domingo, 13 de setembro de 2020

Prova de fogo

“Por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará.” Mat 24;12

Dos últimos dias, O Salvador apresentou essa causa e consequência, alarmantes. Proporcional ao aumento da iniquidade, esfriamento do amor.

Que é iniquidade? Equidade, seu antônimo é o mesmo que igualdade; logo, iniquidade é desigualdade.

Não venha um comunista de plantão com a surrada balela da “justiça social”, que o Evangelho prioriza pobres, etc. “Bem aventurados os pobres de espírito!” Ou seja, os que reconhecem carências espirituais, os humildes.

A igualdade ensinada pelo Salvador é antes, afetiva, que material. “Sempre tereis os pobres convosco”, ensinou. Não mandou mudar isso mediante sistemas políticos corruptos, ateus, injustos e violentos, como o comunismo.

Quando disse: “Ama teu próximo como a ti mesmo”, deixou patente a que espécie de equidade se referia. Isso excede ao “sentir” como se amar fosse mera profissão labial; desafiou à demonstrarmos por obras. “Tudo que quiserdes que os outros vos façam, fazei-lhes também.” Amor tem mais nexo com agir, que sentir.

Então, a equidade desejável é que eu queira para o semelhante as mesmas coisas que almejo para mim; me solidarize com ele nas suas necessidades.

Alguns cristãos entenderam mal a coisa; como se, O Salvador tivesse dito: “Odeia teu próximo como a ti mesmo”.

Ora, quando alguém partilha mensagens tipo, “Que Deus te dê em dobro tudo o que me desejares”, está pedindo justiça em dobro. Que mal tem nisso? Que a justiça desejada contra ele volta contra mim.

O Evangelho, no que tange a nós, não é baseado na justiça; senão, nenhum se salvaria. É Graça, derivada do Amor de Deus. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus.” Ef 2;8

Quando O Mestre ensinou a orar, “Perdoa nossas ofensas, assim como perdoamos quem nos ofendeu...” comprometeu-nos a amar também; pedir que Deus dê em dobro a outrem o que esse me desejar é uma ameaça, não, demonstração de amor. Se, desejo a eles justiça, como desejaria a mim, misericórdia? Seria desigual; portanto, iniquidade.

Se, o viço dessa deriva do esfriamento do amor, esse coloca em relevo o egoísmo, excesso de amor próprio.

O que seria andar a segunda milha com quem demanda uma, senão, ser solícito com dores alheias? O que é oferecer a outra face, senão, dar nova chance a quem falhou conosco?

O pagar na mesma moeda era o costume dos religiosos dos dias de Cristo; Ele desafiou os Seus a ir além; “... Amai vossos inimigos, bendizei aos que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e chuva desça sobre justos e injustos. Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? Se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? Sede vós pois perfeitos, como é perfeito vosso Pai que está nos Céus.” Mat 5;44 a 48

Escrevendo aos cristão romanos Paulo seguiu na mesma levada, disse: “Não vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; Eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.” Rom 12;19 a 21

Pois, o que é o perdão, o suprassumo do Evangelho, senão, dar a outrem o que ele não merece?

Se, amor desleixado esfria, esse engajamento prático que leva a amar até aos inimigos esquenta, uma vez que “amontoa brasas de fogo sobre suas cabeças...”

Uma poderosa figura de linguagem para instar, eventual inimigo, a rever suas razões e ponderar se, é mesmo justificado, o motivo do seu mal querer para conosco.

Vivemos um “cristianismo” tão raso, sem noção, que as pessoas publicam nas redes sociais, uma hora, uma nuance de prostituição, promiscuidade, de nominam liberdade; depois, na mesma página, no mesmo dia, um texto bíblico para vergonha alheia.

Não que cristãos verdadeiros não pequem; falhamos todos os dias; nalguns, grosseiramente; mas, causa tristeza, vergonha, arrependimento. Não publicidade.

Ímpios agem assim; “O aspecto do seu rosto testifica contra eles; publicam seus pecados, como Sodoma; não os dissimulam. Ai da sua alma! Porque fazem mal a si mesmos.” Is 3;9

Quando nos ocupamos mais em ameaçar que socorrer, nosso amor não esfriou; congelou. “... o fogo provará a obra de cada um.” I Cor 3;13; Se, derreter lendo isso, ainda há esperança.

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