domingo, 31 de maio de 2020

Honra, a Quem Honra


“Porque Jesus mesmo testificou que um profeta não tem honra na sua própria pátria.” Jo 4;44

Se deu com dois grandes profetas, Elias e Eliseu; o primeiro em momentos de perseguição por mandado de Jezabel, se escondeu em cavernas alimentado por corvos, depois foi enviado ao convívio de uma viúva estrangeira em Sidon.

Eliseu curou a Naamã um general siro que foi a ele, enquanto os leprosos de Israel não iam. Mencionando a um “pobre homem” que livrara a uma cidade, (Eliseu livrara Dotã) Salomão disse: “... ninguém se lembrava daquele pobre homem.” Ecl 9;15

Assim, no quesito honra humana, os dois profetas não passaram de “pobres homens.”

Acontece que nossas noções de honra passam longe, quando não, se opõem às celestes. “Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15

Infelizmente o pecado mais comum em nós é a ambiguidade; querer a honra Divina, sem abrir mão da humana. Assim agiu Nicodemos, convencido pelas coisas que ouvia sobre Jesus; porém, não tão convencido a ponto de assumir abertamente ao custo de perder a aprovação dos colegas do Sinédrio.

Desse modo, “foi ter de noite com Jesus”. Justamente a ele, foi ensinada a oposição entre luz e trevas. “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

Ante Deus, é quando aceitamos a desonra por amor a Ele que somos honrados. A cruz requer que abramos mão daquilo que queremos ter, vida, honra... eis o negue a si mesmo! Para que, ao seu tempo tenhamos de novo, segundo os padrões celestes.

Não foi a extrema desonra do esvaziamento de Cristo, feito semelhante aos homens, obediente até à morte, e morte de cruz, que, deu a Ele um Nome que é Sobre Todo o Nome?

O duplo ânimo vem de larga data. Nos dias de Elias, que era reconhecido por profeta de Deus se, diverso de se esconder em cavernas ou, com uma viúva estrangeira ousasse na casa de um judeu qualquer, possivelmente sabedor que o rei Acabe o buscava, quiçá recompensasse por alguma informação, havia grande risco de o tal cair na tentação das honras terrenas expondo a vida do Profeta.

Por isso, quando do célebre desafio do Carmelo, antes de expor a superioridade do Senhor sobre Baal, exortou os duplos a uma escolha ímpar. “Então Elias se chegou a todo o povo, e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; se Baal, segui-o...” I Rs 18;21

O tema que permeia a epístola de Tiago é sempre esse, duplicidade. Entre fé e dúvida; “Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, lançada de uma para outra parte. Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa.” Cap 1;6 e 7

Entre teóricos e práticos; “Sede cumpridores da Palavra, não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos.” Cap 1;22 Desenvolveu isso, adiante, sob o prisma de fé e obras.

Duplicidade de sabedorias, a “do Alto”, e a “terrena animal e diabólica”;

duplicidade de tratamento a pobres e ricos, acepção de pessoas;

duplas fontes; água doce e água salgada...

enfim, toda sorte de impurezas que são derivados do duplo ânimo por isso, exortou: “Chegai-vos a Deus, Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações. Senti vossas misérias, lamentai e chorai; converta-se o vosso riso em pranto vosso gozo em tristeza. Humilhai-vos perante o Senhor, Ele vos exaltará.” Cap 4;8 a 10

Assim volvemos ao caminho já percorrido; que, abdicando da honra por amor a Deus, seremos por Ele honrados, no Seu tempo.

