domingo, 30 de maio de 2021

As duas testemunhas


“Voltaram os pastores, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto ...” Luc 2;20

Tinham ouvido coisas grandiosas sobre o menino e visto o mesmo, na manjedoura. Um testemunho aos ouvidos, outro, aos olhos. Glorificaram a Deus pelo que tinham ‘ouvido e visto ...’

Dito está: A fé vem pelo ouvir A Palavra de Deus; em diversas partes, do Apocalipse, sobretudo, a importância dos ouvidos espirituais está em realce: “Quem tem ouvidos ouça o que O Espírito diz às igrejas.”

Tiago aconselha que sejamos prontos a ouvir e tardios pra falar. Contudo, há uma faceta visual que não podemos ignorar; por ela também se testemunha sobre Deus ante nossos olhos e alhures.

Paulo disse que a própria Existência de Deus é visível nas Suas Obras; “Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entendem, claramente se veem pelas coisas que estão criadas ...” Rom 1;20

E, as transformações que opera nos “pródigos” que saem da lama para a casa do Pai, também saltam aos olhos; testificam para novas conversões; “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos. Pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos ‘verão’, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40;2 e 3

O que glorifica ao Pai, não é a expressão, “Glória a Deus”! que tanto usamos. Mas, a transformação que Ele opera em nós, feita visível em nosso novo modo de agir, aos olhos de quem nos observa; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16

Se, o que se desvia em meio à caminhada é semelhante ao que começou uma torre e não pode acabar, sofrendo escárnios por isso, o que persevera mesmo em dias escuros honra ao Senhor; não precisa nenhum acessório à fé, basta a Integridade do Santo Nome. “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do Seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor, firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Ao esposarmos que passamos pelo novo nascimento, que Cristo foi gerado em nós, é necessário que aqueles que “visitam a manjedoura” possam falar do que têm visto e ouvido; digo, que ambos os sentidos tenham um testemunho conforme; pois, “O dito de duas testemunhas será válido.”

Quando não vivemos como pregamos acabamos sendo ambíguos, contraditórios; a confissão dos lábios se perde no concurso das ações. “Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, desobedientes, reprovados para toda boa obra.” Tt 1;16

O aval aos olhos está preceituado na “armadura espiritual” embora, nem todos percebam; diz que devemos ter “... calçados os pés na preparação do Evangelho da Paz ...” Ora, os pés falam de caminhar, não de pregar. O texto traz, “Preparação”, não, pregação.

Assim como João Batista foi adiante do Salvador preparando Seu caminho, também nosso testemunho, pela luz que deve irradiar há de ensejar questionamentos nos que nos observam; então, será a vez de Cristo, após João; digo, de pregar, depois de preparar o caminho. “Santificai ao Senhor Deus em vossos corações; estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós ...” I Ped 3;15

Embora o dom da vida eterna seja imediato aos que se convertem, o usufruto disso se reserva ao além, de modo que, como disse Paulo, “em esperança somos salvos...”

E mudar de um modo de vida relapso, ímpio, para outro em santificação, fiados numa esperança é um milagre que salta aos olhos; somente O Senhor pode operar.

Aqueles que partilham da mesma esperança, podem, como os pastores, se alegrar pelo visto e ouvido, se virem Cristo em nós.
Nos dias do Salvador a carência identificada foi matemática; “A seara é grande e são poucos os obreiros”. Hoje, o lapso é de essência, há muitos que professam; poucos que são íntegros, fiéis.

As pregações são doentias; pessoas são estimuladas a buscar coisas, não relacionamento com Deus; servir-se invés de servir.

Muitos “Ministros do Evangelho” pelos bens que ostentam e vidas nababescas que levam são o que todo o ímpio quer ser quando crescer.

