sábado, 13 de agosto de 2022

Arrogância; a irreconciliável


“Tendo sido justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;” Rom 5;1

Justificação pela fé costuma fazer buracos na “camada de ozônio”, dos que confiam em pretensas boas obras. - Faço isso, aquilo; esse tipo vivia todo errado; só porque diz que creu passou a ser tão salvo quanto eu? - Indignam-se. 

Quando Salva, O Eterno recicla lixo; “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos.” Sal 40;2

Paulo adjetivou a salvação mediante o Evangelho como “loucura.” “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua Sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;21

O Criador legou diretrizes pela Sua Palavra; o homem desconheceu-a. A pregação é “mais do mesmo”; é A Palavra de Deus, quando o pregador é idôneo; ampliada, dissecada, estudada, interpretada, repercutida à luz de exemplos históricos; diferente das instruções do Éden, que visavam manutenção, agora a Palavra fala com mortos.

“Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me Enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5;24

Não tivemos culpa pela queda; também não temos mérito nenhum para sermos salvos; somos devedores eternos a Jesus Cristo. “... Porque o juízo veio de uma só ofensa para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para justificação.” Rom 5;16

A Justiça Divina costuma diferir da humana, sobretudo, em questões espirituais. Todos herdamos a morte; “... por um homem entrou o pecado no mundo, pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.” Rom 5;12 Adão morreu porque pecou; nós pecamos porque estávamos mortos. Não significa que no lugar dele faríamos melhor.

À ideia de salvação presto imaginaremos: O que faço para recebê-la? Ora, Adão não precisava de salvação como nós, para ter vida; antes perseverar no que tinha, se manter em comunhão com O Criador. Para isso, como vimos, careceria ter dado ouvidos à Palavra de Deus.

Essa trazia ampla liberdade, apenas um veto; bastava cumprir esse e ser feliz. Tudo era sim; exceto, determinada árvore que, não!
Agora estamos do lado de fora; tudo é não, até mesmo boas obras e fervor religioso; nada conta sem estarmos vivos primeiro, e não estaremos, sem irmos a Cristo, nascer de novo.

O Único Sim! “Ninguém vem ao Pai Senão, por Mim; ... “Eu Sou A Videira, vós as varas; quem está em mim, e Eu nele, esse dá muito fruto; porque sem Mim nada podeis fazer.” Jo 15;5

Nos dias do Éden, A Palavra de Deus era “apenas” Sua Palavra; em Cristo pretende ser “um pouco” mais; “O Verbo se Fez carne, e habitou entre nós; vimos Sua Glória, como A Glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e verdade.” Jo 1;14

Em Jesus “O Verbo” personificou. Logo, podemos parafrasear de modo lícito: “Ninguém vai ao Pai, senão, pela Palavra Dele; sem Ela, A Palavra, nada podemos fazer.”

Pois, antes de qualquer obra, a fé restabelece a relação; onde a Palavra foi duvidada e desobedecida, agora carece ser crida, cumprida. Antes do “fazer” que nossa “lógica” patenteia, está o ouvir, crer e obedecer, que A Justiça Divina requer; “Jesus respondeu, e disse-lhes: A obra de Deus é esta: Que creiais Naquele que Ele Enviou.” Jo 6;29

A dúvida é blasfema; chama Deus de mentiroso; “... quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de Seu Filho deu.” I Jo 5;10 Por outro lado, a fé pode dizer como Paulo: “... sempre seja Deus verdadeiro e todo o homem mentiroso; como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras e venças quando fores julgado.” Rom 3;4

Enfim, o presunçoso alheio À Luz, malgrado, boas obras o façam sentir-se a última virgem do convento, não passa de um arrogante, blasfemo; enquanto o mutilado moral que ouve, se arrepende e muda, segundo A Palavra de Deus é perdoado e aceito.