Ele mesmo assegura: “... aos que Me honram honrarei, porém os que me desprezam serão desprezados.” I Sam 2;30

O primeiro passo é atribuir a Deus Integridade crendo no que Ele fala; “Sem fé é impossível agradar a Deus...” Heb 11;6 “A Obra de Deus é essa: Que creiais Naquele que Ele enviou.” Jo 6;29

Descrer, invés de mera opção intelectual implica blasfêmia, atribui mentira a Deus. “... quem a Deus não crê mentiroso o fez...” I Jo 5;10

Salvação trata de vida, mas, também de honra; “Glória a Deus nas alturas...” Luc 2;14

sábado, 30 de maio de 2020

A Riqueza Desprezada


“... Ai dos pastores de Israel que apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar as ovelhas?” Ez 34;2

Quando distinguia o “Bom Pastor” dos mercenários O Salvador disse que Aquele daria Sua Vida pelas ovelhas; o outro fugiria ante perigos, pois, seu cuidado era consigo mesmo.

O Próprio Senhor ensinou que se deve calcular os gastos antes de se começar algo; “Qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que acabar? Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, não podendo acabar, todos os que virem comecem a escarnecer dele Dizendo: Este homem começou edificar e não pôde acabar. Ou qual é o rei que, indo à guerra contra outro rei, não se assenta primeiro a tomar conselho sobre se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil? De outra maneira, estando o outro ainda longe, manda embaixadores e pede condições de paz.” Luc 14;28 a 32

O Mestre deixou explícito qual o custo do serviço a Ele; “Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.” V 33

Triste quando vemos alguém que perambulou pelos ambientes da salvação, até deu alguns passos, eventualmente, depois volveu ao lixo. Deus o quis e ainda o quer salvar. Dizemos; mas do jeito que vai, o canhoto o matará. Acontece muito, infelizmente. Gente que se dispõe a receber o que Deus oferece, contudo, recusa as condições. Querem o Céu sem o ingresso, a cruz; o único lugar a que se vai sem essa é à perdição.

Ora, se o mero discipulado demanda a renúncia de tudo, o que dizer do pastoreio? Pedro abordou isso também; “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;” I Ped 5;2 Por um lado tolhe a ganância; por outro, exorta ao ânimo voluntário, a entrega.

Dois sintomas de doença espiritual saltam aos olhos dos que “se aproximam de Deus” por interesses materiais. Primeiro: Não creem nas riquezas oferecidas em Cristo; se crescem não estariam fazendo mandingas e esforços vários por coisas meras que o braço do trabalho logra conseguir; segundo: Atuam na contramão dos ensinos sadios como se, Deus fosse manipulável, se impressionasse com religiosidade oca, invés de conversão e caráter transformado; como políticos corruptos se impressionam com povo. Portam-se como cegos ao próprio cinismo.

Ora a riqueza à qual o traidor mor nos quer fechar os olhos, não é material, mas aquela eterna, que acena com O Ser Bendito do Rei dos Reis, não as coisas que Ele dá; “... o deus deste século cegou entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é A Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Notemos que a cegueira é de entendimento, a visão no âmbito espiritual que, deixa patente o Projeto Divino.

O labor do Salvador é de regeneração; originalmente o homem também fora À Imagem de Deus, restaurar isso é a riqueza buscada pelo Eterno; bens, e até mesmo a falta deles, devidamente suprida por uma fé inabalável, são meios em direção a esse bendito fim. Escritos sapienciais antigos já advertem: “No dia da prosperidade goza do bem, mas no dia da adversidade considera; porque Deus fez a este em oposição àquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele.” Ecl 7;14

Paulo ensinou a lidar com os dois lados da moeda no que tange às circunstâncias, posses ou falta delas, e até, saúde; “... aprendi contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e também ter abundância; em toda a maneira, em todas as coisas estou instruído, tanto ter fartura, quanto, ter fome; tanto ter abundância, quanto, padecer necessidade.” Fp 4;11 e 12

Se, lapsos eventuais não lhe abalavam a fé, faltas espirituais dos discípulos deixados onde passara incomodavam; “Quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu me não abrase?” II Cor 11;29
Enfim, verdadeiros pastores sofrem o “vitupério de Cristo” por amor ao rebanho. Os outros vendem feijões mágicos, fogueiras santas, curas, etc. por amor ao dinheiro. Quem escolhe aos falsos também tem sua culpa, a identificação.

