sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Adúlteros



“Vem, saciemo-nos de amores, até à manhã; alegremo-nos com amores.” Prov 7;18

A adúltera, ao jovem imprudente. Avisa-o que seu marido está viajando e convida-o para o desfrute dos vícios, aos quais, chama de amores.

O sonolento não mostra nenhum cuidado, escrúpulo; antes, “logo a segue, como o boi que vai ao matadouro...” V 22

O hábito de chamar aos vícios perniciosos por outros nomes é bem antigo. Quando determinado artista cantou: “Consideramos justas todas as formas de amor”, a rigor, ele queria dizer, todas as formas de relações sexuais. Tanto que, ele vive sua sexualidade alternativa. É direito dele; agora definir o que é justo e o que não, essa pasta não lhe foi dada.

As coisas não são, necessariamente, como as consideramos. A verdade não é maleável, como se, cada um tivesse sua porção, tipo aquela platitude “filosófica” ante a qual, idiotas babam; a do número escrito no chão, que de um lado é seis, do outro, nove; engenho forçado do relativismo, para que, mesmo as visões opostas todas, “tenham razão”. Nada poderia ser mais estúpido e pernicioso.

No exemplo em apreço, temos a mesma situação vista por duas leituras diferentes. A saciedade do amor, e, adultério. Quem sugeriu que podemos valorar às coisas ao nosso bel prazer, foi o canhoto; “Vós mesmos sabereis o bem e o mal, sereis como Deus.” Contudo, quem se atreve contra os valores que O Eterno estabeleceu, e contra a verdade que Ele revelou, se faz como o diabo. Como certo político conhecido, o diabo em campanha promete picanha; na hora do vamos ver, acena com ovos. Os seus filhos saem semelhantes ao pai.

Se, tudo é relativo e cada um pode ver o “número” que aprouver, sequer a inversão de valores é possível. Os tais, seriam diluídos na miscelânea de deuses, e cada um escolheria aos da sua predileção; todavia, os valores estão estabelecidos na Divina revelação.

Os que se atrevem contra eles, estão em rota de colisão contra o juízo do Eterno. “Ai dos que, ao mal, chamam, bem, e ao bem, mal; que fazem das trevas, luz, e da luz, trevas; que fazem do amargo, doce, e do doce, amargo.” Is 5;20

Cada um pode defender a moralidade que aprouver, sofismar sobre O Santo, sobre a conveniência e atualidade da Palavra, etc. Ela segue, solene, sóbria, radicada, imutável; “Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, herdarão o Reino de Deus.” I Cor 6;10

Para a mulher adúltera, bastava o marido não estar, para que ela fosse em busca dos seus deleites ilícitos. Invés do necessário apreço por compromissos, valores, honra, pautar suas escolhas, ela preferia que as comichões do corpo o fizessem.

Assim também fazem os que escolhem “doutrinas inclusivas”, que afrontam ao que O Eterno revelou. Invés do compromisso com Ele pautar escolhas, esses adúlteros espirituais escolhem o prazer de escutar o que anseiam, nas alcovas proibidas dos falsos mestres. “Porque virá o tempo em que não suportarão à Sã Doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si, doutores, conforme suas concupiscências, desviarão os ouvidos da verdade, voltando-se às fábulas.” II Tim 4;3 e 4

Como o que segue à adúltera que vimos no princípio, também esses encontrarão sorte semelhante: “Assim, o seduziu com palavras muito suaves, e o persuadiu com as lisonjas dos seus lábios; ele logo a segue, como o boi que vai para o matadouro, e o insensato para o castigo das prisões; até que a flecha lhe atravesse o fígado, ou, como a ave que se apressa para o laço, e não sabe que esse está armado contra sua vida.” Prov 7;21 a 23

Deus nada escreveu de ambíguo, que possa ser lido de uma forma, e de outra, totalmente oposta, também. A verdade é absoluta, categórica, cabal. Quem não consegue lidar bem com ela, busque em si mesmo as razões, não em Deus, no Qual, “Não há mudança nem sombra de variação.”

Essa balela de que cada um interpreta como quer à Palavra de Deus, não passa de desculpa esfarrapada de gente avessa à ela, que tenta camuflar com “lógica” sua pecaminosa e resiliente aversão.

O básico para andar bem todos sabem, mesmo, os que não leem À Palavra. Como o jovem do exemplo, o fato do marido não estar em casa era sua “segurança”; desses, o do juízo demorar um pouco.

Aos “descuidados” assim, O Eterno adverte: “Estas coisas tens feito e Eu me calei; pensavas que Eu era como tu; mas Eu te arguirei, e as porei por ordem diante dos teus olhos.” Sal 50;21

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Médicos falidos



“Como tornar a mensagem mais relevante para a nova geração?” Essa pergunta foi feita ao pastor Douglas Gonçalves, que, trocando em miúdos sua resposta, basicamente disse que as pessoas precisam de alguém que seja melhor pastor, que pregador.
Alguém que saiba mais, agrupar, aconselhar, motivar do que ensinar. Mais que aprender, as pessoas precisariam se enturmar, encontrar seus nichos.

A pergunta está errada, assim como, a resposta.

A Palavra de Deus não pode ser tornada naquilo que já é; relevante. “Porque A Palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante que espada alguma de dois gumes; penetra até à divisão da alma e do espírito, juntas e medulas; é apta para discernir, os pensamentos e intenções do coração.” Heb 4;12 Qual receita humana conseguiria melhorar isto?

