sábado, 28 de julho de 2018

A Necessária Vigilância

“Até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós.” I Cor 11;19
O lado “bom” das heresias segundo Paulo é que elas fazem certa triagem entre os sinceros e os hipócritas no seio dos cristãos.

Como se espera a manifestação de alguém sincero num caso desses? Vejamos o exemplo do próprio Paulo; “Mas, quando vi que não andavam bem e direitamente conforme a verdade do evangelho, disse a Pedro na presença de todos: Se, tu, sendo judeu, vives como os gentios, não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus?” Gál 2;14

O deslize pontual de Pedro, como fora público, demandou uma pública repreensão por parte de Paulo. As coisas pessoais devem ser tratadas no âmbito pessoal; “se teu irmão pecar contra ti vai ter com ele...” Mas, em caso de ensino, doutrina ou, postura de alguém de pública responsabilidade, como Pedro, só uma pública correção poderia repor as coisas no lugar.

Na verdade, desde o Antigo Testamento O Senhor avisou que provaria Seu povo, permitindo sinais verdadeiros mediante gente falsa, que, ensinaria heresias desencaminhando-os do Senhor. “Quando profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti, e te der um sinal ou prodígio, e, suceder o tal sinal ou prodígio, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los; não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos; porquanto o Senhor vosso Deus vos prova, para saber se amais o Senhor vosso Deus com todo o vosso coração, e com toda vossa alma.” Deut 13;1 a 3

E pensar que os mercenários modernos fazem filas de “testemunhos” para demonstração dos pretensos “sinais”, de seus ministérios, quando, é a doutrina, o ensino corroborado com os devidos frutos, que define quem é verdadeiro; não, eventual milagre que até o canhoto faz, como fez, aliás, mediante a pitonisa de Filipos, ou, nos dias de Jó.

O Testemunho que agrada ao Senhor não é ter algo para contar; antes, é um novo modo de ser; “Ser-me-eis testemunhas...” Esse ser renascido deve atuar de maneira tal, que seu testemunho de fidelidade será contado por outros, não, pelo próprio; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao Vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16

Então, se, somos desafiados a nos manifestarmos em caso de heresia doutrinária em nosso meio, perante os demais devemos manifestar a Cristo em nosso agir.

Isso de fazer Deus “visível” vem desde antanho; “Guardai-os, pois, e cumpri-os; (os mandamentos) porque isso será a vossa sabedoria e o vosso entendimento, perante os olhos dos povos, que ouvirão todos estes estatutos, e dirão: Este grande povo é nação sábia e entendida. Pois, que nação há tão grande, que tenha deuses tão chegados como o Senhor nosso Deus, todas as vezes que O invocamos?” Deut 4;6 e 7

Uma coisa é a advertência do Salvador que seríamos alvos de perseguições, calúnias; outra seria agir de modo a que nossos acusadores tivessem razão, o que, desqualificaria a ideia de calúnia, tornando a coisa, mera acusação fundada.

O objetivo proposto é que vivamos com lisura tal, que, para falar mal contra nós os oponentes carecerão mentir; “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem, perseguirem e mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.” Mat 5;11

Vemos que, o alvo das acusações somos nós, os servos; mas, o motivo, Cristo em nós. Desse prisma, se, nosso modo de vida após o Novo Nascimento evidencia Cristo, estamos no rumo certo; se, não, temos fundadas razões para duvidarmos de nossa conversão, ou, pelo menos, da necessária edificação.

E sendo Ele a viver em nós, as razões pessoais devem ser entregues a Ele, invés de “pagas na mesma moeda” com o braço carnal; mas, as ameaças que se erguem contra “Seu Corpo”, a Igreja, essas devem ser enfaticamente combatidas; embora Seu Chamado seja universal, a “toda criatura” os ministros são Seus cooperadores, “despenseiros dos mistérios de Deus”, de modo que não devem armazenar impurezas doutrinárias em suas despensas.

Como foi dito o Timóteo, o mesmo se aplica a nós; “... guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente chamada ciência.” I Tom 6;20

“Guardar”, nesse caso, é bem mais que fazer uma ronda ao redor como um vigia qualquer; antes, estar de ouvidos atentos, “anteninhas” do discernimento, ligadas, para que, nenhum ensino espúrio seja recebido em nosso meio, antes, seja exposto, denunciado.

“Nunca se deixe influenciar por pessoas que não possuem princípios. Mantenha-se firme e vigilante, pois, quando a raiz apodrece, a árvore cai.” Hudson Pessini

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Essa coisa antiga, o pecado

“Ninguém, sendo tentado, diga: Por Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e, a ninguém tenta.” Tg 1;13

Pra tentação ser real ela precisa, pelo menos, parecer desejável ao agente e ao paciente dela. No que tange a Deus, não é ludibriado por aparências. Assim, sendo o pecado uma desobediência à Sua Vontade, como, esse lhe pareceria desejável? O Santíssimo encerraria uma contradição? Ansiaria ser desobedecido? Logo, mesmo prescindindo das razões éticas, morais, da Santidade Divina, só pelas veredas da lógica, já vemos o pecado indesejável a Ele.

Todavia, incluindo esses aspectos mais elevados, o pecado desce ainda mais ante Seus Predicados; “Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal; à opressão não podes contemplar...” Hc 1;13 Não apenas indesejar o pecado faz parte de Seu Ser; antes, contemplá-lo apenas já fere Sua Santidade.

“Cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.” V 14 prossegue Tiago.

Há dentro de mim, de você, uma inversão de valores após a queda, pela qual, deixamos de ser Imagem e Semelhança em submissão; pós o “sereis como Deus” praticado nos tornamos egoísmo e concorrência em perversão.

Esses “frutos” são filhos da morte espiritual que, após a queda contaminou toda a espécie humana. Paulo abordando isso não diz que herdamos a má inclinação, antes, herdamos a morte. “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, pelo pecado a morte, assim também, a morte passou a todos os homens; por isso que todos pecaram.” Rom 5;12 Não morreram por que pecaram; pecaram porque estavam mortos.

Mesmo quem não transgredira uma ordem direta do Criador, como Adão, estava igualmente morto, por herança; “... a morte reinou desde Adão a Moisés, até sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão...” Rom 5;14

O Salvador disse que os que ouvissem Suas Palavras passariam da morte par a vida, e que, os mortos ouviriam Sua Voz. Pois, mesmo a promessa da oposição acenando com deidade alternativa, na prática, a submissão a ele forjou uma espécie de “Walking Dead”; vivos no prisma existencial, físico, e mortos no espiritual, separados de Deus.

Em Cristo somos desafiados a desobedecer o monstrengo forjado à imagem do tentador, o ego, “negue a si mesmo” para sermos, então, regenerados conforme o projeto original; o “Novo Nascimento”.

Desse modo, voltando a Tiago, quando adverte que, aquiescer ao pecado gerará a morte está falando, necessariamente, aos que foram redivivos em Cristo. Pois, não há risco de morrer para quem já está morto.

Inicialmente, o teste de obediência, a possibilidade de pecar era ímpar; determinada árvore vetada, apenas; agora, a coisa ainda pode ser unificada sob um signo, desobediência; mas, os desdobramentos são infinitos. Digamos que, o tentador e o tentado “trabalham” com matéria-prima mais abundante.

Todavia, o processo rumo à queda é o mesmo; Após sermos atraídos pelas nossas cobiças, “... tendo a concupiscência, concebido, dá à luz o pecado; o pecado, sendo consumado, gera morte.” Tg 1;15 Com quem a cobiça “transa” para conceber e dar à luz o pecado? A cumplicidade entre tentador e tentado copulam “engravidando” a esse que, dando à luz o pecado sob auspícios da cobiça, “revive” a morte.

Eis o sentido da cruz! A de Cristo em nosso favor foi literal, injusta, dolorosa. A nossa é espiritual, graciosa, pois, não merecemos tal favor; e, bem menos dolorida que a do Salvador. 

Ele morreu; nós somos desafiados a considerar como mortas as más inclinações patrocinadoras das cobiças, andando após Cristo. “Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus. Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas, vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor. Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências; tampouco, apresenteis vossos membros ao pecado por instrumentos de iniquidade; mas, apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos; vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça.” Rom 6;10 a 13

Todo salvo traz em si a dupla natureza; a primeira, inclinada ao pecado acossada pela cobiça; e, o ser espiritual, renascido, que visa balizar os passos no “Caminho Estreito” dos ensinos de Cristo.

Quando meditei nas palavras: “O que é nascido de Deus não peca” deu um nó. Tinha nascido de novo, entretanto, pecava; ainda peco. Quando peco é minha natureza carnal que instiga, o homem espiritual é imagem e semelhança de Deus; não pode ser tentado pelo mal. Sempre que peco desobedeço; ando “na carne”. “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas, segundo o Espírito.” Rom 8;1

quinta-feira, 26 de julho de 2018

O voto reproduz conforme sua espécie

“A complexidade dos humanos começa pela incoerência; pois, a sinceridade machuca e a falsidade é intolerável.” Luiz Humberto Franciosi Junior

Não gostamos que outros sejam falsos para conosco, tampouco, sinceros? Resta o quê? A maioria das pessoas, os medíocres, sobretudo, não se importa que outros lhes sejam falsos, desde que, seja uma falsidade em “seu favor”; digo; que lhes seja lisonjeira, vantajosa. Como cantou Aguinaldo Timóteo: “Mente pra mim, mas, diz coisas bonitas.”

Muitos tentaram definir o humano em sentenças breves; “Um ente social”; “Um ser gregário”; “Um animal político”, etc. Essas definições apontam para nossa necessidade de relacionamento; sem qualificar, que tipo de relacionamento apreciamos, ou, carecemos.

Os filósofos, Sócrates, principalmente, tinham a coerência como fiadora dos seus argumentos; e, a busca pelo saber era, antes, um conhecimento interior das próprias inclinações viciadas, que, de relacionamento indiscriminado com terceiros; “Conhece a ti mesmo.”

Uma pressuposição implícita num debate era que, a coerência seria cara a ambos os oponentes de modo que, algo tido assente por eles serviria como instância de apelação a qualquer uma, que, eventualmente divisasse a mínima incoerência na fala do opositor.

Óbvio que essa “Ferramenta” é indispensável se, alguém empreender uma busca por Sophia. Como estabelecer um gládio de ideias contra uma “Metamorfose Ambulante” também cantada em prosa e verso, que, a cada instante muda de posição? Alguém honesto intelectualmente debater com um assim seria a tentativa inglória de equilibrar-se com um pé em terra firme, outro, na areia movediça.

