terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Defeito Manada


“Se nos estados puramente emocionais da massa, o “eu” não sente a solidão não é porque se comunique com um “tu”, mas porque perde-se; sua consciência e individualidade são abolidos.” Nicolai Berdiaev

Seguido tomo emprestada essa frase do filósofo ucraniano por me parecer verdadeira. No prisma sociológico impera a pós verdade; narrativas falaciosas buscam se impor aos fatos, o que a maioria berra é tido por verdade mesmo que isso significa que Cuba é democrática, impeachment é “golpe”, Lula é inocente, etc.

No viés antropológico, temos o pós indivíduo, a era das ideias prontas a compartir, a preguiça mental, o clichê, o lugar comum, enfim, a massa.

Há um espírito manipulador por detrás desse sistema insano que conforme seus interesses dita as regras. Se, trata-se de um muro moral que obstrui ao vício e a degeneração, então, a palavra de ordem é “diversidade”; no entanto, em questões que não demandam valores o negócio é a inclusão, o efeito manada, onde todo o gado segue ao mesmo berrante; o diverso vai ao camarim e o comum ganha o palco.

Não sei que bicho me mordeu e transformou nessa passa rebelde, que se recusa a fazer parte da massa do Pannetone da mediocridade, mas normalmente tomo como parâmetro uma postura advogada pelo teatrólogo Irlandês George Bernard Shaw; “Quando penso nas coisas como elas são pergunto: Por quê; se as analiso como não são, questiono: Por que não?”

Esse “porquê” a ser encontrado excede em muito a arena da curiosidade filosófica; identificá-lo em tempo pode encerrar coisas vitais.

Não é cuidado materno ninar um berço para que durma certo infante num cômodo que está incendiando.

Assim o espírito desse mundo canta seus cantos de ninar, enriquecendo a eufonia da voz que disfarça a soturna mensagem do “Boi da cara preta”.

A Bíblia que recusa teimosamente a avançar para o período atual da pós verdade segue sisuda chamando as coisas ainda pelo antigos nomes. Tipo, pecado de pecado, mundanismo de mundanismo, e mortos espirituais precisamente, do que são.

Invés de ninar cadáveres que respiram Paulo deu um soco na mesa e estragou o sono. “Desperta tu que dormes! Levanta-te dentre os mortos e Cristo te esclarecerá”. Ef 5;14

Natural que A Bíblia seja rejeitada pelo espírito desse mundo; tenham criado até uma “versão inclusiva” onde certos “Preconceitos” deixam de figurar. No entanto, ela insiste num “Ai” contra essas “inclusões”; “Ai dos que ao mal chamam bem, ao bem mal; que fazem das trevas luz, da luz trevas; fazem do amargo doce, do doce amargo! Ai dos que são sábios a seus próprios olhos, prudentes diante de si mesmos!” Is 5;20 e 21

As multidões pelejam pela dita inclusão; tomam avenidas de diversas metrópoles pelo planeta e deixam patente seu “orgulho”. Invés de reconhecer à “beleza democrática” de tais manifestações, o apreço bíblico é outro: “O aspecto do seu rosto testifica contra eles; publicam os seus pecados, como Sodoma; não os dissimulam. Ai da sua alma! Porque fazem mal a si mesmos.” Is 3;9

Sobre multidões, aliás, lembro de uma cena do diálogo de Platão, “O Banquete,” onde, meia dúzia de amantes do saber decidiram discursar, cada um por sua vez sobre o “deus” amor.

Agatão o teatrólogo se disse tímido ante a tarefa, e alguém observou: “Ontem à noite levaste a plateia ao delírio, no teatro, agora temes praticar para uns poucos”? Ele respondeu: “A multidão é ignorante; todo homem ajuizado teme mais o escrutínio de alguns sábios que se expor antes milhares de tolos”. Assino com ele; assim é.

