqueles que temeram ao Senhor falaram frequentemente um ao outro; e o Senhor atentou e ouviu; um memorial foi escrito diante Dele, para os que temeram o Senhor, e para os que se lembraram do Seu Nome. Eles serão Meus, diz o Senhor dos Exércitos; naquele dia serão para Mim joias; poupá-los-ei, como um homem poupa a seu filho, que o serve.” Ml 3;16 e 17

A facilidade de alcance e difusão, via redes sociais, deixa patentes duas coisas; a predisposição para ensinar, mesmo naquele que ainda não aprendeu; e a veemente aversão à correção, por tênue e educada que seja; o direito de alguém ser estúpido é aquilatado como mais importante que a necessidade de ser iluminado. “Não se meta na minha vida!”

E, a turba insana do, “O Senhor me mostra”, “O Senhor me diz”, não se dá ao trabalho de ler À Divina Palavra, para conhecer o que O Santo diz, a todos. A possibilidade de agir de modo mentiroso, profano, é um “direito” particular, que o tal, não negocia.

Ocorre-me um provérbio hindu: “Quando falares, cuida para que tuas palavras sejam melhores que teu silêncio.”

quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Medo alheio


“No amor não há temor, antes, o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena; o que teme não é perfeito em amor.” I Jo 4;18

“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria”
, como ensina Salomão; mas, a excelência reside acima disso. Nos domínios do amor. 

Obedecermos a Deus apenas porque as consequências da desobediência assustam, (o temor tem consigo a pena) é melhor que a desobediência, óbvio; mas, ainda é rudimentar.

Quando a motivação da nossa obediência já não forem os sobressaltos do medo, antes, o constrangimento do amor, então, teremos chegado onde O Senhor deseja.

Obediência irrestrita pode bastar para salvação; mas, no prisma desejado pelo Eterno, o do amor correspondido, nossas digitais não aparecerão. Invés de, não farei isso porque é proibido, o que ama pensaria: Não o farei; por que entristeceria ao Espírito Santo? Sua motivação não é egoísta, antes, derivada do amor; o amor, “... não busca seus interesses...”

Obediência requer comandos externos, que outrem nos diga o quê. O amor move-se em nosso íntimo, e nos constrange a expressá-lo com coisas que não nos foram ordenadas. “Assim também vós, quando fizerdes tudo que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer.” Luc 17;10

Inúteis no prisma do amor, do que, requisitado a andar uma milha, anda duas.

Esse “somente o que devíamos” subentende que Deus deseja algo mais. Nada de errado com a obediência, entenda-se; porém, a motivação dela deve ser maior que o medo. “Se me amais, guardai os Meus mandamentos.” Jo 14;15 “Aquele que tem os Meus mandamentos e os guarda esse é o que Me ama; aquele que Me ama será amado de Meu Pai; Eu o amarei, e Me manifestarei a ele.” Jo 14;21

O amor e a obediência lado a lado; aquele, como motivo, essa como expressão.

Mateus fez assim, quando da sua chamada. O Senhor passou pela alfândega e o desafiou: “Segue-me”. Tivesse feito isso apenas, e teria obedecido. Todavia, adiante lemos: “Aconteceu que, estando ele em casa sentado à mesa, chegaram muitos publicanos e pecadores; sentaram-se juntamente com Jesus e seus discípulos.” Mc 2;15

Ele não apenas seguiu; antes, convidou Jesus à sua mesa, bem como, a muitos colegas de trabalho, outros publicanos para que também esses ouvissem do Mestre. Podemos dizer que Mateus andou a “segunda milha” no início da caminhada, já.

Como ensina A Palavra, “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus...” I Cor 2;14 Para os tais, primeiro, a fé é cega; depois, nos “escondemos atrás da Bíblia”, os que cremos.