O ministro idôneo, quando aperfeiçoado no Senhor, recebe discernimento, se faz como a Voz Dele. “O mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5;14

Se a Estatura de Cristo nos é inatingível, renunciar a crescer, é pactuar com a morte.

sábado, 29 de maio de 2021

Como Zaqueu


“Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.” Luc 19;10

Só pode ser salvo quem necessita de salvação. Por motivos do arbítrio recebido carecemos reconhecer nossa condição de perdidos; senão, alheios à urgente necessidade, jamais seremos achados Naquele que salva e reconduz, Jesus Cristo.

Na Parábola das cem ovelhas, onde, uma se perdera e as demais estavam seguras, incautos bem poderiam presumir que eram as 99 guardadas; quem não andava com eles, a perdida. Ou, de outro modo; “Não precisam de médico os sãos, mas os enfermos”; pelo viés da pretensão poderiam chegar ao mesmo erro fatal; se acharem vendendo saúde espiritual, mesmo estando mortos, enquanto, os doentes seriam os outros.

Como O Salvador veio salvar “o que se havia perdido”, tais não precisariam Dele. Acontece que as coisas de Deus são aquilatadas aos Seus Olhos, não aos nossos.

Sua Palavra ensina em muitos lugares que na Terra não havia um justo sequer. Então, o ensino da ovelha e do médico tanto podem se referir aos anjos que não caíram e não carecem salvação, quanto, ser mera ironia dizendo aos que pensavam não necessitar, que não viera para eles, os arrogantes; mas, para os humildes que reconhecem a necessidade de ajuda; “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus;” Mat 5;3

A pretensão de justiça própria é um dos maiores óbices à salvação, como disse alguém: “Reconhecemos um louco sempre que vemos; nunca, quando somos.”

Assim nos portamos também, quanto à loucura espiritual, que enxerga como águia, alheias falhas e nos faz toupeiras quanto às nossas.

Logo, a primeira condição é remover do trono esse sem noção, o ego; “Negue a si mesmo ...”

Quando O Salvador tentou convencer Seus ouvintes de que precisavam ser salvos encontrou essa barreira sólida; “... Nosso pai é Abraão ... Nós não somos nascidos de prostituição; temos um Pai, que é Deus.” Jo 8;39 e 41

Ora, filhos de Abraão; outra, de Deus; jamais se sentiam perdidos. Enfim, O Salvador teve que dar nomes aos bois: “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, pai da mentira.” V 44

Todavia, nesses tempos de facilidades virtuais para os profetas de Baal, tudo o que a carne deseja, por mais raso que seja é oferecido “Em Nome de Jesus”; a carência mais notória, salvação, é omitida.

Há grupos de “profetas” dos quais se fazendo parte e dando um “rolê” no touch screen em poucos minutos se “Recebe do Senhor”, cura, prosperidade, bens, chave da vitória etc. Tudo; menos a mensagem da cruz, o apelo ao arrependimento para salvação.

Ímpios são ensinados por esses a reivindicar seus “direitos de filhos de Deus”; aqueles que, nos dias de Cristo cobriam céus e terras por um discípulo e o faziam filho da perdição como eles, têm vasta descendência.

Às vezes deparo com opulentos anúncios que promovem a “Campanha da Justiça de Deus”, onde, dizem, O Eterno fará justiça aos Seus dando-lhes o que merecem.

Ainda bem que O Misericordioso Senhor não faz isso, senão estariam todos perdidos; “Todos nós somos como o imundo; todas nossas justiças como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha e as nossas iniquidades como um vento nos arrebatam.” Is 64;6

Somos como aqueles que estavam com pedras nas mãos ante a mulher adúltera; desafiados a apedrejar estando limpos, cada um deu de cara com a própria “justiça” e soltou os seixos.

O Eterno nos justifica imputando aos que se arrependem e obedecem, a Justiça de Cristo; isso não é justiça, é graça. Graça porque não merecemos, não porque em Cristo não tenhamos responsabilidades, como alguns incautos esposam.