“O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos, adúlteros; nem como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, dou os dízimos de tudo quanto possuo. O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, não aquele; porque qualquer que a si mesmo exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo humilha será exaltado.” Luc 18;11 a 14

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Máscaras


“Destruirá neste monte a face da cobertura, com que todos os povos andam cobertos; o véu com que todas nações se cobrem.” Is 25;7

O contexto mostra que esse verso trata da vinda do Salvador que, além de salvação mostraria a aversão que O Eterno tem à hipocrisia; destruiria máscaras. A Palavra não diferiu uns e outros, como se esse mal fosse pontual; “... véu com que todas nações se cobrem.”

Pecados são diversos em suas formas de expressão; uns fazem coisas abjetas, escandalosas, outros ocultam as garras retráteis como certos felinos, pois, estamos todos no mesmo barco; sem Cristo O Salvador, mortos. “Porque o salário do pecado é a morte...” Rom 6;23

Deus não se preocupa com “danos psicológicos” que a verdade nua possa fazer; ensina: “O Senhor olhou desde os Céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Desviaram-se todos, juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, sequer um.” Sal 14;2 e 3

Cristo deixou patente que falava com mortos; “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve Minha Palavra e crê Naquele que Me Enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida. Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a Voz do Filho de Deus; os que ouvirem viverão.” Jo 5;24 e 25

Geralmente os “melhores” são os mais mascarados. Por astutos aprenderam a dissimular seus vícios; conseguem encenar gestos probos no teatro da vida, enquanto fazem coisas vis atrás das cortinas.

As maiores pelejas de Cristo nos Seus dias na Terra foram contra hipócritas; os que encenavam virtudes para a plateia enquanto faziam coisas perversas escondido. Foram chamados de sepulcros caiados; pintados por fora e podres por dentro.

O amor que “folga com a verdade”, eventualmente precisa dar nomes feios aos bois, porque a verdade sempre liga o nome ao boi; à pessoa, digo.

Vulgarmente dizem: “Só o amor constrói.” Porém, me atrevo a dizer que não é bem assim.

Já vi a inveja construindo armadilhas; a hipocrisia fabricando verossimilhança; a calúnia montando falácias de destruir reputações; o ódio fabricando armas mortais... ademais, o amor pode destruir também.

Acaso não é o amor pela verdade que leva O Eterno a destruir máscaras? A implodir as casamatas da mentira? “Regrarei o juízo pela linha, a justiça pelo prumo; a saraiva varrerá o refúgio da mentira, as águas cobrirão o esconderijo.” Is 28;17

O fato que “Deus É Amor” tem sido usado de modo indevido pelos que vivem às suas ímpias maneiras; quando exortados a mudar para evitar o juízo escondem-se atrás dessa verdade. O amor pela justiça traz alguns “efeitos colaterais” que devemos considerar: “Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, o Teu Deus, Te Ungiu com óleo de alegria mais que aos teus companheiros.” Sal 45;7

Desgraçadamente, as palavras arrependei-vos! e pecado, sutilmente têm sumido dos lábios de muitos “pregadores.” Também esses carecem ter suas máscaras rasgadas.

A onda é encher “igrejas” sem ferir suscetibilidades, sem confrontar para que haja arrependimento, mudança. “Nada de novo debaixo do sol.” Outrora já foi assim: “Dizem aos videntes: Não vejais; aos profetas: Não profetizeis para nós o que é reto; dizei-nos coisas aprazíveis, vede para nós enganos.” Is 30;10

Os bons de Bíblia estão perdendo espaço para os bons de marketing. “... dizei-nos coisas aprazíveis...” O cristianismo de muitos que precisam se arrepender de seus “arrependimentos” não passa de um hábito confortável de colar “banners” virtuais de alheia feitura, com algumas frases bonitas; não importa se, de cunho humanista, espírita, new age, etc.

Qualquer um pode exibir “profundezas” do oceano do saber, sem sequer se molhar. Nunca foi tão fácil se mascarar de vivo, como tantos mortos fazem.

