sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

As coroas dos coroas


“Coroa de honra são as cãs, quando elas estão no caminho da justiça.” Prov 16;31

Interessante a prudência aqui; o texto não atribui honra aos cabelos brancos em si; mas, o faz a esses, quando estão no caminho da justiça. 

Inevitável lembrar certo dito de Ruy Barbosa: “Não te impressiones com os cabelos brancos; pois, os canalhas também envelhecem.”

Há tantos patifes envelhecidos por aí, que, jamais conheceram vergonha, tampouco têm pálida ideia do que seja honra; quando falam e atuam deixam patente, quão nada valem.

Se, “O ouvido prova palavras como o paladar prova o alimento”, esses já serviram tantas porcarias insossas, que quando determinada chamada traz o nome ou a foto do “mestre cuca” da vez, nosso paladar recusa-se a provar; vamos em frente como se, não tendo visto nada. Foi o que vimos, aliás; não valem nada.

Contudo a figura excede à ideia de honra, uma vez que se faz coroa; como se, quem a usasse fosse rei, em determinado sentido.

Alguém que vive num mundo tão mau, pleno de tentações, incentivos e apelos à injustiça, se, contra isso tudo seguir amando e praticando o justo, de certa forma reina com Cristo, no império do domínio próprio.

A figura evoca ainda o acabamento de algo; por exemplo: Quando dizemos que determinada empresa foi coroada de êxito. Isso não pretende figurar um reino; mas, o ter sido acabado algo com sucesso, conforme o intento.

Embora a salvação facultada por Jesus Cristo seja pura e plena graça, aos que a receberem e nela perseverarem está proposta a coroa da justiça. “Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; não somente a mim, mas a todos que amarem Sua vinda.” II Tim 4;8

Pois, a Bondade Soberana do Eterno considera justos, aos injustos que reconhecem isso, arrependem-se e se deixam guiar segundo a Justiça de Cristo.

Assim como o vencedor de determinado pleito só se verifica no fim, na “maratona” da salvação somos exortados à perseverança até a linha de chegada. “... aquele que perseverar até o fim será salvo.” Mat 10;22

Assim, a coroa da justiça de Deus é nossa salvação; coroa de honra, “nossa justiça” em Cristo.

Quanto mais o rio do tempo flui, mais se aprofunda nos imensos cânions da impiedade; o império da injustiça e da mentira que nos cerca e assedia, tudo faz para remover dádivas que nos foram entregues. Todavia, nos cabe a mesma exortação dada a certa igreja: “Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome tua coroa.” Apoc 3;11

São maciços os ataques à família, Deus, moral, bons costumes, e pasmem! até patriotismo, esse óbice ao anseio satânico de um império global, também está na sua alça de mira.

Todavia, ainda que, majoritariamente o poder esteja nas mãos dos maus, nossa Suprema Corte atue como embaixada do crime, a imensa maioria dos parlamentares seja de carreiristas que atinam aos interesses rasos, pessoais, invés de públicos, malgrado isso tudo, digo, os que aprenderam amar a justiça não se dobrarão; serão ousados até à morte, se necessário, no Senhor. “Em Deus faremos proezas; porque Ele é que pisará nossos inimigos.” Sal 60;12

Então, que a geada do tempo cubra nossas cabeças; homens ímpios sigam fazendo propaganda das “vantagens” das suas impiedades; os caminhos da vida não são fins em si; mas o objetivo ao qual conduzem é que os qualificará no final, se foram bons ou maus; “Há caminhos que ao homem parecem direitos, mas no fim são caminhos da morte.” Prov 14;12

Pois, se para as coisas atinentes aos feitos dessa vida, a maioria demanda o gozo de certo vigor físico, para as da vida eterna pesa mais a resiliência espiritual dos exercitados pelo Senhor. “Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;8

Enfim, que esse mundo veloz e perseguidor das sombras desfaça das coisas antigas; para quem milita pelos bens eternos não é a mão do tempo que fará mudar a sua atuação.