Algo dentro de Zaqueu denunciava sua condição de perdido; desejou tanto ver Àquele que salva que subiu numa árvore para compensar sua baixa estatura.

Esse incidente figura nossa condição. Somos indignos até de vê-lo; somos “baixos” demais. Contudo, Seu Amor é Árvore de Vida; permite aos que se reconhecem perdidos, subir o bastante para vê-lo; após o olho no olho se dispõe a cear em suas casas. “Eis que Estou à porta, e bato; se alguém ouvir Minha Voz, e abrir a porta, Entrarei em sua casa, com ele cearei e ele Comigo.” Apoc 3;20

Portanto, esqueçamos os “profetas” de grandezas terrenas, num mundo às portas do juízo. Sem Cristo estamos todos perdidos; com Ele temos a “grandeza” que basta. Pare de consumir enganos pelo bem da tua alma! Vai chover fogo em Sodoma! Escapa por tua vida!

sexta-feira, 28 de maio de 2021

Cruzes de Plástico

“Tendo saído os demônios do homem, entraram nos porcos ...” Luc 8;33

A mudança de “casa” dos espíritos malignos, do Gadareno para os porcos foi uma concessão do Senhor, em atenção a um pedido deles; preferiram isso, à alternativa de irem para o abismo. Seja o que for que tenha por lá é pior que uma pocilga.

Pensar que tantos rumam a isso apressados, como se fossem convidados a uma festa. Certo que a incredulidade “atenua” os descaminhos; os incrédulos atuam como se, ao traírem a si mesmos fingindo não crer no evidente, pudessem usar isso como motivo para leniência no juízo que virá sobre todos.

A Palavra traz o fim de cada caminho de modo expresso, categórico; assevera que a própria criação, testifica da existência do Criador, de modo que tendo olhos somente, já desaparecem os “argumentos lógicos” dos que recusam a crer; “Porque Suas Coisas Invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua divindade, se entendem; claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram; seu coração insensato se obscureceu.” Rom 1;20 e 21

Não há lapso intelectual; incapacidade cognitiva; o texto afirma: “Tendo conhecido Deus ...” Ou como disse O Salvador, “A Luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas que a Luz ...” Assim, foi uma opção cômoda às evidências, e uma recusa À Palavra; não um derivado da impossibilidade de entender.

Spurgeon dizia mais ou menos o seguinte: Que, se após contemplar os céus com as estrelas, sol, lua em sua majestade e com seu equilíbrio e órbitas perfeitas, se ainda assim, alguém se declarasse ateu, juntamente se declararia imbecil e mentiroso.

No início do Salmo 19 temos a ênfase a essa linguagem, a quem se dispuser a entender; “Os céus declaram a Glória de Deus; o firmamento anuncia a obra das Suas Mãos. Um dia faz declaração a outro dia, uma noite mostra sabedoria a outra. Não há linguagem, nem onde não se ouça sua voz. A sua linha se estende por toda a terra; suas palavras até ao fim do mundo ...” Vs 1 a 4

O compromisso do homem com Deus faz habitar em nós O Espírito Santo; demanda novo nascimento, santificação, aperfeiçoamento, regeneração; diferente daqueles que aceitariam aliviados, habitar em porcos, O Santo, até habita em vasos de barro; naqueles que negam-se por Cristo; as inclinações carnais devem ser mortificadas; “Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que O Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem O Espírito de Cristo, esse tal não é Dele.“ Rom 8;9

Então, embora, para efeito de linguagem se diga que O salvo tem O Espírito de Cristo, na verdade é Cristo que o tem; passa a pertencer a Ele.