Assim, um pleito entre um filósofo e um sofista seria um jugo desigual; aquele faria eventuais concessões a bem da verdade; esse mudaria seu dito a cada nova conveniência, pois, prevalecer no debate lhe seria mais caro que achar a veracidade do ser.

Em nenhum aspecto nossa incoerência é tão pujante quanto, na política. Os fisiológicos do interesse imediato fazem as mais espúrias barganhas, sacrificam valores que diziam lhes ser caros, se, vislumbrarem uma tênue vantagem pontual. Por um favor que vige por uma semana sacrificam quatro anos seus e de toda a nação, vendendo seus favores eletivos como fazem as prostitutas com o corpo.

A cada novo desmando dos poderes constituídos vociferam contra a liderança A, ou, B; manifestam suas decepções e acenam com desejo de mudança. Aí, chegam as eleições, aproximam-se, digo, e os mesmos de sempre figuram como favoritos nas pesquisas. O que foi feito do instante desejo de mudança de outrora? Mudou o desejo, acho.

Outra coisa muito comum entre eleitores; eles conseguem ser contra o aborto votando em abortistas; depreciam à censura, mas, votam em gente nitidamente totalitária; desprezam à corrupção, mas, apoiam corruptos. Acham o capitalismo selvagem, opressor, mas, jamais “socializam” suas posses, por abastados que sejam. São pela partilha igualitária das riquezas, mas, das riquezas alheias.

Um braço significativo da Igreja Católica apoia o Socialismo/comunismo; os da “Teologia da Libertação”. O socialista Evo Morales tentou vetar pregações cristãs, católicas e evangélicas na Bolívia; agora, o também socialista Noriega começa a fechar igrejas cometer assassinatos, violências contra ministros na Nicarágua.

E pensar que há tantos incautos com o discurso distorcido que Jesus “fez opção pelos pobres” tentando “cristianizar” esse sistema assumidamente ateu e ateísta; pois, Karl Marx o criador do monstrengo dizia que a religião é “o ópio do Povo”; isto é, uma droga. Seu alvo é a desconstrução dos valores judaico-cristãos da sociedade; destruição da família e seus valores, entenda-se.

Ora, se eu sou contra o aborto, a descriminação das drogas, a ideologia de gênero, a corrupção, a única forma de votar de modo coerente seria votando em alguém que diga abertamente que tem os mesmos valores que os meus. Senão, trairei a mim mesmo, serei uma fraude.

Mas, a maioria é contra isso, a favor daquilo, sem sequer saber direito por que. Foram treinados a repetir conveniências de pilantras sem pensar, e tudo o que fazem é repartir os “frutos” de tal “treinamento”, malgrado, suas escolhas sejam bem incoerentes, insanas como dar um tiro no próprio pé.

Cheias estão as redes sociais de frases sobre semeadura e ceifa; plantio e colheita; ou, a tal “lei do retorno”; tais que compartilham isso devem pensar que vale apenas para as maldades feitas, não, para as burrices; como se, o voto não fosse uma semente, e o trabalho de eventual eleito, o fruto.

Aliás, o determinismo biológico vem desde a Criação, quando, O Criador ordenou que todos os seres vivos reproduzissem “conforme sua espécie”. Eis a Coerência de Deus!

Eu sei, deveria ter chamado aos incautos, eleitores de pilantras, de politizados. Eles curtiriam e me achariam “legal”; mas, eu me olharia no espelho e me acharia um patife. A consciência não pode ser incoerente; por isso, tantos, cauterizam-na.

A Graça possibilita, não facilita

“Rogo-vos, pois, eu, preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados.”

Os que pretendem uniformizar a sorte dos salvos teriam um problema aqui; “... eu, o preso do Senhor, rogo, que andeis...” Dissera Paulo. O preso admoestando sobre os passos dos que eram livres, pois, “a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.” V 7

Os utilitaristas atuais teriam dificuldade de entender como um prisioneiro inocente seria alvo da Graça; normalmente as pessoas não associam Graça a um favor imerecido; antes, ao patrocínio de um desejo almejado; alguém preso, por certo, sonharia ser livre; só assim seria agraciado. Todavia, ao apóstolo, a salvação era suficiente, mesmo que perdesse sua vida, como, de fato, perdeu.

Se, não estamos presos como Paulo, tampouco, somos tão “livres” assim, a ponto de, nossas doentias inclinações prevalecerem à Vontade do Senhor. Somos “presos livres”, como se, usássemos tornozeleiras eletrônicas, que facultam liberdade dentro de certos limites.

A “liberdade” absoluta era para antes, quando, mortos; “Quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça.” Rom 6;20 “Mas, agora, libertados do pecado, feitos servos de Deus, tendes vosso fruto para santificação; por fim a vida eterna.” V 22 Notemos que, a progressão da salvação deve culminar em santificação, o que, resulta em menos poder, no quesito liberdade.

Como qualquer pai amoroso cercearia os passos a um filho se, ele rumasse às drogas ou, outros vícios, assim, Deus, nos disciplina dentro de Seus limites, para nos proteger, não, para limitar.

Os avessos à Sua Disciplina não são Seus Filhos; “Porque o Senhor corrige ao que ama; açoita a qualquer que recebe por filho. Se, suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, não, filhos.” Heb 12;6 a 8

João Batista exortara os “salvandos” a produzirem frutos dignos de arrependimento; Paulo escreveu aos salvos demandando frutos de santificação; requerendo maturidade espiritual. Afinal, santificação, separação do mundo e seus valores pervertidos não é um upgrade possível aos salvos; Antes, uma demanda indispensável, para os que desejam ver a Bendita Face do Santo. “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual, ninguém verá o Senhor;” Heb 12;14

Diferente do que ensina o catolicismo, que santificação seja a operação, em vida, de, pelo menos dois milagres, redundando num processo de reconhecimento e “Canonização” após a morte; a Bíblia ensina que é uma separação paulatina dos valores profanos do mundo, mudando nossos pensamentos pelos Divinos, infinitamente mais elevados, para que sejamos reputados, então, limpos de coração. “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;” Mat 5;8

Esse papo moderninho de que os tempos são outros; a onda é ser “politicamente correto” e, a pretexto de “tolerância” devemos aquiescer com toda sorte de vícios amalgamados ao cristianismo é apenas perversão do inimigo infiltrado; pois, aquilo que é eterno jamais demanda um processo de “atualização” como se, biodegradável fosse.

Desgraçadamente “progredimos” de uma geração de heróis que nem mesmo o martírio era coação suficiente para que negassem a fé, como Paulo; para uma igreja pusilânime, covarde, onde críticas, zombarias são “provas” muito duras; francamente!

Esperam que, a Graça Divina, necessariamente lhes trará facilidades, favores, fama, aplausos, grandeza... Essa seria a “Fé inteligente”, que “toma posse” das chaves disso ou, daquilo. Nos últimos dias os homens serão amantes de si mesmos; tendo aparência de Piedade, mas, negando sua eficácia. Disse Paulo a Timóteo.

Tiago denunciou a duplicidade em Sua Epístola; e, diverso da santificação que O Senhor deseja, essa redunda em impureza. “Chegai-vos a Deus; Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações.” Cap 4;8

Em Cristo somos vocacionados ao Reino dos Céus; se, devemos andar de modo digno, é o “aplauso” Celeste, não, terreno que devemos buscar; Pois, disse O Salvador aos Fariseus: “... Deus conhece vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15

Por aqui podemos estar presos, desempregados, enfermos, humilhados; se, malgrado essas variáveis todas estivermos em paz com Deus, então, inda estaremos sob as asas de Sua Graça. Senão, mesmo que tenhamos ganhado o mundo inteiro, nossa efêmera presunção de donos, de poderosos será apenas o disfarce pontual, camuflagem de nossa prisão eterna.

Muitos que andaram na Fé, segundo a vocação Divina sofreram bem mais que nós; as perseguições lhes impetradas não maculou quem eram; mas, realçou quem o mundo é; “Dos quais o mundo não era digno...” Heb 11;38

Na vereda da fé carecemos de ouvidos para ver melhor.

domingo, 22 de julho de 2018

O Bálsamo do Perdão

“Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como também tive misericórdia de ti?” Mat 18;33

Questão posta a um que foi perdoado em suas múltiplas falhas, e, não quis perdoar a outrem que falhou para consigo.

Temos grande necessidade de receber perdão, dadas nossas muitas falhas; e, dificuldade em doar, por causa do egoísmo. Aqui também, o “negue a si mesmo” cumpre seu papel.

Essa coisa rasa tipo, “perdoo quem merece; sou bom pra quem é bom comigo” é escambo, comércio, não, perdão.

O perdão veraz desafia-nos a sermos bons para quem foi mau conosco, a ponto de fazer inda mais; agir de modo a constranger eventual faltoso para que busque perdão; “Portanto, se, teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se, tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas, vence o mal com o bem.” Rom 12;20 e 21 “Amontoar brasas sobre sua cabeça” não se refere a vingança; antes, constrangê-lo a rever suas razões, uma vez que, quereria mal a alguém que lhe trata bem.

Noutra parte diz mais: “Orai pelos que vos perseguem...”

Certa vez Pedro quis saber até onde O Senhor requereria dos Seus essa coisa difícil, perdoar. “Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete.” Mat 18;21 e 22

Não é um número que deva ser levado ao pé-da-letra; contarmos até 490 vezes e depois não precisamos perdoar mais. A ideia é mais ampla; Quando O Eterno revelou a Daniel o tempo determinado para Sua Obra entre os Judeus, povo de Pedro, disse que duraria “setenta semanas”; isto é: Setenta vezes sete. “Setenta semanas estão determinadas sobre teu povo, sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, dar fim aos pecados, expiar a iniquidade, trazer a justiça eterna, selar a visão, a profecia e ungir o Santíssimo.” Dn 9;24

Assim, Pedro deveria entender da seguinte forma: Enquanto a Obra Misericordiosa de Deus estiver em curso, deveis perdoar sempre, como Deus o faz. Não se trata estritamente de um número; antes, de uma inclinação espiritual.

Todavia, perdão é via de mão dupla; a pessoa que falhou precisa admitir isso e desejar perdão. Que adiantaria dar a alguém algo que ele não quer? Esse é o dilema de Deus, inclusive, que está sempre pronto a Perdoar; renova Suas misericórdias a cada manhã como disse Jeremias; contudo, só perdoa aos que se arrependem; desejam Seu perdão.