Enquanto a velocidade do mundo tecnológico fabrica robôs de carne e osso, os jurássicos do Senhor ainda se ocupam de frutificar andando pelas veredas antigas. Quando, enfim, pesar a fome de justiça, frutos valerão mais que máquinas.

“O justo florescerá como a palmeira; crescerá como cedro no Líbano. Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos, vigorosos, para anunciar que o Senhor é reto. Ele é minha rocha; Nele não há injustiça.” Sal 92;12 a 15

A idolatria de Deus


“Os filisteus, ouvindo a voz de júbilo, disseram: Que voz de grande júbilo é esta, no arraial dos hebreus? Então souberam que a Arca do Senhor era vinda ao arraial.” I Sam 4;6

Os hebreus sofreram revés numa batalha contra os Filisteus; então, os anciãos aconselharam que a Arca de Deus fosse tirada do seu lugar e levada ao front; uma espécie de “convocação” para que O Eterno pelejasse por eles. 

Chegado o “Reforço” fizeram um carnaval; uma gritaria que até no acampamento inimigo se ouvia. Há alguns “avivamentos” que não passam de engano de mortos.

Um vício ainda atual, infelizmente, grassava naqueles dias já. Quando a vida está calma, tudo vai bem se vive à nossa maneira; porém, surgido um revés, Deus, socorro! Ora, a permissão do triunfo dos Filisteus era juízo, avisado pelo Criador mediante um profeta, dada a profanação dos filhos do Sacerdote Eli e a omissão deste, em corrigi-los.

Hoje, quando tudo vai bem, uns chamam ao Salvador de travesti, outros encenam no Carnaval a humilhação do Rei dos Reis sob os pés de Satanás. Aí vem um adiantamento do juízo e todos começam com súplicas. Eu canto a mesma música em céu de brigadeiro ou sob tempestade; O Eterno É Santo, É Rei; Digno de Ser Amado; Deve Ser Temido.

Portanto, era desnecessária a atitude aconselhada pelos anciãos de “trazer Deus” à batalha, uma vez que Ele, em Seu Juízo já estava nela.

Se, no ponto-de-vista das relações humanas é bom termos respeito às opiniões dos mais velhos, no que tange à sabedoria, nem sempre eles têm a luz necessária. “Na verdade, há um espírito no homem, a inspiração do Todo-Poderoso o faz entendido.” Jó 32;8

Como ensina A Palavra que um abismo chama outro, além de uma concepção rasteira do Santo, segundo a qual, Ele contaria para socorrer no mau tempo, mas podia ser profanado na calmaria, tinham outra menor ainda, sobre a Sua Presença. Achavam que O Todo Poderoso que enche Céus e Terra habitava na Arca; dependendo assim, da ambulância desta para poder se locomover.

Quando o Artefato chegou ao acampamento, na concepção rasa deles, Deus chegara.

Entretanto, houve nova derrota humilhante; de quebra, a Arca da Aliança também acabou em mãos inimigas; “Deus foi capturado”.

Ora, sendo a queda, a entronização do eu, em lugar de Deus, natural que a regeneração comece justo aí; “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me”; noutras palavras, como se, O Salvador dissesse: “Saia do trono! Não te pertence! Deixe que O Pai Reine através de Mim.”

Entretanto, muito do que se tem chamado de fé no meio cristão visa estabelecer uma “co-regência” onde Deus É Rei para fazer minhas vontades. Na hora do socorro Ele conta muito; na das decisões morais, valores, certo e errado, santo e profano, nós nos viramos sozinhos, graças a Deus!

Não poucos safados travestidos de pregadores têm vendido a fé como um meio de obter coisas em “Nome de Jesus”. 

Ora, seria estúpido usar diamantes numa funda, uma vez que uma reles pedra pode fazer a mesma função, sem custo; aqueles por seu imenso valor podem muito mais.