Dentre os muitos que foram manipulados por poucos, para gritar “Crucifica-o!” quantos que, tendo sido abençoados no convívio com Jesus, curados, ensinados, alimentados, se tivessem que falar num tete a tete com o Mestre, invés de berrar no meio da manada corariam de vergonha ante ao que estavam propondo? Desse modo chegamos à verdade das falas de Berdiaev que a multidão é uma praga que leva o “Eu” a perder-se.

No caso de perder-se em relação a Cristo, pode não ser um mero lapso eventual, uma perda pontual; tem muita chance de, ao seguir a manada alguém perder-se eternamente.

Diversidade apraz ao Criador, fato que Sua Obras gritam, e a peculiaridade dos indivíduos testifica, contudo, há um caminho comum por onde tenciona salvar todos, Jesus Cristo. “Ninguém vem ao Pai senão por mim...” Disse.

Nessas arribações de bando de onde me excluo, nem sei se a nostalgia deriva de me sentir barrado no baile, ou, pela impotência de ver tantos mortos bailando de costas para a Vida.

Pois O Eterno não julgará à massa; mas, às partículas. “... cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12

DNA da Fé


“Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados.” Sal 84;5

Quando Paulo disse que carecia estar fraco para ser forte não fez um jogo de palavras; antes, uma descrição teológica de que Deus opera naqueles que confiam irrestritamente Nele, não, no próprio braço, como dissera, aliás, mediante Jeremias; “Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne seu braço, e aparta seu coração do Senhor! Porque será como a tamargueira no deserto, não verá quando vem o bem; antes morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável. Bendito o homem que confia no Senhor, cuja confiança é o Senhor.” Cap 17;5 a 7

Muitos devaneiam com “buscar poder” como atalho às forças espirituais que capacitam a “pisar serpentes e escorpiões”; como se houvesse um “dom de exorcista” ao dispor de quem o desejasse; não é assim.

Lembro comentários que ouvia e fazia também em minha infância espiritual, sobre o poder extra legado aos que se aplicavam a certos períodos de jejum e oração. Ora, Jejum é uma auto disciplina em busca de domínio próprio; e oração por si só não tem eficácia nenhuma; sempre deverá ser consequência de um saudável relacionamento com O senhor, pois, “A oração do ímpio é abominável”. Ambas as coisas têm seu valor; nenhuma substitui a obediência derivada do Temor do Senhor.

Objetivamente não se busca poder; busca-se a Deus mediante o viver em santidade; logrado isso, o poder de Deus atua em nosso favor e mediante nós, até. “No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor na força do Seu poder. Revesti-vos de toda armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo.” Ef 6;10 e 11

Se observarmos a armadura, ela atina a valores como justiça, verdade, fé, difusão do Evangelho, salvação, Palavra de Deus. Nada a ver com a “munição” que muitos patifes da moda apresentam; sal grosso, óleo “ungido”, rosa disso, daquilo, corrente, chaves, etc. Tudo “Macumba gospel”. Obscenidades espirituais de gente privada da verdade, mercenários safados manipulando incautos e profanando O Santo para locupletarem-se em seus fins vis no culto a Mamon.

Não há restrições de capacidade em se tratando do Divino Poder; mas, há de ordem moral, espiritual.

Quando os evangelistas reportaram que em determinado lugar Jesus “Não pode” realizar grandes milagres por causa da incredulidade adjacente, não tencionaram ensinar que o Poder de Deus depende da nossa fé; apenas, baseado na premissa: “Aos que me honram honrarei”, Deus escolhe não atuar onde a incredulidade O desonra; absoluto desígnio da Sua Vontade, não, restrição ao Seu Poder.