Seguido deparo com: “O que Deus significa para você?” “tudo”, “tudo;” as respostas. Depois de comentar segundo a formatação mundana, de falar sem compromisso, cada um retorna ao consumo de cultura inútil, distribuição de farpas venenosas, memes engraçados, enquanto esquece rapidamente de “Tudo”.

“... nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos...” II Tim 3;1 e 2

No auge da pandemia só de máscaras podíamos ser atendidos em ambientes comerciais; perante Deus compareceremos de almas despidas; “Não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos Daquele com Quem temos de tratar.” Heb 4;13

Inocente, o primeiro casal andava nu e não se envergonhava; mas, pecando a primeira reação foi se esconder.

Religiões, obras, filosofias alternativas... tudo máscaras. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz...” Jo 3;20

terça-feira, 9 de agosto de 2022

O molde da paz


“Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em Ti; porque ele confia em Ti.” Is 26;3

Se, confiança em Deus gera paz, uma conclusão resulta necessária; os que se afligem sem ela não têm essa firmeza que agrada ao Senhor.

Inquietações normalmente são predicados dos ímpios; a mulher adúltera: “Estava alvoroçada e irrequieta; não paravam em sua casa seus pés.” Prov 7;11 Os ímpios: “Os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar; as suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.” Is 57;20 e 21

O Salvador Ensinou: “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;” Mat 5;9 

Quem vive ao seu modo, sem se intrometer em litígios, nem devolver eventuais grosserias na mesma moeda, preferindo ter paz a ter razão, do tal se diz que é pacífico.

Outrem, ideologicamente contrário às guerras, defensor de toda sorte de diplomacia para dirimir conflitos, a esse chamamos pacifista;

todavia, pacificador é promotor da paz. Chega em ambientes onde ela não está; a medida do possível desarma os espíritos, desfaz mal entendidos, abranda animosidades; quem assim age é um pacificador. Muito útil, onde as paixões irracionais ardem produzindo calor sem luz.

O tolo vendo um desentendimento inda dúbio, sem saber se irá às vias de fato, joga mais lenha na fogueira; “Os lábios do tolo entram na contenda, e sua boca brada por açoites. A boca do tolo é sua própria destruição; seus lábios um laço para sua alma.” Prov 18;6 e 7

Notemos que esse “incendiário” além de acirrar ânimos em litígio, no final faz maior mal a si mesmo; “a boca do tolo é sua própria destruição.” O mal que incentiva contra terceiros, no devido tempo também o visitará; “Quem abrir uma cova, nela cairá; quem romper um muro, uma cobra o morderá.” Ecl 10;8

O fato de que O Eterno conservará em paz aqueles que Nele confiam, entretanto, não significa que esses vivem em contínuo remanso; na verdade O Salvador advertiu-nos das aflições necessárias; “Tenho-vos dito isto, para que em Mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, Eu Venci o mundo.” Jo 16;33

Sermos conservados em paz tem a ver com nossa consciência e relacionamento com O Eterno; não, necessariamente, com as pessoas. Quanto melhor for nosso porte, maior será a oposição dos ímpios; “Todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.” II Tim 3;12

Quantos se irritam apenas com nosso modo de vida em Cristo? Outras destilam farpas contra nossa insistência “chata” em escrever sobre as coisas Divinas; dão lá suas receitas humanistas baseadas em noções rasteiras de justiça e boas obras e descansam nisso; como se, areia movediça fosse base para fundamento.

O primeiro aspecto da paz trazida por Cristo é a reconciliação, ou, adoção de filhos; “Tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou Consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação; isto é, Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;18 e 19

Depois, uma “voz” interior que ora aprova, outra veta nossas escolhas; seguir essa diretriz, o chamado “andar em espírito”, enseja paz em nosso íntimo.

O Senhor nos justifica em Cristo, malgrado toda nossa sujeira pretérita. Depois de justificados, somos ensinados a praticar a justiça segundo os padrões celestes, não as doutrinas humanistas, por bem intencionadas e simpáticas que pareçam. 