Assim a fé para obter coisas simples alcançáveis mediante trabalho; ela excede em muito ao existir para me satisfazer; seu fim é mais alto e valioso; “Sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e É galardoador dos que O buscam.” Heb 11;6

Pois, esses perdulários de preciosidades ensinam a entregarmos a Deus apenas nossos problemas; da vida cuidamos nós!

Contudo, o preceito Bíblico demanda um pouco mais; “Entrega teu caminho ao Senhor; confia Nele, e Ele o fará. Fará sobressair tua justiça como a luz, e teu juízo como o meio-dia.” Sal 37;5 e 6

Notemos que a direção Divina traz no pacote justiça, juízo. Embora o que merecíamos tenha caído sobre Cristo, mesmo sendo salvos pela graça, digo, há um quê de justiça do qual Deus não abre mão. Que nossa vontade submeta-se À Sua. Ele é Deus!

Se, os incautos aqueles achavam que O Todo Poderoso seria movido movendo-se a Arca, agora o conceito caiu ainda mais; ensinam que movendo bibelôs, moedas, sal, azeite, rosas, lâmpadas, lenços e demais porcarias desse tipo, se pode obter Favor Divino.

As coisas preciosas em mãos inimigas, agora já não são a Arca e seu conteúdo; mas, vidas enganadas que acreditam nesses pilantras.

Deus não se deixa ver em objeto nenhum; antes, revela-se na Sua Palavra; Essa ensina a prática da justiça, na qual os filhos obedientes são regenerados; “Quanto a mim, contemplarei Tua Face na justiça; e me satisfarei da Tua semelhança quando acordar.” Sal 17;15

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Nossas escolhas refletem-nos


“O que anda com sábios ficará sábio, mas o companheiro dos tolos será destruído.” Prov 13;2

Duas parcerias possíveis; andar com sábios ou com tolos; no primeiro caso resulta uma aquisição dos valores com os quais se identifica; “ficará sábio”. No segundo, apenas a herança do juízo preparado contra tolos; “será destruído”.

Algumas cogitações são possíveis sobre essas duas escolhas antagônicas; quem admira um sábio a ponto de querer andar com ele, vê nos dons dele, uma espécie de ideal; “o que quer ser quando crescer”. No entanto, quem opta pela companhia dos tolos não precisará crescer nada para ser como os tais; já tem a “estatura” exata dos seus mestres.

Quiçá, possa ser por isso que o tal prefere as companhias mais rasas; invés de vislumbrar na luz de outrem uma dádiva a ser buscada, vê apenas uma ameaça ao seu “conforto” como alguns que rejeitaram pessoalmente ao Salvador. “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas, quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

Quem anela andar com os sábios visando ser como os tais, de certa forma já é; se, não no conteúdo, pelo menos, na escolha. São esses “sábios” que A Palavra encoraja a instruir, uma vez que a instrução não atuará no vazio; “Dá instrução ao sábio, ele se fará mais sábio; ensina o justo, ele aumentará em doutrina.” Prov 9;9

Por isso Paulo advertiu que não se gaste muito latim com o adepto de heresias; “Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o, sabendo que esse tal está pervertido, e peca, estando já em si mesmo condenado.” Tt 3;10 e 11 Não sei o que é pior; se, a companhia dos tolos ou, ser sábio aos próprios olhos; repousar “seguro” na ignorada ignorância.

Profuso o hábito dos “descobridores” de doutrinas novas, ou erros do “sistema religioso” que saem por aí “reformando” a todos que não se encaixem em suas doentias e fanáticas idiossincrasias.

Um “sábio” espiritual, sabe primeiramente de sua ignorância e limitação; mais; que “Nenhuma profecia Bíblica é de particular interpretação”; podendo o tal, laborar em equívoco; quanto à pouca luz que possui será sempre devedor ao Bendito Espírito Santo.

Estará sempre pronto a mudar, crescer, aperfeiçoar-se, desde que, convencido por melhor luz do que a sua.

