domingo, 4 de fevereiro de 2024

Alvorecer


“A vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4:18

“A vereda...”
não é a escolha natural. Tendo um caminho amplo como possibilidade, outro estreito, improvável que esse último seja escolhido. Tendemos às facilidades, como a água aos lugares mais baixos, e os ar quente, aos mais altos.

Cristo desafiou os que quisessem segui-lo, a fazerem isso por uma vereda. “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, espaçoso o caminho que conduz à perdição; muitos são os que entram por ela; porque estreita é a porta, apertado o caminho que leva à vida, poucos há que a encontrem.” Mat 7:13 e 14

O que a fé tem de belo é que seus hospedeiros “apostam todas as fichas” no que não veem, fiados “apenas” na Palavra de Deus. Acusação veemente do catolicismo contra nós, como se, devêssemos nos envergonhar disso.

Ontem ouvi um “especialista” dizendo que o protestantismo é a religião dos homens; o catolicismo, de Deus. Mas, quem acrescenta coisas além da Palavra, malgrado, seu veto? “Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam Nele. Nada acrescentes às Suas Palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.” Prov 30:5,6

Ante os estreitamentos necessários por viver num mundo que jaz no maligno, os crentes seguem firmes, como Moisés ao deixar o Egito, sem carecer dogmas, tradições, canonizações... “Pela fé deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível.” Heb 11:27

“A vereda dos justos”
; equivale a atribuir justiça a Deus, crer incondicionalmente no que Ele diz, em submissão a Cristo; isso justifica todos os que creem, malgrado, seus pecados pretéritos; “Assim como Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça.” Gál 3:6 Uma justiça imputada, a justificação de quem agia de modo injusto.

Ademais, o descrer é blasfemo, por trazer em seu bojo a implicação de que Deus seria mentiroso; longe, algo assim, de todo o justo. “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de Seu Filho deu.” I Jo 5:10

Não podemos pretender ser filhos da sabedoria, duvidando do que a “mãe” diz: “a sabedoria é justificada por todos seus filhos.” Lc 7:35

“... é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais...”
a iluminação progressiva, no âmbito espiritual.

Platão dizia que a filosofia é um meio termo entre a ignorância e a sabedoria. O ignorante não filosofa porque não sabe; o sábio, porque não precisa. Assim, o que identifica sua necessidade de aprender, vai à escola; como tal, deve estar aberto ao aprendizado, bem como, a descartar o que pensava saber, se, convencido que a verdade reside noutro endereço.

Nesse mundo dual, parece que as pessoas já vêm prontas de fábrica; não precisam crescer. Nas redes sociais, ou você é seguidor, ou é hater. (aquele que odeia) Será que posso gostar de alguém, concordar com algo, sem me tornar, necessariamente, um seguidor? Ou, discordar de um ensino de certas práticas sem me transformar, por isso, um odiador? Dá licença!

Outro dia vimos certo “Plano de Educação” lançado e debatido “democraticamente” por umas quinze instituições, todas de esquerda. Assim, para a ditadura do pensamento único, não há um conhecimento a se buscar, tampouco cérebros a serem capacitados para pensar livremente conforme bem parecer; antes, a educação se faz arma de “Revolución” comunista; lavam os cérebros aos quais dominam, implantando uma ideologia perversa, que cega, invés de iluminar.

Para quem se contenta com autômatos a seu serviço, essa estratégia pode funcionar. Deus não vilipendia Seus filhos dessa forma.

Ilumina-os e confia neles responsabilizando-os a agir de acordo com a luz recebida.
Invés de vetar esse ou aquele livro, recusar contato com o contraditório, a Palavra desafia a escolhermos entre tudo isso, aquilo que a luz nos mostrou como o melhor. “Examinai tudo. Retende o bem.” I Tess 5:21 Li o Alcorão, Livro de Mórmon, O Grande Conflito, o Evangelho Segundo o Espiritismo... Nada disso apagou a Luz da Palavra implantada em mim.

“... até ser dia perfeito”. Metáfora para o pleno discernimento; capacidade de valorar as coisas como o nosso Pai as valora; “O mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5:14

Paulo usou a mesma figura desafiando os cristãos romanos, às escolhas virtuosas dali em diante: “A noite é passada, o dia é chegado. Rejeitemos as obras das trevas, vistamo-nos das armas da luz.” Rom 13:12

A Glória de Deus


“Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que Me deste a fazer.” Jo 17:4

Fragmento da oração de Jesus. Muitos têm uma ideia diferente do que seja, glorificar a Deus. Pensam que é a mera expressão das palavras. Não que seja errado falar assim, desde que verta do coração.

Muitos pregadores inseguros, inclusive, constrangem quem os ouve a falar isso, mais como um selo de aprovação à sua mensagem, que um desejo veraz, que Deus seja glorificado.