“Porque a sabedoria serve de sombra, como de sombra serve o dinheiro; mas a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;12

Essa é a riqueza lícita que poucos buscam; “Porque melhor é a sabedoria do que os rubis; tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela.” Prov 8;11

domingo, 24 de maio de 2020

As Moscas, Senhores


Outrora, quando os resultados da urnas mudavam só a moscas, a mosca que ganhava assumia o controle da bosta e a que perdia ia treinar melhor suas asas para novo pleito em quatro anos.

Sempre foi assim; quem ganhou governa, quem perdeu se opõe com responsabilidade; a alternância de poder sempre foi tida como saudável, oxigênio da democracia; ou, questão de higiene mesmo, como disse Eça de Queiroz: “Políticos e fraldas devem ser trocados periodicamente pelo mesmo motivo”.

Porém, agora, pela primeira vez depois das eleições diretas pós militares, invés de mudar insetos apenas se puxou a descarga para que o costumeiro estrume fosse água abaixo. Revolta geral em Moscou; digo, Moscópolis, Moscolândia, sei lá.

O fato é que os bichinhos sempre bem alimentados com a bosta da corrupção, e até “la prensa” que também se sujava na mesma, estão em polvorosa pela “Crise de abstinência de propinas” como disse o Deputado Roberto Jefferson.

Invés de oposição, os senhores das moscas, ou as moscas dos senhores, o bicharedo todo que sobrevoa a mídia o Congresso e o STF têm um alvo em comum. Derrubar o Presidente.

A perseguição da mídia atinge um nível de obscenidade tal, que chega a dar vergonha alheia. Esquerdistas fazes suas “Lives” publicamente concordando que o homem deve ser “impichado” sem nenhum crime. Democracia, alternância de poder, respeito à escolha do povo, aquelas regras antigas não valem mais. Valeriam apenas se a bosta seguisse como sempre.

Ora, o “Vídeo Bomba” que vergonhosamente o STF pela caneta do decrépito, digo, decano Celso de Melo, divulgou ontem foi um descarado intento de golpe.

O Objeto da investigação era apenas as denúncias do finado Moro, de interferência na PF por parte do presidente. (Os que trabalham comigo nunca reclamam de “interferência” quando dou uma ordem, quem manda não interfere, cumpre um dever; amiúde esperam por isso para saber o que fazer) Mas, voltando, apenas partes que fossem atinentes a essa denúncia seriam alvo de investigação, sem precisar publicar; caso fosse oportuno tornar público essa fala, não seriam necessárias as dos demais ministros como foi mostrado na íntegra.

Tudo o que acharam foram alguns palavrões, numa reunião privativa?? Então não acharam nada. A Globo, Ciro Gomes e Jandira Feghali não gostaram; isso é como Selo do INMETRO, garantia de qualidade da dita reunião.

Que tal tornar público o vídeo onde o Governo do PT discutiu a compra de Pasadena com prejuízo trilhonário ao país? Para esses bravos “democratas” pau que dá em Chico dá apenas em Chico. O Telefone dos advogados do Adélio esfaqueador são intocáveis, mas o Celso de Mala queria apreender o do Presidente e do seu filho. Que patifes!!

A harmonia e interdependência dos poderes há muito foi para o lixo. O Congresso sob a batuta de Maia e Alcolumbre invés de legislar pelo bem do pais, objetivo para o qual foi constituído e é regiamente assalariado, ocupa-se em “desidratar” o Governo, eufemismo cretino que usam para boicotar a um poder legitimamente constituído.

O STF que por sentido de sua existência seria apenas o guardião da Constituição, com homens sóbrios, sábios e discretos, tem arvorando-se numa ditadura judicial, legislando em lugar do Congresso e interferindo em decisões de cunho exclusivo do Executivo e rasgado a Carta Magna inúmeras vezes. Se alguma mão sensata não puxar o freio de mão daquela carroça velha, logo teremos uma crise institucional que só os homens de verde jogando os de preto em excelentes jaulas será solucionada.