A fé não é uma senha que abre o “Site Divinopoder.com” como pensam alguns; antes, uma postura de espírito que agrada ao Eterno; segundo Sua Vontade, eventualmente, concede o que é desmandado pela fé; “Sem fé é impossível agradar a Deus...” Heb 11;6

A fé saudável não é um poder que fará, necessariamente, as coisas acontecerem como eu quero; antes, uma confiança inabalável que me mantém no Senhor, aconteça o que acontecer. “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor, firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Alguns se ocuparam até de contar quantas promessa há na Bíblia e enfatizam que Deus é Fiel, portanto, as cumprirá; quem jamais viu a famosa “caixinha de promessas? Omitem convenientemente que as tais são condicionais; a mesma fidelidade que patrocina a certeza do cumprimento também estabelece que, sem o preenchimento na página das condições os postulantes às promessas não serão cadastrados. “Com o benigno te mostrarás benigno; com o homem sincero te mostrarás sincero; com o puro te mostrarás puro; com o perverso te mostrarás indomável.” Sal 18;25 e 26

A “minha força” estar em Deus, não significa que o que Ele Pode está ao meu dispor; antes, que eu me disponho a ser e agir como Ele quer; tal força não me capacita a fazer o que desejo, mas ser como O Criador anseia.

Embora homens de fé fizeram e ainda façam grandes milagres, a fé é muito mais passiva que ativa; longas esperas como Abraão e Sara por um filho; incorruptibilidade de José, preso inocente; lealdade às últimas consequências, de Jó; entrega à morte como os jovens da fornalha, etc. Exemplos de fé enriquecedores.

Mártires atuais que perante radicais islâmicos perdem a cabeça e mantêm a fé...

A fé pela sua natureza lida com coisas grandes demais, para restringir-se às que o trabalho pode lograr. “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Deus pelejará em nós


“Os filisteus, ouvindo a voz de júbilo, disseram: Que voz de grande júbilo é esta no arraial dos hebreus? Então souberam que a Arca do Senhor era vinda ao arraial.” I Sam 4;6

Na primeira batalha uns quatro mil soldados de Israel foram mortos; então, decidiram “convocar Deus” para o front, para que O Eterno pelejasse por eles. Mandaram buscar a Arca da Aliança; quando a mesma chegou ao arraial festejaram com gritaria tal que até nas fileiras inimigas se ouviu.

Contudo, no novo embate o resultado não foi melhor que no primeiro, com agravante que além de dizimar aos exércitos dos Israelitas os filisteus levaram consigo a Arca.

Quem conhece o contexto em que os sacerdotes profanos filhos de Eli se prostituíam em lugar santo, e a mensagem de juízo entregue a Eli, o pai omisso, sabe porque Deus “perdeu” a peleja.

Seu Juízo trouxera os filisteus como punição para com as rebeldias profanas de então. Em momentos de paz zombavam das coisas santas; nos de aperto pediam socorro ao que fora alvo do escárnio blasfemo. Inda hoje muitos riem dos ensinadores do Evangelho em horas de calmaria; nas de catástrofes, a primeira coisa que bradam é: Meu Deus!! Deus os buscou e foi repelido. Assim como consertamos o telhado em dias de tempo bom, deveríamos zelar por nosso relacionamento com O Pai, quando tudo vai bem.

Vergonhosamente muitos dos que tomam o Santo Nome em seus lábios não têm o devido entendimento sobre Quem Ele É. 


Ao tentarem manipulá-lo para que Ele patrocine desejos naturais, com suas mandingas e jeitinhos reduzem o Todo Poderoso à estatura de um bibelô qualquer de humana feitura. As coisas iam mal na peleja, “buscaram Deus” como se Ele fosse menino birrento que recusara ir e O “colocaram em perigo” para que Ele defendendo-se defendesse a eles também. Que vergonha! Que monumento à cegueira espiritual! A Arca era só um objeto, não uma redução Daquele que “Enche os Céus e a Terra”.

Quem peleja na dimensão espiritual busca, sobretudo, estar em paz com Deus; isso demanda uma luta ferrenha contra inimigos interiores; não o faz acoroçoado por uma imagem, mesmo que, da Arca da Aliança, antes, em atenção aos ditames da consciência no Espírito que atua para revelar nossos maus passos.

