terça-feira, 30 de março de 2021

Os montes baixos


“Por que saltais, ó montes elevados? Este é o monte que Deus desejou para sua habitação; o Senhor habitará nele eternamente.” Sal 68;16

Lapidando-se o ensino de que a fé remove montanhas, as interpretações mais comuns acenam com certos “montes” ausentes na sã doutrina. Circunstâncias adversas do cotidiano pelas quais Deus promete passar conosco, os montes que certos “mestres da fé” prometem remover “em nome de Jesus”; os intérpretes mais sadios vêm em nossas más inclinações, nas obras da carne os alvos.

Contudo, estamos ante “montes” que saltam; do que se pode inferir do texto, rumo a um outro, que O Senhor deseja.

Encontramos montes como símiles da constância confiante dos salvos; “Os que confiam no Senhor serão como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre.” Sal 125;1

Agora temos os montes saltitantes como desejos de tomar para si algo que O Santo deseja. Como são “montes elevados”, parece pacífica a conclusão que se trata de líderes, governantes que disputam com Deus, coisa que o salmo segundo corrobora. “Os reis da terra se levantam, os governos consultam juntamente contra o Senhor e contra Seu Ungido...”

Se, montes deveriam simbolizar firmeza, não movimento “por quê saltais ó montes elevados?
Independente do motivo o texto deixa patente que se insurgem contra Deus. Então, antes de sabermos seus alvos já podemos conhecer seus méritos; A Palavra diz: “Não há sabedoria, inteligência, nem conselho contra O Senhor.” Prov 21;30

Não são sábios, inteligentes nem aconselháveis seus saltos, pois.

Acontece que os “montes elevados,” da Terra, aos Olhos Divinos não são nada altos. “A terra pranteia e murcha; o mundo enfraquece e murcha; enfraquecem os mais altos do povo da terra.” Is 24;4

Desses O Salvador disse: “... Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações; porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15

Como O Senhor chama aos que lhe ouvem para que neguem a si mesmos, e nos diz que “diante da honra vai a humildade”, não há espaço para alturas a ambicionar, para os que são feitos servos do Altíssimo.

Paulo pergunta pelos sábios que colocariam ao Poderoso numa saia justa; “Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo?” I Cor 1;20

O método Divino de escolha é meio “insensato” aos olhos do mundo. “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;21

Esse método “louco” não contaria com a adesão dos “grandes”; de modo que O Eterno decidiu ficar com “o que tem pra hoje” como se diz; “... não são muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem ou, nobres que são chamados. Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; Deus escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante Ele.” I Cor 1;26 a 29

A certeza de termos sido escolhidos nos basta; não precisamos de lugares que não nos pertencem; a Glória do Senhor importa mais que efêmeras e indignas exaltações humanas.

A loucura começou quando foi aceita a sugestão de o humano ser como o Divino. Dessa vertente são os motivos dos “montes elevados” que saltitam de olho num lugar do qual são indignos. Levarão às últimas consequências a sugestão satânica, pois, alienados de Deus, necessariamente se fazem associados daquele.

Como conheceriam à quietude, consorte da paz, se essa deriva da justiça à qual se opõem? “O efeito da justiça será paz; a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Is 32;17

Isaías descreveu-os: “Os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar; suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.” Is 57;20 e 21

Vemos, finalmente, que os “montes” não podem se aquietar; não se trata de escolha seus movimentos, mas de consequências de terem rejeitado ao Eterno. Como disse alguém: Primeiro você faz escolhas; depois, as escolhas fazem você. Invés de buscar a Deus de quem precisam são cegados ao ponto de combatê-lo, como se isso fosse possível.

Enfim, os montes saltam ansiando a saciedade de uma sede espúria, do inimigo. Os da fé que remove os montes, estão saciados em Deus. “... me tenho portado e sossegado como uma criança desmamada de sua mãe; a minha alma está como uma criança desmamada.” Sal 131;2

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