Há pouco deparei com um comentário que citava uns quatro versos bíblicos atacando a quem denuncia como um erro o homossexualismo; não julgueis, o cisco e a trave, a hipocrisia, que, não sendo observados têm feito muitos se dizentes cristãos, a agir com “preconceito”.

Embora não pretenda eu ser sábio pelo conteúdo, tenho por sábia toda escolha semelhante, de quem aproxima-se de outrem que sabe, para aprender mais. No caso, de Cristo.

Porém, há uma diferença diametral entre aproximar-se do Senhor com anseio de aprender, e decorar meia dúzia de versos conforme interesses e jogar os tais contra o vento, como se, esses fossem testemunhas de alguma insensatez Divina; ou, como se, O Santo edificasse ao que destruiu, como disse Paulo.
Que tipo de pessoa tentaria usar à Palavra de Deus contra Deus? Um sábio, ou um tolo? “Não há sabedoria, inteligência, nem conselho contra o Senhor.” Prov 21;30

A Palavra de Deus, buscada na motivação correta, apreendida, vivida é Fonte da Água da Vida; não entendo por que, tantos mortos dela se aproximam se, não têm intenção de beber para ser ressuscitados. 

Usam porções escolhidas a dedo, como se, a dádiva que labora para dar vida, de repente adoecesse e passasse a corroborar escolhas mortas. “O mandamento do Senhor é puro, ilumina os olhos. O temor do Senhor é limpo...” Sal 19;8 e 9

O Eterno nunca força ninguém a nada; propõe dois caminhos, adverte da chegada de cada um e permite escolhas; a quem O escolhe, protege, ensina, disciplina e abençoa; quem preferir à oposição que o faça; todavia não profane ao Santo misturando-O com o que Ele abomina. “... assim diz o Senhor Deus; Ide, sirva cada um os seus ídolos, pois que a mim não me quereis ouvir; mas não profaneis mais o meu santo nome com as vossas dádivas e com os vossos ídolos.” Ez 20;39

Embora não tenha na Bíblia o “Diga-me com quem andas e direi quem és”, o que somos influencia, direciona nossas escolhas; se somos de Cristo escolhamos ao que Ele aprova; senão, qual sentido de mencionarmos Sua Palavra?

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Os nossos testemunhos


“Contudo, não deixou a si mesmo sem testemunho, beneficiando-vos lá do céu, dando-vos chuvas e tempos frutíferos, enchendo de mantimento e alegria vossos corações.” Atos 14;17

Interessante a leitura; chuvas e tempos frutíferos, cujo efeito era suprimento da vida com alegria, eram testemunhos de Deus sobre Si mesmo. O Salvador ensinara que essas coisas incidem sobre justos e injustos; apontando a universalidade do Amor Divino.

Noutra parte, se evocou à criação toda, com mesmo fim; fazer conhecido O Criador. “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entendem; claramente se veem pelas coisas que estão criadas...” Rom 1;19 e 20

Paráfrases do que dissera Davi: “A lei do Senhor é perfeita, refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do Senhor são retos, alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, ilumina os olhos.” Sal 19;7 e 8 Refrigério, fidelidade, sabedoria, retidão, alegria, pureza e luz; bens derivando dos Preceitos do Senhor.

Se, para efeito de Seu testemunho O Eterno permite que se evoque Seus feitos, para testificar de nosso novo nascimento e filiação espiritual, não são nossas obras realçadas; se fossem estragariam tudo.