Deixamos de ser meros vasos com almas, para recebermos novo espírito, por meio do qual, andando, podemos honrar Deus. “Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra; não na paixão da concupiscência, como os gentios, que não conhecem a Deus.” I Tess 4;4 e 5

Infelizmente, a facilidade dos meios acaba atuando contra, quando apodrecem os fins; a fartura de comunicação ao dispor de todos, tem dado asas aos falsários que, mesmo procedendo de porcos, fazem poses de adoradores como aqueles do princípio, aliás; “Quando viu a Jesus, prostrou-se diante dele ...” Luc 8;28

Nas redes sociais e é um festival de chave disso, daquilo; vitória aqui, acolá; documentos assinados, tomar posse, etc. Nunca vem uma exortação, correção, desafio à mudança de vida; Fazem parecer que O Todo Poderoso, Santíssimo É Servo ao dispor dos ímpios caprichos de gente amoral, descompromissada.

Vendem a torto e a direito esses atestados de pobreza moral e espiritual, como se fossem expoentes da Obra de Deus. Partilham suas “orações fortes” e outros atalhos afins para impingir um verniz religioso ao seu pavor de tomar a cruz.

O desafio aos “purificandos” em Cristo é que andem na luz.

Andar é um modo de viver; não, parar estratégico para ser fotografado e filmado na rota de Canaã, para efeito de publicidade, depois seguir ousado pro abismo, como se o Céu fosse conquistado por poses e narrativas calculadas, ao estilo dos marqueteiros.

A Palavra é cabal: “Se dissermos que temos comunhão com Ele, e andarmos em trevas, mentimos, não praticamos a verdade. Mas, se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;6 e 7

domingo, 23 de maio de 2021

Os Céus Abertos


“Ouvi, ó Céus, dá ouvidos, tu, ó Terra; porque fala O Senhor: Criei filhos, e engrandeci-os; mas, se rebelaram contra mim.” Is 1;2

O Salvador ensinou que o Reino Celeste não vem com aparência exterior e já estava entre os que lhe ouviam.

Se, ele não se dá aos olhos, como as coisas imanentes, está amalgamado aos que, na Terra, dele fazem parte, de tal forma que uns e outros podem ouvir, quando O Senhor fala. ‘Ouvi ó Céus, dá ouvidos tu, ó Terra, porque fala O Senhor.’

Essa interação entre Céus e Terra foi mostrada a Jacó no sonho que teve em Betel, onde viu uma escada que ligava ambos, pela qual, anjos subiam e desciam.

Vindo, Cristo fez saber que a “Escada” estava posta já, era Ele; “... Na verdade, na verdade vos digo que daqui em diante vereis o Céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem.” Jo 1;51

Desde sempre as ações da Terra repercutiram nos Céus, embora, nem sempre percebamos.

Quando de vergonhosa apostasia, onde o povo trocou ao Deus Vivo por badulaques inúteis de humana feitura, os Céus foram chamados a sentir vergonha alheia, por nós. “Espantai-vos disto, ó Céus, horrorizai-vos! Ficai verdadeiramente desolados, diz o Senhor. Porque o Meu povo fez duas maldades: a Mim deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas.” Jr 2;2 e 13

Em Malaquias encontramos que até nossas palavras são registradas, como um testemunho a ser usado no devido tempo; “Então aqueles que temeram ao Senhor falaram frequentemente um ao outro; o Senhor atentou e ouviu; um memorial foi escrito diante Dele, para os que temeram o Senhor; para os que se lembraram do Seu Nome.” Ml 3;16

Ainda existem uns “Céus” nem tão celestes assim, onde o Poder e Sabedoria Divinas foram questionados; agora, pelo que Ele tem feito por nós, com devida contrapartida em renúncia e obediência dos agraciados, esses “Céus” aprendem também, que as dúvidas lançadas sobre o Caráter Santo do Eterno eram infundadas; “Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos Céus ...” Ef 3;10

Portanto, diferente da ideia vulgar que os Céus sejam um lugar remoto a ser alcançado por alguns quando morrerem, são uma realidade palpável, uma cidadania imputada de graça com um código de valores elevados ao alcance de todos, quando viverem.