O que faz a Mensagem falhar, é a irrelevância dos mensageiros descompromissados com o cumprimento dela. O que a mente ímpia usa chamar de relevante, é o que enseja a ideia de sucesso, de adesão massiva. Como a eficácia da Palavra é para dar vida, apenas onde isso acontece, não importa com quantas pessoas, o objetivo do Evangelho se cumpre. No mais, os vistosos efervesceres da religiosidade, não passam de movimentos vãos, sem vida espiritual.

Independentemente, de quais traços psicológicos sejam mais encontráveis no pregador, se é mestre ou, um aglutinador; um traço, é indispensável, se esse pretende ser um representante do Senhor; “... requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel.” I Cor 4;2 Deles foi dito: “Que os homens nos considerem como despenseiros dos mistérios de Deus.” I Cor 4;1 Quando se perde a fidelidade, a mensagem perde a relevância, pela companhia deletéria da hipocrisia, onde deve ser assento exclusivo da verdade.

Benjamin Scott, autor do livro “As Catacumbas de Roma”, ilustrou de uma forma bem didática, o vilipêndio do Evangelho, já naqueles dias. Lembro a ideia, não farei uma citação “ipsis litteris”.

“Um Grande Médico nos visitou, e, condoído com a enfermidade mortal que atingia todo o ser humano, trouxe uma receita milagrosa que, devidamente ministrada curaria o mal, e todos seus efeitos colaterais. Ministrou exemplarmente em seus dias, e curou aos que o buscaram. Precisando ausentar-se, treinou uma equipe de médicos para que, seguisse ministrando sua receita, e a transmitisse às gerações futuras.
Assim foi feito e seguiu o bálsamo, curando. Porém, com o passar do tempo, como alguns achavam à fórmula meio delicada, carecendo certas ervas de remoto acesso, foram trocando uns componentes por outros que julgaram ter eficácia similar. As alterações “progrediram” tanto no decurso do tempo, que já não eram encontráveis mais, os componentes originais, de tal modo, que se podia dizer com acerto, que o remédio não era mais o mesmo; não estranhável, pois, que tenha deixado de curar”.

A receita, O Evangelho da Salvação; os ingredientes, a Doutrina de Cristo. Os médicos, os pregadores. As renúncias necessárias, o viver probo, as “ervas” de difícil acesso, que pouco a pouco foram abandonadas. Assim, a Mensagem apta a discernir pensamentos e intenções dos corações, se tornou mero simulacro, sem eficácia, pela omissão dos que se recusaram à necessária obediência.

O que necessitamos, para que o remédio volte a curar? Para que O Evangelho deixe patente sua relevância? Paulo adverte: “Mas temo que, assim como a serpente enganou a Eva com sua astúcia, sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo.” II Cor 11;3

A simplicidade da verdade que confronta, foi substituída por artifícios que entorpecem; o “bem estar” do médico, se tornou mais importante que a cura dos pacientes, a eficácia passou a ser mensurada pelo número de mortos que tomam o placebo, não pelas vidas que são regeneradas; alguns, os materialistas, ainda falam do céu, com muito custo, para disfarçar as pesadas correntes que os atraem pra terra;

Os coachs, com seus métodos artificiais, fazem parecer que é possível crucificar às dores, onde devem ser mortificadas as inclinações insanas; o feminismo com sua rebelião “libertária”, transformou as adjutoras em competidoras dos homens, para perda de ambos os gêneros.

Na verdade, a Palavra da Vida nada perdeu, segue estritamente a mesma. Os que fazem seus contorcionismos para que ela “diga” o que os ímpios anseiam ouvir, são, como os conselheiros de Jó, “médicos que não valem nada.” Jó 13;4

Oferecer uma turba, engajar nela um eventual desgarrado, ignorando que ele carece desesperadamente, nascer de novo, sonegando o ensino da Palavra, é como legar uma serpente a quem procura por peixes.

A Palavra nada perdeu da sua eficácia, reitero; apenas, uma leva de veterinários disfarçados de médicos, pretende ensinar a viver melhor, aqueles a quem deveria ensinar a morrer melhor. “Negue a si mesmo.”

Temor e temeridade



“Minha Aliança com ele (Com Levi) foi de vida e paz, Eu as dei para que temesse; então, temeu-me e assombrou-se por causa do Meu Nome.” Ml 2;5

Alguém cantou que, é “na tempestade que se pensa no abrigo”. Embora tenha um quê de lógico, também evidencia outro quê, de oportunismo, casuísmo, o que polui um relacionamento por causa do interesse, invés de exibir a excelência, por razões afetivas e reverentes apenas.

Aludo, óbvio! ao relacionamento do homem com Deus. Em momentos que grande necessidade, medo, pavor, quando um barco ameaça naufragar, como no caso de Jonas; a seca consome a terra, como nos dias de Acabe; o cativeiro se mostra monótono, desesperado, como no exílio babilônico; a escravidão pesa sobremodo, como na servidão sob faraó; enfim, em dias em que as coisas vão mal, lembrar alguém de Deus, a Ele clamar, parece a coisa certa a ser feita. Ele se apresenta como “socorro bem presente na angústia.” Sal 46;1

Então, clamemos a Ele em nossos momentos de dificuldade. Afinal, quando uma frustração, uma dor qualquer no leva a orar, já está fazendo mais bem, do que mal.

