sábado, 10 de junho de 2023

Os dias maus



Apega-te, pois, a Ele e tem paz; assim te sobrevirá o bem. Aceita, peço-te, a lei da Sua Boca, põe Suas palavras no teu coração.” Jó 22;21 e 22

Um dos amigos de Jó, após acusá-lo temerariamente de supostos pecados, aconselhou ao patriarca a que voltasse para um lugar de onde ele não saíra; comunhão com Deus.

Circunstâncias adversas nem sempre significam que nossos caminhos são maus.
Segundo o precipitado conselheiro, tal “concerto” traria abençoadas consequências; “Determinarás tu algum negócio, ser-te-á firme; a luz brilhará em teus caminhos. Quando te abaterem, então dirás: Haja exaltação! Deus salvará ao humilde. Livrará até ao que não é inocente; porque será libertado pela pureza de tuas mãos.” vs 28 a 30 Assim, além de ter os caminhos abertos diante de si, Jó seria um intercessor aceitável.
Se, para tal visão a tribulação significava, necessariamente, que o atribulado estava em pecados, o arrependimento e abandono desses, moveria Jó em direção oposta; das privações para a fartura e prosperidade. Esse imediatismo que supõe que se pode semear e colher no mesmo dia não combina com a Obra do Senhor. Ele costuma ser mais paciente, até com nossos erros. “Estas coisas tens feito e Me calei; pensavas que era tal como tu, mas te arguirei, e as porei por ordem diante dos teus olhos.” v 21 A um que abusara 
da paciência Divina, o juízo às portas.

Ora, se as consequências de abraçarmos a virtude como modo de vida fossem imediatas, nossa “fidelidade” perderia sua essência, e daria assento ao mero interesse. No prisma do Eterno, “Tudo tem o seu tempo determinado, há tempo para todo propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer e de morrer; tempo de plantar e de arrancar o que se plantou;” Ecl 3;1 e 2

Então, as coisas não são assim, tão rápidas. Nem nossos erros, nem nossos acertos têm frutos repentinos; certo decurso de tempo é necessário. Muitas vezes usamos isso em prejuízo de nossas almas, invés de fazermos o contrário. “Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8;11

Abraçarmos o mal confiados na longanimidade Divina é já um retrato de nossa infidelidade, que não poderá ser revertida ao bel prazer de nossos desejos; se em pleno vigor tememos o preço da renúncia, como será quando formos velhos? Por isso, o conselho: “Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias...” Ecl 12;1

A perseverança requer que nos mantenhamos firmes mesmo quando as coisas saem contrárias aos nossos anseios. O próprio Jó bem sabia disso, tanto que afirmou: “Quem me dera agora, que minhas palavras fossem escritas! Quem me dera, fossem gravadas num livro! Que, com pena de ferro, com chumbo, para sempre fossem esculpidas na rocha. Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim, Se levantará sobre a terra.” Cap 19;23 a 25 Seu desejo se cumpriu; suas palavras foram escritas.

Esse “cristianismo” de tempo bom, tipo, serei “fiel” conquanto, as coisas deem certo para mim, passa longe da verdadeira fé, que se estriba na Integridade Divina, não nas circunstâncias. “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do Seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre o seu Deus.” Is 50;10

O infeliz patriarca defendeu que prezara à Palavras do Santo; “Se os meus passos se desviaram do caminho, e se o meu coração segue os meus olhos, e se às minhas mãos se apegou qualquer coisa, então semeie eu e outro coma, seja a minha descendência arrancada até à raiz. Se o meu coração se deixou seduzir por uma mulher, ou se eu armei traições à porta do meu próximo, então moa minha mulher para outro, e outros se encurvem sobre ela, porque é uma infâmia, e é delito pertencente aos juízes.” Jó 31;7 a 11 “Se, como Adão, encobri minhas transgressões, ocultando o meu delito no meu seio;” v 33

Então, é temerário nos apressarmos a conclusões baseados no que vemos; pois, Deus que sonda os corações, às vezes permite que a fidelidade passe por provas, antes de haurir suas recompensas.