A justiça Divina apregoa: “O salário do pecado é a morte!” Rom 6;23 Todo pecador sem regeneração em Cristo, embora respire, está morto no prisma espiritual; isto é: Alienado do Eterno.

Então, eventuais boas obras de alguém assim não têm valor espiritual; elas herdam as “qualidades” do sujeito; mortas. Apenas “... o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu a Si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo.” Heb 9;14

Invés da arrogância dos ímpios que dizem: “Deus me aceita porque sou bom;” é necessária a humildade que reconhece que carecemos ser purificados para poder servir.

Enquanto a injustiça dos pecados não admitidos nem confessados, permanecer, os seus pacientes seguirão de uma inquietação a outra, de uma justificativa vã a outra tentando mascarar sua fuga; sua falta de paz. “O efeito da justiça será paz; a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Is 32;17

O Senhor conserva em paz os que Nele confiam; mas, a paz não deriva meramente de dizer, eu creio, confio. Quem confia na Palavra do Santo, se deixa moldar por ela; só então conhece a paz que excede todo o entendimento.

domingo, 7 de agosto de 2022

O tumor maligno


“Porque que teus inimigos fazem tumulto; os que te odeiam levantaram a cabeça.” Sal 83;2

Um tumulto contra Deus patrocinado por dois sentimentos; inimizade e ódio.

A inimizade como combustível manifesta aversão a qualquer resquício de reconciliação. Um dos nomes atribuídos a Jesus Cristo, não obstante ser O Senhor dos Exércitos, é: Príncipe da Paz. Qualquer menção a Ele, fatalmente despertará aos que hibernam na caverna do ódio, sob a neve fria da inimizade.

Geralmente chamamos a Satanás de inimigo; no entanto, todos os que fazem a vontade dele, adotando pecado, perversão dos valores como modo de vida, também expressam inimizade contra O Santo. Ainda que seus lábios digam crer, as ações os desmentem; “Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, desobedientes, reprovados para toda boa obra.” Tt 1;16

Nosso serviço a Deus, ou à oposição não é testificado pelos lábios, mas pela obediência, que se mostra nas ações; “Não sabeis que a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis; ou do pecado para morte, ou da obediência para justiça?” Rom 6;16

Quase todos sabem que a palavra Evangelho significa boa nova; boa notícia. Mas, o que muitos ignoram é qual seja essa notícia. Paulo vai além da manchete: “Tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou Consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação; isto é, Deus Estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos, pois, da parte de Cristo, que reconcilieis com Deus.” II Cor 5;18 a 20

A inimizade não precisa persistir; podemos em Cristo, reconciliarmos com Deus, deixarmos a genérica condição de criaturas, rumando à excelsa posição de filhos; “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

Uma faceta mórbida da natureza humana caída é que o ódio aglutina mais que o amor; aproxima os contrários até, como fizeram fariseus, saduceus e herodianos contra Cristo.

O amor levaria quem ama a dar algo de si em prol do seu alvo, quiçá, perdão. Ao ódio basta acusar o “lapso” do outro e os “motivos” estarão assentados com argamassa bem firme.

Como no futebol se diz que é mais fácil destruir que construir uma jogada; para tal, basta força; enquanto a construção requer habilidade, assim, na vida. É mais fácil odiar que amar; para isso basta a força da inveja, enquanto o amor demanda a habilidade de crer em Deus, obedecer, desconsiderar a falta sofrida, pagar o mal com o bem.

Embora o ódio seja um câncer, cujo mal maior faz ao próprio hospedeiro, é uma doença que, os que têm não desejam cura. Como a substância viciante de uma droga qualquer, a alma viciada precisa sempre mais e mais; cansa-se na faina inglória de perseguir à própria sombra.