Ouço desde sempre que os apegados à política em algum momento foram “picados pela mosca azul”. Uma metáfora usada para definir que, estando lá pegaram gosto pela coisa. Será isso uma autocrítica do sistema, que dada a dieta a que estão acostumados sabem que bichos eles são? Não sei, mas, começo a pensar no sentido que a coisa faz.

Só não sei por que azul, dado que essa é uma cor usualmente associada à nobreza, (O sangue azul) e os que nos tem oprimido há umas três décadas moralmente são da ralé, não da nobreza. Quiçá seja pela opulência dos palácios onde as moscas vivem...

Para a narrativa do cinema, um jovem, Peter Parker, após ter sido picado por uma aranha, o veneno dessa entrando em sua corrente sanguínea amalgamou duas naturezas e o converteu num super-herói, o Spiderman. Ou, Homem-aranha.

Um dos maiores heróis nacionais até então, Sergio Moro, segundo dizem se deixou corromper por ter sido picado pela mosca azul.

Depois nos acusam de imitarmos aos americanos; lá um inseto pica um nada e esse vira um super-herói; cá uma mosca pica um super-herói esse vira um bosta.

Não fosse o povo nas ruas e já teriam derrubado o Presidente.

O Rei dos Reis às Portas


“Aos dez deste mês tome cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família... o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês...” Ex 12;3 e 6

Muitos estudiosos se ocuparam da relação de Deus com números, na Bíblia; sobretudo, sete, três, quarenta e doze. Se, nos arriscarmos além deles, algumas “coincidências” mais, assomarão.

Segundo a cronologia normalmente aceita, sem pretensão de precisão, temos desde Adão até Moisés, dois mil anos; de Moisés a Cristo, mais dois; do Calvário aos nossos dias, (dado que a contagem usual remonta ao nascimento, não à morte aos 33 anos) ainda faltam 13 anos para dois mil.

Pois bem, acima temos a instrução de como celebrar à páscoa; um cordeiro sem máculas seria escolhido ao décimo dia do primeiro mês; guardado por quatro dias, até o dia catorze quando seria imolado.

Quando se diz que O Cordeiro de Deus “foi morto antes da fundação do mundo”, significa que, na presciência Divina, antevendo a queda e se dispondo a ser o resgate, ao aceitar isso o Cordeiro foi “guardado” por “quatro dias”; “Amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, mil anos como um dia.” II Ped 3;8 Quatro milênios de Adão ao Calvário.

Aquele que pode chamar às coisas que não são como se já fossem, dada a imutabilidade dos Seus propósitos poderia dizer que O Salvador fora morto antes mesmo de ser fato, dada a firmeza daquilo que era uma escolha, uma decisão.

Desse modo, quando O Cordeiro saiu à luz era já o dia “catorze”, a páscoa; número que, “coincidentemente” apareceu três vezes numa contagem de tempo mediante gerações na introdução de Sua Pessoa Bendita entre nós; “De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze gerações; desde Davi até a deportação para a Babilônia, catorze gerações; desde a deportação para a Babilônia até Cristo, catorze gerações.” Mat 1;17

Só que agora a contagem remonta aos dias de Abraão, aquele que fora escolhido para ser o meio de onde viria o “Antídoto” ao feito de Adão que ensejara a maldição do pecado. “Abençoarei os que te abençoarem, amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra.” Gên 12;3

A Descendência de Abraão que conta para a bênção é antes, espiritual que sanguínea, como ensina Paulo: “Sabei que os que são da fé são filhos de Abraão.” Gál 3;7 Zaqueu era judeu, mas só foi chamado de filho de Abraão após crer em Jesus. Luc 19;9

Não se conclua, porém, que eu esteja marcando data para volta de Cristo, coisa que ignoro e não me pertence fazê-lo. Entretanto, Daniel faz distinção de entendimentos entre “sábios” e ímpios. “... os ímpios procederão impiamente, nenhum dos ímpios entenderá, mas os sábios entenderão.” Dn 12;10

Se, os “sábios” aqui estão em oposição aos ímpios, óbvio que eles são os que “Temem ao Senhor;” essa escolha os faz sábios, a despeito das estaturas intelectuais.