Porém, concorre o fato de que foi necessária a dificuldade, a carência para que lembrássemos do Eterno. A excelência seria sermos fiéis, zelosos, em momentos de paz, quando tudo vai bem; apenas, porque O Nome Dele é Excelso, Santo, merece toda a reverência e adoração.
Vimos O Senhor rememorando Sua Aliança com Levi, em plenitude de vida, e paz; o patriarca não temeu a Deus porque lhe pareceu oportuno, nem ofereceu adoração requerendo algum socorro. Antes, “temeu-me e assombrou-se por causa do Meu Nome.” Eis a excelência de não tomarmos O Santo Nome em vão!

Termos ciência que, pertencermos a Ele é algo sublime, ao mesmo tempo solene, responsabilizador, deveriam ser motivos bastantes, para que nosso temor viesse à tona.

Os que pecam nas coisas santas, profanando ao Excelso Nome, mercadejando com Ele e A Palavra do Senhor, a quem recorrerão para defesa, no dia do julgamento? “Pecando homem contra homem, os juízes o julgarão; pecando, porém, o homem contra O Senhor, quem rogará por ele?” I Sam 2;25 Isso foi dito contra os filhos de Eli, que pelas suas muitas profanações das coisas sagradas, estavam já no “corredor da morte.”

Todos os dias surgem novos mercadores “góspeis” com suas “revelações” e adivinhações, em “Nome do Senhor”; falcatruas com as quais ganham muito metal, enquanto perdem suas vidas. Desgraçadamente, esses pilantras vicejam quais ervas daninhas, lotam igrejas, nas quais “pastores” preocupados mais com o público que com o santo, os chamam por altos cachês; convoque-se a um probo ministro da Palavra; certamente, a frequência diminuirá, mas verdade será ensinada, invés de profanada.

Os apologetas da praça presto denunciam esses erros; porém, mal acabam de rasgar a máscara de um, surgem mais dez. A vacina contra esses inchaços da carne não deve estar neles, mas em nós; Quem foi edificado e aprendeu andar em espírito, não será mercadoria para esses; “O que é espiritual discerne bem a tudo e de ninguém é discernido.” I Cor 1;15

Ora, a “fé vem pelo ouvir, e ouvir à Palavra de Deus;” Para nada prestam os “reveladores” de macumbas, de portas que se abrem, adivinhadores de nomes, de CPFs, replicadores de postagens em redes sociais, e coisas afins. Enquanto esses ganham dinheiro tripudiando sobre a sonolência dos incautos, ainda furtam que se pregue aos pecadores, A Palavra da Vida. Seu dano é duplo; estragam à semente, e pisoteiam à terra.

Antes de alguém pretender fazer qualquer coisa em Nome de Jesus, ministerialmente, deve aprender a fazer uma faxina nos próprios passos, e nos motivos para usar a esse Nome Santo; A Palavra é categórica: “Todavia, o fundamento de Deus fica firme tendo este selo: O Senhor conhece ao que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo, aparte-se da iniquidade." II Tim 2;19

Infelizmente, o egoísmo humano acoroçoado pela sanha dos que avivam às paixões que deveriam desafiar a crucificar, campeia, drogando gente que carece desesperadamente de salvação, não de entorpecentes.

A ganância dos “ministros” associada à sonolência e cobiça dos ministrados, gera uma simbiose deletéria, para a perdição de ambos. “Porque virá o tempo em que não suportarão à sã doutrina, mas tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores, conforme as suas próprias concupiscências.” II Tim 4;3

Aqueles que temem ao Senhor por cientes do que significa isso, não precisarão de “temores” oportunos, quando a conta pelas humanas escolhas, chegar. Desses O Senhor diz: “Eles serão Meus, diz O Senhor dos Exércitos; naquele dia serão para Mim joias, poupá-los-ei, como um homem poupa ao seu filho que o serve.” Mal 3;17

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

As "phobias" de Deus


“Os pensamentos dos justos são retos, mas os conselhos dos ímpios, enganos.” Prov 12;5

Assisti alguns “cortes”, do “Redcast”, onde o entrevistado era Caio Fábio; umas falas do reverendo me causaram certo espanto. Em dado momento o tema da conversa foi o Papa Francisco, que segundo o entrevistado, “Foi o maior papa de todos os tempos;” possivelmente tenha se inspirado nele, que nos anos noventa fez uma campanha de sete dias de ministrações em Buenos Aires, onde, o hoje Papa, servia como arcebispo. 

Se, o melhor em alguma coisa se inspirou em mim, certamente meu ego, que deveria estar morto ainda está no trono, orgulhoso da coroa.

Mas, algumas pessoas não gostam dele, afirmou o entrevistador; “Não gostam porque são xenofóbicos, heterofóbicos, homofóbicos... ele, não é fóbico, apenas, humano”, ponderou. Escolheu a dedo, cardeais “abraçantes, inclusivos” e enfrentou o conservadorismo religioso. Disse mais que isto, mas esta era a ideia básica do motivo pelo qual ele admira ao referido Papa.

Bem se é mesmo o melhor de todos, isso é um assunto para os católicos; embora, grande parte deles esteja em desacordo com a ideia. Muitos padres, de viés conservador o consideram um falso Papa, até; dado, seu engajamento comunista e ecumenista, mais que, às tradições católicas.