Quando O Médico dos Médicos trouxe o preciso diagnóstico deparou com a ojeriza dos doentes; odiaram-no, pois, se sentiam bem como estavam; “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

Quem faz o mal “odeia a luz...” esse é o lado pernicioso do ódio. Ele em si, direcionado contra o alvo correto nem é um erro; antes, uma virtude. Do Senhor está dito: “Tu amas a justiça e odeias a impiedade...” Sal 45;7

A um jogador é permitido ter força e habilidade ao mesmo tempo; aos chamados em Cristo é facultado amar ao pecador, e dirigir o ódio na vereda correta, contra o pecado.

A cegueira nos domínios do espírito e da alma “patrocina” que as pessoas façam mal a si mesmas. Naquilo que enxergam cuidam; “Porque nunca ninguém odiou sua própria carne; antes, a alimenta e sustenta...” Ef 5;29

No entanto, manter o corpo saudável enquanto a alma apodrece é como polir todos os dias a lata do carro e colocar ácido corrosivo no motor. Sem desmerecer o cuidado físico, Paulo coloca os pingos nos is; “O exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;8

Ainda é tempo de reconciliação; breve deixará de ser; “Então clamarão a Mim, mas não responderei; de madrugada Me buscarão, porém não Me acharão. Porquanto odiaram o conhecimento; não preferiram o temor do Senhor.” Prov 1;28 e 29

sábado, 6 de agosto de 2022

Traficantes e viciados


“Nos profetas de Jerusalém vejo uma coisa horrenda: cometem adultérios, andam com falsidade; fortalecem as mãos dos malfeitores para que não se convertam da sua maldade...” Jr 23;14

“... profetas de Jerusalém...”
O Senhor sempre diferencia as coisas que Ele escolhe, das escolhas alheias; não se responsabiliza por essas. O fato de alguém se pretender profeta, não significa que seja. Pelo menos, não, a serviço do Senhor. Tivemos os profetas de Jezabel, os de Jerusalém; os postulantes das “escolas de profetas” até, e os raros e probos, Profetas do Senhor.

“Não mandei esses profetas, contudo, foram correndo; não lhes falei, mas profetizaram. Se estivessem no Meu Conselho, então teriam feito Meu povo ouvir Minhas Palavras; o teriam feito voltar do seu mau caminho, da maldade das suas ações.” vs 21 e 22
Os que Deus Escolhe falam as Palavras Dele; desafiam ouvintes à conversão.

O problema de cada um ter “profetas” de estimação é que, precisando desesperadamente mudar mediante o ensino da verdade, não a ouvem deles; pois, não é agradável de ouvir; escolhendo a dedo o que gostam fogem do que precisam. Trocam o ditoso chamado da morte à vida, pela sina de cobaias para maquiadores de cadáveres. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências.” II Tim 4;3

“... cometem adultérios...”
grave em qualquer circunstância. Mas, praticado por aqueles que fingem representar a Deus, além da mácula normal da impureza, ainda se fazem profanos.

Sempre que tratamos às coisas santas como vis, estaremos envilecendo ao Santo Nome do Senhor; fazendo parecer que, O que É Excelso soe comum, vulgar. “... Em que te havemos profanado? Nisto que dizeis: A Mesa do Senhor é desprezível... Vós O profanais, quando dizeis: A mesa do Senhor é impura, Seu produto, isto é, sua comida é desprezível.” Ml 1;7 e 12 Isso foi dito num contexto de sacrifícios defeituosos que eram oferecidos; o que dizer de um sacerdócio profano?

No contexto espiritual o adultério também pode ser cometido diga-se; “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” Tg 4;4

Acaso os que agradam ímpios por interesses, deixando de denunciar à impiedade em busca de aceitação não agem segundo o mundo? Quais políticos fisiológicos em campanha? Desse tipo de adúlteros estão cheios os púlpitos, infelizmente; sem falar que muitos cometem adultério carnal também. Deveriam os santos ser apascentados por biltres assim?

“... andam com falsidade...” se, ostentam uma imagem de gente santa, não o sendo, em nome da verossimilhança, de parecer um pouco o que pretendem que se creia, precisam agir de modo hipócrita. O mundo em sua prudência astuta não usaria um careca para fazer propaganda de shampoo para queda de cabelos, seria contraproducente. Assim, os falsos precisam de algum verniz com brilho de verdade, justiça, santidade se quiserem enganar.