Não poucos só as terão por ocasião do juízo; “Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não serve.” Ml 3;18

Muitas vezes, nossos dias maus são apenas envelopes escuros disfarçando bênçãos que a seu tempo, o Pai nos envia. “A adversidade desperta em nós capacidades que, em circunstâncias favoráveis, teriam ficado adormecidas.” Horácio

domingo, 4 de junho de 2023

A força do poder


“Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados.” Sal 84;5

A força humana normalmente evoca músculos desenvolvidos, corpo “sarado”, marombado. Cheias estão as academias, de gente que se esforça buscando essas qualidades.

Coisas benéficas à saúde do corpo; mas, se mal administradas, podem forjar autoconfiança doentia, invés de uma boa sina; nos apartar da essência, se superestimarmos mera aparência: “Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne seu braço, e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17;5

Insano sermos autoconfiantes em coisas que pertencem ao Senhor; dizermos: Eu sou mais eu! Onde deveríamos ser totalmente, Ele. “Negue a si mesmo”. Essa confiança em algo instável nos coloca alheios às bênçãos do Eterno.

No verso inicial temos um abençoado, cujo coração traz caminhos aplanados; agora nosso maldito, em apreço, “aparta seu coração do Senhor.” Benéfico é o usufruto de vigor, força, entretanto é necessário que apreciemos cada coisa em seu devido lugar.

O “músculo” que conta para o sustentáculo da força, nos domínios espirituais, é o coração devidamente alinhado com Deus, submisso a Ele. A força humana é transitória, fugaz; porque está atrelada ao vigor de algo efêmero; “... Porque, que é a vossa vida? Um vapor que aparece por um pouco, depois desvanece.” Tg 4;14 “Os dias da nossa vida chegam a setenta anos; se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta, o orgulho deles é canseira e enfado, pois, cedo se corta e vamos voando.” Sal 90;10

Mesmo tendo esse potencial, um verme ridículo, um vírus invisível, uma bactéria podem nos vulnerar, abreviando nossos dias; quiçá, um acidente, tal a insignificância da força física para preservação da vida.

Não significa que os cuidados com o corpo sejam vãos, desnecessários; mas, seu proveito não excede aos dias da vida terrena. Quem lograr enxergar um pouco além disso, certamente também tomará providências para chegar “sarado” no além; Paulo advertiu: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

Depois aconselhou a Timóteo: “... exercita a ti mesmo em piedade; porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;7 e 8

Normalmente entendemos a fé que remove montanhas, como sendo um meio, um poder para tirar obstáculos de diante de nós. Entretanto, ter no “coração, os caminhos aplanados”, alude a ausência de “montes” por dentro. A remoção de vícios, maus hábitos que nos alienam de Deus é possível mediante à fé Se dermos crédito aos ensinos ouvidos, colocaremos por obras os mesmos, pois, a fé sem obras é morta. Assim, remove montes quando a colocamos para trabalhar.

Paulo ensinou quais “ferros” puxava ao se exercitar em piedade: “todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível. Assim corro, não como a coisa incerta; combato, não como batendo no ar. Antes, subjugo meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira, ficar reprovado.” I Cor 9;25 a 27

Trazemos em nossas naturezas caídas, muitas coisas que tornam acidentados os caminhos do coração. Conhecer essas coisas e tratá-las à luz da Palavra de Deus, fará em nós a devida “terraplanagem”. “... endireitai no ermo vereda a nosso Deus. Todo o vale será exaltado, todo o monte e todo o outeiro será abatido; o que é torcido se endireitará, o que é áspero se aplainará.” Is 40;3 e 4 Figuras de linguagem para o aperfeiçoamento tencionado pelo Senhor em nós.

A Palavra enumera montes que devemos remover de nós mediante a fé que gera obediência, transformação; “Estas seis coisas o Senhor odeia, e a sétima Sua alma abomina: Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre irmãos.” Prov 6;16 a 19

Não é uma lista exaustiva dos pecados que cometemos. Apenas algumas “laranjas” mais viçosas que apresentamos na feira da vida; porém, há muito mais no pomar. Até chegarmos a ser “limpos de coração” para vermos a Deus, é grande a caminhada. “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá O Senhor;” Heb 12;14

Para nossa força estar Nele, precisamos enfraquecer de presunção, deixando-o decidir quando, e o que é preciso mudar em nós; “Por isso sinto prazer nas fraquezas, injúrias, necessidades, perseguições, angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte.” II Cor 12;10

sábado, 3 de junho de 2023

Eleitos e predestinados


“Como também nos elegeu Nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante Dele em amor; nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo...” Ef 1;4 e 5

Eleição e predestinação deram azo à divisão das opiniões teológicas em dois ramos distintos: Arminianismo e Calvinismo. A primeira corrente defendendo a salvação como consequência da escolha arbitrária; ainda que facultada pelo Espírito Santo; a segunda, propõe a teoria da “graça irresistível”, quando a mensagem for apresentada a um “eleito”. Tal, teria sido escolhido de antemão; julgado antes de nascer.