Foi por não se mover dentro dos limites que lhes foi permitido, que o primeiro casal honrou mais ao inimigo que Deus, dando ouvidos a ele; assim, no outro lado da moeda, quem se restringe a andar dentro do que foi prescrito aos filhos de Deus, sem palavras, glorifica ao Senhor, pela obediência.

Quem andar sempre com um bom porte, segundo A Palavra, certamente, ao chegar no fim, poderá também falar como O Salvador: “Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste para fazer.”

Ainda, há uma “glória passiva”, um efeito colateral nos que observam o bom andar dos que são de Cristo; a admissão desses, também repercute no alto. “Não se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos céus.” Mat 5:15 e 16

Quando a mudança é radical, o convertido sai das masmorras morais, onde errava em vícios vários, a “mensagem” que a conversão transmite se faz mais eloquente ainda. “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos. Pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40:2 e 3

Além de glorificar a Deus com os lábios, é possível fazê-lo pela obediência e pelo testemunho.

A respeito de testemunho, as próprias obras da criação se encarregam de glorificar a Deus, diante de quem consegue ver, os evidentes apontamentos de sabedoria, amor e poder, contidos nelas. “Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto, Sua Divindade, se entende, e claramente se vê pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; Porquanto, tendo conhecido a Deus, não O glorificaram como Deus...” Rom 1:20 e 21

Não havia um lapso cognitivo impedindo de ver o evidente; “claramente se vê...” A barreira dos ímpios para tributarem louvores a Deus pelas Sua maravilhas observáveis, foi uma vontade perversa; “... tendo conhecido a Deus, não O glorificaram como Deus.”

O salmista tinha olhos melhores. Observando as obras criadas foi direto ao ponto. “Os céus declaram a Glória de Deus, o firmamento anuncia a obra das Suas mãos. Um dia faz declaração a outro, uma noite mostra sabedoria a outra. Não há linguagem nem fala; mas onde não se ouve sua voz? Sua linha se estende por toda a terra; suas palavras até ao fim do mundo.” Sal 19:1 a 4

A Glória de Deus, pois, vai muito além da articulação de meia dúzia de fonemas, como se fosse um mantra.

Paulo, ao terminar sua brilhante carreira, de certo modo, parafraseou O Salvador, dizendo que glorificou ao Senhor, pela obediência. “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” II Tim 4:7 “Glorifiquei-te na terra tendo consumado a obra que me deste para fazer.”

Quem conhece a disputa do inimigo contra O Eterno, sobre as razões da fidelidade de Jó, entende, o que glorifica a Deus, deveras; não há nenhum registro que Jó vivesse dizendo, “glória a Deus!” antes, que ele era um homem “reto, temente a Deus e que se desviava do mal.” Permaneceu assim até o fim, malgrado a severa tempestade que suportou; foi, por isso, grandemente recompensado, ainda sobre a terra.

O Salvador ensinou em quê, consiste, a desejada glória: “Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; assim sereis Meus discípulos.” Jo 15:8

O mesmo que O Criador desejou de uma “vinha” antiga que degenerou, espera agora da “Videira Verdadeira;” Daquela disse: “Porque a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel, e os homens de Judá são a planta das suas delícias; esperou que exercesse juízo, eis aqui, opressão; justiça, eis aqui, clamor.” 5:7

Jesus falou sobre a mudança que ocorria então, quando da Sua rejeição. O Dono da vinha “Dará afrontosa morte aos maus, e arrendará a vinha a outros lavradores, que a seu tempo lhe deem os frutos.” Mat 21:41

Se, os relapsos de então, que não frutificaram foram rejeitados, como seremos aceitos, se não fizermos melhor?

sábado, 3 de fevereiro de 2024

A boa velha


“... não deixarei de exortar-vos sempre acerca destas coisas, ainda que bem as saibais...” II Ped 1:12

Eventualmente, achamos enfadonho quando alguém decide “chover no molhado”; reiterar, lembrar coisas que bem sabemos.

Entretanto, em se tratando de valores eternos como o são os espirituais, é indispensável que o mensageiro seja "monótono", e diga sempre as mesmas coisas. Ainda que possa ser atual na forma de comunicar, tem que ser “antiquado” no teor do que comunica.

Desde dias idos foi assim: “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos e vede; perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos nele.” Jr 6:16

Então, já havia quem não queria mais do mesmo. As veredas antigas lhes soavam muito “demodês;” eles desejavam novos caminhos.

O grande problema de muitos pregadores que um dia admiramos, e com os quais aprendemos, é que, hoje não dizem mais as mesmas coisas que outrora. Aí poderia assomar lídima dúvida em nossas mentes; qual fala a verdade? Esse, “atualizado, politicamente correto” alinhado às demandas da sociedade atual, ou, aqueloutro, apenas bíblico, inclinado a ser fiel ao Senhor? A resposta parece óbvia.