Porém, meu ponto de desacordo com a fala de Caio, aqui é outro. Esse reducionismo, onde todo e qualquer resquício de disciplina, e bom ordenamento do viver, segundo a Palavra de Deus, se torna traço de alguma “fobia”, é moralmente abjeto, intelectualmente desonesto, espiritualmente herege.

O Eterno não tem os cabelos eriçados pelos ventos modernistas, da teologia liberal, como se Ele carecesse se alinhar aos “tempos modernos”; antes, diz: “... Ponde-vos nos caminhos e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos.” Jr 6;16 O tempo submete-se ao "Pai da Eternidade", não o contrário.

Ademais, o termo Phobia em grego significa medo, não, aversão ou, discordância, sentido com que, muitos que se fazem convenientemente de ignorantes têm usado. Caio pode ser tudo, menos, ignorante.

Assim, se, dizer um categórico não! a determinado modo de comportamento significa necessariamente, uma fobia, então A Palavra de Deus está eivada delas. Ela é “Idolofóbica”, cleptofóbica, mentirofóbica, adulterofóbica, cobiçofóbica, assassinofóbica... etc.

Ora, os limites que A Palavra coloca diante de nós são como cercas para nossa proteção; se, ignorarmos e fizermos as coisas à nossa maneira, na hora das consequências estaremos por nossa conta. “... porque Eu clamei e recusastes, estendi Minha Mão e não houve quem desse atenção, antes, rejeitastes todo Meu conselho, e não quisestes Minha repreensão, também da Minha parte Eu me rirei, na vossa perdição, zombarei, vindo vosso temor.” Prov 1;24 a 26

Certo que, os dez mandamentos podem ser resumidos a dois, como O Salvador o fez; atinentes ao amor a Deus, e ao próximo; mas como pode alguém amar ao semelhante se, vendo esse tomar um caminho que sabe ser de perdição, omite-se de avisar, finge que o errado está certo, ressignifica os ensinos de Deus, apenas por temer aos rótulos de “fobias” da praça? Isso quanto ao semelhante; e o amor a Deus, como fica, quando nos colocarmos subservientes às mundanas inclinações, às que se opõem ao Eterno?

A desonra ao Nome de Deus, mormente, por queles que O devem representar, é algo muito sério, punido com maldição, ainda sobre a terra; “Agora, ó sacerdotes, esse mandamento é para vós; se não o ouvirdes, e não propuserdes no vosso coração, dar honra ao Meu Nome, diz O Senhor dos Exércitos, enviarei maldição contra vós e amaldiçoarei vossas bênçãos; também, já as tenho amaldiçoado, porque não aplicais a isso o coração.” Ml 2;1 e 2

Meu caro Caio Fábio! Aprendi muitas coisas com O Senhor, nos meus primeiros passos no ministério da Palavra. Mensagens maravilhosas como “O Drama de Absalão” e outras do mesmo calibre; livros esclarecedores, edificantes como “Síndrome de Lúcifer”, e outros. O que aconteceu com O Senhor?

Não ignoro as grandes decepções que o sistema religioso lhe ocasionou; e falta de amor com que muitos lidaram com suas fraquezas.

Acho que foi Cícero que disse que os homens são como o vinho; a uns o tempo apura; outros viram vinagre. Não apenas o tempo, mas as dores contidas nele fazem isso. Mas, nada impede que eu me entristeça e ore pelo Senhor. Por quê essas bodas de Caná ao contrário, deixando o pior vinho para o fim?

Quiçá, como nos dias de Isaque, removendo as pedras que a inveja jogou fechando a fonte, ainda fluam águas vivas. O Dono do poço pode fazer; mas cabe a nós remover às pedras.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Os retardatários


“Porfiai por entrar pela porta estreita, porque Eu vos digo que, muitos procurarão entrar e não poderão.” Luc 13;24

A pergunta que O Senhor respondeu fora acerca do número dos salvos, se seriam poucos, ou muitos. Porém, invés de responder sobre o contingente, se, vasto ou estrito, O Salvador se ateve à forma pela qual devemos encarar. “porfiai...” obstinar-se, insistir, teimar, competir... são sinônimos de porfiar. Assim devemos agir, em demanda da salvação.

Se, para algo ao qual somos convidados, carecemos insistir, significa que o ingresso ao redil dos salvos não é pacífico, sem oposição. Antes, uma peleja que requer ousadia, contra nossa própria natureza, “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à Sua Lei, nem pode ser.” Rom 8;7 Contra o canhoto; “... resisti ao Diabo e ele fugirá de vós.” Tg 4;7 e, as várias seduções do mundo. “O mundo passa e sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus, permanece para sempre.” I Jo 2;17

Não é algo que se possa abraçar pacificamente, sem enfrentamentos ousados. A salvação não é para covardes. Enfrentar aos semelhantes é algo rotineiro, que a maioria o faz, mesmo sem necessidade; agora enfrentar a si mesmo, todos os deleites que em nossa alma viciada palpitam, é uma empresa na qual poucos se atrevem. O homem pode derrotar grandes adversários e ainda assim, ser derrotados pelos vícios, pelos prazeres.