Assim, se a data precisa escapa, o tempo oportuno salta aos olhos.

A própria ONU com sua “Agenda 2030” tempo que aprazou para unificar nações, moedas e religiões, e implantar, enfim, seu sonhado governo mundial, com a ascensão do Anticristo ao trono acaba oferecendo pistas a quem sabe ver no âmbito espiritual.

Se faltam 13 anos para se completar o segundo milênio pós Calvário; dez para o projeto supra, cujo rei fará um acordo de uma semana (sete anos) e romperá na metade, coincidentemente temos, treze anos e meio até isso; dá o que pensar.

Deus não salva mediante matemática, antes, pelo Sangue bendito do Cordeiro. Mas, em Sua Onisciência agrega à Sua Palavra imutável, sinais paralelos que, quem tem olhos espirituais pode ver.

Diferente do cordeiro da páscoa, aquele do Egito que cada família teria o seu, esse é Um só para todos. “... pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça de Deus, o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos.” Rom 5;15

No entanto, a eficácia do que Ele fez só se verifica sobre cada um em particular, que toma sua cruz e lhe obedece. “Tomai sobre vós o Meu jugo e aprendei de Mim...” disse.

Muitos gastam tempo e esforços especulando quem será o Anticristo como se, isso fosse relevante. Independente do fantoche a ser usado será Satanás.

A questão vital, alheia ao tempo preciso do evento é estar em Cristo. Muito feliz a estrofe dum hino evangélico que diz: “Mas um dia senti, meus pecados e vi, sobre mim a espada da Lei; apressado fugi, em Jesus me escondi e abrigo seguro nele achei.”

sábado, 23 de maio de 2020

A Cidade Ameaçada


“Dai-nos agora aqueles homens, filhos de Belial, que estão em Gibeá, para que os matemos e tiremos de Israel o mal. Porém os filhos de Benjamim não quiseram ouvir a voz de seus irmãos, filhos de Israel.” Jz 20;13

Toda nação congregada pedindo aos de Benjamim que lhes entregassem para a justiça uma quadrilha de estupradores que abusaram até à morte, da concubina de um levita que passava a noite na cidade.

Invés de extirparem exemplarmente tamanha maldade, preferiram se identificar com os malfeitores e fazer guerra contra as demais tribos dos seus irmãos. “O sábio teme, e desvia-se do mal, mas o tolo se encoleriza e dá-se por seguro.” Prov 14;16

Benjamim, embora tenha feito estragos na batalha foi praticamente destruído por essa insanidade de se identificar com a canalhice e defender o indefensável.

Quantos cristãos nos ofenderam durante a campanha política, vergonhosamente se identificando com ladrões e ofendendo a quem os rejeitava... há algo errado no cristianismo de alguns. Não se trata de pessoas com suas qualidades e defeitos, mas de representatividade, valores defendidos por esse ou aquele.

Um ditado veraz diz que ouro na mão do bandido também é ouro; por outro lado, também é vero que, patifaria cometida por alguém de meu sangue, partido, agremiação, também é patifaria.

Identificar-me com o mal a ponto de defendê-lo me torna tão ou mais culpado que aquele a quem defendo. Ele fez a coisa que fez, no calor do momento; tenho as consequências como advertência, e o tempo para pesar minha decisão; se ainda assim me coloco ao seu lado sou pior que o malfeitor.

Do “cidadão dos Céus” entre outras coisas se diz que, aos “seus olhos o réprobo é desprezado.” Não há menção de laços, sanguíneos ou não; apenas, de postura réproba que, no reino do Espírito está acima das coisas atinentes ao pó.

