sábado, 6 de março de 2021

Deus aparece


“Disse Deus: Façamos o homem à Nossa Imagem, conforme Nossa Semelhança...” Gen 1;26

“... Os meus deuses, que eu fiz, me tomastes...” Jz 18;24

Duas situações distintas; Deus planejando fazer o homem e um homem afirmando ter feito deuses.

Um fragmento do Gênesis, onde O Criador expõe nuances de como deveria ser o homem; Imagem e Semelhança do Divino; no segundo, um pleito de Mica contra a tribo de Dã, pela posse de certas imagens que ele chamava deuses.

Quando se diz que o homem criado era à Imagem Divina, entenda-se primeiramente que Deus É Espírito; a semelhança é espiritual. As formas que pareceu bem ao Criador moldar do barro são Sua Arte.

Se O Senhor, ou mesmo Seus anjos apareceram em formas humanas, não significa que isso abarca a Plenitude do Seu Ser; apenas que, por razões da Sua Sabedoria decidiu mostrar-se assim.

Há um dito consagrado que a necessidade é mãe das invenções. Ninguém empreenderia a criação de algo, do qual não sentisse nenhuma necessidade. Seria perda de tempo, esforço vão.

Assim, os homens que forjam deuses, de certo modo confessam sua alienação de Deus e consequente vazio espiritual, a clamar por complemento.

O homem que forja deuses os faz segundo sua imaginação. Devaneia com o que desconhece; em cima desses devaneios plasma algo palpável, um ídolo.

Seu autoengano atribui essência à forma; como se, algo bem torneado, acabado teria algum poder por isso.

Isaías denuncia um que faz fogo com parte de uma árvore, e da outra faz um deus para sua devoção. Tão cinza quanto a parte que se queimou é essa diante da qual ele se prostra. “Nenhum deles cai em si, já não têm conhecimento nem entendimento para dizer: Metade queimei no fogo, cozi pão sobre as suas brasas, assei sobre elas carne, e comi; faria eu do resto uma abominação? Ajoelhar-me-ei ao que saiu de uma árvore? Apascenta-se de cinza; seu coração enganado o desviou...” Is 44;19 e 20

“Apascenta-se;” isto é; se faz pastor de si mesmo segundo o próprio coração. Como, o si mesmo no comando foi uma invenção do canhoto, todo o idólatra, direta ou indiretamente é um seguidor dele.

Não forçou barra nenhuma, Paulo, quando disse que os que ofertam sacrifícios às imagens o fazem aos demônios. “Mas que digo? Que o ídolo é alguma coisa? Ou que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa? Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios.” I Cor 10;19 e 20

Por isso, o primeiro passo rumo ao Único Pastor, Jesus Cristo, demanda a ruptura com esse intruso; “Negue a si mesmo!” De todos os ídolos esse é o pior. O homem cheio de si é intratável até entre outros pecadores; que dizer, diante de Deus?

Nós, pela constituição física sempre lidamos melhor com o imanente que com o transcendente; uma pretensa compreensão das coisas visíveis, sem entender as que não são assim.

Mesmo diante do Salvador, o apelo por Deus era antes, visual, que espiritual; daí o dito de Filipe: “Mostra-nos O Pai”. “Não me conheces, Filipe? Eu e O Pai Somos Um.”

O nascer de novo proposto a Nicodemos; invés de entender espiritualmente ele cogitou biologicamente; em seu lugar faríamos o mesmo.

Se Cristo e O Pai São UM, Olhando para Ele vemos Nele também O Pai; “... o resplendor da Sua Glória, Expressa Imagem da Sua Pessoa...” Heb 1;3 

Então, o desafio aos que sentem necessidade de Deus é que abandonem a inócua confiança em si, e se deixem em Cristo, regenerar;
Ele foi categórico; “Sem mim, nada podeis fazer.”

Nele, com Ele, somos ensinados à renúncia das inclinações particulares em prol da Vontade do Pai; invés de contemplarmos Deus de uma forma visível, nossa atuação Nele fará visível a outros, que Ele está em nós; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16

Davi no salmo 19 patenteou que “via” Deus nas obras da criação; um pouco antes, no 17 dissera que esperava contemplar a Face Divina nos valores que Ele esposa, nos quais desejava assemelhar-se, não em algo visível. “Quanto a mim, contemplarei Tua Face na justiça; me satisfarei da Tua semelhança quando acordar.” Sal 17;15

“Os limpos de coração verão a Deus”
, porque essa limpeza que O Espírito Santo Obra, a santificação, remove escamas, acende os olhos da fé; “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá O Senhor;” Heb 12;14

Queres ver Deus? Deixe Ele regenerá-lo à Sua Imagem e O verás bem de perto.

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