Conosco se dá o mesmo. “Ora, se teu irmão pecar contra ti vai e repreende-o entre ti e ele só; se, te ouvir, ganhaste teu irmão; mas, se não te ouvir, leva contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada. Se não as escutar, dize-o à igreja; se também não escutar à igreja, considera-o como um gentio e publicano.” Mat 18;15 a 17

Como vemos há quem erra e não admite que o fez; em particular, perante testemunhas, nem, perante a sociedade inteira; nesse caso, não deseja perdão; seja feita sua vontade.

Há ainda o terceiro tipo, o mais nocivo, talvez; os que querem o convívio amistoso onde carecem perdão, mas, chegam “sem querer querendo”. Pecaram gravemente contra alguém; causaram funda ruptura. Passado um tempo encontram sua vítima e, invés de admitir sua falha e pedir perdão “dividem” a culpa e “se perdoam” junto. Tipo: “Foi bobagem “nossa” vamos colocar uma pedra em cima e tocar o barco; a Obra de Deus continua, dá cá um abraço.”

Se, um fizer isso comigo, já fizeram, aliás, invés de sarar uma decepção dormida, reaviva-a ainda mais forte. Ora, a pessoa feriu de modo intenso, quando teria oportunidade de sanar, com o único remédio possível, arrependimento, tenta fazer meia sola com esperteza? Vai se catar!!

Platão dizia que é fácil perdoar uma criança com medo do escuro; difícil, a um adulto com medo da luz; é o caso aqui.

Claro que o perdão é medicinal, tanto para quem dá, quanto, para quem recebe. Nenhuma medicina se aplica, contudo, sem prévio diagnóstico da enfermidade.

Assim, o “dar de comer ao inimigo, vencer o mal com o bem” é uma forma prática de deixar patente que as “razões” dele não são racionais; constrangê-lo a revê-las, não, ignorar a existência da inimizade.

Enfim, o bálsamo do perdão cura duas feridas com uma dose só; mas, tal passo depende, necessariamente  de quem fez sangrar as mesmas.

“Aquele que não pode perdoar destrói a ponte sobre a qual ele mesmo deve passar.” G. Herbert

sábado, 21 de julho de 2018

"Nossas" Vitórias em Deus

“Em Deus faremos proezas; porque Ele é que pisará nossos inimigos.” Sal 60;12

Certa confusão gramatical aqui; os predicados sinonímicos, “faremos proezas” e “pisará nossos inimigos” atinam a diferentes sujeitos; nós e Deus. De modo a parecer que, o que faremos, Ele fará.

Ensinam-nos os mestres de teologia, sobre inspiração, que, a origem da revelação dos escritores e profetas era Divina; a forma de expor, humana. Assim, a construção era uma amálgama, Divino-humana. De Deus o poder; do homem a disposição de cooperar com Ele.

O Eterno me faria saber de algo e deixaria que eu expusesse com minhas palavras, como me parecesse melhor. Isso explicaria pequenas “discrepâncias” entre os Evangelhos sinóticos. Os mesmos fatos por três repórteres diferentes. Mateus, Marcos e Lucas.

Em Ezequiel vemos um incidente onde Deus ordena algo ao profeta, e, de certa forma, Ele mesmo faz; “Disse-me: Filho do homem põe-te em pé, e falarei contigo. Então, entrou em mim o Espírito, quando Ele falava comigo; me pôs em pé e ouvi o que me falava.” Ez 2;1 e 2

Os defensores da predestinação dizem que, sendo nós pecadores, inclinados ao mal, não poderíamos desejar o bem; os “eleitos” seriam salvos sem cooperação nenhuma, apenas por eleição Divina. O problema mais sério de sua doutrina é que, ao exaltarem a Soberania ferem a Justiça Divina.

Porém, em certo sentido concordo com eles; somos maus e inclinados ao mal, contudo, a mesma “força” que O Senhor deu a Ezequiel dá a todos que escutam Seu chamado; possibilita obediência; porém, o “ouvi o que me falava” a ponto de reagir como o esperado, sempre será escolha humana; senão, não haveria diatribes contra os que resistem. “... vós sempre resistis ao Espírito Santo...” Atos 7;51 etc.

A salvação continua sendo Graça excelsa, mas, ninguém é forçado a aceitá-la. A “graça irresistível” patrocinaria uma parcialidade que destoa da justiça que ama, “O Juiz de toda Terra.”

Os filósofos, Immanuel Kant, sobretudo, faziam distinção entre essência e aparência das coisas. À primeira chamavam Númeno, ou, a coisa-em-si; à aparência, a percepção sensorial, o Fenômeno, ou, a coisa-para-si. Simplificando: Como as coisas são; e, como as percebo.

Quantas vezes ouvimos alguém dizendo que determinada calça ficou pequena, quando, na verdade foi a barriga que ficou grande? Assim, pode Deus parar a Terra por certo tempo enquanto Josué batalha, e o cronista narrar que pararam Sol e Lua. Nenhuma mentira no relato; apenas, uma variável entre o Númeno e o Fenômeno.

Então, quando o salmista diz que “Em Deus faremos proezas, porque Ele pisará nossos inimigos,” está já apresentando essa “fusão” perfeita dos que ouvem a Deus, obedecem-nO, e atuam conforme Suas diretrizes. Dele o Força, O Poder, o “Tesouro”; nossa a submissão, aquiescência, cooperação; o “vaso”. “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus; não, nossa.” II Cor 4;7

Por isso é necessário o “negue a si mesmo”. Enquanto eu estiver no comando da minha vida, O Senhor estará do lado de fora; se, a conversão equivale a uma cirurgia de transplante de coração, onde, o coração endurecido é mudado por outro maleável, não somos tão “anestesiados” assim, a ponto de sermos forçados a querer.

Quando diz: “Porei dentro de vós Meu Espírito e Farei que andeis nos Meus estatutos...” Refere-se aos remanescentes fiéis, que receberam a “água pura” (doutrina) e foram purificados da idolatria.

Para que Deus faça proezas através de nós Ele demanda uma identificação, submissão tal, que possamos dizer como Paulo: “Não mais vivo eu; mas, Cristo vive em mim.” Pois, “Se, alguém me ama, guardará minha palavra; Meu Pai o amará; viremos para ele e faremos nele morada.” Jo 14;23
Embora, “em Cristo” pareça se referir a lugar é um “lugar” tão “invasivo” que acaba mudando o ser; “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo. Tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação.” II Cor 5;17 e 18

O que Deus fez por nós anseia fazer para outros usando-nos; por isso, Ele deu-nos o ministério da reconciliação.

Embora, “vitória” no contexto materialista atual seja a conquista de coisas, as “proezas” que glorificam a Deus são conquistas sobre o pecado, santificação. O Santo não poria mais lenha num fogo que deseja apagar; o egoísmo.

Ele pisará nossos inimigos; o mais cruel de todos, que todo dia quer me matar é meu ego; essa proeza de vencê-lo só é possível em Deus, na cruz. Não consigo amar meu próximo como a mim mesmo, a não ser que Cristo o faça, em mim.

sexta-feira, 20 de julho de 2018

A Primazia do "Segundo Adão"

“Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai, multiplicai-vos, enchei a terra, sujeitai-a e dominai...” Gên 1;28

O Criador estabelecendo ao homem como regente, governador sobre a criação. Uma regência em submissão, claro, o que demandava obediência ao Eterno.

Alguns dizem estupidamente que a “árvore proibida” é uma metáfora para o sexo, como se, esse fosse pecado; não. O sexo em parâmetros lícitos é abençoado; e, o parâmetro Divino é hétero e matrimonial. Como Adão e Eva cumpririam o “Frutificai e multiplicai-os...” sem ele? Deus mandaria fazer algo e puniria ao ser obedecido??

Outros especulam que a dita árvore era a macieira, embora, a Bíblia não especifique que fruto era. À mulher pareceu boa para se comer, agradável aos olhos, e “desejável para dar entendimento.” Essa última parte por causa da mentira de Satã que dissera que eles seriam como Deus, se, comessem.

Que fosse boa para comer, e, agradável aos olhos é de se esperar, por dois motivos: Primeiro; todas as árvores frutíferas do Jardim eram assim; “O Senhor Deus fez brotar da terra toda árvore agradável à vista e boa para comida...” Cap 2;9 Segundo; como o veto era um teste de obediência, submissão, natural que tivesse seus atrativos, senão, sequer faria sentido; seria estúpido como proibir-nos de fazer o que não gostamos.

O “fato novo” ao qual a mulher sucumbiu foi a promessa de um upgrade espiritual; “Sereis como Deus.” Quantas vezes ouvimos, quiçá, dissemos, que, quando algo é proibido é mais gostoso? Por certo esse “mais” não é nosso, mas, é o instigador do pecado que vibra conosco anexando seu prazer de afrontar a Deus, ao prazer natural.

Como o inimigo é “sócio” no desfrute do prazer ilícito faz parecer desejável a nós, aquilo que é desejável a ele; em suas tentações busca nos fazer hospedeiros de seus anseios. Acaso, ser como Deus era um anelo do primeiro casal, ou, dele? Ora, no que era possível, as criaturas serem como O Criador já eram; “Imagem e Semelhança;” o que lhes faltava?

Diz A Palavra: “... sois servos daquele a quem obedeceis, ou, do pecado para a morte, ou, da obediência para justiça.” Rom 6;16

Assim, tendo obedecido a Satã, não, ao Criador, a raça humana, invés de ser como Deus, tornou-se como o maligno.
O segundo “domínio” após perdido o governo sobre a criação foi não uma dádiva, mas, um desafio que mostra nossa incapacidade, nossa miséria, sem Deus. “... o pecado jaz à porta; sobre ti será seu desejo, mas, sobre ele deves dominar.” Gen 4;7

Isso é tão impossível, à raça caída, que, Paulo apresenta o velho homem como “servo do pecado”, não do inimigo, embora, dê no mesmo. Falando aos cristãos romanos disse: “Quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça.” Rom 6;20

Eis a “liberdade” que o usurpador oferece! Ninguém precisa agir em justiça; “faça o que quiseres, pois, é tudo da Lei” foi cantado em prosa e verso. Atualmente vige a “desconstrução dos padrões heteronormativos da moral judaico-cristã”. O mesmo estrume diabólico com outro verniz.