A ímpia e profana tentativa de “alistar Deus” ao seu serviço, invés de, em humildade e submissão a Cristo nos colocarmos na devida condição de servos, para o que Ele, O Senhor quiser, além da não lograr o insano intento, tal rebelião encontra no Santo um adversário, invés de um ajudador; “Mas eles foram rebeldes, contristaram Seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou em inimigo; Ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63;10

O Eterno poderia “argumentar” fazendo a terra tremer como fez em Filipos nos dias de Paulo e Silas, mas aquele foi um incidente pontual; não tenciona nos Salvar mediante terremotos; antes, pela Sua Palavra; “A fé vem pelo ouvir, e ouvir A Palavra de Deus.” Pois, foi aí, ao duvidar da Palavra do Criador que tudo começou; portanto, honra ao Eterno quem não questiona Sua Palavra, não quem oferece mandingas como se Ele tivesse carência disso. “Se Eu tivesse fome não te diria, pois Meu é o mundo e sua plenitude. Comerei Eu carne de touros? ou beberei sangue de bodes?” Sal 50;12 e 13

Então a peleja que conta, deveras, é primeiramente de purificação interior, santificação; essa deriva da Bendita Palavra atuando em nós; “Com que purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme Tua Palavra.” Sal 119;9

Desse modo, não tencionemos ter Deus pelejando “por” nós, antes de reconhecermos Seu Direito, legitimidade e necessidade de pelejar “em” nós.

A Arca, então, continha as Tábuas da Lei e a vara de Aarão o sacerdote escolhido; a “Arca” atual também tem em si A Palavra e O Sacrifício de Cristo, Sumo Sacerdote Eterno. Se ela estiver no “front” contra as más inclinações, então, nosso novo modo de viver fará tanto “barulho” que o arraial inimigo ouvirá; senão, nossa religiosidade oca será vã; apenas um artefato aparente para cair nas mãos do inimigo.

Carecemos prudência, temor para não pensarmos que O Rei dos Reis, Senhor dos Senhores é servo de ímpios.

Nossos desejos doentios clamam pela remoção de águas e fogos, ignorando que juntamente se removeria o Divino Socorro inerente; “Quando passares pelas águas Estarei contigo, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem chama arderá em ti.” Is 43;2

Água e fogo são elementos de purificação; esse é o Santo Intento; “... Porque ele (Cristo) será como o fogo do ourives e como o sabão dos lavandeiros.” Mal 3;2

domingo, 29 de dezembro de 2019

As Vestes da Virada


“Em todo o tempo sejam alvas as tuas roupas; nunca falte o óleo sobre tua cabeça.” Ecl 9;8

Malgrado todo o pessimismo do Eclesiastes, onde, a um apreço puramente humano, “debaixo do sol”, se conclui que “tudo é vaidade e aflição de espírito,” no final dele invés de uma terra arrasada como seria de se esperar no escrito de um cético ou pessimista sem esperança, temos um conselho prático que deixa ao jogo da vida em aberto. “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda Seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra; até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.” Cap 12;13 e 14

Se, no epílogo, acima de tudo se colocou a prescrição do temor a Deus, já ao longo do texto essa ideia desfilava tacitamente. Ora, a figura poética em realce acima, de outra coisa não fala senão, disso; vestes alvas são um figura de um caráter justo, e o óleo sobre a cabeça, símbolo da unção Divina para que as decisões sejam em submissão a Ele.

Parafraseando se pode dizer: “Em todo o tempo sejam justas as tuas atitudes; jamais as tome, sem antes ouvir a Direção do alto.”

