sábado, 18 de março de 2023

Castelos de areia


“Todo aquele que escuta Minhas Palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha.” Mat 7;24

Parábola dos dois fundamentos; um que edificara sobre a areia, e outro, que fundara sobre a rocha.

Numa leitura superficial afirma-se que, A Rocha É Jesus; a ênfase recai sobre isso, como se, o texto pretendesse exaltar a singularidade do Salvador, em detrimento dos credos alternativos; mas, não é isso? Não. Embora isso também esteja patente, “... ninguém vem ao Pai senão, por Mim.” Jo 14;6 A intenção na questão dos fundamentos é separar a religiosidade oca, do relacionamento compromissado com O Senhor.

A diferença entre um e outro “construtor” é que um, apenas ouve A Palavra de Jesus; enquanto, o outro ouve e pratica. Ambos, portanto, orbitam ao Nome do Salvador.

A “areia” em apreço, que não serve de sustentáculo à casa espiritual, é a religiosidade hipócrita, seletiva, que escolhe as porções agradáveis, apenas; apressa-se ao que “está escrito” como fez Satanás ao tentar Jesus, ignorando o que “também está escrito”, conforme suas conveniências doentias. “Não só de pão viverá o homem, mas de toda A Palavra...”

Uma das características dos “tempos difíceis” que viriam nos últimos dias é que, os homens “terão aparência de piedade negando a eficácia dela.” II Tim 3;5

A Prática da Palavra, que fundaria nossas casas sobre A Rocha, fatalmente saltaria aos olhos pelos frutos que ensejaria. “Não se acende a candeia e coloca debaixo do alqueire, mas no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que Está nos Céus.” Mat 5;15 e 16 Meu cristianismo deve glorificar a Deus, não a mim.

Ao edificar minha casa sobre Cristo, torno-me luz, exemplo para os que me observam, quiçá, um desafio para que também façam igual. “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos... muitos o verão, temerão, e confiarão no Senhor.” Sal 40;2 e 3 Se, a fé vem pelo ouvir, o bom testemunho deixa “ver” Cristo.

Em que momento nosso cristianismo deveria chamar mais atenção? Quando nossa casa espiritual é sujeita aos testes; “Desceu a chuva, correram rios, assopraram ventos, combateram aquela casa e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha.” Mat 7;25

Não é quando tudo dá certo, triunfamos em nossos projetos rasos, ou “provamos nosso valor” aos eventuais desafetos. Antes, quando submetidos aos mais duros testes, enfermidades, calúnias, desprezo, incompreensões... quando trevas nos cercam, nada disso abala nossa fé, nem nos faz recuar; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do Seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus." Is 50;10

Um vitorioso na fé, bem pode parecer derrotado aos olhos naturais, afinal, “o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.” I Cor 2;14

Infelizmente uma súcia de mercenários autointitulados pregadores, bispos, reverendos, apóstolos, tem feito estragos na Mensagem de Salvação, reduzindo-a a mero manual de sucesso; pensamento positivo para fomentar conquistas terrenas.

Os “vencedores” que seguem aos tais, têm carros novos, casas, empresas até, como prova que “Cristo” mudou suas vidas. Fácil ver que, a areia desses faz pose de ouro.

Os vencedores com O Senhor não triunfam na esfera das “coisas velhas”; “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; e tudo se fez novo.” II Cor 5;17 Tendo Nele, “nascido de novo”, o novo homem é direcionado por melhores valores, promessas, objetivos; o “Tesouro nos Céus” é sua riqueza, não, eventuais conquistas terrenas que se pode obter impiamente, sem aval do Salvador.

Invés de “conquistas” suas para apresentar, não raro, os renascidos trazem chagas, cicatrizes; o preço por terem sido conquistados pelo Senhor. “Desde agora ninguém me inquiete; porque trago no meu corpo as marcas do Senhor Jesus.” Gál 6;17

O “Evangelho” que desafia ao sucesso, invés da santificação, propõe estratégias de conquistas, invés de denunciar pecados, acena com areia onde deveria estar A Rocha. Invés da obediência às Palavras do Mestre, traz a perversão das mesmas, para moldar o que é Santo, às rasteiras conveniências ímpias.

Muitos que se perdem nesse Saara espiritual, acreditam piamente que servem ao Senhor porque profanam Seu Nome, descobrirão tarde demais, que os “oásis” propostos são reles miragens, alucinações dos que andejam demais sobre a areia, e sob ardente calor das cobiças carnais.

“Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo se perder a sua alma?” Mc 8;36

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