Como, “O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele...” (Jesus Cristo) é nossa identificação com o que Ele Fez por nós que evidencia nossa salvação; “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte?” Rom 6;3

Um viver que honre ao Salvador, testifica que fruímos Sua eficácia. “... não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;14 a 16

A Doutrina de Cristo é a Luz que ilumina à vereda da salvação, para recebê-la não basta que vejamos o caminho simplesmente; antes, que trilhemos; “Mas, se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;7

A prática como “acessório” do conhecimento espiritual fora posta pelo Próprio Senhor; dissera: “... Se vós permanecerdes na Minha palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos; conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

Esse é o grande “problema” do cristianismo; não existem teoricamente salvos. Não é um patrimônio a ser recebido no intelecto como mera reflexão filosófica; é uma dádiva que deve repousar no coração; desse modo, todo nosso ser e agir acusarão a presença de Cristo: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

As testemunhas do Salvador, invés de ter algo a contar, simplesmente, são chamadas a ser; “recebereis virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda Judéia, Samaria e até aos confins da terra.” Atos 1;8

Quando Paulo diz que devemos trazer “Calçados os pés na preparação do Evangelho da paz”, o risco aqui é que se faça uma leitura superficial; como se o texto dissesse, pregação. Não! ele diz, preparação.

Nosso novo modo de vida em Cristo, necessariamente despertará curiosidade de quem nos vir assim; agir bem, como testemunha de Cristo é preparar o caminho, como João Batista; após a preparação, eventualmente a porta se abrirá para a pregação; então, “... estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós” I Ped 3;15

Nos tribunais humanos, testemunhas são chamadas para estabelecer a ocorrência dos fatos, ou, conforme o interesse das partes, remontar a vida pregressa dos querelantes;

Os renascidos em Cristo vivem fatos novos; a maldade passada da qual testificam é a própria. “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos.” Sal 40;2

Se, um dos vetos da Lei era não dar falso testemunho, muito menos na era da Graça, onde nossa responsabilidade aumentou, por ter O Todo Poderoso chegado ainda mais perto de nós.

Spurgeon dizia: “Ninguém é obrigado a se declarar cristão; mas, se o fizer, diga e se garanta.” Aja com tal, interpreto.

Se, o testemunho do Amor Divino é abrangente, sobre justos e injustos, o da Sua Salvação é mais preciso; demanda andar em espírito mortificando a carne na cruz.

domingo, 7 de fevereiro de 2021

A luz desprezada


“O bom entendimento favorece, mas o caminho dos prevaricadores é áspero.” Prov 13;15

Paralelismo antitético; quando a segunda parte opõe-se à primeira. Aspereza coloca-se em oposição ao favor; bom entendimento, à prevaricação.

Mas o que é prevaricar? Descumprir um dever por interesse, má fé; abusar de poder, transgredir costumes, adulterar...

Normalmente temos fidelidade, vigilância, prudência, temor do Senhor, como valores na trincheira oposta ao pecar; mas agora vemos, invés de um lapso moral, outro intelectual; a conclusão dessa análise é que, alguém não peca por ser mau, apenas; antes, por além de mau ser estúpido, não entender as consequências.

Não que isso atenue; o pecado deixe de ser o que é por causa disso; apenas, que por esse lapso, a cegueira leva o homem a agir de modo imediatista ao sabor do momento, sem pesar as consequências, muitas vezes, letais.

Agur confessou que ver impiedade e tolice prósperas quase que cegou seu entendimento; “Pois eu tinha inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos ímpios. Porque não há apertos na sua morte, mas firme está sua força.” Sal 73;3 e 4

Essas e outras cogitações semelhantes o assaltaram, até que se refez: “Se eu dissesse: Falarei assim; ofenderia a geração dos teus filhos.” V 15

O entendimento recebido na Casa de Deus apontou mais adiante; “Até que entrei no santuário de Deus; então entendi o fim deles. Certamente Tu os puseste em lugares escorregadios; tu os lanças em destruição. Como caem na desolação, quase num momento! Ficam totalmente consumidos de terrores.” Vs 17 a 19

“Há caminhos que ao homem parecem direitos, mas no fim são caminhos da morte.” Prov 14;12