Imaginemos como ilustração, que, estejamos diante de um inimigo poderoso, infinitamente mais forte que nós; tímidos, sedentos e desnutridos em nossa trincheira; de repente surge um “boina verde” sarado, poderoso e diz que deixemos a luta consigo que Ele vencerá em nosso lugar. Se, confiarmos Nele vencerá; será nosso Salvador.

Ora, para que Cristo lute em meu lugar devo entregar-lhe minha vida; “negue a si mesmo”. Na verdade Ele já venceu quando disse: “Está consumado”. Porém, Sua Vitória só se aplica aos que O reconhecem como Senhor, obedecendo-lhE.

Mas, se o usurpador já foi derrotado, por que insiste ainda em tentar aos seres humanos para que pequem? Na verdade tenta só aos salvos; os demais ainda são servos do pecado; o próprio pecado se encarrega de arrastar-lhes ao abismo.

O tentador é “Pai da Mentira” não tem nenhum compromisso com a verdade; assim, segue prometendo o que não possui, e cegando a quem pode para esconder sua derrota. Como Lula na cadeia jurando inocência e honestidade. “O deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo...” II Cor 4;4

Adão perdeu o domínio Terreno e, sua descendência foi dominada pelo pecado. Cristo, o “Segundo Adão” venceu; resgatou ambos os domínios. “... É-me dado todo poder no Céu e na Terra.” Mat 28;18

O governo do homem em submissão ao Criador fracassou; agora, é o Senhorio do Filho do Homem para salvação de todos que se lhe sujeitam.

Os demais seguem “livres da justiça” até serem presas do juízo eterno. Melhor ser servo de Cristo, que “livre” assim. Façamos a melhor escolha.

quinta-feira, 19 de julho de 2018

A Democracia é Grega?

“O diabo foi o primeiro democrata.” George ( Lord ) Byron

Havia um Governo Teocrático estabelecido; o canhoto chegou propondo “igualdade”. “Sereis como Deus”.

Que há de errado com a igualdade? Nada. Soa bem justa, até, quando, não se trata de uma mentira. Pois, como disse Aristóteles, “A pior forma de desigualdade é considerar iguais às coisas que são diferentes.” Entre homem e Deus, nem se fala.

Muitos vendo os privilégios dos “representantes do povo” dizem que, malgrado a Constituição reze que “Todos são iguais perante a Lei”, há uns “mais iguais que os outros.”

Consagrou-se pela repetição um erro de dizer que os gregos foram os inventores da democracia. E não? Bem, Aristóteles era grego; veja acima suas palavras.

Platão defendia que a sociedade possui almas de três naturezas distintas; bronze, prata e ouro. As brônzeas seriam aptas aos trabalhos braçais, comuns; camponeses, sobretudo; as argênteas (de prata) seria a burguesia, artesãos, médicos, advogados, etc. Os de almas áureas, os filósofos.


Pelas próprias figuras usadas, podemos ver quem ele esposava que deveriam ser os governantes das cidades-estados. Os mais sábios; os demais, não teriam aptidão para tal.

Assim, sem forçar a barra, numa abordagem superficial, já podemos ver, que, dois ilustres entre eles defendiam a aristocracia; o governo dos melhores.

Todavia, o pensamento grego não se limitava a Platão e Aristóteles. Tinham problemas cotidianos, em suas Polis (cidades) e para isso convocavam as Ekklesias, assembleias populares, onde, os incumbidos da gestão eram escolhidos dentre todos os cidadãos.

Temendo corrupção em eleições com campanhas, onde, aliciamentos, conchavos, abuso do poder econômico, etc. poderiam guindar um injusto ao poder, criaram uma engenhoca chamada Kleroterion, que, embora fosse mecanicamente diferente, na prática funcionava como um globo desses usados em bingos; escolhiam os “eleitos” por sorteio.

Assim, todos, de fato, concorriam com chances iguais, e quem fosse escolhido uma vez, ficava de fora de sorteios futuros; não havia “reeleição”. Eis a democracia que usavam!

Outro dia um amigo me disse: “Respeito tua moral, valores, ideias, saber... mas, concorra a vereador defendendo-os e verás quantos votos farás”. Eu sei, respondi. Para a “democracia” como está, quem não usar mentiras, promessas fabulosas, barganhas fisiológicas não se elegerá a nada, infelizmente. Lembrei-me de Sócrates o filósofo que admitia sem rodeios, que seria um fiasco se pretendesse exercer política pela falta dessas “qualidades”.

Pois, já havia contextos em que sofistas seduziam incautos com seus discursos para interesseiros fins, o que os filósofos depreciavam.

Quanto a nós o que podemos é buscar o mal menor que, vemos subjacente em ideologias, bandeiras; mas, a rigor, nenhum homem é plenamente capaz de governar sobre outro, pois, precisaria de uma superioridade essencial que lhe falta; em essência, dignidade, é rigorosamente igual, embora, em cultura, valores, aptidão, possa ser diferente, mais apto. O mais sábio dentre os homens disse que há “... tempo em que um homem tem domínio sobre outro, para desgraça sua.” Ecl 8;9

Mas, o que estou propondo, então? Que façamos nossas escolhas por sorteio? Não. Na verdade não estou propondo nada. Apenas rasgando alguns véus para que apareçam as coisas como são.

O mundo tem vera ojeriza à verdade; constrói versões convenientes com a “filosofia” de Goebbels o propagandista do Nazismo o qual dizia que, uma mentira repetida à exaustão tornar-se-ia verdade. Não! Mas, para incautos sim. Che Guevara, o fuzilador de inocentes, assassino de crianças é um “Ícone libertário”; e o terrorista igualmente assassino, Nelson Mandela, um “pacifista moderado” exemplo de estadista. “Sabe de nada inocente!”

Na verdade, o Capiroto o pai da “Democracia” a está usando, manipulando resultados, fomentando revoltas, misérias, morticínios, maquinando assaltos ao poder, tudo para que, entornando o máximo possível o caldo político entre as nações, seu representante, o Anticristo, seja mais que aceito, seja desejado como governante mundial.

O Reino de Deus não foi vencido; apenas suspenso temporariamente enquanto, a longanimidade do Rei espera a adesão de mais súditos ainda.

Por aqui temos meras embaixadas, os escolhidos para Tal, não são por votos nem sorteio; O Próprio Rei enviou Seu Espírito que implanta de graça Suas qualidades, depois escolhe gestores pelas qualidades que “têm”; “Convém que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar... também que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta; no laço do diabo.” I Tim 3;2 e 7

Para os políticos de carreira os cargos são para sua boa vida, danem-se os outros. Para um servo de Deus, seus dons são para um dever sagrado, onde, anseios seus não são melhores que os alheios.

Todos são candidatos, mas, eleitos só os que respondem ao Divino apelo; “muitos são chamados, poucos, escolhidos.”

Contra o Vento

“Senhor, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo monte?... aquele que jura com dano seu, contudo, não muda.

Constância, perseverança; virtudes, das quais, Deus se agrada. Espera isso de nós; Ele é assim; “Jesus Cristo é o mesmo; ontem, hoje e eternamente.” Heb 13;8
Quando alguns pareceram duvidar da firmeza de João Batista, o Senhor perguntou: “... Que saístes a ver no deserto? uma cana abalada pelo vento?” Luc 7;24

Essa figura, infelizmente, abarca a maioria dos humanos. Invés da necessária constância, que, arrostaria eventuais dificuldades são movidos por circunstâncias; “ventos” aos quais se inclinam.

Sobre nenhum outro humano, os ventos das provações sopraram mais forte que sobre Jó; Embora, estivesse seguro de sua integridade, o que faria seu sofrimento, “injusto”, em momento algum cogitou renunciar sua fé; malgrado desejasse uma explicação. “Ainda que Ele me mate, Nele esperarei; contudo, meus caminhos defenderei diante Dele.” Jó 13;15

Diferente fizera sua esposa, que, ao que parece, considerava Deus digno de lealdade, se, cumprisse todos os desejos do “adorador”; senão, melhor blasfemar contra Ele, mesmo perdendo a vida. “Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs tua sinceridade? Amaldiçoa Deus e morre.” Cap 2;9

A “mulher de Jó” continua pujante nos púlpitos modernos nos lábios dos que “não aceitam” isso ou, aquilo; “determinam” aquilo outro; “revoltam-se”, etc. Tais, sequer foram testados ainda, pois, para tanto teriam que ser “nascidos de novo”; vivem meras circunstâncias da vida, muitas vezes fruto da própria negligência ante às oportunidades, ou, por aversão ao trabalho, mesmo; eis a sua “prova”! e, acoroçoados por mercenários patifes, alienados do Santo, são estimulados a essas temeridades, como se, Deus lhes devesse algo, só por que eles o querem.

Ora, a “simples” salvação, sem nenhum acessório é já uma Graça Inaudita, que, nem todos nós juntos, sete bilhões de pecadores, merecemos; muito menos, cada um em particular, como, parecem pretender esses loucos, sem noção.

Se, Deus apenas aceitar meu arrependimento que Sua Própria Palavra e graça ensejam, e, me perdoar em Cristo, já serei eterno Devedor. Nunca mais lhe poderei recompensar por tal dádiva, pois, me faltarão recursos; “Aqueles que confiam na sua fazenda, se gloriam na multidão das riquezas, nenhum deles de modo algum pode remir seu irmão; dar a Deus o resgate dele; Pois, a redenção da sua alma é caríssima...” Sal 49;6 a 8

Essa energia dispendida lutando contra, num vero convertido deve ser canalizada para a luta “com” Deus. O “não aceito”; “me revolto contra;” têm seu lugar, se, forem diatribes às dissoluções pecaminosas do mundo que nos assediam.

Um salvo, antes de se inquietar com circunstâncias, deseja adequar seu ser, pensar e agir, ao de Deus a Quem é grato pela salvação; “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque os meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os meus, diz o Senhor.” Is 55; 7 e 8

Ou, nas palavras de Paulo; “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12; 1 e 2

Desgraçadamente, posturas que há poucas décadas eram vergonhosas, ultrajantes, hoje, são glamurizadas, motivo de “orgulho”; por que essa mudança? A Palavra de Deus apresenta os últimos dias como de urgência de Satanás; “... porque o diabo desceu a vós; tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo.” Apoc 12;12

Essa urgência destrutiva se reflete, óbvio, no ser daqueles sobre os quais governa; “... nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites que amigos de Deus.” II Tim 3;1 a 4

Enfim, fé sadia não é um poder que temos para usar e transformar circunstâncias adversas para que as coisas fiquem como queremos; antes, uma confiança inabalável, na Bondade, Amor, Integridade e Sabedoria Divinas, que, mesmo que sejamos desafiados a passar pela água ou, pelo fogo, não mudaremos. Pois, se O Eterno permite isso, tem Seus motivos.