Viver, aqui, tem sentido pleno, abarcando a vida espiritual, que demanda regeneração segundo Deus, o Novo Nascimento. Sem ele nossas vistas fraquejam; “... aquele que não nascer de novo, não pode ver O Reino de Deus.” Jo 3;3 e nossas “asas” se chocam contra o muro da separação; “... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.” Jo 3;5

Como o novo nascimento requer a mortificação do velho, O Salvador apresentou a coisa indispensável primeiro: “Negue a si mesmo; tome sua cruz e siga-me.” Luc 9;23

O “si mesmo” de cada um está repleto de conselhos ímpios, costumes rasos de um povo alienado do Santo; a negação requer abdicar de nossa “sabedoria” e recomeçar a pensar a vida, segundo O Eterno.

“Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos; nem os vossos caminhos os Meus, diz o Senhor. Porque assim como os Céus são mais altos que a terra, são meus caminhos mais altos do que os vossos, e meus pensamentos mais altos do que os vossos.” Is 55;7 a 9

O que foram os profetas do Antigo Testamento, senão, ilhotas de interação entre Terra e Céus, para que os Divinos Pensamentos fossem revelados? “Certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem ter revelado Seu Segredo aos Seus servos, os profetas.” Am 3;7

Nosso primeiro passo pra salvação, o arrependimento já faz um “estrago” nos Céus pelas consequências que gera; “Digo-vos que assim haverá alegria no Céu por um pecador que se arrepende ...” Luc 15;7

Tendo raízes mais profundas que semente sobre pedras, culminará em compromisso; testemunho público; confissão de pertencer ao Senhor, o batismo; mais um feito daqui, com repercussões lá; “Qualquer que Me confessar diante dos homens, Eu o confessarei diante de Meu Pai, que está nos Céus.” Mat 10;32

Se, esse Reino não vem com aparência exterior, as mudanças que opera nos que nele ingressam gritam alto; “... muitos verão, temerão, e confiarão no Senhor.” Sal 40;3

Quantos passam suas mortes fugindo da vida! O Céu é logo ali; depois da cruz.

sábado, 22 de maio de 2021

Os Verdes Campos da Angústia


“... Ló, enfadado da vida dissoluta dos homens abomináveis ... habitando entre eles, afligia todos os dias sua alma justa, vendo e ouvindo sobre suas obras injustas.” II Pd 2;7 e 8

Geralmente nossas companhias mostram nossas inclinações; o “anda com os sábios e ficarás sábio”, popularmente vertido para, “Diga com quem andas e direi quem és”; mas, não é regra. Eventualmente andamos com quem discordamos; ou, como Ló, convivemos, para nossa angústia e desconforto.

Às vezes, escolhas “inocentes” trazem sombrias consequências. Quando da contenda entre os pastores de Ló com os do seu tio, natural lhes pareceu a separação; Abraão facultou ao sobrinho o direito de escolha.

“... se escolheres a esquerda, irei para direita; se a direita escolheres, irei para a esquerda. Levantou Ló seus olhos, e viu a campina do Jordão, que era toda bem regada, antes do Senhor ter destruído Sodoma e Gomorra; era como o jardim do Senhor, como a terra do Egito, quando se entra em Zoar. Então Ló escolheu para si toda a campina do Jordão; partiu para o oriente; apartaram-se um do outro.” Gên 13;9 a 11

Dado a ele fazer bússola e norte, optou pelos melhores pastos e melhor relevo, como lhe pareceu. As campinas do Jordão.