Isaías ampliou a ideia: “Os teus ouvidos ouvirão a Palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para a direita nem para a esquerda.” Is 30;21

Em Apocalipse, além da cor resplandecente das vestes realçar à justiça, ainda o tecido nobre, o faz qualificando à “Esposa do Cordeiro”; “foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos.” Apoc 19;8

Nessa época de transição de calendário costumam arder mais intensas as febres humanas; uma delas bem latente é de que existe algum atalho, substituto ao trabalho como meio de se conseguir as coisas; bastaria uma mandinga qualquer que agradasse determinada “Divindade” e estaríamos conversados. A “bênção” viria sem maior esforço.

Desse modo, muitos que se dizem cristãos, convém lembrar, usarão roupas novas de determinadas cores segundo a predileção dos “Orixás” que trariam certos benefícios por isso. Para o branco, paz; ao amarelo, riquezas; ao vermelho realizações na área das paixões... gostando da definição ou não, pessoas que afirmam pertencer a Deus farão macumba invés de orações; com seus atos pedirão pão a quem dá pedras; peixes a quem usa dar serpentes.

Ao advertir que essas coisas mundanas nos colocam em inimizade com Deus, Tiago apresenta a causa; O Espírito Santo tem ciúmes, zelo do Seu templo que somos nós; como veria em paz tais templos decorados ao sabor dos gostos do Capeta? “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?” Tg 4;4 e 5 Quem não sentiria ciúmes ao ser vítima de adultério?

Não existe substituto abençoado para o trabalho no afã de prosperar; jogos, loterias, roubos, logros, corrupção... são do Príncipe do mundo, não de Deus.

Ora, Deus nos abençoa abrindo portas de trabalho e dando saúde para o labor, o resto é conosco; meter o peito n’água é nossa “parcela” no consórcio. Os mercenários góspeis que ensinam ofertar para prosperar fazem o mesmo com a agravante da profanação; pois, usam o Nome de Deus para atuações ao caráter do Capiroto.

Para que nossas orações sejam ouvidas diante do Santo, antes carecemos que nossas vidas sejam aceitas; “... a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem agravado o Seu Ouvido, para não poder ouvir. Mas, vossas iniquidades fazem separação entre vós e vosso Deus...” Is 59;1 e 2

E isso, a aceitação, não deriva de uma roupa íntima nova em determinada data; antes, de tomarmos a Cruz escolhendo a Cristo como Senhor, e nos revestirmos Dele em todo o tempo numa maneira de agir, agora, segundo Deus. “... vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; vos renoveis no espírito da vossa mente; vos revistais do novo, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.” Ef 4;22 a 24

Voltamos às vestes alvas, e regência do Santo.

Frases ofertando “Grandezas” a quem as “Recebe” está cheio por aí; ensinos que desmancham à cegueira difusa pelo Pai da Mentira costumam contrariar gostos.

Desgraçadamente uma geração analfabeta bíblica prefere veneno com rótulo de mel, invés do remédio amargo da verdade com cheiro de vida.

A Prisão; a Segunda Casa


“Esforça-te Zorobabel, diz o Senhor; esforça-te, Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote; e esforça-te, todo o povo da terra, diz o Senhor, trabalhai; porque Eu sou convosco, diz o Senhor dos Exércitos;” Ag 2;4


Para aqueles que colocam a vida espiritual convenientemente distante da política, como se, a mesma estivesse confinada a um compartimento exclusivo, separado, seria bom uma observada nesse fragmento de Ageu; um cenário de restabelecimento nacional após setenta anos de cativeiro.

Vemos a exortação Divina ao esforço, ao trabalho; primeiro a Zorobabel, governante civil; depois a Josué, líder espiritual; enfim, a todo o povo, com a promessa da Divina Presença abençoando ao trabalho.

Muitos pilantras defensores das coisas mais abjetas como aborto, descriminação das drogas, casamento gay, incesto, pedofilia, zoofilia, quando confrontados por argumentos de base espiritual, presto se escudam em seu biombo favorito; “O Estado é Laico”.

