quinta-feira, 30 de março de 2023

Olhar para trás


“No Senhor Deus de Israel confiou, de maneira que depois dele não houve quem lhe fosse semelhante entre todos os reis de Judá, nem entre os que foram antes dele.” II Rs 18;5

Ezequias empossado aos 25 anos tomou medidas que, veteranos, antes dele, não ousaram. Despedaçou ídolos, desfez bosques usados como lugares de culto; até mesmo a serpente de metal, que Moisés fizera nos dias dos murmuradores, a qual, também se tornara um ídolo.

É próprio do homem, buscar referências horizontais para justificar suas escolhas. Das feitas, defende-se: Eu fiz, mas fulano também o fez; das desejadas: Também quero, todo mundo tem, só eu que não.

Contudo, nossa peleja por “isonomia” geralmente se dá na questão dos direitos; não, dos deveres, do custo de algo. Até anelamos os bens alheios; nunca, o custo, as responsabilidades.

Ezequias não olhou para os feitos de reis pretéritos, como justificativa aos seus. Agiu por suas próprias motivações e foi além; “não houve quem lhe fosse semelhante, nem entre os que foram antes dele.”

Felizes os que, invés de dependerem da mediocridade adjacente como parâmetros, olham para Deus, tendo na Sua Expressa Pessoa, Jesus Cristo, como exemplo a seguir, a imitar. “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus.” Fp 2;5 Sentimento, e consequente modo de agir.

O risco de nos satisfazermos com os míseros degraus que ascendemos é atrofiarmos nossos “músculos” pela falta de movimento. “... exercita a ti mesmo em piedade...” I Tim 4;7

As aflições têm um efeito colateral positivo, se, delas lograrmos algum aprendizado; por outro lado, a ausência delas poderia ser deletéria, em prejuízo da têmpera já infundida em nossas almas; como disse alguém: “A calmaria que te faz dormir, é mais perigosa que a tempestade que te mantém acordado.”

Olharmos horizontalmente, tendo eventual semelhante como parâmetro pode ser uma inspiração, dependendo de nossa estatura em relação ao tal; ou, mero comodismo, se nos presumirmos estar no lugar de repouso, no topo da escalada.

A Palavra de Deus colocou um Parâmetro inatingível, para que não nos conformemos com rasas conquistas. Devemos crescer, “Até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes...” Ef 4;13 e 14

Tanto, o que uns estão fazendo, num sentido positivo, não deve ser nosso teto, quanto, o que outros desfazem em detrimento dos próprios ministérios e da Obra, deve nos desanimar. “Observando os erros alheios, o homem prudente corrige os seus.” Oswaldo Cruz.

Quando O Salvador “encorajou” a se dizerem inúteis os que fizessem apenas o ordenado, ou, desafiou a andar duas milhas quando a demanda fosse por uma, tinha em mente isso: Ir além do lugar comum, dar asas à criatividade; ousar em direção ao alto.

O bom exemplo é vital, mais eloquente que a mais completa das pregações! Não se trata de negar isso; é indispensável para quem é infante, ou adolescente espiritual, o estímulo de bons referenciais. Algo visível também desperta fé; “... muitos verão, temerão, e confiarão no Senhor.” Sal 40;3

Porém, o alvo desse escrito são os obreiros, para que, não se deem à acomodação, olhem para o alto e ousem segundo O Espírito Santo os inspirar.

Embora a ousadia normalmente aponte para a frente, nos tempos presentes, onde, tanto o modernismo, quanto, o liberalismo solaparam à sã doutrina, corajosos são os que olham para trás; para um tempo em que dormiram os que deveriam vigiar, e infiltrados da oposição disseminaram seu joio doutrinário. “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede; perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos nele.” Jr 6;16

Se, quanto à forma e os meios, todas as novidades podem ser úteis, no que tange ao conteúdo, à essência, não há espaço para “melhoramentos”, muito menos, para aberrações “inclusivas” onde se presume que, pintando a coruja de verde, a mesma se tornará papagaio.

Que a máquina do tempo mova suas engrenagens! Quem lida com valores eternos deve ter como meta permanecer, perseverar, não “evoluir”. Afinal, “Jesus Cristo É O Mesmo, ontem, hoje e eternamente.” Heb 13;8

A Ló e sua família foi ordenado não olhar para trás, porque o juízo estava em curso (sua mulher desobedeceu e pereceu); na inversão de valores que grassa, o que vem pela frente porá a perder quem se deixar persuadir.

Não é questão estrita de tempo; mas, de quem ensina, e o quê. “Olhai para Mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque Eu Sou Deus, não há outro.” Is 45;22

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