Como nós, ele também fez sua escolha baseado na “dica” dos piores de todos os falsos profetas, os olhos. Esses cegos presunçosos costumam ver céu onde é inferno, morte onde é vida; luz onde pairam trevas; prosperidade onde cresta a miséria; seus ditosos caminhos, na hora dos frutos conduzem à perdição. “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são caminhos da morte.” Prov 14;12

A primeira escolha nem foi a feitora final da angústia de conviver com ímpios; apenas a que o deixou por perto; novas escolhas cada vez mais inclinado ao convívio indevido, os luxos da capital, o levaram até lá; o clássico: “Um abismo chama a outro.” “... Ló habitou nas cidades da campina, e armou suas tendas até Sodoma.” V 12

Então, quando angústias nos visitam, elas vertem de duas causas possíveis; a) Permissão do Senhor; testes necessários para em nós forjar a devida têmpera, nas quais Ele passa conosco; “Quando passares pelas águas estarei contigo, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem chama arderá em ti.” Is 43;2

b) Consequências das nossas precipitações, escolhas imprudentes, como era o caso então. Jeremias adverte: “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.” Lam 3;39

A Palavra de Deus é O Conselho, ao qual, seguindo nos pouparemos das angústias derivadas das más escolhas. As consequências dessas, uma espécie de cabresto que, ainda pode nos reconduzir ao caminho, porém, com o ônus de dores desnecessárias. “Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com Meus Olhos. Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio para que não se cheguem a ti.” Sal 32;8 e 9

No verso seguinte a diferença entre o que escolhe a instrução, o que escolhe o cabresto; “O ímpio tem muitas dores, mas àquele que confia no Senhor a misericórdia o cercará.” V 10

O primeiro milagre registrado de Jesus mostra-o transformando água em vinho; com a observação que o vinho melhor ficara por último”. 

Pois, além de um evento histórico, também figura o agir Divino; Ele coloca a cruz antes da coroa; a renúncia antes da adoção de filhos; o esvaziamento antes da plenitude...
Nossos olhos são doidos como o Filho Pródigo; vêm em circunstâncias favoráveis ocasiões para prazeres, mirabolâncias às quais tendem a se entregar; finda o logro da “profecia”, acabam solitários entre porcos.

Ao prudente se diz: “Confia no Senhor de todo teu coração; não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos ... Não sejas sábio aos teus próprios olhos...” Prov 3;5 a 7

Abrão fora chamado por Deus, não por campinas verdejantes. 

Com Ele é melhor o deserto, que tesouros da impiedade; não importa se tais “riquezas” se disfarçam de posses ou prazeres.

O belo é belo; mas não é nosso alvo, antes, renunciar ao império das aparências pelo Reino de Deus. “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;2

Há tantas campinas verdejantes disfarçando cadáveres... “Mas quem me der ouvidos habitará seguro, estará livre do temor do mal.” Prov 1;33

Senão, “... anda pelos caminhos do teu coração, pela vista dos teus olhos; sabe, porém, que por todas estas coisas te trará Deus a juízo.” Ecl 11;9

domingo, 16 de maio de 2021

A Majestosa Herança

“Por isso Levi não tem parte nem herança com seus irmãos; o Senhor é sua herança, como o Senhor teu Deus lhe tem falado.” Dt 10;9

A tribo de Levi não receberia um território exclusivo, como as demais; antes, seu cuidado seria com as coisas espirituais; o serviço no Tabernáculo, depois no Templo; uma espécie de Igreja entre os hebreus.

Não significa que, por não terem herança convencional, como seus irmãos, sendo “apenas” O Senhor sua herança, não teriam, por isso, posses materiais. Estariam espalhados entre todas as tribos; quatro cidades em cada, sendo seis delas, cidades de refúgio, abrigos para eventuais devedores de crime culposo. Ver Núm 35 ss “Não tendo nada” estariam por tudo.

Embora as coisas espirituais fossem o alvo primeiro, as materiais necessárias lhes eram prescritas pelo Senhor. Figuravam, na prática, o que O Salvador ensinou depois: “Buscai primeiro o Reino de Deus e Sua justiça e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

A eles cumpria buscar O Reino; às outras tribos o cuidado com as demais coisas; prover meios necessários ao sacerdócio.