Situação semelhante tivemos numa cidade chamada Abel, onde Seba, um sedicioso fugitivo se abrigou perseguido pelo Exército de Davi, sob comando de Joabe. Invés da cidade inteira se aliar ao malfeitor, liderada por uma mulher sábia, entregou esse apenas e foi poupada. “A mulher, na sua sabedoria, foi a todo o povo, e cortaram a cabeça de Seba, filho de Bicri, e lançaram a Joabe; então este tocou a buzina, e se retiraram da cidade, cada um para sua tenda; Joabe voltou a Jerusalém, ao rei.” II Sam 20;22

Salomão em suas reflexões mencionou um homem sábio e pobre que livrara uma cidade; “Houve uma pequena cidade em que havia poucos homens; veio contra ela um grande rei, cercou-a e levantou contra ela grandes baluartes; encontrou-se nela um sábio pobre, que livrou aquela cidade pela sua sabedoria; ninguém se lembrava daquele pobre homem. Então disse eu: Melhor é a sabedoria que a força...” Ecl 9;14 a 16

Eliseu fizera algo assim, livrando Dotã, ferindo de cegueira aos exércitos que a ameaçavam. Então, temos pelo menos dois exemplos; um homem e uma mulher sábios a salvar cidades, pela sabedoria em consórcio com a justiça; diverso dos que, pela cegueira cúmplice puseram a perder a tribo de benjamim.

Embora esses atos nos soem heroicos, lidamos com coisas “maiores” que cidades, na perspectiva espiritual. “Melhor é o que tarda em irar-se que o poderoso; o que controla o seu espírito que aquele que toma uma cidade.” Prov 16;32

Cada alma administra sua “cidade” dentro da qual moram atitudes, hábitos, desejos, carências, dúvidas, resoluções, e claro! pecados.

É contra esses apenas a bronca dos “Exércitos do Rei”. Nossa escolha é dual e mera; podemos cortar suas cabeças pelo arrependimento e jogar pelo muro para reconciliar com o Rei; ou, como os insensatos de Benjamim, ir à guerra suicida em defesa do mal.

O Salvador ensina que, em caso iminente de derrota, melhor ouvir proposta de paz. “... estando o outro ainda longe, manda embaixadores, e pede condições de paz.” Luc 14;32
Dada a impossibilidade de vencermos ao Invencível, O Eterno já propusera a paz desde dias idos; “Quem poria sarças e espinheiros diante de mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria. Que se apodere da minha força e faça paz comigo...” Is 27;4 e 5

As condições de paz foram cantadas no nascimento do Salvador; “Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens.” Luc 2;14

Tomar uma cidade é fácil! Políticos tomam-nas mentindo; depois subjugam decretando isso e aquilo ao sabor dos interesses escusos. Purificar-se desses interesses livrando-se de tais algozes, encomendando a alma à salvação de Deus, só para corajosos capazes do enfrentamento de si mesmos, tomando a cruz de Cristo.

Ele ensina: “Tomai sobre vós o Meu Jugo e aprendei de mim...”

sexta-feira, 22 de maio de 2020

O Tesouro da Ira


“... não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito... quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai, que está nos Céus, vos perdoe...” Mc 11;23 e 25


Duas coisas que inibem a reação favorável dos Céus; dúvida e incoerência. Peço e duvido; não recebo; rogo para mim (perdão) algo que nego ao semelhante; igualmente, não.

Do mesmo modo nossos juízos proferidos contra terceiros provocam uma reação nos Céus, de modo a retribuir a cada um na justa medida pela qual julga. Por isso o conselho do Mestre a fazermos ao próximo exatamente aquilo que desejamos receber.

Com a medida que medirmos seremos medidos; eis a Divina Justiça! Paulo escrevendo aos romanos realçou isso advertindo que condenar em outros, posturas que aprova para si é um “tesouro avesso”. “Tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus? ... Segundo tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira...” Rom 2;3 e 5

Embora nossa possibilidade de fazer bem, ou mal, seja estritamente horizontal “Se pecares, que efetuarás contra ele? (Deus) Se, tuas transgressões se multiplicarem, que lhe farás? Se fores justo, que lhe darás, ou que receberá Ele da tua mão? Tua impiedade faria mal a outro como tu; e tua justiça aproveitaria ao filho do homem. Jó 35;6 a 8” Aquele que habita no Alto, determina Suas Reações conforme nossas ações, uma vez que, “Tudo o que o homem semear, ceifará.”

