“Tudo isto vi quando apliquei meu coração a toda obra que se faz debaixo do sol; tempo há em que um homem tem domínio sobre outro, para desgraça sua.” Ecl 8;9
Os homens tudo fazem pelo dito “poder”; onde, além de uma vida cercada de mesuras e comodidades, acabam tendo autoridade sobre os semelhantes. Usam meios fraudulentos até, para que a prerrogativa de mandar, lhes sorria.
Porém, no apreço das Escrituras, essa situação acarreta desgraça para os “poderosos”; por quê? Na parábola dos talentos A Palavra ensina que aquele que recebe mais, deverá prestar contas sobre o que recebeu. Tendo poder sobre outras vidas, o espectro do dever se amplia também. Mesmo aquele que numa relação particular esteja em paz com Deus. Se sua área de influência é sua “casa”; deverá estar ordenada também.
O rei Ezequias tinha uma relação saudável com Deus. No entanto, Isaías foi enviado a dizer-lhe: “... Põe em ordem a tua casa, porque morrerás...” Is 38;1 sua relação com O Eterno não carecia reparos, segundo Ele mesmo disse: “... Ah! Senhor, peço-te, lembra-te agora, de que andei diante de Ti em verdade, com coração perfeito; fiz o que era reto aos Teus olhos. E chorou Ezequias muitíssimo.” V 3
Como ele era rei, tinha poder sobre um reino e deveres também. Assim “sua casa” era bem maior que suas coisas particulares. Esse é um dos efeitos colaterais de se ter poder sobre os outros. Passa-se a ter deveres para com eles também.
Depois, concorre ainda, a lei da semeadura, aquela que garante que ceifaremos segundo nosso plantio; no caso de um empoderado sobre muitos, é necessário que “semeie” em muitos “campos”. O risco de cometer injustiças é maior, bem como, as tentações das vantagens pessoais, o assédio dos interesses escusos que costumam dar azo à corrupção.
Enfim, ser alguém quase anônimo, não ter poder sobre nada, exceto, as escolhas particulares, é uma grande bênção que bem poucos conseguem valorar devidamente.
Quem expõe seu nome para apreciação popular numa eleição, por exemplo, ciente que, se bem sucedido será servo de toda uma comunidade; imbuído de intenções retas, esse/a abdica do conforto de cuidar apenas de si, mergulhado em projetos que respeitam ao todo, abre mão em parte, de si, pelo bem comum. Sabedor que foi investido de deveres, uma vez eleito, não coroado de poder, como pensa o vulgo, esse/a albino, certamente fará bem à comunidade que lhe delegou responsabilidades. Infelizmente, mentalidades hígidas assim são coisas raras como o albinismo.
Os de má índole, a grande maioria, aqueles que tudo fazem para “reinar” a qualquer preço, pela sua “escala de valore$” farão bem a si mesmos e aos que usam como escada para subir ao trono. O município se lhes faz um meio, os munícipes, servos apenas. Comunidades reféns desses mini-ditadores tendem à estagnação; um mínimo que se pareça com serviço público é mantido, sem a ousadia empreendedora necessária, para conquistar o apoio majoritário dos munícipes. Colégios, postos de saúde funcionando, algumas ruas pavimentadas isso é básico; como uma dona-de-casa a varrer sua casa.
Para ter maioria, em geral compram ou coagem eleitores, invés de colocar a casa em ordem, como requereria a probidade. Se enchessem as medidas com trabalho não careceriam desses meios escusos que usam, sem vergonha, sem pudor.
Os tais, “fazem o diabo para ganhar uma eleição” nas palavras de Dilma Rousseff; contudo, são os primeiros a se abrigar atrás de palavras como “democracia”, uma vez saciada sua sede de poder, pelos meios mais espúrios e antidemocráticos possíveis.
O “diabo” uma vez feito, não desaparecerá num exorcismo fácil; o tinhoso cobra lá seu preço. Deixará rastros, vestígios; perturbará as consciências dos “empoderados” de modo indigno. Seu “poder” foi permitido e as desgraças concomitantes também o serão, no devido tempo.
Abusarão de eufemismos para esconder às coisas feias que precisarão fazer; seguirão mentindo como sempre, chamando atenção para onde pensam que lhes convém, e desviarão a mesma de onde mostraria seus erros.
Desgraçadamente as pessoas idôneas acordaram tarde demais para a política; os patifes que sempre parasitaram nela, criaram um sistema que lhes favorece, cheio de casuísmos que permitem a manipulação das coisas contra a vontade do povo. A democracia acabou se tornando uma formação de quadrilha consentida, onde os quadrilheiros se dão ao luxo de dizer como gostam de ser chamados.
Há tantas “excelências” que não entrariam em minha casa, por minha vontade ou convite, nas mãos dos quais, nossas coisas estão, vergonhosamente. Surja alguém adverso aos tais, e será apedrejado, ridicularizado, roubado.
Deus permite que frutifiquem algumas ervas bem daninhas. Porém, no devido tempo, fará um chá com as folhas dessas, e dará para beber, àqueles que as cultivam.