segunda-feira, 27 de março de 2023

Escarnecedores


“O escarnecedor busca sabedoria e não acha, para o prudente, porém, o conhecimento é fácil.” Prov 14;6

Um provérbio antitético, onde, a segunda parte se opõe à primeira. O que busca pela sabedoria e não a encontra, e outro que, a descobre fácil. Embora o tradutor tenha posto “conhecimento” a estrutura mostra tratar-se da mesma coisa, sabedoria.

Conhecimento é uma posse amoral, que pode muito bem habitar no ímpio ou, no justo; a sabedoria não é tão pródiga assim.

Os dois sujeitos em apreço são opostos por razões morais, não intelectuais; escarnecedor e prudente. O primeiro causa aversão tal, no Eterno, que há uma bênção prometida aos que evitam sua companhia; “Bem-aventurado o homem que... não se assenta na roda dos escarnecedores.” Sal 1;1

Atitudes réprobas aos Divinos Olhos, O Santo espera que sejam também assim, aos nossos; “Senhor, quem habitará no Teu tabernáculo? Aquele... a cujos olhos o réprobo é desprezado; mas honra aos que temem O Senhor...” Sal 15;1 e 4

A falácia que, por Deus Ser Amor aceita tudo, não chega nem perto da verdade. Corresponder ao Seu Amor requer obediência; “... Se alguém Me ama, guardará Minha Palavra, e Meu Pai o amará; viremos para ele e faremos nele morada.” Jo 14;23 Essa bendita habitação nos responsabiliza de tal forma, que devemos manter larga distância, de posturas e ambientes, que esse mundo imoral e “inclusivo” glamouriza.

Honrar alguém pela manifestação de sua fé, está longe de ser um feito dos escarnecedores. Esses, mais facilmente tacharão nossa crença de “discursos de ódio”, ou coisa pior.

Todavia, o prudente leva sua vida de outra forma; “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; o conhecimento do Santo a prudência.” Prov 9;10

Em nome da prudência, aliás, O Salvador ensinou a nem se pregar Sua Palavra onde o nível moral fosse demasiado baixo; “Não deis aos cães as coisas santas, nem lanceis aos porcos vossas pérolas, não aconteça que as pisem e, voltando-se, vos despedacem.” Mat 7;6

Embora, na forma e meios, o Evangelho possa desfilar mediante gente de pouco conhecimento, expressão não mui esmerada, lábios de pecadores como somos, na essência, seus ensinos tratam de coisas santas, com as quais, os escarnecedores não têm menor intimidade.

Dadas as nuances do caráter desses, nasce uma estranheza a perguntar: Por que, os tais, buscariam sabedoria? Para melhor escarnecer? Praticar essa baixaria em “alto nível”?

A sabedoria, por sua essência, recusa-se a atuar como ferramenta de destruição. Mantém distância segura dos habitats da má índole.

O prudente garimpa pelo saber com motivos melhores; a esse Sophia facilita o trabalho; “Se como a prata a buscares e como a tesouros escondidos procurares, então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus. Porque o Senhor dá a sabedoria; da Sua boca é que vem o conhecimento e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo. Ele preservará o caminho dos Seus santos. Então entenderás a justiça, o juízo, a equidade e todas as boas veredas. Pois, quando a sabedoria entrar no teu coração, o conhecimento for agradável à tua alma, o bom siso te guardará, a inteligência te conservará;” Prov 2;4 a 11

Notemos que, antes de se haurir a sabedoria, precisamos conhecer sua fonte; “... entenderás o temor do Senhor e acharás o conhecimento de Deus.” O Eterno É cuidadoso ao escolher para quem a lega; “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos...”

Os que o mundo reputa sábios, muitas vezes não passam de astutos, velhacos. Há uma diferença diametral entre a “Sabedoria do Alto” e as artimanhas rasas dos espertalhões da terra.

Paulo pontuou essa discrepância: “Mas falamos Sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da Glória.” I Cor 2;7 e 8

Tiago ampliou: “A sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e bons frutos, sem parcialidade nem hipocrisia.” Tg 3;17

Se nenhum dos príncipes do mundo conheceu, foi por Divina escolha; “... Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e revelaste aos pequeninos.” Mat 11;25

Paulo reitera e anexa o motivo: “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; escolheu as coisas fracas para confundir as fortes... Para que... Aquele que se gloria glorie-se no Senhor.” I Cor 1;27 e 31

O escarnecedor procura sabedoria e não acha, porque “... Deus não se deixa escarnecer...” Gál 6;7

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