Por isso, o indispensável “negue a si mesmo”, um auto enfrentamento, que será posto em xeque, a cada nova tentação que assolar. Se, nossa entrega a Cristo em submissão parece uma anulação voluntária, uma castração da possibilidade de “viver”, a coisa só é assim para quem vê com olhos naturais. “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente.” I Cor 2;14

Quem vê pela fé segundo a Divina Palavra, abdica de alguns prazeres ilícitos e viciosos aqui, em troca de venturas eternas no porvir; como disse o missionário Jim Elliot, “Não é tolo quem abre mão do que não pode reter, em troca de algo que não pode perder.”

A afirmação de que muitos procurarão entrar sem conseguir, não foi feita significando que a salvação seja para uma elite apenas, um grupo pré-escolhido; os demais, mesmo querendo se lhes fechará a porta. Antes, esses procurarão pelo ingresso apenas, de modo interesseiro, sem buscar as credenciais, e quando já for demasiado tarde. “quando o Pai de família se levantar e cerrar a porta...” Luc 13;25 será o tempo do “esforço” de muitos retardatários. 

Não, seus desejos, mas seus feitos contarão; nesse caso, como fatores para exclusão do Reino. “... apartai-vos de Mim, vós todos que praticais a iniquidade.” V 27

Por isso a mensagem de salvação sempre é apresentada com sentido de urgência, de algo a ser abraçado de modo imediato, sem protelação; querer entrar depois que não mais for possível milhares quererão. Todavia, renunciar ao inferno, quando apenas ele resta, é muito fácil. A excelência da nossa correspondência ao amor de Cristo, é dizermos não a esse mundo por amor a Ele, mesmo quando esse sistema fervilha suas “vantagens” e prazeres; Alheio e esse fervilhar, o texto bíblico traz: “... Hoje, se ouvirdes a Sua voz, não endureçais vossos corações, como na provocação.” Heb 3;15

Os que são capacitados a ver na dimensão da fé, não se prendem no malogro das aparências; ancoram suas expectativas na Palavra de Deus, não no incerto e fugaz curso desse mundo. Mesmo nada vendo que enseje alento, esses podem ver o suficiente; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça à voz do Seu servo? Quando andar em trevas e não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre o seu Deus.” Is 50;10

A porta inda está aberta, por um pouco. Para cada um que encontra com a morte, nas encruzilhadas da vida, para esse, ela se fecha de vez. E cumprida a plenitude do tempo estipulado pelo Senhor, se fechará para todos, o que dará azo aos clamores dos retardatários, como vimos.

Como disse Benjamin Franklin, devemos consertar o telhado enquanto o sol está brilhando. Fazer isso durante a chuva, não é uma atitude sábia.

De igual modo, tratar da salvação das nossas almas, enquanto O Salvador inda chama por elas; “Vinde a Mim todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei; tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim que Sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas; porque o Meu jugo é suave, e o Meu fardo é leve.” Mat 11;28 a 30

domingo, 23 de fevereiro de 2025

A arte de ouvir



“... de quem é o espírito que saiu de ti? Jó 26;4

Jó redarguindo a Bildade e acusando-o de chover no molhado, apresentar coisas ordinárias, platitudes, como se fosse um conselho profundo, uma reflexão autêntica, derivada da sabedoria.

Ah, as frases feitas, em seu consórcio com a preguiça mental, e com a vaidade intelectual! aquela, escusa seu paciente da dolorosa faina de pensar; essa, parte do pressuposto que se precisa falar, para não parecer que o saber achou termo. Assim, soa mais importante dizer algo, que entender o que se diz, ou a conveniência do que se vai dizer.

“Não te precipites com tua boca, nem teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos Céus e tu estás sobre a terra; assim, sejam poucas as tuas palavras. Porque, da muita ocupação vêm os sonhos, a voz do tolo, da multidão das palavras.” Ecl 5;2 e 3

Nada errado com frases feitas, quando essas expressam o que queremos dizer; nesses casos, sempre as uso. Sobre a preguiça de pensar, cito Henry Ford: “Pensar é o trabalho mais pesado que há; talvez, por essa razão, tão poucos se dediquem a isso.”

E, acondicionar um monte delas, como se fossem utensílios numa prateleira, uma para cada ocasião, invés de pensar por si mesmo, recorro a Plutarco: “A mente não é um vaso para ser cheio; antes, um fogo a ser aceso.” Até podemos fazer fogo com lenha alheia; porém, a chama deve brotar do atrito das nossas pedras.”

Eventualmente, nos vemos em muitas situações em que a força das palavras se mostra insignificante, inútil; reconhecer isso deveria bastar, para que não nos metêssemos a médicos sem noção, desejando extirpar algum câncer das almas, com chazinhos caseiros. Quando uma dor é muito intensa, falas superficiais só pioram.

Certas emoções, por profundas, apenas quem as sente, pode aquilatá-las de fato. “O coração conhece sua própria amargura, e o estranho não participará no íntimo, da sua alegria.” Prov 14;10

No caso de Jó, perdera todos os bens e mesmo os filhos, de chofre, num dia apenas; num segundo momento, a própria saúde.

Assim, a chegada dos amigos para se condoer com ele, por certo ensejara alguma esperança. Se, começaram bem, oferecendo solidariedade e ficando sete dias em silêncio, dando a Jó a preferência pelo “microfone”, quando enfim, falaram, estragaram tudo.