O constante progresso, os avanços tecnológicos, fazem com que, mudanças nos meios, nos métodos, ocorram todo o tempo, como incidentes inevitáveis. Porém, o canhoto aproveita esses “movimentos” necessários, para colar neles, alterações espúrias. Câmbios nos valores, na essência, nos fins, como se fossem necessidades a concorrer com as mudanças aquelas.

A ideia que “os tempos são outros” tem servido de cretina camuflagem, para o fato que os homens são outros, muito piores que os de antes.

Quanto à perenidade da Palavra, temos coisas grandes empenhadas, que passariam primeiro do que ela: “Passará o céu e a terra, mas Minhas Palavras não hão de passar.” Luc 21:33

Por, no Eterno não haver “mudança nem sombra de variação”, Tg 1;17 Sua Palavra não é biodegradável; não sofre a ação do tempo, de modo a ficar obsoleta, superada, ultrapassada.

Malgrado, Evangelho seja o aportuguesamento de “boas novas” em grego, sua mensagem só é nova no âmbito daquele que a desconhece. A comichão dos atenienses, (Todos os atenienses e estrangeiros residentes, de nenhuma outra coisa se ocupavam, senão de dizer e ouvir alguma novidade) Atos 17:21 deve ser contida, no espectro dos que conhecem à Palavra de Deus.

Ainda que faculte andar em novidade de vida, àqueles que a obedecem, A Palavra é soturna, perene, imutável. Embora textualmente seja sempre, mais do mesmo, espiritualmente se renova cada vez que a lemos, dadas as novas nuances de compreensão que O Espírito Santo descortina para nós.

Portanto, quem erra no arraial dos salvos, em busca de facilidades, só terá sua sede suprida, se, lhe forem servidas “novidades”; pois, reitero, a Palavra insiste em se manter imutável, terrivelmente sóbria. “Ensina-me, ó Senhor, o caminho dos Teus Estatutos e guardá-lo-ei até o fim.” Sal 119:33

Paulo advertiu do surgimento dos novos atenienses; “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4:3 e 4

Há muito, “Evangelho” deixou de ser um adjetivo qualificando um substantivo; “boa notícia;” tornou-se nome próprio, para a Doutrina de Cristo. Só é digno de usar esse nome, pregador do Evangelho, quem preserva sua pureza, ensinando à Santa Palavra como é; não, deturpando-a ao gosto do freguês.

No mundo atual não é mais, novidade, a vinda e o feito de Cristo em nosso favor. A reiteração da sua mensagem desafia a uma nova resposta, aqueles tantos que, tendo ouvido, não o fizeram com a devida seriedade.

Mesmo nos dias em foi anunciado, já mesclava seus ensinos com coisas antigas, dadas desde Moisés; “... Por isso, todo escriba instruído acerca do Reino dos Céus é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.” Mat 13:52

Certos itens são insubstituíveis; para matar a sede, ainda usamos água. Coisas perfeitas não comportam melhoramentos, nem carecem rasuras.

Alguns “teólogos” falam em “atualizar” À Palavra de Deus. Uma proeza que desafia os confins da lógica; o efêmero “aperfeiçoando” ao Eterno. “Ai daquele que contende com seu Criador! o caco entre outros cacos de barro! Porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes? ou à tua obra: Não tens mãos?” Is 45:9

Embora possam chamar de atualização, modernização ou outra blasfêmia afim, no fundo, é contenda contra Deus, desobediência.

A “chatice” Dele não mudar, que permite que ainda vivamos, embora, dignos de morte. “Porque Eu, O Senhor, não mudo; por isso vós... não sois consumidos.” Ml 3:6

O alvo, no tempo


“Tudo tem seu tempo determinado; há tempo para todo propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer e de morrer...” Ecl 3:1 e 2

A um apreço superficial, estará ensinado o fatalismo. Cada um tem um tempo certo para morrer; quando chega sua hora, “maktub”, estava escrito, tinha que acontecer; será?

A Palavra advoga que cada coisa tem seu tempo determinado. Todavia, não é sábio levarmos isso às últimas consequências sem pesquisar a existência de possíveis variáveis.

Ontem ouvi, acerca da jovem que faleceu em São Paulo, durante uma relação sexual; “chegou a hora dela.” Assim pensa o fatalismo. Embora arbitrários, seríamos meros títeres dos deuses, de Deus, da Providência, do Fado, da Sorte...

Começa por aí; o arbítrio perderia o sentido se, não nos coubesse sermos consequentes. Se, nossas escolhas não fossem como semeaduras, das quais, é lógico esperar o fruto de uma colheita correspondente.