Somos soldados de Cristo em campo de Batalha. Aconchego da família, condecorações eventuais, os vencedores receberão após a guerra, não, durante ela.

Ninguém mais Batalhador que O Senhor dos Exércitos e não desejaria covardes em Suas fileiras; “O justo viverá da fé; e, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele.” Heh 10;38

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Camuflagem da dor

“A bênção do Senhor é que enriquece; não traz consigo dores.” Prov 10;22

Será que a riqueza derivada da bênção do Senhor tem a ver com posses materiais? Teria O Eterno uma escala de valores capaz de mensurar as coisas como são, deveras, ou, isso deve ser feito por nossa medida?

Usualmente dizemos: “Quem vê cara não vê coração;” patenteando, com isso, que somos potencialmente reféns do engano. Deus corrobora quando diz: “Há caminhos que ao homem parecem direitos, mas, no fim, são caminhos de morte.”

Diz algo mais preciso ainda: “... o Senhor não vê como vê o homem, pois, o homem vê o que está diante dos olhos, porém, o Senhor olha para o coração.” I Sam 16;7

Assim, nada mais justo e prudente que O Senhor avalie o veraz valor das coisas; pois, nós, pacientes do engano poderemos ver diamantes onde há vidro, e vice-versa.

As coisas do reino material são secundárias aos olhos Divinos; o essencial é a vida. Não, a existência, como pensam uns, que, em suas “filosofias” de botecos dizem: “Vão-se os anéis, ficam os dedos.” No caso, os “dedos” preservados é apenas a vivência terrena, que, se, é mais valiosa que os “anéis,” as posses, digo, ainda está a anos-luz do excelso valor da vida espiritual, porque, eterna. Para essa, até a existência terrena pode ser aquilatada como “anel”, pois, a morte de um salvo é antes, uma coroação, que, uma perda.

Dessa, aliás, falou O Salvador quando disse que uma alma salva vale mais que o mundo inteiro perdido. Assim sendo, quando diz que, a Bênção do Senhor enriquece necessária se faz a conclusão que, ela traz-nos, vida, não, posses.

Na verdade traz sabedoria espiritual, que, permite ver onde se abrigam as coisas mais valiosas. “Porque a sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas, a excelência do conhecimento é que sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;12

Por isso “Sophia” peleja conosco para que vejamos melhor; “Aceitai minha correção, não, a prata; o conhecimento, mais que o ouro fino escolhido. Porque melhor é a sabedoria do que os rubis; tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela.” Prov 8;10 e 11

Enquanto as riquezas mundanas prestam-se à ostentação, as espirituais camuflam-se muito bem com as vestes da humildade; podem “hibernar” sob circunstâncias muito adversas, mas, quando oportuno, O Próprio doador, O Senhor, as despertará. “Também vi esta sabedoria debaixo do sol, que para mim foi grande: Houve uma pequena cidade em que havia poucos homens; veio contra ela um grande rei, a cercou e levantou contra ela grandes baluartes; encontrou-se nela um sábio pobre, que livrou aquela cidade pela sua sabedoria, e, ninguém se lembrava daquele pobre homem. Então disse eu: Melhor é a sabedoria que a força...” Ecl 9;13 a 16

Se, já a tínhamos visto superior aos bens, agora a temos superando também à força. Então, quando nos enriquece, O Senhor dá-nos vida e força, para a necessária luta no usufruto dela.

Embora, pareça contraditório, essa força só co-habita com nossa fraqueza; digo, com a total dependência de Deus, pois, quem “faz da carne mortal seu braço” como dissera Jeremias, aparta seu coração do Senhor. Desse modo chegamos à instrução dada a Paulo: “Minha Graça te basta, porque Meu Poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o Poder de Cristo. Por isso sinto prazer nas fraquezas, injúrias, necessidades, perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque quando estou fraco, então, sou forte.” II Cor 12;9 e 10

Então, o processo Divino que anda na contramão do mundo obra por nos enfraquecer, a cruz, para, depois nos enriquecer na Sua Força. O casulo até tem sua utilidade, enquanto a borboleta não voa; contudo, depois do milagre da vida é apenas um rejeito qualquer; assim, as “demais coisas” em face ao ingresso no Reino de Deus.

Os da “prosperidade” não erram apenas no método, o escambo vil, como se, O Eterno fosse mercador; erram também o alvo, pois, ainda que sua luneta finja focar o Céu, a lente é reversa, volta-se pra Terra. “Acautelai-vos, guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui.” Luc 12;15

A Bênção do Senhor “não acrescenta dores”, além das necessárias, a cruz. As mensagens sem cruz, por indolores que pareçam, pontualmente, são as mais dolorosas; uma vez que patrocinam flagelos eternos. 

Assim como o determinismo biológico limita que os seres se reproduzam segundo suas espécies, as consequências das escolhas arbitrárias serão segundo seu valor.

Quem labuta só por matéria levará o quê, para o reino do Espírito?

sábado, 14 de julho de 2018

Orando às Paredes

“Minha alma tem tédio da minha vida; darei livre curso à minha queixa, falarei na amargura da minha alma. Direi a Deus: Não me condenes; faze-me saber por que contendes comigo.” Jó 10;1 e 2

Os estoicos, filósofos da antiguidade, em sua rigidez moral consideravam que a imperturbabilidade ante as paixões era a virtude esperável dos homens sábios. Embora, certa postura firme diante das provações encontre amparo bíblico, não é intenção do Criador que passemos alheios às emoções, como se, pudéssemos pairar acima delas.

O preceito Divino, no aspecto social ensina empatia; “Alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que choram;” Rom 12;15 no prisma pessoal, uma reação de acordo com o sentimento; “Está alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém contente? Cante louvores.” Tg 5;3

Dar vazão às nossas emoções é a ordem natural, pois, se não o fizermos, poderemos dar azo às ditas, dores psicossomáticas, onde, os males da alma atingem ao corpo; o estranho não poderá fazer isso em nosso lugar, uma vez que, “O coração conhece sua própria amargura, e o estranho não participará, no íntimo, da sua alegria.” Prov 14;10

Assim sendo, Jó tomou uma atitude saudável quando disse: “Darei livre curso à minha queixa...” O problema de muitos do nosso tempo é que tencionam comprar remédios em açougue; digo, fazem suas queixas no lugar errado.

Voltemos a Jó: “Direi a Deus... faze-me saber por que...” Suas íntimas amarguras que ensejavam tédio eram assunto para uma conversa com Deus. Em nosso tempo, a amargura das pessoas tem patrocinado ferinas “indiretas” em redes sociais, subprodutos da inveja, malícia, vaidade, ódio; ou, as tristezas patrocinam estúpidas “orações” nos mesmos espaços, invés de fazê-las a Deus.

Ora, uma “súplica” feita diante de todos como nesses casos, deixa claro que o suplicante anseia mais a aprovação humana que a Divina; não faz um milímetro melhor que os Fariseus dos dias de Cristo; “Quando orares, não sejas como os hipócritas; pois, se comprazem em orar em pé nas sinagogas, às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas, tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.” Mat 6;5 e 6

Muito do que se veicula nas ditas redes não passa de drogas; alucinógenos psíquicos com os mesmos efeitos, digo. Sempre tem um programa que me diz “quem fui na vida passada”; “como terminarei meu ano”; “qual frase define meu ser”; “qual casa terei no futuro”; “me traz uma mensagem do além” de entes queridos; até, a promoção da suja ideologia de gênero, onde mostram a cada um, como seria se, fosse do outro sexo; etc.

Os incautos consomem esse lixo em doses cavalares; de modo a perderem contato com a realidade alienados por placebos como esses, invés de cultivarem um sadio relacionamento com Deus, e ante Ele, exporem suas alegrias e dores.

O controle mundial do Anticristo que se apressa será mediante tecnologia, uma vez que, não possui os Divinos atributos; Onisciência, Onipresença e Onipotência. As pessoas facilitam expondo suas vidas nas redes sociais. Cada nuance tem que ser publicada; sentindo-se assim, ou, assado; passeando em tal e qual lugar, etc.

Acaso esses sistemas, além da exposição desnecessária nos oferecem alguma vantagem, algum cuidado? Não. Oferecem asas às nossas tolices, o que nos expõe desnecessariamente, invés de proteger.

Entretanto, os pleitos saudáveis colocados ante O Senhor têm melhor resposta; “Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte; lançando sobre Ele a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós.” I Ped 5;6 e 7

Ora, as pessoas em sua imensa maioria não estão nem aí para nós; se, estivermos mal, dane-se! Se, bem, nos invejam. Então, apesar disso tudo devemos amá-las, não no sentido de favorecer a má índole, mas, de ajudar a ver melhor, socorrer, quando possível, orar por sua salvação; contudo, não esquecermos que quem ainda está alienado do Salvador, bem pode se tornar um instrumento maligno; prudência, pois.

Afinal, seria estúpido orarmos a uma imagem de escultura que não pode ouvir nem, responder; pior, abrirmos nossos corações para gente que faria mau uso do que soubesse sobre nós.

Não que devamos evitar nossa interação social de um todo; mas, há coisas que deve ser Ditas ao Senhor apenas.

Jó fez “ouvidos moucos” aos “deslikes” dos seus incautos amigos; dirigiu ao Senhor sua súplica, e na hora certa recebeu o socorro que carecia. Aprendamos com ele, pois. “... Ouvistes qual foi a paciência de Jó; vistes o fim que o Senhor lhe deu?” Tg 5;11

domingo, 8 de julho de 2018

Adoração; causa ou, consequência?

“Regozijai-vos no Senhor, vós justos, pois, aos retos convém o louvor. Louvai ao Senhor com harpa, cantai a Ele...” Sal 33;1 e 2

“... aos retos convém o louvor...” Desde o primeiro “culto” prestado na Terra, temos a “jurisprudência” do que é aceitável a Deus, e, o que não. Embora as igrejas da moda digam que quanto maior o “$acrifício” mais fé, portanto, maior aceitação, O Eterno interessa-se mais pela retidão do ofertante, que, pelo montante, ou, tipo da oferta.