Todavia, jamais, a incoerência engajada, também conhecida como hipocrisia esteve tão em voga como atualmente.

Se o juízo é sobre um “dos meus” se lhe concede todos os direitos; pode ser incoerente, obtuso, mentiroso, bêbado, hipócrita, criminoso; nenhuma exigência moral ética; porém, se o alvo é um desafeto, até exigências estéticas se faz; o cara é um grosso, fala o que dá na telha; mesmo se for honesto, patriota, será condenado pelo “crime” de não ser dos nossos. Será tachado de fascista, nazista pelos que nem sabem o que as palavras significam.

Eis o homem, cujo projeto foi À Imagem e Semelhança do Criador; agora se tornou “A cara do pai”, do novo pai que o adotou. “Vós tendes por pai ao diabo e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio; não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso; pai da mentira.” Jo 8;44

Não significa que um filho de Deus não cometa erros; mas, que cometendo trata-os como tais, invés de lavar-se com lama justificando-se porque outros também erram. Não fala; “Antes de me criticar pague minhas contas” como se ouve; antes, como dizia Sócrates, “liberte-me de minha ignorância e te terei na conta de um grande benfeitor.” Mas, “Os vaidosos só ouvem elogios” Sait-Exupérry

Citam o cisco e trave como se, quem ensina e adverte contra desvios, necessariamente tivesse uma trave em seus olhos; será? Já fui acusado muito disso, sem jamais apontarem onde está a mesma.

Pois, tendo a verdade por princípio o cristão sabe que essa é boa, tanto quando o defende, quanto, quando o acusa. “... anda sinceramente, pratica a justiça, e fala a verdade no seu coração... não difama com a sua língua, nem faz mal ao seu próximo, nem aceita nenhum opróbrio contra seu próximo; (aos seus olhos) o réprobo é desprezado; mas honra os que temem ao Senhor... jura com dano seu, contudo, não muda.” Sal 15;2 a 4 Se, honra aos que temem ao Senhor, quando um desses fala da parte Dele, reconhece a Fonte, invés de desfazer da água.

Quanto políticos que pareciam uma coisa durante as campanhas, e, uma vez eleitos os fatos revelaram outra muito distinta? Por quê? Porque em seu anseio de conseguir votos buscaram parecer o que os eleitores gostariam. Uma vez eleitos, no exercício dos mandatos, suas máscaras não eram mais necessárias; se deixaram ver como são.

A questão é: Como encenarão escrúpulos morais, pudor, novamente se já se mostraram obscenos? Certamente ceifarão, então, do que agora semearam.

Por isso os filhos de Deus são exortados a vencer ao duplo ânimo, esse lapso que patrocina a dúvida e fragiliza pela impureza aos corações. “Chegai-vos a Deus e Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações. Senti vossas misérias, lamentai e chorai; converta-se o vosso riso em pranto; o vosso gozo em tristeza.” Tg 4;8 e 9

Então, “Se consegues fazer um bom julgamento de ti és um verdadeiro sábio.” Saint-Exupérry

domingo, 17 de maio de 2020

Medo da Liberdade


“Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará.” Jo ;32

Duas coisas se fazem necessárias nesse texto. Primeira: Que as pessoas alvos dele eram prisioneiras; segunda: Que quem as aprisionava era a mentira.

Dentre as coisas tidas como inegociáveis temos a liberdade. Entretanto, muitas vezes trata-se de um conceito oco, desprovido de sentido.

Acontece que, se todos almejamos ser livres para opinar, ir e vir, votar, casar, separar; o engano, pelos acessórios aprazíveis que traz consigo à nossa natureza pecaminosa, nem sempre soa como um mal do qual se quer ser liberto. Embora seja um assassino que no final lançará suas vítimas na perdição, eventualmente conta com a “Síndrome de Estocolmo”, onde a vítima se afeiçoa ao sequestrador.