Como “nem tudo o que reluz é ouro”, aos fiéis o Senhor lega o discernimento necessário; eles podem sentir o “cheiro” da falsidade antes que a razão, o intelecto, tenham percebido as incongruências entre a mensagem e o modo de vida dos falsários. Palavras podem estar certas, mas o espírito não; O Santo faz ver. “O que é espiritual discerne bem tudo e de ninguém é discernido.” I Cor 1;15

Invés de ser instrumentos de Deus, por meio dos quais Ele Fala, tais, se tornam alvo da correção, quando por meio de outro, idôneo, O Eterno Se Expressa: “Filho do homem, profetiza contra os profetas de Israel...” Ez 13;2

“... fortalecem as mãos dos malfeitores para que não se convertam...”
Quando alguém anda errado, carecendo urgentemente mudar de vida mediante arrependimento; e arrepender-se ouvindo A Palavra de Deus; invés de uma mensagem de mudança ouvirá conselhos motivacionais, assentado ante um falsário, nunca receberá o que necessita.

Será chamado a “tomar posse da vitória, da chave” disso ou daquilo, receber cura de supostas enfermidades do corpo, com as almas desesperadamente enfermas, à morte; seu pecado que o está levando a isso será ignorado. Os falsos se preocupam consigo mesmos; aceitação, número de seguidores, repercussão favorável; não, com O Altíssimo, Seus Santos e Justos Reclames.

“Eis que Sou contra os profetas, diz O Senhor, que usam de sua própria linguagem, e dizem: Ele disse.” Jr 23;31

Desgraçadamente, traficantes de ilusões forjaram uma geração de viciados em enganos. Os poucos idôneos que há soam a desmancha-prazeres. Na verdade, são. Cristo não veio nos dar prazer; Veio para dar vida.

Mas a vontade foge por estar essa, atrelada à cruz; “não quereis vir a Mim para terdes vida.” Jo 5;40

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Espinho na carne

“Para que não me exaltasse pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar.” II Cor 12;7

Paulo fora arrebatado aos Céus, onde ouvira coisas que não era lícito falar; para não se tornar presunçoso, recebera um obstáculo que definiu como “espinho na carne”.

O que seria o tal “espinho”. Não existe unanimidade no tocante a isso. Alguns pensam ser uma enfermidade que assolava o apóstolo; outros, que seria mesmo um “mensageiro de Satanás”, uma acusação dos erros pretéritos, mormente, a participação na morte de Estêvão, cuja lembrança incomodaria.

Bem, vejamos o que o texto diz. Do motivo; “a fim de não me exaltar.” a explicação do “espinho”; “um mensageiro de Satanás”; o modus operandi do mensageiro; “esbofetear”; a providência pedida; “... orei ao Senhor para que se desviasse de mim.” v 8

Vamos esmiuçar para ver o que encontramos. A exaltação é um mal da alma; uma enfermidade, embora pudesse incomodar, não faria ninguém, necessariamente, humilde. É possível ser extremamente arrogante não usufruindo de nenhuma saúde. O Finado Stephen Howkins era tetraplégico, ateu e zombava de nossa fé. Doenças da alma não são curadas mediante dores do corpo.

“um mensageiro de Satanás.” O Eterno, uma vez perdoadas nossas falhas delas não mais lembra; “... sujeitará nossas iniquidades; Tu lançarás todos os seus pecados nas profundezas do mar.” Miq 7;19 Assim, se um mensageiro de Deus exorta ao arrependimento e uma vez alcançado, os pecados são lançados no mar do esquecimento, parece lógico concluir que um mensageiro da oposição faça questão de lançar em rosto nossas falhas, mesmo que já tenham sido perdoadas, se seu objetivo for tirar a paz.