Malgrado, já tenha lido muitos comentaristas Bíblicos dizendo que, Abel foi aceito por ter trazido um sacrifício de sangue; Caim, rejeitado, por ter trazido frutos da Terra, a Palavra de Deus não diz que esse foi o motivo da aceitação de um, e rejeição de outro, antes, diz: “... atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta. Mas, para Caim e para a sua oferta não atentou...” Gên 4;4 e 5

Antes de olhar para a oferenda o Senhor olha o coração do ofertante para identificar seus motivos. Os motivos de Caim, por certo, não eram os melhores dada a repreensão que ouviu: “Se, bem fizeres, não é certo que serás aceito?” v 7 Nada autoriza a inferir que, “fazer o bem” equivalesse a mudar o tipo de oferta.

Mediante Malaquias O Santo denunciou o culto hipócrita de gente indiferente, cujas ofertas, eram reflexos dessa indiferença e falta de temor; por rejeitar tais pessoas, disse O Senhor, que aborrecia seu culto também; “Quem há também entre vós que feche as portas por nada; não acenda debalde o fogo do meu altar? Eu não tenho prazer em vós, diz o Senhor dos Exércitos, nem aceitarei oferta da vossa mão.” Mal 1;10

Com o coração adorador, despido de emulações, egoísmos, interesses vis, até as duas moedas da viúva pobre se fazem uma grande oferta; porém, quem abrigar inimizades, partidarismos, mágoas, ou, coisas afins, não importa o que traga para oferecer, não será aceito. “Portanto, se trouxeres tua oferta ao altar, e, te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta; vai reconciliar-te primeiro com teu irmão; depois, vem e apresenta-a.” Mat 5;23 e 24

O culto aceitável sempre será consequência do relacionamento com Deus, não, a causa.

Entretanto, temos uma geração de “adoradores” cuja dita, se dá diante de grandes plateias, cantando letras ufanistas, a maioria das quais, não resiste a um escrutínio bíblico, como se, o canto comercial e egocêntrico fosse adoração que O Eterno deseja. A esses diria como nos dias de Amós: “Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas violas. Corra, porém, o juízo como águas, e, justiça como o ribeiro impetuoso.” Am 5;23 e 24

Com pretexto de “contextualizar” alcançar todos os públicos, têm emporcalhado as músicas produzindo verdadeiros lixos que até o bom gosto humano rejeitaria, mas, é “oferecido ao Senhor”. Se, a pessoa importa mais que a oferta, e é assim, também é certo que, um fiel que adora ao Senhor deveras, invés de plagiar porcarias, esforçar-se-á para produzir o melhor e agradar a Deus, como disse Davi certa vez: “...Não darei ao Senhor aquilo que pertence a você, nem oferecerei holocausto que não me custe nada". I Crôn 21;24

De qualquer forma, a qualidade da oferta pode ser sublime, mas, se a vida do ofertante for desprezível, tudo estará perdido. “Por isso, quando estendeis vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; ainda que multipliqueis vossas orações, não as ouvirei, porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer mal.” Is 1;15 e 16

Por isso, antes de sermos adoradores carecemos edificação pelo Espírito, pois, a única adoração aceitável ao Santo é “em espírito e verdade”, daí, “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual, sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” I Perd 2;5

Lembro de muitos pregadores que, por vício, acossavam suas plateias a fazer barulho, enquanto diziam que Deus falava por eles; cáspita! “... chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos, pois, não sabem que fazem mal.” Ecl 5;1

Se, estamos em falta, sempre estamos, o silêncio submisso que atenta para a Voz de Deus é a “adoração” que nos cabe. “Assente-se solitário, fique em silêncio; porquanto Deus o pôs sobre ele. Ponha sua boca no pó; talvez ainda haja esperança.” Lam 3;28 e 29

Porém, se alguém se dispõe a cantar louvores, certifique-se que tem andado em retidão; assim, seu louvor não terá motivos colaterais, será aceito; pois, sua vida já O Louva.

sábado, 7 de julho de 2018

Os "Sem igreja" e seus frutos

“Está escrito: A minha casa é casa de oração...” Luc 19;46

A turma dos desigrejados que eventualmente se decepcionou com algum ministro, ou, instituição, tem produzido muitos vídeos onde ataca o “sistema” o dízimo, as congregações, uma vez que, “Deus não habita em templos feitos por mãos humanas;” habita em nós.

Sendo assim, por que Jesus chamou o templo de “minha casa”? Porque, mesmo O Santo habitando no espírito de quem se converte, tem zelo pelas coisas que se dedicam a Ele, pois, envolve Seu Nome, ao qual, não se deve tomar em vão; “... qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Ademais, congregações não são feitas para morada de Deus, mas, como o nome diz, para que nela congreguem-se, prestem culto, como um corpo, aqueles nos quais Deus habita.

Se, alguns constroem extravagâncias para própria glória, isso mostra a doença desses, não, invalida o labor de gente séria. Há ordenanças aos salvos, como, batismo, Santa Ceia, discipulado, etc. que demandam um espaço físico assim; como esses sem igreja engajados atuam? Ou, apenas ignoram e vivem de atacar aos que fazem?

A ideia de servir em congregação é Bíblica, não, humana; “consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, não deixando nossa congregação, como é costume de alguns...” Heb 10;24 e 25 Portanto, o argumento contra congregações é fajuto.

Com o dízimo se dá o mesmo; a manutenção do trabalho requer recursos; as igrejas sérias prestam contas aos seus membros sobre a tesouraria; “Deveis fazer essas coisas, (dizimar) sem omitir aquelas; (o juízo a misericórdia e a fé)” Ensinou O Salvador.

Os amantes do dinheiro disfarçados de servos altruístas ignoram que há um componente espiritual nos dízimos; “Honra ao Senhor com os teus bens, com a primeira parte de todos os teus ganhos.” Prov 3;9 Ele mesmo denunciou uns que o “honram” com os lábios, mas, o coração está longe. Uma forma prática de demonstrar honrá-lO é preocupar-se de modo a ser partícipe, na manutenção e expansão da Sua Obra. A viúva pobre com duas moedas de oferta deu mais que os que despejavam sobras por causa do coração envolvido na sua oferta. O Senhor elogiou sua abnegação invés de criticá-la como fazem esses inúteis.

Aliás, os que lhes dão ouvidos, o que devem fazer? Sair do “sistema” e cada um por si? Onde se reúnem, ceiam, batizam, dicipulam, para onde enviam missionários? Quais os frutos do seu trabalho? Ou, para quem trabalham, se, desprezam a tudo e a todos, rejeitam por atacado qualquer coisa que se pareça com Igreja, embora, o juízo será individual? “... cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12

Como há mercenários, mercadores de bênçãos, esses bravos defensores da “Santidade” emparelham todos sob a pecha de “sistema”; parecem o Lula combatendo a “zelite”. O que a Bíblia diz? “... houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores... por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas;” II Ped 2;1 e 3
A existência de falsários entre os verdadeiros não diminui a esses, antes, aqueles evidenciam ao combate do inimigo apenas, todavia, “sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia do juízo, para serem castigados;” v;9

Quando uma liderança, ou denominação é flagrantemente mercenária, com discernimento nós mesmos podemos manter distância; quem se identifica com mensageiros corruptos pregadores de facilidades em troca de moedas, no fundo, é um corrupto também; merece-os.

Porém, caso sejamos enganados onde parece ser idônea a coisa, ai, confiemos que na hora certa Deus fará separação entre joio e trigo.

Nesses tempos onde tudo se vende, até água, não se dá um passo sem algum dinheiro; mas, esses bravos “altruístas” pretendem que se “pregue a toda criatura” indo “Por todo o mundo” voando em tapetes mágicos; hipócritas!

As Igrejas sérias patrocinam missionários na África, Ásia, etc. com recursos que arrecadam. Mas, secando a fonte como ficariam os socorridos por ela? Eis alguns frutos que esses amantes do dinheiro produziriam se, suas perversões diabólicas fossem levadas a sério.

Óbvio que seus vídeos alcançam grande repercussão, pois, o número de gente fiel é ínfimo. Há um ditado que diz que não se pode lavar algo com lama. Pois, esses, invés de combater apenas os mercenários que extrapolam meios e fins, lícitos fazem terra arrasada, como se, a existência do diabo anulasse a de Deus.

Deveriam ler os Provérbios de Salomão; aprender algo sobre a aparente sabedoria de uns que calam suas bocas.

“Os ataques da inveja são os únicos em que o agressor, se pudesse, preferia fazer o papel da vítima.” Niceto Zamora

quinta-feira, 5 de julho de 2018

E os que morreram sem ouvir de Cristo?

“Quem crer e for batizado será salvo; mas, quem não crer será condenado.” Mc 16;16

Temos duas sentenças categóricas sobre determinadas respostas ao amor de Deus. Salvação, ou, condenação. E, quem não recebeu o convite do Evangelho? Não pôde reagir de uma forma ou, outra, como será?

Natural inquirirmos como serão julgados os que jamais souberam do Feito de Cristo em seu favor; dá o que pensar mesmo. Diferente dos temas doutrinários onde pode-se tomar posições seguras, em assuntos polêmicos, não muito claros, podemos dar um parecer apenas, se possível, baseado em indícios bíblicos; esse é o intento aqui.

Paulo ensina: “Até à lei estava o pecado no mundo, mas, o pecado não é imputado, não havendo lei.” Rom 5;13 Se, o “salário do pecado é a morte”, porém, aqueles morriam sem a imputação do pecado (sentença), então, a morte “salarial” em apreço é espiritual; alienação de Deus, não, separação de alma e corpo, simplesmente. Pois, “... a morte reinou desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão...” v 14

A diferença do pecado de Adão para os demais foi que, ele transgrediu uma ordem direta do Criador, portanto, não pecou “sem lei”.

O Amor Divino pela justiça faz questão que seja anunciado o Evangelho a “Toda criatura.” Só depois, o fim. Entretanto, como julgaria Ele, aos que não tiveram ocasião para arrependimento?

Pedro diz: “Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas, vivificado pelo Espírito; no qual foi e pregou aos espíritos em prisão; os quais, noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé...” I Pd 3;18 a 20

O dilúvio foi juízo, então, por que Cristo iria, em Espírito, e pregaria salvação para eles? Talvez, porque o juízo foi temporal, referente à vida física apenas; um basta! Divino à violência e iniquidade de então, deixando em suspenso a questão da vida eterna.

Pedro diz mais: “Os quais hão de dar conta ao que está preparado para julgar os vivos e os mortos. Porque por isto foi pregado o evangelho também aos mortos, para que, na verdade, fossem julgados segundo os homens na carne, mas, vivessem segundo Deus em espírito;” Cap 4;5 e 6

Como são julgados os homens na carne? Quem crer... será salvo; quem não crer será condenado. Talvez, lá não haja necessidade de batismo; a identificação com O Salvador se daria sem esse ritual.