O achismo “teológico” deles, precisava “justificar” a Deus, que, permitira tais estragos. Assim, começaram a acusar ao infeliz de coisas que não viram, das quais, não ouviram, baseados em suas presunçosas deduções. No fim, tiveram que escutar, do Próprio Senhor: “... vós não falastes de Mim o que era reto, como Meu servo, Jó.” Cap 42;8

Em dado momento da decepcionante conversa com eles, o patriarca os considerou como uma miragem. Como se, uma caravana errante e sedenta visse de longe, supostos ribeiros e mudasse seu rumo em direção aos tais; e lá chegando, não encontrasse água.

“Meus amigos aleivosamente me trataram, como um ribeiro, como a torrente dos ribeiros que passam, que estão encobertos com a geada, e neles se esconde a neve; no tempo em que se derretam com o calor, se desfazem; e em se aquentando, desaparecem do seu lugar. Desviam-se as veredas dos seus caminhos, sobem ao vácuo e perecem; os caminhantes de Temã os veem, os passageiros de Sabá esperam por eles; ficam envergonhados por terem confiado, chegando ali se confundem; agora, sois semelhantes a eles...” Jó 6;15 a 21

Criaram uma expectativa no coração do infeliz, e oportunamente o decepcionaram por inteiro. Em dado momento ponderou que, em casos de dor extrema, aflição, a compaixão deveria andar na frente da teologia; “Ao que está aflito deveria o amigo mostrar compaixão, ainda, ao que deixasse o temor do Todo Poderoso.” Cap 6;14

Notemos que essa observação foi colocada no subjuntivo; “que deixasse”, não era o caso dele, que continuava fiel, embora, gritando aos quatro ventos sua dor.

Infelizmente, a maioria das falas apressadas deriva do “ter que dizer”, não, do ter “o quê” dizer.

Nos apressamos em ser bons falantes, até em situações, onde, tudo o que é necessário é que sejamos bons ouvintes. Quando certa turba se recusou a ouvir o eloquente discurso de Estêvão, falaram todos ao mesmo tempo. “Eles gritaram com grande voz, taparam seus ouvidos, arremeteram unânimes, contra ele.” Atos 7;57

Embora, ouvidos sejam órgãos comuns a todos os homens, a vontade de ouvir quando Deus fala, não é; por isso, a preceito: “Quem tem ouvidos ouça, o que O Espírito diz às igrejas...” Apoc 2;11 Ninguém irá inquirir, de quem é o espírito a falar em nós, quando ficar evidente que é O Espírito de Deus.

O homem interior



“... se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, sobre ti será seu desejo, mas sobre ele deves dominar.” Gn 4;7

Instruções Divinas ao ciumento Caim, que, estava com o semblante desfigurado, porque a adoração de Abel fora aceita, e a sua, não.

O Senhor apresentou o pecado como algo separado dele, que o olhava da porta, sobre a vontade do qual, ele deveria exercer domínio.
Figura de linguagem; pois, o pecado “à porta” são as tentações. Invés duma residência, espreita em demanda de espaço, em nossos corações, anelando albergar-se em nossas almas, para moldar ao seu querer, nossas ações. Dominar sobre o pecado é exercitar-se em domínio próprio.

Tiago pormenoriza tal gestação, em consórcio com as humanas inclinações; “Cada um é tentado, quando atraído e engodado pela própria concupiscência; depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; o pecado, sendo consumado, gera a morte.” Tg 1;14 e 15

Primeiro nos atrai, acenando com algum prazer, alguma vantagem de se incorrer nele; depois, nos engoda, fechando nossos olhos para as consequências, fazendo parecer que essas, sequer existem. Assim, vencidas as defesas da alma, a ideia passando a ser aceita, o mesmo é “concebido”, acatado como algo a ser feito; então, é “dado à luz”. Até aqui, as coisas acontecem apenas no âmbito íntimo, numa luta interna onde a obediência a Deus, e o desejo desorientado pelejam, pela anuência da nossa vontade.

Quando o pecado vem à luz, o faz em nossa consciência que nos adverte sobre o que ele é, e as consequências de insistirmos nele. Caso retrocedamos nesse momento, teremos dominado o penetra indevido que se assentou à porta dos nossos corações; senão, “... o pecado sendo consumado, gera a morte.” Nesse caso, terá passado de um desejo doentio, para uma atitude má.

O desafio do Criador, ao homem caído, para que esse dominasse sobre o pecado, foi uma forma oblíqua de deixar patente nossa impotência, a nossa necessidade de que, alguém mais forte que o mesmo, o vencesse em nosso lugar. O homem caído não passa de um refém impotente, que, é levado ao bel prazer do “sequestrador”; “De maneira que, agora, já não sou eu que faço isso, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7;17

A Lei, com seus mandamentos detalhados, aumentou nossa percepção dos pecados; concomitantemente, a necessidade do Salvador. “De maneira que, a Lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que, pela fé, fôssemos justificados.” Gl 3;24

A primeira consequência da ruptura do homem com Deus foi o medo; tanto que, Adão que sempre recebera alegre ao Criador, então, se escondeu. O medo é um péssimo conselheiro, que pelo instinto de autopreservação, nos leva a transferirmos nossas culpas a terceiros, como fizeram Adão e Eva, e ainda fazem, quase todos da sua descendência.