O perdão Divino apaga a culpa, não a lembrança; coisas abandonadas, perdoadas, ainda podem causar tristeza, vergonha, como disse o mesmo Paulo; “Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça. Que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais?” Rom 6;20 e 21

“esbofetear...”
naturalmente, uma metáfora para acusar, lançar em rosto. Mas, resultaria que um ser da oposição estaria trabalhando para Deus? Não. Deus permitia isso pelo que poderia fazer com tal assédio na vida de Seu filho. O capetinha não tinha em mente nenhum fruto; apenas perturbar a paz do apóstolo.

“... orei ao Senhor para que se desviasse de mim.” Ora, de uma enfermidade oramos pela cura, não para que ela se desvie de nós.

Portanto, com devido respeito aos que pensam diferente, não creio que se tratasse de enfermidade.

A negação Divina em atender a oração de Paulo veio acompanhada do motivo; “A Minha Graça te basta, porque Meu Poder se aperfeiçoa na fraqueza.” v 9

Deixaria aquilo como estava, pois, era o processo para aperfeiçoamento do Seu Poder, na vida do apóstolo. Ele alistando coisas que eventualmente lhe faltavam não mencionou estritamente, saúde; “Por isso sinto prazer nas fraquezas, injúrias, necessidades, perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte.” v 10

Quando figurou a armadura dos cristãos, ele mesmo mencionou a necessidade do “escudo da fé” como resistência aos “dardos inflamados do maligno”. Plausível pensar que o aludido “mensageiro” tentasse fazer Paulo duvidar do perdão recebido, algo que só poderia ser contraposto pela fé.

Ademais, O Salvador também figurou a “semente” (Palavra) que caíra entre espinhos, dizendo serem esses, “... os cuidados deste mundo e a sedução das riquezas...” Mat 13;22

Jeremias também usou a mesma figura, e aludia aos vícios do coração, não a enfermidades do corpo; “Porque assim diz O Senhor aos homens de Judá e Jerusalém: Preparai para vós o campo de lavoura, e não semeeis entre espinhos. Circuncidai-vos ao Senhor, e tirai os prepúcios do vosso coração, ó homens de Judá e habitantes de Jerusalém, para que Meu Furor não venha a sair como fogo, e arda de modo que não haja quem o apague, por causa da malícia das vossas obras." Jr 4;3

Quando O Eterno permite que, alguma coisa ruim venha contra nós é porque Ele Sabe que, desse mal pode tirar um bem que nos fará crescer; alguém definiu que, a única desgraça verdadeira é aquela com a qual nada aprendemos; outrem, que quando uma dor ou privação nos leva a orar, ela já está fazendo mais bem, do que mal.

Afinal, “Sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo Seu propósito.” Rom 8;28

A nossa purificação é semelhante à dos metais; as dores nos derretem, e Deus nos purifica em meio a elas. "Tira da prata as escórias, e sairá vaso para o fundidor;” Prov 25;4

terça-feira, 2 de agosto de 2022

A "fé" pendular


“Sobrevieram, porém, uns judeus de Antioquia...” Atos 14;19

Na cidade de Listra, Paulo fora usado por Deus para restaurar a um coxo de nascença; o povo, invés de ouvir o que ele e Barnabé tinham a dizer decidiram eles mesmos dar nomes aos bois.

“Concluíram” que ambos eram deuses; “... Fizeram-se os deuses semelhantes aos homens e desceram até nós.” Atos 14;11 Exceto o plural, característico do politeísmo, tinha certa verdade nessa afirmação; não como eles pensavam; Deus se Fez Homem e desceu até nós, em Cristo.

No mesmo afã atribuíram aos dois os rótulos da sua crendice; nela imperava uma espécie de versão romanizada da mitologia grega; “Chamavam Júpiter a Barnabé e Mercúrio a Paulo; porque este era o que falava.” v 12

Que decepcionante quando tentamos comunicar valores, conceitos de Deus e as pessoas se apressam; antes de dizermos de nossa fé, querem mostrar a deles; como se, quem falasse primeiro estivesse certo.