Laico no sentido de que não criará leis religiosas, como que forçando a crença nessa ou naquela doutrina, nem perseguindo e matando “infiéis,” como fazem os radicais islâmicos.

Entretanto, estando composto em absoluta maioria por professos cristãos, sendo o sistema democrático presumivelmente o império da vontade majoritária, natural que, ao criar leis, os valores derivados da fé dos legisladores e representados estejam presentes.

O Estado é laico, não necessariamente dissoluto, nem profano.

Aliás, o Estado tem sido ateísta, quando, em seu sistema educacional segue ensinando como verossímil a Teoria da Evolução que foi pulverizada pelas bases com a descoberta do DNA e consequente fixismo biológico, que, reduz os seres vivos a uma reprodução mecânica “conforme suas espécies”;

a coisa deveria ser descartada desde então, como inverossímil, impossível; e a Criação deveria ser ensinada, tal qual, a Bíblia propõe; ninguém seria forçado a crer; mas sendo a única explicação plausível para a existência de tudo o que há, os ambientes de difusão do conhecimento ensinariam isso.

Há uma convocação Global do Papa Francisco para líderes do mundo todo se reunirem à partir de 14 de maio de 2020 no Vaticano e estabelecerem conjuntamente as bases da nova educação planetária. Será que, enfim, vão rever isso e ensinar à criação nos colégios primários, secundários e nas Universidades? Duvido!

As “regras” de Satanás são bem simples: Ou Deus não existe, ou, é vulgar, comum, aceita tudo.

O recente “Sínodo da Amazônia” deixou no ar a amostra do pano que virá; o famigerado ecumenismo, onde uma diversidade de bichos semelhante à da Arca de Noé num passe de mágica serão reputados todos como ovelhas, em nome da inclusão e tolerância religiosa; a glamourização dos comportamentos dissolutos como válidos, afinal, “Deus é amor”; por fim, o estabelecimento do Império do Anticristo, sonho do falso profeta que já apregoa seu alvo: “Viva la globalización!”

Assim, o Estado é “Laico”, se for para propor leis escudadas nas “Veredas Antigas” reveladas na Palavra de Deus. Agora se for para validar todo um mosaico de credos antagônicos, controversos, alguns ridículos até, aí o Estado pretende deixar patente seu poder de legislar;

o sistema trabalha via ilusionismo e manipulação de idiotas úteis; alarga muito o pátio do “banho de sol” para que os encarcerados de Satã gostem dele e pelejem pela manutenção da sua “liberdade”.

Deus não propõe liberdade ilimitada; antes, chama-nos a servi-lo. Liberdade absoluta nem Ele possui, uma vez que É “Refém” da Própria Integridade, e “vela pela Sua Palavra para cumprir”. O amor veraz, de certa forma serve a quem ama.

A liberdade possível é sermos Nele o que fomos criados para ser. Espelhos para reflexo da Sua Glória. Não há felicidade particular; mas, coletiva de um rebanho e UM Pastor.

O Pai da Mentira escraviza prometendo facilidades que não possui; os desajustes vários na ecologia, economia, valores morais e outras mazelas que vemos, e incautos atribuem a Deus, são fruto do seu “Governo” pois, desde que Adão fraquejou e obedeceu-o, o “mundo jaz no Maligno”.

Os mais “livres” que o “príncipe do Mundo” consegue conceber ainda são escravos da corrupção, alienados da Fonte que Santifica e regenera.

Não só humanos, mas toda criação sofre consequências desse desastrado governo; do seu jeito “ora” pela necessária mudança. “Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda criação geme; está juntamente com dores de parto até agora.” Rom 8;20 a 22

O Trabalho que O Eterno abençoava nos dias de Zorobabel era de reconstrução após o juízo; nosso juízo foi sofrido por Cristo; Nele podemos ser reconstruídos, para que, “a glória da segunda casa seja maior que a da primeira”.

sábado, 28 de dezembro de 2019

Inversão Letal


“Ai dos que ao mal chamam bem, ao bem, mal; que fazem das trevas luz, da luz trevas; do amargo doce, do doce amargo!” Is 5;20


A “autonomia” proposta por Satanás! “Vós mesmos sabereis o bem e o mal”. O fato de que minha percepção ou valoração sobre algo foi mudada, não muda em absoluto, aquilo que percebo. As paixões infames seguem assim, ainda que eu as repute de boa fama.