Paulo está falando com os cristãos. Então, quando diz: “nos elegeu”, invés da ênfase recair sobre eleição, aos meus olhos, parece mais coerente incidir sobre o modo que a salvação se dá; “Nele”.

Calvinistas diriam que, quem for um eleito, fatalmente estará Nele; Arminianos, por sua vez, que quem estiver Nele, se tornará um eleito. A eleição não trata de sujeitos, inicialmente; antes de predicados. Não define quem é, mas como alguém poderá ser.

O fato de ter se dado “antes da fundação do mundo”, é um derivado formal de presciência Divina, das possibilidades Daquele que “chama às coisas que não são como se já fossem.” Afinal, O Cordeiro também “foi morto antes da fundação do mundo”; isso não pode ser apreciado assim, desde nossa lógica puramente terrena, sujeita ao curso temporal.

Invés de uma sagração do que é, a eleição atenta para um vir a ser, um objetivo a ser alcançado, cujo cumprimento lhe emprestará sentido. Nos elegeu, os que creem, “... para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante Dele, em amor...”

A chamada dos eleitos não é mera manifestação de quem já é; antes, a revelação de quem veio a ser, por ter aceito os termos propostos; negar a si mesmo, estar em Cristo. “Assim, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. Tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;17 a 19

A amplitude do propósito: O mundo. A possibilidade: Os que aceitaram estar em Cristo.

Estar Nele demanda mostrarmos coerência entre nossa profissão e ações; se alguém está, tais e quais consequências são necessárias. Assim, não é uma eleição prévia; antes, uma escolha posterior, cujos frutos identificam quem é eleito do Senhor.

Mesmo na escolha rumo à Terra Prometida, não ao céu, muitos “eleitos” que decepcionaram ao Santo, perderam sua “eleição”. “Quero lembrar-vos, como a quem já uma vez soube isto, que, havendo o Senhor salvo um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu depois os que não creram;” Jd v 5

Em Cristo não é um lugar; antes, uma essência; o simples dizer-se Dele, nos compromete a um modo de vida coerente, digno; “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;5

Quanto à predestinação, a palavra sugere a preparação prévia de um destino, um lugar. Isso não define quem o ocupará, particularmente; mas, quem, essencialmente; que tipo de ocupantes estarão lá. Os que estiverem em Cristo. Ele prometeu: “... Vou preparar-vos lugar. Quando Eu for e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para Mim mesmo, para que onde Eu estiver estejais também.” Jo 14;2 e 3

A predestinação atina a certas condições que dependem das escolhas humanas; “... nos predestinou para filhos de adoção, por Jesus Cristo...” “por” refere-se ao meio pelo qual os salvos foram adotados. Para estar, alguém, em Cristo, carece negar a si mesmo, inevitável uma escolha bem radical.

Enfim, mesmo a “eleição” pode ser perdida, (não há graça irresistível) se, em nossas escolhas e caminhada deixarmos de vigiar em santidade; tal descuido fará nossa peregrinação relapsa, descompromissada, infrutífera. “Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca, jamais tropeçareis.” II Ped 1;10

Invés do duvidoso, “uma vez salvo, sempre salvo”, a advertência oportuna: “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia.” I Cor 10;12

Que nada podemos sem Cristo, e que as escolhas virtuosas também dependem do Bendito Espírito Santo a nos capacitar para elas, de acordo.

Mas, mesmo O Espírito Santo pode ser resistido, entristecido; “... vós sempre resistis ao Espírito Santo...” Atos 7;51 Sua “Ferramenta” de trabalho é persuasão, não, violação. “... Não por força nem por violência, mas sim pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos.” Zc 4;6

quinta-feira, 1 de junho de 2023

Não por força nem por violência


“Da minha parte é feito um decreto, pelo qual em todo o domínio do meu reino os homens tremam e temam perante o Deus de Daniel; porque Ele é o Deus Vivo que permanece para sempre; Seu Reino não se pode destruir, Seu domínio durará até o fim.” Dn 6;26

Após o maravilhoso livramento dado a Daniel, preservando-lhe, Deus, a vida, mesmo tendo sido lançado aos leões, o rei Dario decretou o visto acima.

Sabia da fidelidade de Daniel, tanto a Deus, quanto a ele; certamente entendera que o motivo para a perseguição ao servo de Deus era a inveja da concorrência, travestida numa artimanha que, aparentemente o honraria, mesmo desonrando ao Deus de Daniel, por colocá-lo acima Dele.

Para reparo dessa sandice, na qual caíra inadvertidamente, o monarca, além de mandar justiçar aos invejosos, estabeleceu que o Deus de Daniel deveria ser temido por todos em seu reino.

Naquele contexto, o decreto teve seu valor, oportunidade.

Contudo, o relacionamento com Deus não pode ser restabelecido à força de leis. Se, essas logram regulamentar o comportamento social, são impotentes para mover a alma do homem em direção à fé e obediência.

Em dias posteriores, Artaxerxes, novo rei, quando da saída do povo do cativeiro para restauração de Jerusalém e do templo, mediante a liderança de Esdras, outro decreto foi escrito, então, preservando a direito de escolha; “Por mim se decreta que no meu reino todo aquele do povo de Israel, dos seus sacerdotes e levitas, que quiser ir contigo a Jerusalém, vá.” Ed 7;13

O teto do que podem fazer as leis humanas; preservar os direitos e liberdades básicas; no caso, a liberdade de crença, e até de ir e vir, em função do que criam, os judeus.

Embora os calvinistas defendam a ideia de uma Soberania Divina que “julgaria” aos humanos ainda antes de nascerem, condenando uns e “salvando” outros, os “eleitos”, se há algo que O Divino Poder preserva é o direito de escolha. Deus ama, além dos homens, à justiça.

“Chamando a Si a multidão, com Seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após Mim, negue a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me.” Mc 8;34 Embora os termos para a salvação estejam estabelecidos e sejam iguais para todos, “negue a si mesmo e tome sua cruz...” a liberdade de escolha não sofre nenhum arranhão; “... Se alguém quiser vir após Mim...”

Nesse prisma, nem mesmo O Rei dos Reis, O Criador, decreta nada. Estabelece os termos e opera, mediante Seu Espírito Santo com o fim de persuadir quem ouve; mas, sempre será uma escolha humana, aceitar ou não. Não fosse assim, se, Sua Vontade fosse irresistível, sequer poderíamos entristecer ao Espírito, como A Palavra desaconselha que façamos; “Não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção." Ef 4;30

Não venham num raciocínio circular tomar esse verso como argumento de sua crença, dizendo que os “selados” em apreço seriam os “eleitos” por uma prévia escolha Divina. O “selo” veio depois da escolha humana; crer. “... depois que ouvistes a palavra da verdade, o Evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com O Espírito Santo da promessa;” Ef 1;13

Se, a caminhada rumo a Deus não pode ser restabelecida por meras leis humanas, (há um teor espiritual necessário; “... Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus.” Jo 3;3) também, o afastamento daqueles que que já retornaram à casa paterna mediante Cristo, não pode ser feito por reles decretos humanos; ou, mesmo legislações de parlamentos, majoritariamente ímpios.

As leis que nos movem não permitem nos afastarmos de Deus, contrariando princípios deixados em Sua Palavra; “Porventura o trono de iniquidade te acompanha, o qual forja o mal a pretexto de uma lei?” Sal 94;20

Inútil dizer a um cristão: “A partir de agora, o casamento entre pessoas do mesmo sexo, aborto, consumo de drogas, pedofilia...” são “direitos” garantidos por lei. Para nós, as coisas não começam a partir de agora; “... Ponde-vos nos caminhos e vede; perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas...” Jr 6;16

O império global anticristão ousa contra Deus e Suas Leis; “Os reis da terra se levantam, os governos consultam juntamente contra o Senhor e contra Seu ungido, dizendo: Rompamos Suas ataduras, e sacudamos de nós Suas cordas.” Sal 2;2 e 3

Embora nos possam tolher direitos, oprimir, perseguir, matar até; A Palavra de Deus está assentada num lugar que os governos não tocam; “Escondi a Tua Palavra no meu coração, para não pecar contra ti.” Sal 119;11

domingo, 28 de maio de 2023

Quanto tempo temos?


“Meus tempos estão nas Tuas mãos; livra-me das mãos dos meus inimigos, dos que me perseguem.” Sal 31;15

Embora seguro de que, seus tempos estavam nas Divinas mãos, o salmista sabia que havia interesses tentando abreviá-los.

Nosso tempo é instável, indigno de confiança; temerário é planejarmos ações futuras contando com ele.

Ainda que seja saudável termos sonhos, ambições, o homem prudente submeterá essas coisas à aprovação Divina, invés de ousar intempestivamente; “... vós, que dizeis: Hoje, ou amanhã, iremos a tal cidade, lá passaremos um ano, contrataremos e ganharemos; digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Que é a vossa vida? Um vapor que aparece por um pouco, depois desvanece. Devíeis dizer: Se O Senhor quiser, se vivermos, faremos isto ou aquilo. Mas, agora vos gloriais em vossas presunções; toda glória como esta é maligna.” Tg 4;13 a 16

Dar um passo maior que a perna, ou contar com o ovo inda não posto é uma inclinação espúria.

Entretanto, o livramento Divino não é unilateral; O Eterno decide livrar e assim o faz, a despeito da postura humana. Geralmente é fruto de um consórcio, efeito colateral do nosso cumprimento à Sua Palavra. Não nos livra contra nossa vontade; sobretudo, os que conhecem à Vontade Dele.

Assim como no trânsito, o respeito aos sinais livra aos que bem se conduzem, nas coisas espirituais, os Divinos ensinos também. “Meditarei nos Teus preceitos, terei respeito aos Teus caminhos.” Sal 119;15 “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha, dirigir seus passos.” Jr 10;23

Salomão aconselhou: “Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3;5 a 7

O primeiro preceito a observarmos, para que nosso tempo se prolongue é honrarmos devidamente, àqueles que nos trouxeram a esse tempo; nossos pais. “Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que O Senhor teu Deus te dá.” Ex 20;12

Se, não honrarmos nossos pais naturais, tão próximos, como honraríamos ao Pai dos Espíritos, Deus? Nossos pais naturais são irmãos espirituais; “... Pois quem não ama ao seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?” I Jo 4;20

O segundo passo é não termos a vida natural como prioritária; devemos negar as inclinações pecaminosas da carne de modo tal, que O Salvador figurou essa renúncia como “perder a vida”; “Porque aquele que quiser salvar sua vida, perdê-la-á; quem perder sua vida por amor de Mim, achá-la-á. Pois, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder sua alma...” Mat 16;25 e 26

O livramento de Deus é prioritariamente atinente à vida espiritual, não aos humanos desejos desorientados. Às vezes, a morte física resulta necessária, para preservação da vida eterna. “... Não temais os que matam o corpo, depois, não têm mais o que fazer. Mas, Eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a Esse temei.” Luc 12;4 e 5 “... Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” Apoc 2;10

Estranho vida e morte tão vizinhas assim, de parede e meia; como se, o advento de uma fosse hall de acesso à outra. Não basta morrer fisicamente para ser salvo, como devaneiam os incautos. Um sujeito vive à sua ímpia maneira, de costas para Deus; de repente morre, e presto dizem: “Foi pro andar de cima”. Não! Nesse caso desceu à masmorra.

A ponte que conduz da morte espiritual para a regeneração é ouvirmos à Palavra do Senhor. “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5;24

O Eterno É Senhor do tempo; Pai da Eternidade. A nós, faculta andarmos nele, malgrado, nosso corpo. Ao passado podemos ir mediante experiências, saudade, arrependimento. Ao futuro galgamos na nave da esperança, da fé. Todavia, o tempo que nos é dado administrar é o presente. Por isso, “... Hoje, se ouvirdes Sua Voz, não endureçais vossos corações.” Heb 4;7

Antes de nos livrar de eventuais inimigos externos que nos possam perseguir, o mais nocivo habita em nós, o ego. Se esse for vencido, os demais nada poderão fazer. “Já estou crucificado com Cristo; vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim...” Gál 2;20

É necessário estar morto, “crucificado” para estar vivo; em Cristo. Então teremos todo tempo do mundo.

sábado, 27 de maio de 2023

Maquiagem da sede


“Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.” Ef 4;3

O grande projeto atual é o ecumenismo; união de todos os credos numa religião, cujo traço comum, é que todos concordam em não discordar. Lhes inexiste um absoluto, cuja transgressão da vontade signifique pecado; Deus. Antes, tudo se forja no relativismo, ao paladar espiritual e religioso escolhido. Cada um faria suas próprias distinções entre verdade e mentira, justo e injusto.

Embora “todos busquem a Deus, cada um do seu jeito” como dizem, no fundo, todos fogem Dele, preferindo a condenação, a enfrentar a realidade da queda. “a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19

Refeita a velha mentira do capeta, remasterizada, colorida; agora assessorada por ditos como, inclusão, tolerância, diversidade... “Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão vossos olhos e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” Gn 3;5

A pretexto de ampliar as vistas, o capeta empurrou a morte como solução, como upgrade. Não havia um problema, cuja intervenção do canhoto ajudasse a solucionar; ele transformou a cerca protetora em problema; depois ofereceu sua “solução.” Nada de novo debaixo do sol; ainda é assim.

O traíra sabe que o ser humano foi criado com algumas características específicas. Necessidade espiritual, cuja saciedade sadia necessariamente demanda voltar ao Pai; e uma “programação” psicológica induzindo a alma humana à virtude, rejeição ao vício.

Não podendo mudar essas nuances, mascara a saciedade da sede de Deus, com águas turvas; troca as roupas entre virtude e vício, invertendo os valores para que suas presas cultivem a doença e desprezem à saúde. “Ai dos que ao mal chamam bem, e bem, mal; que fazem das trevas luz, e da luz, trevas; fazem do amargo, doce, e do doce, amargo!” Is 5;20

Fidelidade passou a ser “radicalismo;” confiança inabalável, “fundamentalismo;” pregação da mensagem regeneradora, O Evangelho, “discurso de ódio.”

Desse mirante, quando perseguem aos fiéis, os cegados pelo traidor sentem-se paladinos da justiça do novo mundo em gestação; mentalidades abertas e inclusivas, diligentes defensores da “ciência”, novos difusores do amor, capazes do uso da força, se necessário, contra os cultores do “ódio”. O “amor” tem cada nuance!

Invés de unidade espiritual, como foi receitado à igreja, diversidade no mesmo balaio, união. Invés de paz com Deus mediante Cristo, a enganosa paz do mundo, com o sistema e seu príncipe.

A de Cristo é peculiar, única; “Deixo-vos a paz, Minha paz vos dou; não vos dou como o mundo dá. Não se turbe vosso coração, nem se atemorize.” Jo 14;27 Essa paz refaz a relação com O Pai, perdida desde a queda; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a Palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Se, o que mantém a “unidade do Espírito é o vínculo da paz”, óbvio que é paz com Deus; essa não peleja pela dita “diversidade”, nome bonito que deram ao egoísmo ímpio, cuja essência é feia.

Como nossa paz com Deus requereu a obediência incondicional de Cristo em nosso lugar, agora, nele, requer a nossa; a maneira de viver em desobediência, autonomia, impiedade, rompe-a. “Os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar; suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.” Is 57;20 A Paz de Cristo tem essência moral, espiritual.

Afinal, “Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus; Pai de todos, o qual é sobre todos, por todos e em todos vós.” Ef 4;4 a 6

A “inclusão” de um credo espúrio, diverso da Palavra de Deus e seus termos, não traz a promoção do referido credo perante Deus; antes, nossa exclusão, separação de Cristo e do Espírito Santo. A Unidade do Espírito nunca desafina da Palavra de Deus que Ele mesmo revelou; “Ele Me glorificará, porque há de receber do que é Meu, e vos há de anunciar. Tudo quanto o Pai tem é Meu; por isso vos disse que há de receber do que é Meu e vos há de anunciar.” Jo 14; e 15

Não há dissidência entre Pai, Filho e Espírito Santo; antes, Perfeita Unidade.

Cristo deu Sua vida, não para colocar panos quentes, multicores sobre um sistema, condenado; antes, para possibilitar o escape, de quem ainda pode identificar a sede de Deus; “... quem tem sede, venha; quem quiser, tome de graça da Água da Vida.” Apoc 22;17

segunda-feira, 22 de maio de 2023

Erro de endereço



“... nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens... ingratos...” II Tim 3;1 e 2

Ingratidão nos incomoda quando sofremos; nem sempre identificamos quando cometemos; “... sede agradecidos.” Col 3;15 Aconselhou Paulo.

O homem tem facilidade de manifestar sua “gratidão” às coisas criadas, como se elas fossem responsáveis pela própria existência; muitos agradecem ao sol, lua, chuva, animais, à “mãe natureza;” mas, quão difícil é exaltar O Criador, que fez todas as coisas. “Mudaram a verdade de Deus em mentira, honraram e serviram a criatura mais que O Criador, que É Bendito eternamente. Amém.” Rom 1;25

Desse mesmo viés, imagens de esculturas seguidas em procissões; obras humanas fazendo poses de deuses, furtando a honra Dele; “... nada sabem os que conduzem em procissão suas imagens de escultura, feitas de madeira; rogam a um deus que não pode salvar.” Is 45;20 “Eu sou o Senhor; este é Meu Nome; Minha Glória, pois, a outrem não darei, nem Meu louvor às imagens de escultura.” Is 42;8

Outro dia estava assistindo a um programa desses de sobrevivência, e um incidente me incomodou; dois deles estavam tentando fisgar uma enguia elétrica na Amazônia Peruana, mas, o caçador estava inseguro temendo o choque. Acossado pela necessidade, ousou e enfiou sua lança no bicho; tirou-o da água comemorando “selvagemente”.

Sua colega de aventura o censurou. Disse que ele deveria ter agradecido ao bicho por ter dado sua vida por eles, para salvá-los, invés de comemorar daquela forma. Um clima tenso se estabeleceu, e durou até que o “ogro” pediu perdão a ela, por não ter agradecido ao bicho, invés, de o ter matado, triunfalmente.

Ora pois, na chamada “cadeia alimentar”, nenhum ser “dá” sua vida para subsistência de outro; cada um busca o que é próprio de seu “cardápio”, na eterna alternância entre presa e predador. Acaso a serpente agradece ao lagarto, enquanto o devora? Ou esse, quando predador agradeceu aos insetos e cobras menores que caçou? Ah, mas o homem é racional! É.

Pois, a capacidade intelectual e espiritual que lhe deveria patrocinar o entendimento, de que as coisas não acontecem espontaneamente; que tamanha riqueza, diversidade e ordem das coisas criadas requer um Criador. “Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, Quanto Sua Divindade, se entende, e claramente se vê pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” Rom 1;20

Caso o “livro da natureza” seja insuficiente para o devido conhecimento de Deus, Ele ainda acresceu Sua Palavra, para que entendamos os pormenores necessários. Acerca dos alimentos diz: “... vos tenho dado toda erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra; toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento. Todo o animal da terra, toda a ave dos céus, todo o réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde será para mantimento...” Gn 1;29 e 30

Portanto, qualquer que seja nossa opção alimentar, carnívora, onívora ou vegana, somos devedores ao Criador, pela nossa dieta. Sempre que nos assentamos à mesa para comer, o que quer que haja sobre ela, requer nossa oração de agradecimento, se, a ingratidão e a cegueira ainda não nos possuem.

Entretanto, houve um “bicho” um Cordeiro Santo que deu Sua Vida por nós, Jesus Cristo. Nossa dívida era tal, que nenhum sangue humano poderia pagar, por estar impuro. Nossa redenção “... era impossível à lei, porque estava enferma pela carne...” Rom 8;3 “Porque nos convinha tal Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, separado dos pecadores, feito mais sublime que os céus;” Heb 7;26

Nosso pecado foi o “predador” que requereu Sua Vida; mesmo sendo indignos dela, Ele nos deu. “Deus prova o Seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Rom 5;8

Quando uma multidão O buscou por interesses rasos, Ele apontou para “O Pão do Céu” e explicou adiante: “Porque a Minha carne verdadeiramente é comida, Meu Sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue permanece em Mim e Eu nele.” Jo 6;55 e 56

Não é canibalismo como supuseram os superficiais que se afastaram sem desejar explicações; os que permaneceram as tiveram: “O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que Eu vos digo são espírito e vida.” Jo 6;63

Não a criaturas, mas a Ele somos gratos; “... oferecerei sacrifício com a voz do agradecimento. Jn 2;9 Não se trata mais de sangue, antes de renúncias necessários, no pleno uso da razão, para um viver digno Dele. “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional.” Rom 12;1