Como os ladrões da cruz, ambos eram “mortos” já, no tocante às obras dessa vida; tudo o que podiam fazer era crer para salvação, ou, seguir para perdição; um, o fez. E, ainda por questão de justiça, se pode inferir que Cristo foi a eles despido de Sua Glória, como veio a nós. De modo que a fé deveria basear-se em Sua Palavra e Integridade, sem assessoria das vistas.

Então, quando diz que está preparado um Tribunal para julgar vivos e mortos, não se refere à condição espiritual dos julgados, pois, vida, e morte espiritual já são sentenças de julgamento. Mas, refere-se ao “existenciário” em que, cada um respondeu ao chamado do Amor Divino.
“Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas, passou da morte para a vida.” Jo 5;24

Assim sendo, o verso seguinte de João tinha outro endereço, invés do usualmente pensado, quando O Salvador disse: “Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus e os que a ouvirem viverão.” V 25 “Agora” no prisma Eterno pode esperar uns meses.

Se, essas especulações, a meu ver, plausíveis, são válidas, então, o mesmo se aplica para todos os povos após o Dilúvio; até os dos dias atuais que, eventualmente morram sem ouvir as Boas Novas, pois, como disse Abraão “Acaso não faria justiça O Juiz de Toda a Terra?”

O Senhor disse mais: “Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos que estão nos sepulcros ouvirão Sua voz. Os que fizeram o bem sairão para ressurreição da vida; os que fizeram o mal para ressurreição da condenação.” Jo 5;28 e 29

Normalmente pensamos nesse texto como arrebatamento de uns, juízo de outros; reiterando, se, a morte física fosse seu juízo, não careceriam da “ressurreição para condenação.” Fazer bem, ou mal, no caso, invés de abonar a salvação pelas obras, valora sua reação à Obra de Deus, e, “... A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que Ele enviou.” Jo 6;29

quarta-feira, 4 de julho de 2018

O Salvador e o Mercador

“Disse-lhe o diabo: Darei a ti todo este poder e sua glória; porque a mim foi entregue; dou-o a quem quero. Portanto, se tu me adorares, tudo será teu.” Luc 4;6 e 7

Satanás oferecendo o mundo a Jesus, em troca de adoração. Algo precisa ser dito a respeito da posse do planeta antes de surgirem mal entendidos; ouçamos O Senhor “Se eu tivesse fome, não te diria, pois, Meu é o mundo e sua plenitude.” Sal 50;12 Nada mais justo que a Ele caibam os “direitos autorais”.

Quando Satã diz, “a mim foi entregue” trata-se de uma permissão temporal que O Eterno lhe deu para que, validasse na arena dos fatos, os argumentos “comerciais” com os quais seduziu anjos. “Na multiplicação do teu comércio encheste teu interior de violência, e pecaste; por isso te lancei profanado, do monte de Deus; te fiz perecer, ó querubim cobridor...” Ez 28;16

Assim, as melhores coisas que ele tem a oferecer para eventuais seguidores não são suas, mas, de Deus. A diferença inicial entre O Todo Poderoso e o usurpador é que Aquele requer, ser, para, então desfrutarmos, no Seu tempo, das coisas que nos dá. O Inimigo acena com ter, mesmo sem conteúdo, pois, seu ser é tão nefasto que jamais seduziria alguém, se, devidamente conhecido. Por isso, Deus ama a luz que O Revela; Satã, as trevas que o disfarçam.

Mesmo não estando expressa a forma de adoração que desejaria o falsário, basta pegar a prescrição Divina aos seus, e olharmos de modo oposto. “Deus é Espírito, importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” Jo 4;24

E, mesmo satã sendo, também, espírito, lambuza-se com as sujeiras da carne, e, não tem nenhum problema com a mentira, antes, ama-a. Sendo ele, o rebelde-mor, alistou a carne pós queda para sua rebelião; “... a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à lei de Deus...” Rom 8;7 Por isso a necessidade da cruz. A rebelde deve morrer.

Quanto à mentira Satã é genitor; “... Ele foi homicida desde o princípio; não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, pai da mentira.” Jo 8;44

Além de mentiroso é astuto; mesmo quando fala a verdade, eventualmente, há uma mentira por trás, no objetivo, na intenção. Assim, tem muitos ministros seus, de Bíblia em punho fazendo-se crer, Ministros de Deus. “... o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que seus ministros se transfigurem em ministros da justiça...” II Cor 11;14 e 15

Como se pode diferenciar uns de outros? Os falsos dos verdadeiros, digo? O Senhor ensinou a conhecer a árvore pelos frutos, mas, mesmo isso ainda pode ser passível de engano. Do hábito natural imanente onde vivemos tendemos a ver “coisas” como frutos; se, fosse isso mesmo, o inimigo que ofereceu o mundo a Cristo, seria mui frutífero. Se, “Deus é Espírito” como vimos, natural que os frutos que anseia sejam dessa dimensão também.

João Batista quando começou seu ministério, entre outras coisas disse: “Produzi frutos dignos de arrependimento...”.
Assim, o arrependimento é uma “árvore de vida”; as mudanças de atitude decorrentes, os devidos frutos. Paulo expressou de modo claro: “O fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.” Gál 5;22

Como vemos nada tem a ver com coisas; são todos predicados do Ser, a despeito de termos ou, não, vida confortável.

Então, quando um ministro nos desafia ao arrependimento, mudança de atitudes segundo Deus e Sua Palavra, esse é um idôneo mensageiro de Cristo. Por outro lado, os mercadores de bênçãos, que, invés de encorajar a ajuntarmos Tesouros no Céu nos acossam com as riquezas da Terra, são só embaixadores de satã, de novo oferecendo o mundo, aos que podem vir a ser de Cristo.

O mundo, como vimos, é do Criador; Ele não viria verter Seu Sangue Precioso para buscar o que já possui. Antes, Seu alvo são almas que se perderam seguindo ao impostor “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.” Luc 19;10

As coisas são meios, não, fins. Aos que militarem pela Sua Causa, O Senhor se encarrega de suprir; “Buscai primeiro o reino de Deus, e sua justiça e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

Quem confia em Deus a Ele se entrega sem reservas; quem pretende um escambo, condicionar obediência ao usufruto de coisas é só um mercador, herdeiro daquele que comerciou nos céus.

Ter fé é assinar uma folha em branco e deixar que Deus nela escreva o que quiser.” Agostinho

terça-feira, 3 de julho de 2018

O Elefante, o Circo e a Copa do Mundo

A tecnologia lograra feitos que, antes eram fictícios, e a Brazil’s Corporation, claro, não deixara de fazer uso dos seus benefícios.

O mais valioso era sem dúvida, o que a empresa chamava de SJF “Special Job Force” (força especial de trabalho) sendo essa, a metade da mão de obra empregada; humanoides, frutos do esmero tecnológico que, se “alimentavam” periodicamente plugados, senão, seriam confundidos com humanos.

Não fossem certas restrições do Ministério do Trabalho, e todos os funcionários seriam desses; pois, não recebiam salários, direitos trabalhistas, não ficavam doentes, venciam vastas jornadas com cargas módicas de energia, sua eficiência era comprovadamente superior, e a manutenção muito barata na relação com os benefícios.

Assediados pelos agentes do Sindicato da Força Convencional, alguns trabalhadores resolveram protestar. Aquilo era uma competição desproporcional. Eles eram humanos, não, máquinas; e ter que fazer as mesmas coisas no mesmo período de tempo era uma exigência injusta.

Vencidos os temores iniciais de perder o emprego, dos mais tímidos, os brados de “vamos à luta companheiros” acabaram vencendo, e, uma instituição muito antiga, a greve, já obsoleta nesses tempos tecnológicos começava a ressurgir.

Além de não trabalharem, os humanos sabotavam o trabalho dos robôs, de modo que, chamaram atenção de quem comandava a empresa, cujo gerente marcou uma reunião com os líderes grevistas.

Cochichos otimistas eram possíveis de se ouvir; “Eu não falei que daria certo?” “Temos que lutar não aceitar tudo bovinamente.” “É isso aí.” Recebidos na ante-sala da gerência, uma secretária educada lhes pediu que se assentassem e aguardassem um instante.

“Mas, a reunião foi marcada para as nove horas, e, uma coisa que a Empresa zela muito é pela precisão do horário.” Reclamou Sebastião Silva, do sindicato. “Sim, acedeu a gentil moça, mas, o Gerente pede desculpas pelo incidente, pois, em função dos distúrbios causados pela greve, teve que trabalhar a noite toda; imprevistos que em humanos meios ocorrem; assim que ele recarregar-se ele atenderá aos senhores.

“Recarregar-se”? “Ele é um deles?” Putz...

Pois bem, deixando a reunião por ora, o quê a “Brazil’s Corporation” e o Brasil têm em comum? Bem, metade da força de trabalho é de robôs; roubos, digo. Meio ano do nosso tempo de trabalho para ser diluído em impostos, cuja contrapartida é pífia, haja vista nossa educação, nossos hospitais, estradas, etc.

A competição é tão desleal que, invés de sonhar com algum veio empreendedorista que lhe pode trazer riqueza e, progresso à nação, a maioria dos jovens sonham com um concurso público, servir e servir-se do Estado.

A velha tática romana do pão e do circo para amansar instintos já não funciona. Agora, no apogeu do espetáculo circense, a Copa do Mundo, alguns descontentes com os “robôs”, ou, não se expressam direito, ou, não são devidamente entendidos.

Ao manifestarem seu desprezo pelo picadeiro recebem alguns puxões de orelhas, como se, torcessem contra o Brasil. Não. Apenas depreciam as luzes excessivas do circo e as convenientes penumbras de Brasília, ao abrigo das quais, os robôs, digo, os roubos deitam e rolam.

Ladrões são soltos, provas anuladas, “dependentes” de Políticos têm até 33 anos nos planos de saúde, o Fundo Partidário jorra, etc.

Sem contar que, parte da aversão deriva do superfaturamento colossal das lonas, quando, o circo foi montado aqui.

A mesma Imprensa prostituta que tenta direcionar o processo eleitoral a favor dos robôs, tenta inflar o espetáculo para que esse valha mais, que deveras, vale. Nenhum trabalhador Brasileiro torce contra o país, nem mesmo, nos esportes. Apenas, manifesta como pode, sua aversão aos indignos que nos governam. Mesmo que ganhemos a Copa, nada vai mudar, objetivamente.