Narrativas não criam os fatos; esses se impõem para validar ou não, a leitura de quem os reporta.

Se, posso chamar ao bem de mal, e vice-versa, então já existe uma definição prévia antes de meu “chamado” que faz a coisa ser o que é, independente de meu apreço particular. O que me está reservado é agir com sensatez ou estupidez, não, mudar a essência das coisas.

Todo ensino que circula tem uma origem espiritual por trás, e “o mundo jaz no maligno”; ensinos desse sistema não são meros desvios, antes, fazem oposição ao Eterno. Tiago foi categórico: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” Tg 4;4

A inversão de valores não pretende ser uma escolha fortuita de um ou outro “invertido” por aí; antes, tenciona ser uma doutrina global, onde, escudadas por “cabeçalhos” como, “tolerância, inclusão, diversidade, coexistência...” novas leis se estabelecerão em detrimento da “Aliança Eterna”; quem ousar se opor terá tudo para sofrer prisão, martírio, assim que o reino global sonhado pelo Papa Francisco, comunistas vários e, o Capeta, se estabelecer.

Seguido deparo com postagens de cristãos até, falando com o mesmo sotaque dos ímpios; frases arrogantes, ofensivas, egocêntricas enchendo de ossos quem se atrever a pensar diverso deles.

Ainda: “Seja a melhor versão de si mesmo”. Si mesmo? Desde quando alguém vai a algum lugar na dimensão espiritual escudado em si mesmo? Bem disse certo gaiato: “Não me siga que também estou perdido.” Quando for possível alguém puxar os próprios cabelos e com isso levitar, tirar os pés do chão, será possível também algum ganho veraz, espiritual, escudado em si mesmo.

O Salvador disse: “Sem mim nada podeis fazer.” Ele não se acha nos que preferem estar mortos em delitos e pecados, mas nos que mudam de vida deixando ao “si mesmo” sem noção mortificado na cruz. “Por que buscais o vivente entre os mortos?”

A inclinação natural é perversa; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, pode ser.” Rom 8;7 o chamado do Evangelho é de reconciliação; “Tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação; isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse... reconcilieis com Deus.” II Cor 5;18 a 20

Quem, nesse sistema ímpio de valores invertidos for convencido pelo chamado de Cristo e decidir mudar, não são poucas as coisas que deve sacrificar na cruz, para, finalmente ter meu viver alinhado à Divina Vontade.

Paulo chamou de “Sacrifício Vivo”; “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Diferente da pecha que a fé é cega, vemos que o culto é racional, demanda entendimentos renovados segundo Deus; os valores que esse sistema inverte e perverte, então, nos termos Divinos outra vez.

A Vontade de Deus é boa perfeita e agradável, abençoa; sua perversão resulta em maldição; “Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado estatutos, quebrado a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra...” Is 24;5 e 6

Desgraçadamente, apregoando mais direitos, liberdades, Satanás vai tangendo um vasto rebanho de incautos, rumo ao totalitarismo opressor, onde o único “direito” reservado será de obedecer cegamente ao “Big Brother” que a tudo vigiará mediante tecnologia.