Na verdade, a fé pode tocar a dimensão onde os olhos naturais sequer sonham chegar; fortalece o andar de quem crê sem necessidade do frágil apoio das vistas; “pela fé, (Moisés) deixou o Egito não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível.” Heb 11;27

Mas, observaria o mais atento, eu estava falando do amor, e de repente me vejo a versar sobre a fé; são coisas distintas. São, deveras, mas costumam andar juntas. “Porque em Jesus Cristo nem a circuncisão nem a incircuncisão tem valor algum; mas sim a fé que opera pelo amor.” Gál 5;6

Aqueles ritos vindos de ordens, que poderiam ser feitos por medo, apenas, eram inferiores à operação da fé, porque essa deriva do amor. Paulo alistou todos os dons, e os aquilatou como inúteis, se, divorciados do amor, que lhes empresta significado.

Quanto ao esconderijo, sim, nos escondemos. Não num compêndio de textos; numa Bendita Pessoa; “Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará...Ele te cobrirá com Suas Penas, e debaixo das Suas Asas estarás seguro...” Sal 91;1 e 4

Só procura um esconderijo quem consegue identificar o perigo que ronda. Esse mundo está em célere rota de colisão com O Juízo Divino, todavia, não sente necessidade de se esconder.

Diante de uma calamidade, como agora, no sul, as pessoas se solidarizam, socorrem, lamentam. Mas, se metade do Estado agoniza ante essas coisas, a outra metade se preocupa em bailar e comemorar a “Semana Farroupilha”; no auge da pandemia também foi assim, invés de contrição, mudança de mente em face da praga, a maioria não via a hora de caírem as restrições para a volta da diversão.

Como o amor a Deus requer, contíguo, o amor ao próximo, o que ignora à sorte alheia e pensa só em seus prazeres, ama a isso apenas. Se não teme, é por loucura, não por amor.

Quem ama deveras, não teme por si, mas sofre medo alheio, vendo tantas pessoas inconsequentes indo ao encontro da morte, como quem vai a uma festa.

terça-feira, 12 de setembro de 2023

Assassinato do Brasil


Quando, pessoas que um dia admiramos, de repente, ou pouco a pouco, passam a nos enojar, se nos tornam desafetos, vejo três possibilidades para essa mudança de apreço, que nos toma.

A) Nós mudamos em nossos valores, escolhas, amadurecemos;
B) As pessoas que apreciávamos mudaram e causaram nossa mudança;
C) Nossa visão foi aperfeiçoada, e passamos a ver, o que já existia antes, e não víamos.
Uma dessas variáveis, ou mais de uma concorrem, para nosso desencanto, quando ele aflora.

Há um quê de inconstância, um muito de ignorância, em nossas almas inconclusas; com valores, nem sempre, devidamente radicados, o que possibilita essas coisas. Onde o verossímil fazia supormos a existência de certas virtudes, que a verdade se ocupou em demostrar, ausentes.

Me refiro à essência das pessoas, não à reles reputação; pois, aquela é a pessoa em si; a reputação pode brotar e viçar da insipiência ou do mau gosto alheio, como um vegetal do esterco. Há tantas nulidades entre incensos e neons, que são desnecessários os exemplos.

Muitas pessoas que admirei um dia, e hoje me desinteressam cabalmente, por declarações desajustadas, sem um caráter probo, e atitudes do mesmo calibre. Jornalistas, atores, cantores, atletas, que caíram do meu pódio da admiração, para a baixeza de capachos morais.

Ainda têm sua fama, aceitação; pois, no mundo grassa a inversão de valores e os interesses rasos. Muitos maus se identificam com os igualmente maus, porém, mais notórios.

Estar alguém num lugar alto, não o qualifica, necessariamente; pode ser só uma excrescência que o afasta do devido habitat, como certos pinguins da Patagônia que, extraviados pelas correntes marítimas acabam errando nos trópicos.

Tempos trevosos, onde interesses rasos forjam a anemia de significado das palavras, dependendo de, a serviço de quem, elas nomeiam algo. O pêndulo da baixeza moral oscila do vicio à virtude, prostituindo o predicado, a serviço do sujeito.

Duas vezes o Eterno julgou de forma exemplar; nos dias do dilúvio, foi pela disseminação da violência; nos de Sodoma e Gomorra e mais duas cidades, foi por causa da injustiça e da prostituição. Todos esses males proliferam como nunca em nossos dias, de modo que, não carecemos ser profetas para concluir que o juízo se avizinha apressadamente. “Nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos...” previu Paulo.