Às outras tribos era facultado prosperar na terra, enriquecer; aos Levitas se dava o necessário para que enriquecessem aos demais, nas coisas do alto. Como disse Paulo: “Como pobres mas, enriquecendo a muitos.”

Bem que os “Levitas” modernos, que constroem impérios terrenos, outros, que cobram vultosos cachês para pregar ou cantar poderiam meditar sobre isso.

Sucesso ministerial e posse de bens, ainda que tenham seu valor, empalidecem, ante a sorte de ter O Senhor como herança. Ocorre-me um dito de Spurgeon; “... não trocamos nossos lugares com reis em seus tronos, se eles não conhecerem ao Senhor ...”

Aquele serviço era frágil sombra, tipo, do que seria depois, em Cristo; figurava o desapego que convém aos que “ajuntam tesouro no Céu”, antes que, riquezas da Terra. 

Infelizmente muitos “levitas”, como o irmão do Pródigo, nem conseguem mensurar direito o que têm, por terem Ao Senhor como Pai. Sofrem a “privação de um cabrito” na posse de um rebanho.

A cegueira em ver o que se possui, pode dar azo a que se busque o desnecessário. Daí, por falta de disciplina, domínio próprio em duas coisas lícitas, dentro dos seus limites, sexo e posses materiais, estão trocando a Nova Jerusalém pelas masmorras de Satã.

A imensa maioria dos escândalos que nos envergonham brotam daí. De um líder que adulterou, usou sua influência para aliciar; outro elaborou “projetos” grandiosos como pretextos para arrecadar fortunas, depois meteu a mão. Desceram do bendito estado aquele, onde “O Senhor é sua herança”, para outro, como o Pródigo entre porcos, onde, seu ganha-pão fede.

Erram a vereda por se dedicarem a uma parte apenas, do que foi prescrito; “Não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores nem se assenta na roda dos escarnecedores...” Isto é, aprendem que devem se apartar do mal que está nos outros.
Porém o mal que está em nós, dele só nos livramos na posse da Bendita Graça; pois, sendo “O Senhor a nossa herança”, devemos possuir a mesma, não apenas observar à distância.

O bem aventurado, além de evitar o mal alhures deve, “Ter seu prazer na Lei do Senhor; nela meditar dia e noite.” Se assim fizer, esse exercício além de lhe aproximar mais do Senhor, verá cada vez menos atrativos nas coisas más, às quais, a natureza caída se inclina. “Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito, vida e paz.” Rom 8;6

Não devemos confundir costume religioso com um relacionamento espiritual. Na hora de resistirmos às tentações, meros costumes não têm força para nos livrar, apenas, demandam o verniz da hipocrisia para seguirem luzindo, quando a luz da comunhão com O Senhor não brilha mais.

Nos tornamos como Sansão após a ruptura da consagração. Ainda vamos à luta cheios de confiança infundada, pois, “O Senhor já se retirou.”

Trocamos o privilégio bendito de não ter parte, para ter O Todo, pelo engano que priva do Senhor Todo Poderoso, e não leva a parte nenhuma. Como Esaú, abdicamos da bênção eterna por um prato efêmero.

Alguns pavoneiam-se: “Não sou dono do mundo, mas sou filho do Dono.”

Bem, isso está ao alcance de todos em Cristo; entretanto, O Senhor não exerce um senhorio oco, onde Ele conta para abençoar apenas, não para corrigir, disciplinar; “O filho honra o pai, o servo o seu senhor; se Sou Pai, onde está Minha honra?” Ml 1;6 Pois, “Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija?” Heb 12;7

Não esqueçamos pois, que antes de ser “Nossa herança” Ele É Senhor.

sábado, 15 de maio de 2021

Os salvos em termos


"Este é o ofício dos levitas: Da idade de vinte e cinco anos para cima entrarão, para o ministério da tenda da congregação; mas na idade de cinquenta anos sairão do serviço deste ministério, nunca mais servirão; porém com os seus irmãos servirão na tenda da congregação, para terem cuidado da guarda; o ministério não exercerão ...” Nm 8;24 a 26

Instruções do Senhor, sobre o serviço santo. Aos levitas, de 25 a 50 anos, ministério; após isso, cooperação na guarda, apenas.