Por isso o esforço do maligno para apagar a Luz; “... o deus deste século cegou entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Muitos devaneiam com revelações de coisas novas; mas, não se ocupam em entender o que já foi revelado, em cuja luz, nossas vidas podem ser edificadas. Balaão já tinha ouvido um não! categórico e seguiu insistindo; “O que desvia os seus ouvidos de ouvir a Lei, até sua oração será abominável.” Prov 28;9

Pela importância disso que Paulo afirmou que orava pelos efésios, “Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai da glória, vos dê em Seu Conhecimento o espírito de sabedoria e revelação; tendo iluminados os olhos do vosso entendimento...” Ef 1;17 e 18

Nossa própria vaidade pode ser obstáculo ao entendimento. A demanda maior nem é por um intelecto perspicaz; mas, vontade submissa.

Em linhas gerais, salvas algumas porções polêmicas e desnecessárias para salvação, a Doutrina de Cristo é simples, óbvia até. O problema é que temos uma geração de “especialistas”; esses não se ocupam do óbvio.

“Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com sua astúcia, também sejam de alguma sorte corrompidos vossos sentidos e se apartem da simplicidade que há em Cristo.” II Cor 11;3

Gastamos hebraico, grego, latim, códigos da Bíblia, gematria, etc. para “demonstrar” como serão as coisas na reta final; quem será o Anticristo, de onde... essas coisas têm valor mas não são essenciais. Mal usadas podem desviar a atenção do que é vital.

O essencial é que entendamos como deve ser nossa relação com O Salvador e Seu Corpo; se essa estiver bem, o juízo vindouro, armações do Falso Profeta, do Pai da Mentira não nos surpreenderão; na hora certa haveremos de discernir.

Se, o bom entendimento favorece, aqueles que entendem que o alvo de saber mais é andar ainda melhor, invés de se exibir como sabedor, quanto mais andamos nessa senda de santificação, mais luz receberemos. Pois Deus “... reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade” prov 2;7

Quando a Palavra afirma que a fé vê o invisível, esse “vê” significa mais, entende do que vê; e entendendo como será depois, mesmo que agora não seja nada daquilo, não desfalece, confia; “Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, nos currais não haja gado; todavia, me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação.” Hc 3;17 e 18

Muitas vezes em nossa insanidade nos preocupamos em entender astros, estrelas, espaço, onde não podemos ir; e sequer nos ocupamos com o sentido dos passos onde vamos; “Quem pode entender seus erros? Expurga-me tu dos que me são ocultos.” Sal 19;12

Além dos maus passos que entendia, Davi sabia que havia mais; esse entendimento o fez orar de modo sábio assim.

sábado, 6 de fevereiro de 2021

A guerra dos meninos


“Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2;2

Parece uma contradição. Sugerir o ardor de um desejo infantil, em almas adultas. Desejai como meninos, o exercício da razão. A meninice em realce tem a ver com o afã de querer muito, algo que parece desejável, mais do que, com o teor do desejo.

A negligência com a Doutrina de Cristo foi a denúncia, segundo a qual, certos cristãos, malgrado o curso de tempo, seguiam meninos. Se, o anelo pode ter vigor infantil, a compreensão e diligência não devem. “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar os primeiros rudimentos das Palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não de sólido mantimento. Qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça porque é menino.” Heb 5;12 e 13

Ora, sendo a conversão, um dom facultado a gente grande, “O que crer e for batizado será salvo”, a coisa não se aplica a meninos literais; pois, crer demanda entender ao menos em parte, o teor da fé; sendo possível esse encontro de adulto natural, com menino espiritual, se desfaz a aparente contradição.

Quando alistou todos os dons, os quais, nenhum teria valor sem o concurso do amor, Paulo, como numa tênue exortação aos que faziam uso carnal dos mesmos pontuou: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.” I Cor 13;11

Adiante propôs a junção desejável dos aspectos adulto e infantil; “... sede meninos na malícia e adultos no entendimento.” Cap 14;20

Tenho visto uma guerra de meninos, dado o teor da “Campanha da Fraternidade”; ela traz o ecumenismo e o homossexualismo como batedores; centro da preocupação “quaresmal” da CNBB e do CONIC que estão juntos nessa.