O arbítrio legado ao homem, permite que ele faça escolhas legítimas, em função do que está criado; não, que ele ressignifique às coisas, subvertendo O Absoluto, em favor das suas rasas perversões. Tampouco ouse contra a Palavra de Deus, como se essa carecesse ser revista, por quem, dela não gosta. Gostar ou não é lícito; além disso, não.

A verdade se basta, e se impõe pelos argumentos que enseja em sua defesa, pois, sua expressão intelectual, atual, moral, histórica, coaduna-se com os fatos; não precisa de muletas para andar; “Nada podemos contra a verdade...” disse ainda, Paulo.

Por outro lado, a perversão por ser uma idiossincrasia, sempre terá limitado o seu alcance, pois, a percepção peculiar de um, choca-se com a de outro, e ambos, terão cada qual sua “verdade”, nome anêmico de significado, que dão para os gostos, opiniões; pois, estando contra O Absoluto, serão, necessariamente, mentiras.

Quando os perversos estão no poder, (poder, sobre outros, pois sobre si mesmos não têm, senão não seriam perversos teriam disciplina) afrontam aos valores e à verdade, e seu único “argumento” é a força. Dessa fonte corrupta brotam os casuísmos jurídicos, as restrições de movimento, de direitos, a censura.

Jornalistas que sempre falaram em defesa da liberdade, de repente, sofreram uma estranha amnésia; meu asco mais intenso é com o Bonner; tolhe que eu sofra ainda ao Jornal Nacional. Como disse ele, me dá “engulhos.”

Os militares que sempre foram tidos como o bastião garantidor da democracia, saíram da fortaleza, atraídos por cifrões; descobriram tardiamente o “valor” da prostituição; o curta-metragem pornô que fazem, ao copular com a corrupção jurídica e executiva, embora sem público, parece que tem rendido satisfatoriamente aos “atores.” Basta ouvir seu estrondoso silêncio ante tantos desmandos, pior, sua cumplicidade.

Vai que, empolgados com o “patrocínio” decidam fazer um longa-metragem, estilo “Dança com Lobos”, digo, que a bosta se prorrogue até não ter volta, e nenhuma intervenção tolha o assassinato do Brasil em doses cavalares e à luz do dia, como vemos atualmente.

Naquele filme se usou um livrinho com anotações preciosas para limpar a bunda; atualmente a Constituição sofre a mesma afronta. Sempre temos um tribuno a denunciar desmandos aqui e ou ali, e a banda segue, os inconformados gritam às paredes.

A nefasta ideologia paulofreireana sempre fracionou o mundo em oprimidos e opressores. Que todas as diatribes que fizeram contra os “opressores” lhes caia sobre, antes que seja tarde.

domingo, 10 de setembro de 2023

Ataques à unidade


“... o corpo é um, e tem muitos membros; todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também.” I Co 12;12

A unidade do “Corpo de Cristo;” ensino recorrente nas Escrituras. “Para que todos sejam um, como Tu, ó Pai, o És em Mim, e Eu em Ti; que também eles sejam um em Nós...” Jo 17;21 “Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; Um só Senhor, uma só fé, um só batismo; Um só Deus, Pai de todos, o qual é sobre todos, por todos e em todos vós.” Ef 4;4 a 6 etc.

Porém, o fato de algo estar patente na Palavra de Deus, não o exime de falsificações, de contorcionismos teológicos para imposição de coisas espúrias.

Somos convocados à batalha, justo nessas brechas que o inimigo tenta abrir; “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus...” II Cor 10;4 e 5 Quem supõe que a Batalha espiritual consiste em “amarrar” ao inimigo, ignora quais “cordas” nos foram dadas.

O dom da “palavra da ciência” é um baluarte, contra heresias de toda espécie.

A unidade sofre ataque pelos dois flancos; ora, é trazida para o âmbito institucional; outra, é dissolvida nas águas multicores da união.

A primeiro caso, restringe a Operação Divina à instituição; “Fora da Igreja Católica não há salvação;” Porém, Cristo ensinou diferente. “... quem não é contra nós, é por nós.” Mc 9;40 

Ele enviou sete cartas a sete igrejas diferentes, cada uma com seus problemas pontuais; se O Senhor instituiu mesmo o papado, um governo humano centralizado, porque não escreveu ao Papa, relatando os problemas de cada comunidade e requerendo providências?