Em muitos casos, não apenas transferimos as culpas, como também, “exercitamos o domínio”, sobre coisas que não estão na nossa esfera. O que são, o juízo temerário, a maledicência, fofocas várias, senão, derivados do nosso juízo sobre as escolhas de outras pessoas?
Somos convidados, como Caim, a dominar sobre o pecado, mas nos omitimos nisso e compensamos exercendo nosso “domínio” sobre vidas de terceiros. “... tempo há em que um homem tem domínio sobre outro, para desgraça sua.” Ecl 8;9

Por isso, dos renascidos em Cristo que receberam poder para agir como filhos de Deus, Jo 1;12, a expectativa é que andem em espírito, e assim produzam seu fruto.

Se o primeiro passo para alguém se render ao Salvador é o “negue a si mesmo”, necessário é que esse exercite-se em domínio próprio, agora, capacitado para tanto, pela regeneração do Espírito que deve pautar seu novo modo de viver. “Portanto, agora, nenhuma condenação há, para os questão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito; porque a lei do espírito de vida em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Rom 8;1 e 2

Enquanto nosso homem interior, espiritual, estiver no controle das ações, a obediência não nos será penosa; antes, dará alento; “Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na Lei de Deus.” Rom 7;22

Óbvio que a carne continua viva com sua punção, segundo a sua inclinação pecaminosa; contudo, em Cristo, podemos dizer um sonoro não! mortificando-a, quando ela nos pedir do seu pão costumeiro.

Para os que ainda não reconciliaram com Deus, a boa nova que há algo mais “na porta”, que o pecado assassino; O Salvador diz: “Eis que Eu estou à porta e bato! Se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa, com ele cearei, e ele comigo.” Apoc 3;20

sábado, 22 de fevereiro de 2025

A festa da morte


“Os que habitam sobre a terra, se regozijarão sobre eles, e se alegrarão, mandarão presentes uns aos outros; porquanto, estes dois profetas tinham atormentado aos que habitam na terra.” Apoc 11;10

Em geral, quando morrem personalidades conhecidas, o clima é de tristeza, consternação. Mesmo que não admirássemos quem partiu, ainda reinará certo respeito pela dor alheia, dos que lhe eram afeitos. É mais comum presentes de aniversário, celebração de conquistas, feitos notórios; porém, então, veremos presentes de velório. No texto acima, há a descrição de uma festa, porque duas pessoas foram mortas.

Ironicamente, essas mortes serão comemoradas sobre a terra, quem estiver vivo verá; quando as testemunhas do Senhor forem silenciadas, nos últimos dias. A causa de tal regozijo, será o fim do “tormento” de ter que ouvir a verdade, num mundo que ama à mentira.

Influenciados por isso, muitos pregadores se “suicidam”, por buscar uma linguagem adocicada; atuar mais em demanda do aplauso mundano, do que, em consórcio com O Espírito de Deus. Uma questão, cuja resposta pareceu óbvia no início da Igreja, infelizmente, já não é mais; “... julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir antes, a vós do que a Deus.” Atos 4;19 A pretexto de não ser polêmicos, esses suicidas optam por não ser verdadeiros.

Quem adocica um alimento que deveria ser salgado, para não melindrar ao “cliente” que o prefere doce, serve à impiedade traindo a si mesmo, se autoconvencendo que serve a Deus. Um paciente de enfermidade grave deve ser medicado, não, entretido, se, o médico souber o que faz.

O tormento de “ter” que ouvir à verdade eventualmente, é nada, se comparado ao tormento duma eternidade na perdição. Quem tem olhos espirituais, consegue “ver” as consequências do que está fazendo; justo por ver isso, se recusa a compactuar com a impiedade, mesmo que isso lhe custe a vida. “O homem espiritual discerne bem a tudo, e de ninguém é discernido.” I Cor 2;15

As testemunhas em apreço, atuarão num tempo em que, mais que não ser aceita, a verdade será odiada; já estamos bem avançados nisso.

Se, fosse possível apresentar coisas tão sérias, como o pecado que coloca as almas a perder, numa linguagem que não confrontasse, sem perder a essência, essa seria uma estratégia inteligente, dos pregadores. A inteligência é uma coisa amoral, tanto pode servir à virtude, quanto, ao vício; a verdade não é assim.

Pelo dever para com ela, um ministro do Evangelho deve ser comprometido, antes de tudo, com a fidelidade a Deus, que lhe deu Sua Palavra. A reação de quem ouve não é problema dele. Óbvio que a verdade desconforta, quem escolhe viver na mentira. Desgraçadamente, os que comemoram a morte dos servos de Deus, como vimos no verso inicial, no fundo, estão comemorando suas próprias mortes. “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos...” II Cor 4;4

O silenciar dos pregadores da Palavra da vida, equivale ao triunfo da morte. “Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? Como ouvirão se não há quem pregue?” Rom 10;14 Acabando os que pregam, junto acabarão as possiblidades de crer para salvação; nesse caso, não haverá nada para se comemorar, exceto, para quem anda no escuro.

Assim, os que silenciam aos mensageiros do Senhor, trocam um desconforto pontual, por um tormento eterno.

Os pregadores que são um sucesso de público, que estão “causando” pela vasta aceitação dos seus ministérios deveriam se preocupar. Ou, o mundo está se convertendo em bloco, deixando de amar à mentira, os esses “bem sucedidos” mensageiros, deixaram seu compromisso inicial com o Evangelho. A fidelidade a Deus enseja a má vontade, indisposição, aos olhos daqueles que estão em inimizade com Ele.