A imagem da besta já fala; dá-se-lhe uma ordem e ela “obedece” porém, no seu tempo ela dará as ordens. “Foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse e fizesse que fossem mortos todos que não adorassem a imagem da besta.” Apoc 13;15

Quem não se importa agora com valores invertidos, no fim do túnel será forçado a adorar Satã como Deus; de certa forma já o faz.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Chamado aos Mortos


“Pois olhou desde o alto do Seu Santuário, desde Os Céus o Senhor contemplou a Terra, para ouvir o gemido dos presos, para soltar os sentenciados à morte;” Sal 102;19 e 20

Sermos “cadáveres adiados” como disse o poeta Fernando Pessoa, ou, estarmos “mortos em delitos e pecados” como afirma A Palavra de Deus, normalmente fere ao orgulho humano. Entretanto, a própria existência desse veneno nocivo demonstra por si só essa morte.

O orgulho é um derivado da autonomia suicida proposta por Satanás. Quem nasce de novo, necessariamente há de aprender as veredas da humildade, invés do assassino orgulho. “Não mais vivo eu, mas Cristo vive em mim.” Ele disse: “Aprendei de mim que Sou manso e humilde de coração...”

Diferente da abordagem psicológica ateia, que, esforça-se em fazer com o que os mortos sintam-se bem com suas mortes; digo, negam o pecado como feitor dos males, e a gravidade do que está em jogo, reduzindo um pleito que atina a vida ou morte, à mera questão de aceitação das coisas, glamourização dos pecados; a abordagem Divina não se preocupa com aceitação, nem se ocupa de meias verdades. Antes, coloca o dedo na ferida chamando as coisas pelos nomes.

Aos pecadores que veio salvar, Cristo chamou de mortos, não apenas de errados; ainda que fossem ambas as coisas; “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida. Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; os que ouvirem viverão.” Jo 5;24 e 25

O medo da morte que assombra todos os pecadores é mascarado com as vestes do “curtir a vida” nos lábios dos que têm medo até da verdade; Contudo, A Palavra apresenta tais medrosos “curtidores” como servos do pecado. “Visto como os filhos participam da carne e do sangue, também Ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; e livrasse todos que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão.” Heb 2;14 e 15

Os pecadores que morrem de medo da morte, veem apenas a morte física como ameaça; enquanto, a espiritual que os destinaria à perdição eterna procuram fazer-se de desentendidos no que respeita a ela.

Ora, a aceitação do socorro do Salvador só é possível depois de identificarmos nossa necessidade Dele; ninguém apreciará e se abrigará à sombra da Salvação antes de ser convencido que ruma à perdição. Esse convencimento, ensinou O Salvador, é trabalho do Espírito Santo; “Quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo. Do pecado, porque não creem em mim; da justiça, porque vou para meu Pai e não me vereis mais; do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado.” Jo 16;8 a 11

A psicologia trata às pessoas como basicamente boas, vítimas da sociedade, de uma infância ruim, famílias desestruturadas, etc. O Senhor deixa evidente a maldade humana para que percebamos que carecemos urgentemente recebermos os cuidados da Bondade Divina. “... Por que me chamas bom? Ninguém há bom, senão um, que é Deus.” Luc 18;19

Normalmente estamos receptivos, prontos aos encômios, aplausos, lisonjas, “curtidas”; trabalha mediante A Palavra, O Bendito Espírito Santo, para nos deixar receptivos à verdade, por dolorosa que nos pareça.

Essa história que “Deus é amor” e não mandaria ninguém para o inferno merece ser melhor escrutinada. Quem se ocupar do Amor Divino, que não se esqueça de considerar também o ódio. “Tu amas a justiça e odeias a impiedade...” Sal 45;7

O Santo não manda ninguém para o inferno, mas, ama de tal modo à justiça, que permite que quem escolhe ir para lá vá, mesmo contrariando ao Seu Amor. “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7 e 8

Amor é via de mão dupla; só faz sentido quando correspondido; quando não, apenas causa sofrimento. Portanto, quem pretende refrigerar-se à sombra do Divino Amor, ame-o também, e deixe isso patente nas escolhas que vier a fazer.

“Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu? E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também seu irmão.” I Jo 4;20 e 21