Malgrado, fossem diversas, tratou como se fosse uma só, em Seu Senhorio e direção, preservando a pluralidade das instituições: “Quem tem ouvidos ouça, o que O Espírito diz, ‘às igrejas’.”

Embora várias, a diretriz era comum; “O que O Espírito diz...” Pois, a unidade bíblica é espiritual, não, institucional.

“Há um só Espírito. (Santo)” há muitos enganadores. “... provai se os espíritos são de Deus.” I Jo 4;1

Após o curso de dois milênios se pretendendo a embaixadora exclusiva da salvação, a Igreja Católica, defensora da unidade institucional, vendo que essa pretensão não bastou ao seu sonho de poder político, passou a esposar a união; o famigerado ecumenismo.

Sob essa bandeira, todos os credos, por espúrios, contraditórios que sejam, são considerados igualmente válidos, “cada um, busca Deus à sua maneira” ensina Francisco, o mentor do balaio de gatos.

O ecumenismo usa a mesma “moral” dos movimentos LGBTs; sob o signo da diversidade, que é uma coisa boa, criada por Deus, pretendem embarcar no mesmo bote, coisas que devem afundar no naufrágio do juízo, quando perecerão os desobedientes; a perversão.

A diversidade lícita é de povos, idiomas, culturas, personalidades, gostos estéticos... O comportamento esperável dos salvos, de qualquer povo, os restringe à unidade doutrinária das Escrituras. “Santifica-os na verdade; Tua Palavra é a verdade.” Jo 17;17 A Palavra Dele é categórica: “... Eu Sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por Mim.” Jo 14;6

O desejo de poder sempre animou insanidades contra O Todo Poderoso; “Subirei sobre as alturas das nuvens, serei semelhante ao Altíssimo.” Is 14;14 sonha o usurpador mor.

Na verdade, muitos católicos sinceros que não compactuam com o espírito que rege o Vaticano, ao verem a perversão e o comunismo acoroçoados, mais que outra coisa qualquer, começam a sair de sob o domínio central; criam comunidades alternativas, onde continuam a pregar como creem. Assim, tardiamente, eles mesmos, que sempre atrelaram salvação à instituição, começam a entender eu quê, consiste, deveras.

Cada dia mais a pressão recrudescerá; os que pretendem seguir “não alinhados” à mega prostituição espiritual que se amontoa sob a égide da união, cada vez menos, terão espaço, aceitação. Os motes que “justificarão” sua perseguição, já são implantados previamente; “discursos de ódio, homofobia, fundamentalismo...”

Quem tem em si o Espírito Santo, não importa sob qual denominação congregue, qual ritual adote, certamente será identificado, presto, por outro animado pelo Mesmo Espírito. “Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que O Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem O Espírito de Cristo, esse, não é Dele.” Rom 8;9

Outra vez, o “elo”; O Espírito de Cristo.

Se, no âmbito visual as aparências enganam, no espiritual, é necessário algo mais; o espírito vê essências. “o que é espiritual discerne bem tudo e de ninguém é discernido.” I Cor 2;15

sábado, 9 de setembro de 2023

Os escolhidos


“Mas, como fomos aprovados de Deus para que o Evangelho nos fosse confiado, assim falamos, não como para agradar homens, mas Deus, que prova nossos corações.” I Tess 2;4

Embora, a pregação seja uma busca estritamente por homens, “Pregai o Evangelho a toda criatura”, as credenciais e o fim, não vertem de perspectivas humanas. “Fomos aprovados por Deus, para agradar a Deus.”

Interessante que, quando Paulo fora “escolhido” não fazia nada de recomendável; antes, perseguia à Igreja.