Isaías denunciou seus coevos assim: “Porque este é um povo rebelde, filhos mentirosos que não querem ouvir a Lei do Senhor. Que dizem aos videntes: Não vejais; aos profetas: Não profetizeis para nós o que é reto; dizei-nos coisas aprazíveis, vede para nós enganos.”

O que faz a fortuna dos falsos profetas da praça, vendedores de “feijões mágicos” e biltres afins, senão, o desejo latente do povo preguiçoso, de ouvir facilidades mentirosas e ser enganado?

A mesma verdade, então, com as vestes de “Lei do Senhor”, mencionada pelo profeta. Daí, o “Mente pra mim, mas diz coisas bonitas”, como cantou Aguinaldo Timóteo, parece entranhado na natureza humana, que, entre a verdade nua e crua e a mentira agradável, escolhe essa.

É impossível libertar alguém, se, esse não reconhece a própria prisão. Era o caso dos que ouviam a Cristo, então. Ora se diziam filhos de Abraão, outra, de Deus; mesmo vassalos de Roma se gabavam, “Nunca servimos ninguém”. O que faziam os publicanos, senão, cobrar impostos pesados deles em favor de Roma?

Então O Senhor que É A Verdade fez o que o mesmo Isaías vaticinara; que salvaria rasgando máscaras; “Destruirá neste monte a face da cobertura, com que todos os povos andam cobertos, o véu com que todas as nações se cobrem. Aniquilará a morte para sempre; assim enxugará o Senhor Deus as lágrimas de todos os rostos, tirará o opróbrio do seu povo de toda a terra; porque o Senhor disse.” Is 25;7 e 8

A verdade posta em relevo foi um duro golpe aos hipócritas de então; “Vós tendes por pai ao diabo e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando profere mentira fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.” Jo 8;44

Normalmente achamos desnecessária a pergunta de Jesus a Bartimeu: “O que queres que Eu te faça?” No entanto, invés de pedir a cura poderia ele, acostumado que estava, a pedir uma esmola. Seria liberto do seu mal, como foi, se o desejasse.

Desse modo, os que estão seguros de suas “noções” de justiça própria, da validade de seus caminhos autônomos, e não precisam das muletas religiosas para serem bons, como já li por aí, não passam de enganados engajados, algozes de si mesmos, que adotaram como seus os enganos inoculados neles pelo Pai da Mentira.

Não obstante o cintilar luminoso da humana pretensão, a Verdade que liberta deixa patentes umas duas ou três coisas; não há um bom, senão Deus; não há um justo sequer; ninguém será salvo por justiça própria ou boas obras; somente mediante o Sangue de Cristo; rendição e submissão a Ele.

Embora a milenar peleja entre O Todo Poderoso e o inimigo envolva vida e morte, os meios para uma e outra sempre orbitaram à verdade ou à mentira. Não sem razão, a Palavra do Senhor foi figurada como “A Espada do Espírito”; arma poderosa contra o engano.

Quem achar que, a operação do inimigo se dá em despachos de esquinas caiu num engano maligno também. Embora toda sorte de ignorância lhe sirva, o inimigo costuma ser mais sutil e letal que essa grosserias. “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo...” II Cor 4;4

Me dá asco quando ouço um “profeta virtual” “Revelando”; “Fizeram um trabalho contra você”. Put* *** P**iu!! Quando O Trabalho de Cristo estiver no centro, contra nossas vidas, “Não valem encantamentos”; enquanto não, não faz diferença pois estaremos mortos mesmo.

Mas, pessoas preferem mentiras fáceis que culpam ao Diabo pelos seus males; é bem melhor que a cruz que lida com o verdadeiro culpado, eu.

A Verdade sopra para longe a cabana de palha dos meus disfarces; mas, invés de me deixar à mercê do lobo mau, eleva-me a um Alto Refúgio; uma Fortaleza Sobre Rochas. Deus.