Outro dia deparei com uma frase atribuída ao Padre Fábio de Melo que dizia: “Todas as religiões são boas; o que há é pessoas más em todas as religiões.” Não sei se foi mesmo ele o autor, mas trata-se de crasso erro.

Que existem pessoas más em todos os ambientes, religiosos ou não, de acordo. Mas, o ecumenismo é a negação de Cristo. Ele não veio dar Sua Vida Excelsa e Inocente para que, a Glória devida a Ele fosse diluída com toda sorte de simulacro humano. “... Ninguém vem ao Pai senão, por Mim.” Jo 14;6 “Eu Sou O Senhor; este É Meu Nome; Minha Glória pois, a outrem não Darei, nem Meu Louvor às imagens de escultura.” Is 42;8

Toda religião, por bem intencionada que seja, se sonega os ensinos do Salvador, ou propõe caminhos alternativos é uma fraude do inimigo. Até eventuais pessoas boas lá, cultivando o erro doutrinário estarão perdidas sem Cristo; pois Ele não salva pessoas boas. Apenas as más que se arrependem e creem Nele. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;” Ef 2;8 e 9

Voltando; os dois se recusaram a ser tratados como deuses; “... os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgaram suas vestes e saltaram para o meio da multidão, clamando, e dizendo: Senhores, por que fazeis essas coisas? Nós também somos homens como vós, sujeitos às mesmas paixões e vos anunciamos que vos convertais dessas vaidades ao Deus vivo, que Fez o Céu, a Terra, o mar e tudo quanto há neles;” vs 14 e 15

Notemos que eles não foram coniventes com a religião errada; exortaram “... que dessas vaidades vos convertais ao Deus Vivo...”

Embora a excitação por cultuarem aos “deuses” presentes fervesse entre eles, acabaram ouvindo um pouco sobre O Deus Vivo e Seu Enviado; desistiram momentaneamente do seu culto.

No entanto, quando parecia que as coisas estavam voltando ao devido lugar, a adversidade da ignorância estava sendo aplacada, assomou a adversidade da inveja. “Sobrevieram, porém, uns judeus de Antioquia e de Icônio que, tendo convencido a multidão, apedrejaram Paulo e o arrastaram para fora da cidade, cuidando que estava morto.” vs 19

A dificuldade de triagem, atribuindo aos dois visitantes suas crendices descabidas não era o problema maior daquele povo. Bastou que surgisse um grupelho de oposição aos apóstolos com algumas narrativas mentirosas, e os mesmos pensaram que dois “deuses” que os visitaram, de repente se tornaram malditos que deveriam ser mortos a pedradas.

Como o ódio e a inveja eram contra Paulo, não, Barnabé concentraram nele seus ataques. Logo esqueceram o maravilhoso fato do coxo de nascença ter sido curado e destilaram ódio contra benfeitores; felizmente Paulo sobreviveu.

Por que tantos patifes sem nenhuma dignidade, valor, muitas vezes acabam eleitos para postos elevados? Porque as pessoas têm preguiça de pensar e balizam suas escolhas em narrativas; desgraçadamente, quanto mais fraudulenta parece melhor. Muitos que deveriam apodrecer na cadeia concorrerão de novo; temo que vários serão eleitos.

Se, O Criador permitiu que dentro de nossos crânios houvesse cérebros, por certo fez isso pensando que os deveríamos usar.

Não será o ativismo religioso, pressa em concluir coisas no escuro, nem a predileção pela mentira e maledicência que forjarão para nós caminhos retos. “Meditarei nos Teus Preceitos, terei respeito aos Teus Caminhos.” Sal 119;15

Um homem prudente, não se apressa em tirar conclusões; não crê rápido porque alguém assegurou que é assim, nem foge do que creu porque a maledicência duvida. “... Eis que Assentei em Sião uma Pedra, uma Pedra já provada, Pedra Preciosa de esquina, que está bem firme e fundada; aquele que crer não se apresse.” Is 28;16