Frases como “discursos de ódio, polarização, fundamentalismo” aparecem sob a sedutora canção que, do estava dividido se fez a unidade. Qual o motivo da surpresa?

Francisco não produziu a “Fratelli Tutti” segundo a qual, mesmo sem novo nascimento todos são irmãos creiam no que quiserem? Está tocando firme e forte sua agenda pela igreja global única, sem barreiras; sem Deus.

Alguns católicos estavam furiosos com a participação do CONIC, os “Protestantes”, mais que com o teor comunista do texto. Para eles é mais grave a presença desses que cultuar o ateísmo.

Se, do que estava dividido se fez unidade, então essas partes sempre compuseram um todo; em algum momento foi fracionado. Mas, não é assim.

Unidade é ímpar e o liame é o Espírito Santo; essa já possuem todos os salvos independente da denominação onde vivam. 

União é humana, política, rasteira, terrena, balaio de gatos, ecumenismo. Poderão estar na mesma figura como os pés da estátua aquela, com dedos mesclados de ferro e barro; se “misturam” mantendo-se apartados.

O que poderão fazer os católicos sinceros que estão indignados com isso? Infelizmente, (posso falar pois fui um dos tais) não é a diretriz da Palavra de Deus que seguem, mas da igreja.

Aprenderam que “Fora da Igreja Católica não há salvação”. Cristo disse diferente: “Ninguém vem a Pai senão, por mim.”

Mais; que Pedro era a Pedra sobre a qual a Igreja foi edificada, sendo eles, os únicos e legítimos sucessores; o próprio Pedro pensava diferente; “... Eis que ponho em Sião a Pedra principal da esquina, eleita e preciosa; quem nela crer não será confundido.” I Ped 2;6 Óbvio que Fala de Jesus Cristo.

Nunca pretendeu a exaltação terrena de ser Papa; “Aos presbíteros, que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles...” Cap 5;1 Tampouco quis que tradições e dogmas tomassem o lugar da Palavra; “Se alguém falar, fale segundo as Palavras de Deus...” Cap 4;11

Por fim, os “protestantes” do CONIC também laboriosos por ecumenismo patenteiam igual meninice. Se Deus não conta por quê precisaríamos um religião global? Se conta, por quê ousaríamos contra à Sua Palavra?

A irmandade veraz é espiritual mediante novo nascimento; “... não nasceram do sangue, nem da da carne, nem do homem, mas de Deus.” Jo 1;13

E a verificação de quem entre no Reino também não deriva de arranjos humanos; “... O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Mãe é a Água (palavra) e Pai, o Espírito (Santo); fora disso, não importa o zelo religioso de quem for, estará sem pai nem mãe; “Filho meu, ouve a instrução de teu pai, e não deixes o ensinamento da tua mãe.” Prov 1;8

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

A respeito do respeito

“O jeito mais prático de se aprender sobre respeito é lembrar que as escolhas do outro não são da sua conta.”

Deparei com essa frase numa postagem hoje e me pus a pensar; será que respeito é isso mesmo, ou eu aprendi errado?

É que muitas vezes usei a frase; “Com todo respeito me permito discordar...” já vi e ouvi outros fazendo semelhante afirmativa. 

Agora, se respeito é uma barreira que faz o outro intocável diante de mim, ele escolheu tá escolhido e ponto final, já não existe como discordar respeitosamente; uma vez que mero importar-se com as alheias escolhas seria uma intromissão; um desrespeito já.

Nesse caso, para quê serviriam as redes sociais? Pois, as reações de curtir, amar, aplaudir, fazer muxoxo, espantar-se, comentar, etc. são nossa opções possíveis e usuais, ante as publicações/escolhas dos outros; e deles para com as nossas.