Com vergonha alheia vemos as disputas a quatro mãos, pelo espólio de bens materiais, por meios daqueles que, em tese, defendem a supremacia dos valores espirituais. Tiago pontua que nossa fé é demonstrada pelas nossas obras; os que atropelam valores eternos por bens efêmeros, embora cantem altos louvores às asas, ainda rastejam apegados aos casulos.

A salvação das almas é mais urgente do que nunca; no reino do anticristo em célere implantação, só disporá de bens materiais quem vender os espirituais; só então veremos o quão nada, essas coisas são.

Enfim, quem desejar ser de alguma utilidade ao Eterno, precisa ousar pagar o preço de ser ‘mau’ aos olhos ímpios; deixemos que o mundo celebre nossas mortes, se isso lhe parecer bem.

Os Céus também o farão, e essa celebração terá um valor eterno, não o elã de um momento, como o falso júbilo dos ímpios. “Preciosa é, à Vista do Senhor, a morte dos Seus santos.” Salm 116;15

Diagnóstico espiritual


“No meio da congregação e da assembleia foi que eu me achei em quase todo o mal.” Prov 5;14

Congregações, nos escritos de Salomão, são os lugares onde A Palavra é ensinada. “As palavras dos sábios são como aguilhões, como pregos bem fixados pelos mestres das assembleias, que nos foram dadas pelo Único Pastor.” Ecl 12;11

Se, as congregações são diversos, a fonte de instrução é ímpar; “O Único Pastor.” Jesus Cristo. A balela do ecumenismo não se firma nem com um “andador”.

Ao frequentarmos uma assembleia onde A Palavra do Senhor é pregada retamente, natural que nos vejamos em “maus lençóis.” “... me achei em quase todo o mal.”

Para admitirmos nossos males, contudo, carecemos da graça do Espírito Santo incidindo sobre nós, para que, por ela, tenhamos apreço pela verdade, mesmo a que nos desconforta, mais que, pela comodidade, que prefere manter nossos maus hábitos escondidos. Cristo ensinou: “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para luz, para que, suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20

A alma ímpia prefere enfrentar o mundo, ao qual não pode vencer, a enfrentar a si mesma, luta na qual, ajudada pelo Santo, pode e deve ser vitoriosa.

A escada da ascensão espiritual tem degraus para baixo, rumo à humilhação; porém, o homem natural tende a subir, qual um balão de ar quente, pela inflamação doentia do próprio ego. O sujeito pode estar com as quatro patas no inferno; quando avalia a si mesmo, se acha super do bem, merecedor de altos encômios, pela cegueira na qual erra. Desgraçadamente, a maioria desses pavões evita as congregações onde a Palavra da verdade é pregada.

Enquanto não ousarmos no enfrentamento das nossas misérias, por religiosos que desfilemos, engajados filosoficamente que pareçamos, não passaremos de fugitivos, covardes tentando se evadir às próprias sombras; fuga inglória.

Resultam inevitáveis certos constrangimentos, quando as enfermidades das nossas almas são diagnosticadas. Mas, só após isso a cura delas será possível. Deus não trata nossos males “no escuro”; nos faz ver e convida a sermos partícipes, com uma vontade submissa, no processo de regeneração das nossas vidas segundo Ele; “O que encobre suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov 28;13 Reconhecermos, nos arrependermos, confessarmos; eis, nossa parte no processo!

Tiago amplia: “Porque se alguém é ouvinte da Palavra e não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla no espelho o seu rosto natural; porque contempla a si mesmo, vai e logo esquece de como era.” Tg 1;23 e 24

Logo, se nos portarmos como uma criança mimada que se recusa a receber remédios amargos, não seremos forçados a nada. Todavia, nossos males seguirão sem o necessário e urgente tratamento. “Porque O Senhor corrige ao que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho; se suportais a correção, Deus vos trata como filhos, porque, que filho há, a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então, bastardos, não, filhos.” Heb 12;6 a 8

Paulo apresentou a escravidão do homem sem Deus, como tendo um desejo tênue pela virtude, mas jazendo sob um feitor que o empurra para o vício; “Acho então, esta lei em mim; que quando eu quero fazer o bem, o mal está comigo; porque, segundo o homem interior, tenho prazer na Lei de Deus; mas vejo em meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado, que está em meus membros.” Rom 7;21 a 23

A “morte do espírito” derivada da queda é isso; o espírito do homem ainda existe, deseja as mesmas coisas segundo Deus. Porém, como caiu da comunhão perdeu sua mordomia, sua força para fazer o que deseja. Sabedor disso, O Salvador começa Sua regeneração nas vidas dos que se arrependem, exatamente por aí; capacitando-os a agir como sabem que devem, em espírito. “A todos que O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que creem no Seu Nome.” Jo 1;12

Algumas pessoas que suspeitam que podem ter uma enfermidade mortal se recusam a fazer exames sobre aquilo; preferem “não saber”.

Pois, irmos às congregações onde A Palavra da Vida é ensinada fatalmente deixará exposta nossa doença mortal, o pecado. A boa notícia, é que, quem expõe, é A Palavra da Vida; ela tem a cura. O arrependimento e a submissão a Jesus Cristo, O Salvador.

Não importa a grandeza dos nossos erros pretéritos; a grandeza do Méritos de Cristo as supera. “Olhai para Mim e sereis salvos, vós, todos os termos da Terra; porque Eu Sou Deu, e não há Outro.” Is 45;22