quinta-feira, 23 de março de 2023

Nossa paz


“Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em Ti; porque ele confia em Ti.” Is 26;3

Isaías apresenta a paz como uma consequência. “O efeito da justiça será paz; a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Cap 32;17

Perseverarmos firmes em Deus, quando a justiça nos sorri, não é uma tarefa difícil.

Mas, “dona Justa” nem sempre nos convida à sua mesa. “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;” Mat 5;6 Prometeu O Salvador. Devemos seguir fiéis, mesmo quando não fruímos nossos direitos.

Fartura para os que têm fome e sede de justiça será realidade no porvir. No lugar das devidas recompensas, segundo O Divino Juízo. “Porque o Filho do homem virá na glória de Seu Pai, com Seus anjos; então dará a cada um segundo suas obras.” Mat 16;27

Qual o sentido de ajuntarmos tesouro nos céus, se as recompensas fossem todas aqui? Paulo ensina: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cro 15;19

Uma mente firmada no Eterno, necessariamente, terá vigoroso componente de fé; pois, vendo e padecendo injustiças, aflições de toda sorte, o venturoso perseverante continua “vendo” a certeza das promessas, firmado na Integridade Divina, não nas circunstâncias.
“A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, a prova das que se não veem.” Heb 11;1

O homem natural pode estranhar a paz do que é espiritual, bem como, sua firmeza mesmo em face a eventuais decepções. Ouçamos Paulo outra vez: “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

O fato de o Criador conservar alguém em paz, refere-se, sobretudo, ao relacionamento consigo. Pois, “... Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a Palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Tal paz é um patrimônio interior, portanto, não depende do que ocorre nas relações interpessoais.

Quando O Eterno nos ordena algo, a rigor está construindo uma cerca ao nosso redor; se O obedecermos de modo a preservar nossa paz com Ele, assim será; porém, nem sempre estaremos também em paz com quem nos rodeia.

De nossa iniciativa devemos ser promotores da paz. “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá O Senhor;” Heb 12;14 O convívio com semelhantes nem sempre é pacífico, não por nosso desejo, mas, porque, algumas vezes não é possível. “Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.” Rom 12;18

Fazermos ouvidos moucos quando O Eterno fala, também é uma forma de jogar fora esse bem, precioso, nossa paz. O Santo lamentou, no tocante a Israel: “Ah! se tivesses dado ouvidos aos Meus mandamentos, então seria tua paz como o rio, e tua justiça como as ondas do mar!” Is 48;18

De novo, encontramos justiça e paz de mãos dadas. Sendo o outro lado da moeda, dos injustos em atritos, igualmente verdadeiro: “Mas os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar, suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.” Is 57;20 e 21

Nos provérbios encontramos breve apreço da mulher adúltera, como alguém errante e sem paz; “Estava alvoroçada e irrequieta; não paravam em sua casa seus pés. Foi para fora, depois pelas ruas, ia espreitando por todos os cantos;” Prov 7;11 e 12

Quando alguém “procura” algo que sequer sabe o que é, no fundo, foge e disfarça sua fuga apenas. “Os ímpios fogem sem que haja ninguém a persegui-los; mas os justos são ousados como um leão.” Prov 28;1

A consciência foi colocada em nós como um aferidor moral. Adverte antes de maus passos, e traz seu peso, depois que os damos. Samuel Bolton definiu assim: “Se a consciência não for um freio, ela será um chicote.”

O homem que confia em Deus, necessariamente O obedece; tendo puxado o freio no tempo certo, nenhum açoite resta a roubar-lhe a paz.

Pregadores lisonjeiros, que acenam com Divinas promessas, sonegando o necessário compromisso, apenas traem aos inimigos de Deus, invés de promover a paz mediante reconciliação. “Curam superficialmente a ferida da filha do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz.” Jr 6;14

Que o mundo siga exaltando ímpios, glamourizado devassidões, promovendo injustiças, legitimando pecados... nossa paz não está pela impiedade adjacente; “Os que confiam no Senhor serão como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre.” Sal 125;1

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