Ao comissionar, O Senhor, a Ananias para orar por ele, aquele temeu. “Senhor, de muitos ouvi acerca deste homem, quantos males tem feito aos teus santos em Jerusalém; aqui tem poder dos principais dos sacerdotes para prender a todos os que invocam Teu Nome. Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para Mim um vaso escolhido, para levar Meu Nome diante dos gentios, dos reis e dos filhos de Israel.” Atos 9;13 a 15

Mais tarde, escrevendo sobre seus compatriotas fez menção do “zelo sem entendimento”, provavelmente lembrando de sua fúria cega, perseguidora. “Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento.” Rom 10;2

Então, a sua privação de entendimento sobre Jesus, fez necessária uma “reciclagem das ideias” por certo tempo. Para isso se manteve distante dos que o lideravam no judaísmo. “Depois, passados três anos, fui a Jerusalém para ver a Pedro e fiquei com ele quinze dias.” Gal 1;18

O resumo é que, por poder ver os corações, O Eterno escolhe coisas que os homens vetariam cabalmente. Esse veto seria pleno de “razão”. A escolha de Paulo irritara aos judaístas e assustara aos cristãos, como vimos nas objeções de Ananias.

Escrevendo aos Coríntios o apóstolo pontuou: “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são.” I Cor 1;27 e 28

Noutra parte especulou os motivos; “... Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. Mas, por isso alcancei misericórdia, para que em mim, que sou o principal, Jesus Cristo mostrasse toda Sua longanimidade, para exemplo dos que haviam de crer Nele para vida eterna.” I Tim 1;15 e 16

Sendo a escolha, Divina, o objetivo, agradar a Deus, onde aparecerão, os que negociam porções “polêmicas” da Palavra a fim de fazer “boa figura” ante o mundo?

Deus pode forjar o improvável para o ministério; porém, o objetivo não sofre variáveis; os escolhidos devem pregar fielmente à Palavra, a despeito das comichões e preferências mundanas que invadem igrejas. “Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre teu ministério.” II Tim 4;5

Há mestres para todos os gostos. Os alternativos deixam patente, pela mensagem que pregam, que não foram comissionados por Deus; se o foram, abandonaram à santa convocação. Pedro trouxe dura sentença contra os tais; “Porque melhor lhes fora não conhecer o caminho da justiça, que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao próprio vômito, a porca lavada, ao espojadouro de lama.” II Ped 2;21 e 22

Não raro, vemos multidões de delinquentes espirituais gritando palavras de ordem em apoio a certos “perseguidos;” os que são aclamados por multidões deixam claro a fonte de seu “chamado”; “Do mundo são, por isso falam do mundo, e o mundo os ouve.” I Jo 4;5
Os que O Senhor escolhe, primeiro, devem ser zelosos pela verdade, não por aplausos; pois, “Não são do mundo, como Eu do mundo não sou.” Jo 17;16

Igreja não é lugar de entretenimento, tampouco, a genuína mensagem enseja aplausos de pecadores, antes, contrição, vergonha, arrependimento.

Paulo foi perseguido do início ao fim; e o fim foi abreviado pelos perseguidores; na iminência do martírio pode dizer: “Porque já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” II Tim 4;6 e 7

O bom combate o fez lutar pela verdade até o fim; a entrega incondicional, capacitou-o a aceitar o que veio, sem duvidar da Bondade Divina.

Pregou um alvo para além dessa vida, e defendeu-o até o fim, quando a vida lhe seria tirada. “Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, Justo Juiz, me dará naquele dia; não somente a mim, mas a todos que amarem Sua vinda.” II Tim 4;8

Os que se derretem por aplausos não suportariam vaias; muito menos, morrer por Cristo. Deus não escolhe covardes.

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Os eunucos


“A mente não é um vaso para ser cheio; antes, é um fogo a ser aceso.” Plutarco

Nada contra as frases feitas, tanto que, lanço mão de uma, como ponto de partida nessa reflexão. O que o dito de Plutarco tem de belo, aliás, é que ele aponta pra necessidade de cada um fazer fogo com sua lenha, invés de, apenas aquecer-se no fogo estranho.

Eventualmente, o talento alheio cai como um “nicho” sob medida ao nosso “santo”; nesse caso, por que cavar outro? Todavia, a preguiça mental manda seus pacientes às prateleiras do decoreba, quando a demanda da alma seria uma aventura por entre as brumas da reflexão.

Uma vez, um sujeito me lançou em rosto o poema, “O Analfabeto Político” de Bertoldt Brecht, por eu discordar de sua visão esquerdista de mundo. Para ele, ou, o sujeito era de esquerda, ou era analfa; devo tê-lo mandado pastar, não lembro os termos da discussão.