Algumas coisas podemos aprender; primeira: Deus coloca termos ao que quer; desses não se deve passar; Ele É Senhor; nós, servos.

Segunda: Se, nossas aptidões já não combinam com determinada função, Ele tem outro “nicho” onde cabemos e podemos seguir servindo-o.

Terceira: O Ministério na Sua Presença deve ser exercido na plenitude do vigor.

Mas, isso foi no Velho Testamento; o que teria a ver conosco atualmente?

Ora, sendo pacífico que Deus não muda e as regras antigas são, “Sombras dos bens futuros”, algo podemos aprender meditando nelas.

Ou, na era da graça, em Cristo, o servir deixou de ter limites precisos aos quais não convém ultrapassar? O simples ir além da Doutrina que Ele Ensinou nos colocaria sob maldição; “... Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes seja anátema.” Gl 1;9

Algo soar parecido com certos cacoetes “góspeis” não significa que seja Evangelho; há muita resistência pela imitação, como fizeram ao magos de Faraó; “Como Janes e Jambres resistiram a Moisés, também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé.” I Tim 3;8

Os termos foram ultrapassados; “Corrupto” significa literalmente, o que rompe com; assim como o que pilota com, é copiloto; atua com, coautor, romper com, é ser corrupto. Se alguém rompeu uma cerca, norma ou limite, em consórcio com outro, ambos são corruptos, pois.

Não basta que determinado texto esteja na Bíblia; é preciso que seu manuseio seja honesto também; “Sabemos que a lei é boa se alguém dela usa legitimamente;” I Tim 1;8

Cheio está, infelizmente, o meio eclesiástico de orangotangos góspeis, imitadores de homens santos, que sabem alguns trejeitos, mas o viver destoa, os “réprobos quanto à fé.”

Não se requer dos salvos que saibam tudo; mas, que vivam segundo o que sabem ser A Vontade de Deus para eles, o “andar na luz”; "Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes.” Jo 13;17

Quanto às aptidões, a Parábola dos talentos deixa patente que há diversidade de capacitações; um, dois, cinco talentos.

Cada um é responsável por atuar de modo digno segundo os dons que recebeu; Deus não espera que façamos coisas para as quais não fomos capacitados.

“De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profecia seja segundo a medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; o que exorta, use o dom para exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria.” Rom 12;6 a 8

Por fim, ministrarmos no auge do vigor. Sendo a era do Espírito, natural esperar que o vigor seja espiritual, não físico; assim, a “senilidade” derivaria do pecado, não da idade; 

o desleixo para com a devida santidade no “Corpo de Cristo” foi posto como feitor da fraqueza que desqualifica; “Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes; muitos que dormem. (morrem) Porque, se julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.” I Cor 11;30 e 31

Quando Paulo disse que estando fraco estava forte, ensinou que devemos não confiar em nossas forças, mas na Graça de Deus que nos fortalece; releitura do “Maldito homem que confia no homem ...” ou, “negue a si mesmo.”

Aos que chama O Senhor Justifica, se, preservarem o devido temor e obediência fortalece, a despeito do vigor físico; mesmo idosos podem ser robustos; “O justo florescerá como a palmeira; crescerá como cedro no Líbano. Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e vigorosos, para anunciar que o Senhor é reto. Ele é minha rocha; Nele não há injustiça.” Sal 92;12 a 15

Em suma, nem todos são chamados a ser “levitas”, ou obreiros na Casa do Santo; mas, todos que O Invocam como Senhor têm obediência aos termos como necessidade; santificação como modo de conduta a buscar; e edificação à Estatura de Cristo, como “Teto”;

“O fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19 Ouvidos à Obra!