O mesmo Eclesiastes traz: “Não sejas demasiadamente ímpio, nem sejas louco; por que morrerias fora de teu tempo?” Ecl 7:17 De novo a ideia que há um tempo para morrer; porém, agora anexo o aviso que podemos abreviar esse.

Os homens antediluvianos vivam na casa dos 900 anos; à medida que os efeitos do pecado foram incidindo, a coisa foi diminuindo.

Naqueles dias, O Eterno lamentou a situação; o homem que fora criado para a comunhão com O Criador, após a queda, se fizera inimigo, dado a contendas, avesso à obediência. Cansado desse indesejável pleito, O Senhor decretou, quando preparava o juízo pela água: “... Não contenderá Meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos.” 6:3

Os dias da humanidade, antes do juízo, de então. Porém, após o dilúvio, a expectativa de vida caiu bruscamente. Em geral os mais longevos ficaram aquém dos 150 anos. Para quem vivia 900, “nem chegaram a se criar” como diria o humorista.

O limite de tempo é um plano genérico de Deus, que, se dentro dele não fizermos escolhas deletérias, que abreviem nossos dias, chegaremos a ele. Aquele que vive em obediência aos mandamentos Divinos, em comunhão com o pai, cuida da saúde, não se expõe a riscos desnecessários, frui de todo o tempo que foi dado a ele sobre a terra; “Na velhice irás à sepultura, como se recolhe o feixe de trigo a seu tempo.” Jó 5:26

Diz mais: “Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e vigorosos, para anunciar que O Senhor É Reto.” Sal 92:14 e 15

Alguns têm encurtados seus dias por escolhas meritórias; os mártires. Os que preferem morrer a negar a Cristo. Certamente a eternidade mostrará esses com recompensas acima da média, por tão grande e santa ousadia.

Uma coisa elementar, não tanto em voga atualmente, que, se observada prolongará os dias das nossas vidas é honrar pai e mãe; “Honra a teu pai e tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa; para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra.” Ef 6:2 e 3

Voltemos ao texto já visto: “Não sejas demasiadamente ímpio, nem sejas louco; por que morrerias fora de teu tempo?” se, formos tão ímpios que a coisa soe a loucura, abreviaremos os nossos dias, morrendo antes do tempo.

Mais que uma duração, estritamente, nossa redoma de tempo e espaço tem um objetivo a ser alcançado, enquanto estivermos nela; “De um só sangue (Deus) fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós;” Atos 17:26 e 27

O tempo que deveria ser bem usado buscando ao Senhor, e vivendo em comunhão com Ele, a maioria desperdiça em pecados, chamando de “curtir a vida”. Maneira tosca pela qual entendem suas sinas “Walking Dead.”

Antes de supor fazer algo com a vida, é preciso ter uma; maioria apenas existe, estando espiritualmente morta. “... quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5:24

Não significa, porque é desejo do Eterno que o encontremos em tempo, para salvação, que Ele anulará as consequências das nossas escolhas, como tardiamente entenderam alguns; “Passou a sega, findou o verão, e não estamos salvos.” Jr 8:20

Malgrado, o tempo que resta antes do juízo, a Palavra da Vida sempre é apresentada em regime urgência, pois, a morte está à solta, com muita fome; “Hoje, se ouvirdes a Sua Voz, não endureçais os vossos corações, como na provocação.” Heb 3:15

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Os princípios


“Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.” I Cor 3:11

No caso do cristianismo, a Doutrina de Cristo, Seus ensinos são os princípios que devem reger nossa fé, os valores que a pautam; figuradamente, o fundamento da nossa casa espiritual.

Entretanto, mesmo adotando, alguém, os princípios corretos como normas, ainda assim, pode se conduzir de modo indevido.

Paulo ilustrou pecados de conduta, como edificar sobre o devido fundamento, porém, com “material de construção” ordinário, incapaz de suportar os testes necessários. “Se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; o fogo provará a obra de cada um.” I Cor 3:12 e 13 Se devem resistir ao “fogo”, apenas coisas não combustíveis estão à altura da necessidade.

Tanto podemos errar escolhendo um fundamento espúrio; quanto, estando no correto, conduzir-nos de modo inadequado. Há pecados de princípio, e de conduta.

Muitas vezes vi, gente usando lapsos de conduta de uns, para “justificar” erros de princípios de outros. Quem jamais viu fotos de “casais” gays, por exemplo num suposto tratado amoroso com filhos adotivos, e a legenda: “melhor que aquele que faz filhos e os abandona, são os que, mesmo não gerando-os lhes dão amor e carinho.” A atitude relapsa dos pais biológicos usada como “apoio” ao homossexualismo, um grave erro de princípio. