domingo, 4 de dezembro de 2022

A Fonte da Juventude


“... Rabi, quando chegaste aqui?” Jo 6;25

Se, no dia anterior O Senhor multiplicara o pão do outro lado do mar da Galileia, natural concluir que Sua travessia era recente. As máscaras humanas costumam esconder o rosto atrás de palavras desconexas, quando, o vero objetivo se tenta ocultar.

O Salvador mesmo advertiu-os que O buscavam, não por estarem convencidos que Ele Era quem alegara Ser. Antes, porque queriam mais pão. A pergunta honesta seria como a de certo humorista: “Aí chefia! Que hora que é a merenda?” Para disfarçar o interesseiro motivo fugiram para a questão temporal: “... quando chegaste aqui?”

Se, essa pergunta fosse mesmo feita com seriedade, talvez a resposta dispersasse aos panófilos agregados. Primeiro, seria impossível “acondicionar” O Eterno, numa redoma temporal. Quando O Salvador sugeriu que vira Abraão, o riso cético aflorou; “... Ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão? Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos Digo que antes que Abraão existisse, Eu Sou.” Jo 8;57 e 58

Para aqueles, o tempo de Jesus era restrito ao que seus olhos podiam ver; “ainda não tens cinquenta anos...”

O Senhor não chegou aqui; antes, fez o “aqui” chegar a Ele. “Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram Feitas por Ele; sem Ele nada do que foi feito se fez.” Jo 1;2 e 3

Exortou-os a priorizarem o “Pão” espiritual porque queriam que eles também tivessem a eternidade como escopo; “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque a Este o Pai, Deus, o Selou.” Jo 6;27

A eternidade no espírito humano é um “elo perdido”, uma sensação de incompletude; inconformismo com a brevidade da vida terrena; embora, incompreendida a origem dessa nostalgia. “Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir a Obra que Deus Fez desde o princípio até ao fim.” Ecl 3;11

Paulo discursando no templo da filosofia, Atenas, onde se tentava entender o propósito da vida, entregou de mão beijada a resposta para essas inquietações.

Viemos de ancestral comum, criado por Deus; ganhamos um limite de tempo e espaço para regressarmos pra casa, de onde fomos degredados pela desobediência; “O Deus que Fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do Céu e da Terra, não habita em templos feitos por mãos de homens; tampouco, é servido por mãos de homens, como que necessitando alguma coisa; Ele mesmo é quem Dá a todos, vida, respiração e todas as coisas; de um só sangue fez toda geração dos homens, para habitar sobre toda a face da Terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não Está longe de cada um de nós;” Atos 17;24 a 27

O mundo não é eterno devir, como pensou Heráclito; nem, encaixe sequencial de átomos estilo Lego, como cogitara Demócrito; tampouco, um caos que se auto ordenou, como cogitaram outros; antes, é a Obra Prima do Criador, Senhor dos Céus e da Terra, Doador da vida.

Muitas coisas em poucas palavras, o que difere a revelação da reflexão filosófica; os clássicos, quem sou? De onde vim? Por quê existo? Pra onde vou? Respondidos como se fosse algo trivial. “Quem pensa ser esse paroleiro?” Refletimos por anos e não chegamos a uma conclusão, ele pretende ter assim, do nada, todas as respostas?” Ele tinha.

Aquele que Chegou aqui, antes que o aqui, chegasse, Ilumina a quem Lhe ouve e obedece. Diante de Sua Luz, os grandes “sábios” envilecem. “Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, aniquilarei a inteligência dos inteligentes. Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo? Visto como na Sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua Sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.” I cor 1;19 a 21

O cinema tratou da “Fonte da Juventude;” talvez, plagiando a Cristo: “Aquele que beber da água que Eu lhe Der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe Der se fará nele uma fonte que salte para a vida eterna.” Jo 4;14

Priorizarmos o efêmero, enquanto o eterno está ao dispor é estúpido como usar diamantes em fundas.

O Criador “chegar aqui”, identificado com nossas carências, dar Sua Vida Imaculada, pelas nossas, perdidas, e ignorarmos isso em busca sôfrega pela “merenda”, é insanidade espiritual e erro crasso, intelectual.

Ocorre-me outro filósofo antigo, Estobeu, que disse: “Os asnos preferem palha, ao ouro.” Qual nossa escolha?

sábado, 3 de dezembro de 2022

Os dias maus


“Crescia a Palavra de Deus; em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.” Atos 6;7

Crescia é um modo de dizer que aumentava sua influência, aceitação. A consequência imediata desse “crescimento” não era da Palavra em si; antes, o crescimento da igreja. “... se multiplicava muito o número de discípulos...”

Natural lembrarmos que, “... Minha Palavra, que sair da Minha Boca; não voltará para Mim vazia; antes, fará o que Me apraz, prosperará naquilo para que a Enviei.” Is 55;11

Deus É Fiador da Palavra que sair da Sua Boca; não se responsabiliza pelos falsificadores da mesma, que, mediante contorcionismos “teológicos” privam-na da original pureza e fazem parecer que desejos desorientados de almas ímpias, e a Vontade Regeneradora do Santo coincidem. Todo pregador idôneo há de poder dizer como Paulo: “Porque recebi do Senhor o que também vos ensinei...” I Cor 11;23

O Salvador ilustrou diversos tipos de “solo” (corações) onde pode cair a semente, (Palavra); à beira do caminho, sobre pedras, entre espinhos e boa terra. O fato de, atualmente o crescimento da Obra não ser tão célere como naqueles dias tem a ver com os tipos de solo encontráveis; não ocorreu eventual envilecimento da semente; essa segue sendo a mesma, pujante, regeneradora, com igual vigor. “Porque a Palavra de Deus é viva e eficaz; mais penetrante que espada alguma de dois gumes; penetra até à divisão da alma e do espírito, das juntas e medulas; é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.” Heb 4;12

O egoísta e endurecido homem moderno, melindroso e avesso às correções, tende a rejeitar o que o desafia ao enfrentamento de si mesmo. Prefere negar Deus, preservando seu conforto na morte, a negar-se para, em Cristo, receber vida.

Dias maus são uma forma oblíqua de dizer que nós humanos nos tornamos maus, refratários à Palavra da Vida. Para Salomão, a coisa ir piorando no decurso do tempo pareceu tão natural, que considerou tolice questionar isso. “Nunca digas: Por que foram os dias passados melhores que estes? Porque não provém da sabedoria esta pergunta.” Ecl 7;10

“... nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela.” II Tim 3;1 a 5

A Palavra nos desafia a “desaprendermos” o que pensávamos saber, para que A Sabedoria Divina, doravante, nos guie. “... grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.”

Os sacerdotes, no Antigo Pacto eram ensinadores, gente que deveria ser obedecida; “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento; da sua boca devem os homens buscar a Lei porque ele é mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Ml 2;7

Então, eram aprendizes de pescadores, gente simples que O Senhor Capacitara; “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; Escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar às que são;” I Cor 1;27 e 28

Quem ainda se encanta mais com o brilho dum intelecto privilegiado, uma retórica rebuscada, cenários meticulosamente planejados para entorpecer os sentidos, mais do que, com a pureza da verdade, e a autenticidade dos mensageiros que vivem segundo essa pureza, não entendeu nada. Está como os incautos que pensam que O Nascimento do Salvador significa ocasião para esse monte de artifícios, luzinhas “Made in China” adornando árvores, fachadas, postes... avessos à Luz Transformadora de Cristo. Aliás, pensa que é o Noel que O representa.

A aludida Luz, invés de acarinhar nosso olhar, humilha, envergonha; não é um brilho produzido para nos distrair, deixa patente nosso pretérito de trevas, com potencial sobejo para nos destruir. “Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça. Que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” Rom 6;20 e 21

Perto do Salvador, de duas uma: Ou, nos desnudamos para sermos perdoados e revestidos, ou, preservamos nossas vestes rotas, nos mantendo à “distância segura”. A maioria escolhe essa alternativa. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20

A semente cair em boa terra é cada vez mais raro, infelizmente. Grande parte da mesma está adulterada pela transgenia das conveniências carnais. “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2;2

domingo, 27 de novembro de 2022

O bom caminho


“Eu sei que tudo quanto Deus Faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar, nem tirar; isto Faz Deus para que haja temor diante Dele.” Ecl 3;14

No Éden, o pai dos falsos profetas disse que o homem poderia ser autônomo; desobedecer e valorar as coisas ao seu modo, independente de Deus. “Vós mesmos sabereis o bem e o mal.”

Acima, o mais sábio dos homens, Salomão, vetou que se acrescente ou omita, qualquer coisa dos Divinos Feitos, para que o devido temor se estabeleça.

Ele mesmo vaticinara: “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam sabedoria e instrução.” Prov 1;7

Por fim, O Próprio Senhor Ressurreto, Vetou alterações à Sua Santa Palavra: “... se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus Fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará sua parte do Livro da Vida, da Cidade Santa e das coisas que estão escritas neste livro.” Apoc 22;18 e 19

Por quê precisaria o homem, alterar o que O Eterno prescreveu? Seria o reles mortal, mais sábio que Ele? Essa loucura nasce de se tencionar aquilatar as coisas espirituais do prisma natural. A “carne”; esse casulo frágil, dentro do qual, os bons ouvintes e obedientes são desafiados a gestar suas asas.

A carne foi feita refém da sugestão aquela de autonomia, independência. Não é uma eventual força, antes, a escravidão que patrocina sua loucura. “Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito, vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;5 a 7

Tal servidão manifesta-se não apenas no teatro das ações; também faz obtuso o entendimento; o mesmo é feito transparente nos que receberam Cristo e se deixam conduzir nas asas do Espírito. “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

Tendo o homem carnal uma centelha em si, a insinuar que deveria estar em paz com Deus, porém, levando um fardo pesado de desejos malsãos, inclinações viciadas, às quais se recusa a deixar, engana-se presumindo uma “paz à sua maneira”, alterando em seu prejuízo, as porções da Palavra que se recusa a obedecer.

“Enganoso é o coração, mais que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” Jr 17;9

A Paz com Deus requer uma causa que a produza; “O efeito da justiça será a paz...” Is 32;17 e a “justiça” humana, desobediente, parcial, faz papel ridículo perante O Santo; “Todos nós somos como o imundo; todas nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, nossas iniquidades como um vento nos arrebatam.” Is 64;6

Como nossas “justiças” não serviam para o papel da redenção, a Bondade Divina atribui a de Cristo, aos obedientes; “Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro; este será Seu Nome, com o qual Deus O chamará: O Senhor Justiça Nossa.” Jr 23;26

“Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e Pôs em nós a Palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Notemos que a reconciliação desejada não é uma ideia, uma reflexão filosófica a ser desenvolvida arbitrariamente; vem atrelada a algo: “a Palavra da reconciliação.” Deus reservou a Si o direito aos termos, nos quais a reconciliação é possível. “Negue a si mesmo; tome sua cruz e siga-me,”

Pois, se a inimizade nasceu pela desobediência, como pretenderíamos reatar a amizade baseados noutra rebeldia, alterando à Palavra da Vida? Isso seria apenas repetir o erro. “Como o cão torna ao seu vômito, assim o tolo repete sua estultícia.” Prov 26;11

No fundo, os errados de espírito sabem que laboram em erro; aí, acusados por suas consciências, envernizam suas rebeldias com eufemismos; “amor, inclusão, tolerância...”

Uma coruja pintada de verde não se torna papagaio; assim, o pecado, a desobediência, segue sendo um assassino, embora, se disfarçando com vestes bonitas.

Nossas coisas são biodegradáveis, as Divinas, não. A cada semana a humanidade patenteia milhares de parafernálias high-tech. Essa célere fuga da sombra nos afasta do alvo, da vida, que pode ser vista muito bem, pelo retrovisor. “... Ponde-vos nos caminhos, e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para as vossas almas...” Jr 6;16

sábado, 26 de novembro de 2022

A ressurreição


“O qual por nossos pecados foi entregue e ressuscitou para nossa justificação.” Rom 4;25

Que O Salvador padeceu por nossos pecados é sabido por todos. Contudo, alguns, como o cineasta Woody Allen, zombam até. “Se Jesus padeceu pelos nossos pecados, seria tolice deixar de cometê-los.” Disse. Para gente blasfema assim, O Amor Inefável de Deus seria patrocinador do nosso egoísmo indiferente e perverso.

A vida aqui, nos moldes em que o mundo funciona, segundo o maligno, se mostra mais fácil e aprazível aos ímpios, coisa percebida desde dias antigos; “... via a prosperidade dos ímpios. Porque não há apertos na sua morte, firme está sua força. Não se acham em trabalhos como outros homens, nem são afligidos como outros. Por isso a soberba os cerca como um colar; vestem-se de violência como de adorno.” Sal 73;3 a 6

O Maravilhoso Resgate de Cristo soa-lhes sem importância; não percebem suas mortes, tampouco, cogitam o que os espera no além. A diferença entre eles e os salvos, passa despercebida aos seus olhos apressados, em busca de comodidades terrenas.

A Palavra adverte que teríamos aflições no mundo, nosso descanso não seria aqui, lugar de impiedade e corrupção. No entanto, no devido tempo as escolhas daqui darão frutos “conforme suas espécies.” “Eles serão Meus, diz o Senhor dos Exércitos; naquele dia serão para Mim joias; poupá-los-ei, como um homem poupa seu filho, que o serve. Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não serve.” Ml 3;17 e 18

Se, a finalidade salvífica da Entrega de Cristo é de domínio público; às vezes passa despercebido a segunda parte do verso: “... Ressuscitou para nossa justificação.”

Nem sempre damos a devida importância ao significado dessa vitória. Sem ela, nada faria sentido, nem nossa fé, como ensina Paulo: “Ora, se se prega que Cristo Ressuscitou dentre os mortos, como dizem alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos? Se não há ressurreição, também Cristo não ressuscitou. Se Cristo não ressuscitou é vã nossa pregação; também é vã vossa fé.” I Cor 15;12 a 14

Sendo “O salário do pecado a morte...” se fosse vencido por ela significaria que O Senhor teria recebido o que Merecia; assim, não poderia resgatar ninguém. Pedro explica: “Ao Qual Deus Ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido por ela;” Atos 2;24

“Sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus Se Manifestou em carne, Foi Justificado no Espírito, Visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória.” I Tim 3;16
Justificado em Espírito; na carne foi condenado, por nossos “méritos.”

Na Sua entrega Pagou nossas dívidas. Seu Espírito, Seu Ser Imaculado, nunca deveu nada. “Pai, em Tuas Mãos Entrego Meu Espírito.”
Daí, a superioridade do Seu Sacerdócio, comparado com o levítico, mero tipo profético. “Vindo Cristo, Sumo Sacerdote dos bens futuros, por maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes e bezerros, mas por Seu Próprio Sangue, Entrou uma vez no santuário, havendo efetuado eterna redenção.” Heb 9;11 e 12

A importância da Sua ressurreição é deixar patente que Sua Morte foi sacrifical; não, decorrência de Culpa, nem, acidente de percurso.

Por isso O Senhor Ressurreto Fez questão de Ser Visto por muitos, deixando notório Seu Triunfo. “... ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. Foi visto por Cefas, e pelos doze. Depois foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormem. Depois foi visto por Tiago... por derradeiro de todos apareceu também a mim, como a um abortivo.” I Cor 14;4 a 8

Sua Morte foi estritamente por nós, justo que Espere que, nossas vidas sejam por Ele. “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo Foi Ressuscitado dentre os mortos, pela Glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida. Porque, se fomos plantados juntamente com Ele na semelhança da Sua morte, também seremos na da Sua ressurreição; sabendo isto, que nosso homem velho foi com Ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito; não sirvamos mais ao pecado.” Rom 6;4 a 6

Nossa “morte” é renunciar às más inclinações, a cruz; a ressurreição, a novidade de vida dos que, aprendendo Dele, vivem Nele. “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Rom 8;1 e 2

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Os cães


“Porque Teus inimigos fazem tumulto; os que te odeiam levantaram a cabeça.” Sal 83;2

O inimigo de Deus é um, Satanás. Porém, anjos e homens que seguem suas diretrizes também se fazem inimigos; o verso em apreço menciona-os no plural; “... Teus inimigos fazem tumulto.”

O salmo segundo apresenta lideranças unidas, contra Cristo e Suas “cordas”; (doutrinas) “Os reis da terra se levantam, governos consultam juntamente contra O Senhor e Seu Ungido, dizendo: Rompamos Suas ataduras, sacudamos de nós Suas cordas.” vs 2 e 3

O banimento do cristianismo está sendo imposto a todo vapor; sempre que falam em Nova Ordem Mundial, referem-se a isso; ao projeto globalista que pretende tolher a liberdade religiosa. Grassam mudanças de leis, inversão de valores via cultura, legitimação das perversões de todo tipo, infiltração de “ministros de justiça” nas igrejas, os transfigurados de Satã semeando divisões e contendas, invés da Boa Semente, etc.

Ouvi um “pastor” esquerdista dizendo que “Deus Acima de todos” é apenas um “projeto de poder”; que O Eterno não Está acima, mas, entre nós. Interessante esse escândalo seletivo; “Deus acima de todos” incomoda; mas, o “fazemos o Diabo pra ganhar uma eleição” ou, “vou colocar padres e pastores nos seus lugares”, conta com obsequioso silêncio.

Deus entre nós mostra Seu Amor Salvador, em busca de quem lhe dê ouvidos; “O que Me der ouvidos habitará em segurança; estará livre do temor do mal.” Prov 1;33

Ele acima de todos refere-se à Sua Autoridade e Governo. “Meu é todo animal da selva, o gado sobre milhares de montanhas. Conheço todas as aves dos montes; Minhas são todas as feras do campo. Se Eu Tivesse fome, não te diria, pois, Meu é o mundo e sua plenitude." Sal 50;10 a 12

São coisas diferentes que, só se pode ver, cultivando certa honestidade intelectual. Mas, se o sujeito consegue ser “pastor” e esquerdista ao mesmo tempo, seu intelecto deve estar de férias e a honestidade no desterro.

Enquanto Sua Santa Palavra inda puder ser pregada, as “Cordas de Cristo” estarão tentando atrair alguns mais, ao redil dos salvos; “Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor; Fui para eles como os que tiram o jugo de sobre suas queixadas; lhes Dei mantimento.” Os 11;4

Porém, chegado o tempo do juízo, a Verdade nem precisará ser banida, perseguida; será retirada da Terra; “Eis que vêm dias, diz o Senhor Deus, em que Enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as Palavras do Senhor. Irão errantes de um mar até outro; do norte até o oriente; correrão por toda parte, buscando A Palavra do Senhor, mas não acharão.” Am 8;11 e 12

Na campanha pra ser o governante global, o inimigo se pintará de bonzinho, libertário, tolerante, inclusivo; contudo, obtido seu propósito, sua máscara cairá; aí, os que desprezaram à verdade sairão à sua procura, porém, será tarde demais.

Serão todos serviçais do governante que terá vindo, “... segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, sinais e prodígios de mentira, com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. Por isso Deus lhes Enviará a operação do erro, para que creiam na mentira; para que sejam julgados todos que não creram a verdade, antes, tiveram prazer na iniquidade.” II Tess 2;9 a 12

Deus não Faz “Projetos de Poder”; Apenas Valida o que Foi Decretado em relação a Cristo: “Proclamarei o decreto: o Senhor Me disse: Tu És Meu Filho, hoje Te Gerei. Pede-Me, e Te Darei os gentios por herança e os fins da terra por Tua possessão.” Sal 2;7 e 8

É fácil ir no Programa do Bial, como fez Kleber Lucas e dizer que o “Brasil não é de Jesus;” difícil seria refutar o texto acima. Quem sacrifica à Palavra da Vida, para posar de cheirosinho, politicamente correto, perante ímpios, sacrifica à própria alma e cheira mal, diante de Deus.

Pois, tendo sido um dia defensor dos valores cristãos, de repente é visto atuando em defesa do indefensável, em algum momento foi relapso; deixou de defender à própria alma, tornando-se aliado do inimigo.

“Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se lhes o último estado pior que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes foi dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao próprio vômito e a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2;20 a 22

domingo, 20 de novembro de 2022

Questão de honra


“Então disse Saul ao seu escudeiro: Arranca tua espada e atravessa-me com ela; para que porventura não venham estes incircuncisos e escarneçam de mim. Porém seu escudeiro não quis, porque temia muito; então tomou Saul a espada, e se lançou sobre ela.” I Cron 10;4

A batalha estava perdida. Tendo Saul uma leitura clara da situação pediu ao seu pajem que o matasse; temia cair vivo nas mãos dos inimigos e ser escarnecido, quiçá, torturado, antes de ser morto. O Jovem se recusou; então, ele mesmo suicidou-se.

Nem sempre nossa vida é uma questão de múltipla escolha, onde, mesmo havendo uma bússola apontando o Norte, toda a “Rosa dos Ventos” sorri; no caso dele, a escolha possível era binária; morte rápida dando uma ajudazinha, ou morte lenta com escárnios e dores maiores. Escolheu a primeira.

Somos inconsequentes nos momentos de ventos favoráveis e fartura: “A alma farta pisa o favo de mel, mas para a alma faminta todo amargo é doce.” Prov 27;7

Na abundância de bens, liberdade, espaço, tendemos e ser relapsos, nem apreciar devidamente o que temos; coisas que, se as perdêssemos, nos sentiríamos venturosos recuperado uma fração apenas.

Lembrei uma frase do filme “O Livro de Eli”; naquele cenário pós apocalíptico, sem verde nem água, Solara perguntou a Eli como era a vida antes do “Evento”, que deixara a Terra daquele modo; ele respondeu: “Jogávamos no lixo, coisas pelas quais, hoje se mataria.” “... para a alma faminta, todo amargo é doce.”

Com Saul aconteceu isso. Matou sua própria vida, para não sofrer desonra; se a honra era mesmo importante, por que a desprezara, desobedecendo mandados Divinos? Que tardia providencia, tê-la por valiosa quando, pouco serviria! Bastaria ter sido fiel, ouvido À Voz de Deus. O Eterno Teria premiado à obediência e fidelidade com Sua Proteção. Infelizmente, muitos só pensam em consertar o telhado quando está chovendo.

Não raro, agimos como se Deus Fosse Efêmero, e nós, eternos; como se a urgência fosse Dele, não nossa, no tocante à salvação. Tiago adverte: “Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? Um vapor que aparece por um pouco, depois se desvanece.” Tg 4;14, Portanto, “... hoje, se ouvirdes Sua Voz, não endureçais vossos corações, como na provocação.” Heb 3;15

Nosso país vive turbulências sociais, paralisações, protestos, com justificadas razões, ante escandalosa fraude eleitoral, que, se confirmada a vigência, colocaria a cidadania trabalhadora a serviço do crime organizado, daqui e internacional. Liberdade de crença, culto, escolha, expressão, estão ameaçadas; basta ver como a coisa “funciona” onde as nuvens já estão vermelhas.

Mesmo o “Cometa Vermelho” trazendo em sua cauda toda sorte de lixo, moral e espiritual, aborto, ideologia de gênero, liberação das drogas, corrupção, castração das liberdades, destruição da família, perseguição religiosa, perversão da educação, doutrinando invés de educar, etc. Não obstante isso tudo, surgiram em nosso meio, deploráveis “pastores” esquerdistas. Nomes que prestaram relevantes serviços a Cristo, de repente, passaram por um estranho “evento” em suas almas, das quais, também os verdes pastos e a Água da Vida sumiram.

Não fizemos o melhor uso dos Divinos bens, que até agora, têm sido fartos. Como Saul na tranquilidade do palácio não dava a devida importância à obediência.

Liberdades entre nós (os que não esquerdamos) têm sido malversadas por gente desonesta, mercenários que visam dinheiro e vida fácil invés de apascentarem às almas que O Senhor Ama. “Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza, e dize aos pastores: Assim diz o Senhor: Ai dos pastores de Israel que apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar às ovelhas?” Ez 34;2

Desse modo, acredito que seja O Amor do Pai, que está permitido que o dragão vermelho aperte um pouco nossas gargantas; quiçá, quando ele for forçado a soltá-las, aprendamos a ser mais parcimoniosos com nossos bens; mais prudentes com nossas ações.

Que paremos, enfim, de ser perdulários, pródigos; pois, o Temor do Senhor é nossa sabedoria; não tratemos Suas Dádivas, como se Ele, não fosse Sábio e Bom. “Como o que arma a funda com pedra preciosa, assim é aquele que concede honra ao tolo.” Prov 26;8

Saul só ponderou o valor da honra quando pouco lhe valia. O inferno está repleto de gente que pregaria A Palavra a plenos pulmões, se tivesse outra chance.

Porém, “Está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, tampouco, os de lá passar para cá.” Luc 16;26

Que possamos apreciar devidamente, nosso tempo. “Ouvi-te em tempo aceitável, socorri-te no dia da salvação; eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação. II Cor 6;2

sábado, 19 de novembro de 2022

Vergonha; até que é bom


“Porventura envergonham-se de cometer abominação? Pelo contrário, de maneira nenhuma se envergonham, tampouco, sabem que coisa é envergonhar-se; portanto cairão entre os que caem; no tempo em que Eu os visitar, tropeçarão, diz O Senhor.” Jr 6;15

Vergonha. O constrangimento interior que pode ser nominado por algumas dezenas de sinônimos, nasce de uma “ruptura” com “o programa original”. Nossa consciência acusa que erramos o alvo, presto esse “prêmio” repousa sobre nossas almas, como uma ave agourenta pressagiando consequências.

A primeira vez que aparece deriva de uma insurgência contra O Criador e Sua Vontade, acoroçoada pelo “profeta” que falou na contramão do Eterno. A casal edênico descobriu uma feiura, antes, desconhecida. “... Ouvi Tua Voz soar no jardim e temi, porque estava nu, escondi-me.” Gn 3;10 Adão não usou o termo me envergonhei; antes, "temi porque estava nu”. O que dá no mesmo.

O Salvador Explicou a lógica dos que se escondem; “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20 Geralmente tememos ser reprovados, embora, não nos preocupemos em evitar a prática de ações réprobas.

O simples precisar esconder os feitos é já um testemunho oblíquo de que sabemos que os mesmos são maus. Esse é o papel da consciência, o “antivírus” colocado no “sistema” pelo Santo Programador.

O conhecimento do mal é imediato, onde a consciência ainda não foi cauterizada. “Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus...” Gn 3;7

Depois de praticado o erro somos inseridos num segundo momento; onde reagiremos à informação da consciência. A honestidade intelectual nos desafia a reconhecer nossos erros; palavra que embute a ideia de conhecer de novo. Conhecemos nosso erro quando a consciência nos informou; o reconhecemos, quando damos a mão à palmatória da vergonha, que desafia ao arrependimento.

Samuel Bolton disse: “Se a consciência não for um freio, ela será um chicote.” Tiago mostra o pecado visível, antes de ser praticado; isto é: Ao ser planejado, a consciência já o revela; essa revelação poderá ser o freio; contudo, se, em rebeldia consumarmos o desejo insano, sofreremos os açoites. “... havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; o pecado sendo consumado gera a morte.” Tg 1;15

Não é problema termos, eventualmente, maus desejos; todos os temos. Como lidaremos com eles define quem somos. Um sonoro não! por amor é Deus é nossa identificação com Cristo. “Os que são de Cristo crucificaram a carne com suas paixões e concupiscências.” Gál 5;24

Para nos identificarmos na vida, devemos fazê-lo na morte; “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo Foi ressuscitado dentre os mortos, pela Glória do Pai, assim andemos nós em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

O novo nascimento aos que estavam “mortos em delitos e pecados” nos “formata”; reinstala o antivírus; a consciência, antes morta, cauterizada, agora, em Cristo recupera o vigor original.

A dissolução onde acabam os que cauterizaram às próprias consciências os levam a um estado deplorável, onde não têm vergonha de não terem vergonha, (faço mesmo e daí?) como vimos acima. “... de maneira nenhuma se envergonham...”

Assim, embora não a desejemos, eventualmente nos incomode até a alheia, a vergonha não é de todo ruim. Se outro bem não faz, pontua que ainda nos resta certa noção, em relação aos valores do Eterno.

Ele comparou a nação de Israel a uma mulher à qual desposara. Falou Saudoso das núpcias, em dias ulteriores, quando brotara a infidelidade; “... Lembro-me de ti, da piedade da tua mocidade, do amor do teu noivado, quando Me seguias no deserto, numa terra que não se semeava.” Jr 2;2

O desejo pelo que não temos, nem precisamos, concomitante ao desprezo pelo precioso que possuímos é um mal antigo. “Meu povo fez duas maldades: a Mim deixaram, o Manancial de Águas Vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas.” Jr 2;13

O Eterno consideraria compreensível a infidelidade da “esposa” se tivesse sido um mau marido também; “Assim diz o Senhor: Que injustiça acharam vossos pais em Mim, para se afastarem indo após a vaidade, tornando-se levianos?” Jr 2;5

Como enfermidade que tolhe a sensibilidade, onde alguém se corta e nem percebe, assim, a prática reiterada do erro; anestesia contra a dor da vergonha. “... tu tens fronte de uma prostituta, não queres ter vergonha.” Jr 3;3

“Um homem nunca deve sentir vergonha de admitir que errou, o que é apenas dizer, noutros termos, que hoje ele é mais inteligente do que era ontem.” Alexander Pope