O lugar comum não tem nada de especial, estritamente por isso: É comum. Você pode mais; você é indivíduo, é ímpar. O que lança mão só de pensares alheios, como quem escolhe pratos acondicionados em pilhas, abdica do potencial da própria mente. Esses eunucos intelectuais, podem servir no palácio do comodismo, atrofiando e esterilizando seus neurônios; no fim, esses, ocuparão espaço em vão em seus crânios baldios.

Às vezes a incongruência ante os desabituados a pensar, ganha vitrines tais, que Sophia muda-se para a favela. Há alguns anos, em Porto Alegre, deparei com um outdoor que versava o seguinte: “Chester, a mais nova tradição do Natal”. Tradição nova?? Meus dois neurônios deram um nó. As palavras desfilavam com anemia de significado; ninguém parecia se importar com a doença. O importante era a figura peituda e apetitosa, do novo velho, que o anúncio ostentava.

Nas redes sociais às vezes deparo com uma “diatribe” às críticas que dá o que pensar: “Ninguém atira pedras em árvores sem frutos.” Defendem-se os criticados. Mas, criticar não é analisar com critério, com conhecimento de causa? A palavra não vem do grego “Krinei”, separar, julgar, discernir? Não dizemos, quando determinado espetáculo recebeu aprovação dos que entendem do assunto, que ele foi um “sucesso de crítica?” Sendo a crítica uma análise com conhecimento de causa, seria uma “pedrada?”

Para a atual geração mimimi, qualquer reparo, por mínimo que seja, soa a um estranho no ninho; só sabem das coisas os que mandam coraçõezinhos. Claro que tem ataques gratuitos em muitas coisas; mas, esses derivam de despeito, inveja e não devem ser aquilatados como críticas.

Outro dia postei um comentário contrariando, via argumentos, à teoria da evolução. Um sujeito que não gostou do que escrevi, copiou de meu perfil: “Profissão, Mestre-de-Obras" e colocou abaixo de meu comentário, sem nenhuma coisa que rebatesse meu dito. Na falta de material para isso, me atacou, como se, minha profissão fosse um desabono e me desautorizasse a pensar sobre coisas tão “altas”. Deus É Um Mestre-de-Obras, qual o problema? E se eu varresse ruas? Não poderia pensar por mim mesmo?

Quando alguém desce a esse nível, despreza o “quê” e parte para cima do “quem”, já deixa exposta sua obscenidade intelectual, a incapacidade de incursionar nas veredas do saber. Cada vez que fala, suja às límpidas vitrines que o silêncio lhe tinha proposto. Sua paixão ignorante é um fogo que produz calor privado de luz. Como diria o vulgo: “Perdeu uma chance de ficar calado.”

Voltando aos evolucionistas, além de explicar onde e quando se deu o “salto” do instintivo ao racional, deveriam entender e explicar também, por que, depois que “evoluímos” ao âmbito do apreço filosófico e estético, dos altos juristas, políticos, descemos ao culto da feiura e da ignorância outra vez. Teria a evolução parado, e precisaria de um “tranco” para pegar de novo?

Afinal, depois de grandes músicos em todos os gêneros, e pensadores, atualmente se cultiva Anitta, Pablo Vittar, Ludmilla, Manoel Gomes, vulgo Caneta Azul; Felipe Neto, Márcia Tiburi, Marilena Chauí, são os “pensadores” atuais; Vitória Souza, a pregadora, Lula o Tribuno (depois da Mulher Sapiens) e Alexandre de Morais, o Jurista... a evolução cresce como rabo de cavalo? Sei lá; não passo de um construtor.

Enfim, a decadência chegou a masmorras tais, que as piadas se não tiverem um componente sexual, dificilmente serão entendidas; e um texto, uma postagem qualquer, usando a ironia como método precisa de um “desenho”: “Atenção, contém ironia!”

Pois, somos uma geração apressada, avessa a processos que extrapolem aos cinco minutos; quem mal consegue engolir as bagas da uva sem mastigar direito, acaba tolhendo a si mesmo, da possibilidade de fruir o bom vinho.

Felizes os que, como Jacó, conseguem ir “no passo do gado!”