Entretanto, o sistema está de tal forma, entranhado, e as pessoas divididas ainda, algumas tonteadas por bandeiras vis, que acham que mudando vernizes a coisa muda.

Alguns “Sindicalistas” corajosos têm se levantado contra os “Robôs”; mormente, o Sindicato da Probidade Pública, liderada pelo “companheiro” Sérgio Moro, e outros valorosos que se aliam a ele. Do jeito que está a coisa não pode prosseguir, queremos justiça, bradam.

Meio ano de trabalho por ano, só para sustentar roubos é inaceitável. Acorda Brasil! Queremos um Estado enxuto e governantes idôneos.

Muitas “Greves” foram feitas, as ruas da “Empresa” tomadas por trabalhadores insatisfeitos, mas, uma promessa aqui, um lenitivo ali, e nada do que interessa, deveras, mudou.

Os “sindicalistas” tanto laboraram por seus representados que, o Gerente Geral resolveu designar alguns diretores para recebê-los e ouvir deles as razões dos seus pleitos pelo que, chamam de justiça.

Moro e os demais companheiros do “Sindicato” foram recebidos numa sala de reuniões, onde, seus pleitos seriam apreciados por Lewandowski, Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Putz!

O circo seguirá seu “espetáculo” nefasto, enquanto, o elefante ignorar a própria força...

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Lisonjas ou, disciplina?

“Não retires a disciplina da criança; se, a fustigares com vara, nem por isso morrerá. Tu... livrarás sua alma do inferno.” Prov 23 13 e 14

A Salvação como “efeito colateral” da disciplina.

Invés da famigerada “Lei da Palmada” onde, o Estado, que, protege ladrões tenciona trazer para si, uma responsabilidade que é dos pais.

Educar crianças no bom caminho, no do Senhor, não é tarefa estatal, pois, quando se trata de assuntos espirituais, morais, o Estado apressa-se em dizer que é laico, mas, quando lhe interessa perversão de valores aí, se imiscui no que lhe não pertence.

Infelizmente, em nossos dias a disciplina é mais perceptível por sua ausência, que, por eventuais ações. Mesmo os adultos se mostram espinhosos, avessos, como se, encerrasse mera intromissão, quando, um que trilha pela senda do erro, cujo final será sua perda, é advertido a mudar.

Logo nos mandam cuidar de nossas vidas, ou, pagar suas contas, etc. Pior é que muitos desses intocáveis se dizem cristãos, filhos de Deus. Porém, a Palavra de Deus diz que os que recusam a disciplina são filhos da outra; “Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há que o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então, bastardos, não, filhos.” Heb 12;7 e 8

A disciplina não é uma coisa boa pela sensação que produz, mas, pelo resultado. Traz um sentir bem adverso, até. “Na verdade, toda correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão, de tristeza, mas, depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela.” Heb 12;11

Então, mesmo, gerando uma tristeza pontual ela enseja alegrias futuras, sentimento de justiça, quando, o que foi nela exercitado entender os motivos. “Melhor é a mágoa do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração.” Ecl 7;3

Muitos sentimentalóides confundem frouxidão moral com amor; não bato em meu filho porque o amo. Ora, se ele for obediente e não fizer por merecer, óbvio, que não! Contudo, é o amor responsável, maduro, que, em tempo corrige e castiga, se, necessário; mesmo que, o ato de disciplinar não lhe seja agradável; nem para Deus, é. “O Senhor não rejeitará para sempre. Pois, ainda que entristeça alguém, usará de compaixão, segundo a grandeza das suas misericórdias. Porque não aflige nem entristece de bom grado aos filhos dos homens.” Lam 3;31 a 33

A correção do Senhor vista por seu paciente só será devidamente apreciada em tempo posterior, quando, seu fim for alcançado; “Antes de ser afligido andava errado; mas, agora tenho guardado tua palavra. Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos.” Sal 119;67 e 71

E guardar a Sua Palavra não é satisfazer eventuais caprichos Divinos, antes, ser livre da perdição que espreita aos rebeldes. Por isso O Senhor reitera: “Eu repreendo e castigo a todos que amo...” Apoc 3;19 Quem ama não quer perder; sabendo onde terminam os caminhos rebeldes, O Eterno corrige, para que, como o Pródigo arrependido, voltemos para casa.

A disciplina é cheia de justiça, pois, não atua num vácuo punindo alguém sem que ele saiba o motivo. A Bíblia diz que “Deus não toma em conta os tempos da ignorância...” Assim, não me cobra erros de quando eu ignorava Sua Vontade; mas, depois que conheci, se, recuso atuar conforme, aí já não lapso de saber, mas, rebeldia mesmo.

Muitos dos que são resilientes à correção escudam-se em certa desonestidade intelectual, como se, a disciplina fosse ideia humana, iniciativa voluntária do instrumento que Deus usa.

Ora, os ensinadores da Palavra são meras ferramentas de Deus; a disciplina que ensinamos a outrem, igualmente se aplica a nós, quando damos maus passos também.

Então, essa casamata mal educada onde muitos se escondem; tipo: “Só me corrijas quando tua vida for perfeita” não deriva de um apelo por coerência, mas, é só a máscara de um rebelde querendo fazer parecer intromissão humana, quilo que é Divino preceito.

“Liberte-me de minha ignorância; serás meu maior benfeitor” dizia Sócrates; essa postura não é mais encontrável numa geração arrogante, presunçosa e ignorante da própria ignorância; sobretudo, nas coisas de Deus.

Não podemos ensinar nada; uma correção qualquer, mesmo em termos educados e corremos risco de ser excluídos; algumas vezes já fui. O negócio que “bomba” é elogiar, bajular, curtir. Mas, como a disciplina mesmo sisuda é pacote feio que embala a vida, as lisonjas fáceis são apenas potes de veneno com rótulo de mel.

“Já vi jovens com a vida perdida serem salvos por correção e disciplina rigorosa. Mas, o que mais vi, foram jovens bons se perderem por exagerados elogios.” Bruce Lee

domingo, 1 de julho de 2018

Só o vital está morto

“Com minha alma te desejei de noite, e com o meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te...” Is 26;9

O Ser, interior, alma e espírito. Não são eles a mesma coisa? Não. Paulo também faz essa distinção; “... vosso espírito, alma e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.” I Tess 5;23

Vemos a alma como fonte de desejo; “com minha alma te desejei de noite...” o espírito com auxiliar na busca por Deus; “... com meu espírito... madrugarei a buscar-te...” O Salmista também apresenta sua alma sedenta pelo Santo; “Minha alma anseia pelo Senhor, mais que os guardas pela manhã, mais que aqueles que aguardam pela manhã.” Sal 130;6

O que significa a manhã para um guarda noturno? Missão cumprida, descanso. Assim, anelava descanso em Deus.

Mesmo sendo três Pessoas, Pai, Filho e Espírito Santo, Deus É Um; a individualidade de cada ser, criado à Imagem e Semelhança do Eterno tem três partes; corpo, alma e espírito.

Dada a tênue fronteira entre ambos não é tarefa fácil distinguir alma de espírito. Porém, está expresso que, a salvação da alma depende de termos o espírito vivo. “... Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” Jo 3;5

A sentença ao primeiro homem foi: “No dia que pecares certamente morrerás”; porém, mesmo tendo pecado Adão seguiu existindo, ainda. A morte, consequência do pecado foi espiritual; finado o espírito que tinha prazer na comunhão com Deus, a alma passou a ver O Criador como uma ameaça, temeu e se escondeu.

Imaginemos como ilustração, uma mulher rica morando numa bela casa, cuja administração tenha um mordomo. Ele sabe e cuida de tudo; ela, apenas mora despreocupada. Se, de repente o mordomo morresse, ela se veria desorientada, temeria à chegada de um credor qualquer, sem saber o que fazer.

Pois bem, o corpo é a casa, a alma, a moradora; o espírito foi dado como administrador; a centelha Divina inclinada à verdade e justiça, cuja voz, se ouve na consciência.

Naqueles que vivem a prática do pecado, a consciência cauteriza; atrofia; e, a alma alienada do “administrador” que poria ordem nos desejos separando os saudáveis dos enfermiços, entrega-se aos instintos do corpo.

Agora, “vale tudo”, pois, “Quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça.” Rom 6;20 Essa “liberdade” deriva da morte, não, de, poder tudo abonado por Deus. Não sendo Ele Deus de mortos, tampouco aplicaria punições “in memorian”. A morte já é a punição.

Porém, os convertidos, vivificados não são tão “livres” assim; têm um tesouro de eterno valor a zelar; “Agora, libertados do pecado e feitos “servos” de Deus, tendes vosso fruto para santificação; por fim, a vida eterna.” Rom 6;22

Sem o vínculo Divino da vida espiritual resta apenas o homem em si mesmo, invés de, em Deus, como era o projeto; e, “... quanto a condição dos filhos dos homens, Deus os provaria, para que pudessem ver que são em si mesmos, como os animais.” Ecl 3;18

Assim, da nobre condição de filhos, os homens caídos tornaram-se apenas criaturas, dado que, a filiação é necessariamente espiritual, pois, “Deus É espírito;” e, seus espíritos sem Ele estão mortos.

Então, por dramático que pareça, o apelo do Evangelho não é para que viventes melhorem de vida, como apregoam, uns, e, pensam outros; antes, para que mortos recebam vida. “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem vida eterna; não entrará em condenação, mas, passou da morte para a vida.” Jo 5;24

Assim como ovelha não come carne, tampouco, lobo, pasto, pela dieta de cada um se pode facilmente identificar que “bicho” é. Esses que enchem templos comerciais apelidados de “Igrejas” em busca de coisas ainda não conhecem o Evangelho; estão longe da vida espiritual, infelizmente.

Nos que a possuem, o “Mordomo” inclina a “dona da casa” a buscar coisas de natureza superior à matéria; “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus.” Col 3;1

Como inda pesa o longo hábito no pecado, tropeços são necessários até nosso crescimento; mas, o traço mais notório do renascido é que agora, não peca mais “sem culpa”. Sua “Casa” não é mais da “mãe Joana”; sabe que, “se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes suas obras, vivereis.” Rom 8;13

Enfim, ou, tomamos a Cruz para sermos perdoados e adotados como filhos; ou, soltamos os bichos, ainda. Mas, os que o Criador desejava já os fez como tais. O que vai ser?