Mas, se para respeitá-las eu não posso interagir expressando meu pensar como faço? Ou, se mesmo postando coisas aos olhos de todos, aquilo interessa apenas a quem posta e não ao público, não seria melhor que o tal guardasse o que é de seu exclusivo interesse apenas para si?

Há algo errado na pele dessa geração hipersensível, que a faz melindrosa ao extremo, a ponto de receber de braços abertos apenas curtidas e aplausos; se pintar algo diverso, presto a síndrome do tatu bola em estado de defesa deixa apenas a redonda casca à vista dos “predadores” que se atrevem a opinar.

A coisa é de tal modo tênue, que se um respirar em público poderá ser acusado de separatista, por separar oxigênio e gás carbônico; ou, como observou alguém num post sarcástico, se outrem postar que detesta cebola presto a galera subirá a tag #somostodoscebola; teremos “urbi et orbe” uma caçada aos nefastos cebolafóbicos.

Francamente! Nunca pensei que o ser humano seria tão rasteiro assim.

Ora, escolhemos amigos, reais e virtuais, por alguma identificação. Se um dos meus, sem mais nem menos decidir comer fezes, eu me importarei, claro! Não será por falta de respeito; antes preocupação com sua sanidade; primeiro, por respeito a ele tentarei chamá-lo de volta à razão; mas se isso não tiver jeito e o dito se revelar um fezívoro incorrigível, por respeito a mim mesmo, me afastarei do tal.

Não raro, quando alguns defendem coisas muito fora-da-casinha, seja contrariando valores civis, espirituais, políticos até, que me são caros, me dou ao direito de excluir aos tais.

Já excluí alguns, e também fui barrado em páginas onde meu modo de pensar e expor não era bem visto.

Portanto, respeito é uma coisa, e melindre gratuito, outra. Não creio que nenhuma pessoa concorde cem por cento com outra; por mais que dois tenham grande identificação em muitas áreas, em alguma divergirão e podem levar isso numa boa, significando apenas alteridade de opiniões, não desrespeito.

Sobre isso, aliás, oportuna a frase de Voltaire: “Não concordo com uma palavra do que dissestes; mas defenderei até à morte teu direito de dizeres o que pensas”. Isso é respeito! 

Posso ser diametralmente diferente de alguém, sem nem por isso me impor, ou vetar que o tal seja como é. Isso tudo, preservado meu direito de discordar das escolhas dele. Simples assim.

De duas fontes vertem as águas do respeito; dignidade e posição. O primeiro caso tem a ver com quem se é; o segundo, com onde se está.

Por exemplo: Dilma quando presidente pela posição deveria ser chamada de Excelência; quando falava em saudar a mandioca o estocar vento, agia de modo indigno de uma inteligência mínima a merecer respeito. Inevitáveis os choques entre o respeito e a zombaria.

Então, para finalizar, se o respeito não se devendo à posição de autoridade de alguém, deve-se em virtude de certa dignidade, aqueles que, sendo meus amigos ou não, agirem com um mínimo dessa fibra já terão meu respeito.

Assim como, direito e dever são, de certa forma, frutos do mesmo baraço, sendo o cumprimento de um, o patrocinador do usufruto do outro, do mesmo modo, a dignidade e o respeito.

A primeira é o germe, de cuja vida nasce o segundo.

Se alguém quiser tomar as ruas, praças, redes sociais defendendo assassinato de inocentes indefesos, prostituição infantil, ideologia de gênero, drogadição liberada, pedofilia, zoofilia e afins, será direito seu defender tais escolhas; e meu, me importar com isso e manter distância de uma besta dessas que, tendo ganhado o dom da vida para viver, desperdiça-o na sanha de destruir. Sendo chamado a ser filho de Deus, por preguiça para disciplina opta pela paternidade do Diabo.

Quem ao amanhecer escolhe as veredas fáceis do vício, tem grandes chances de encontrar a noite ainda antes de anoitecer.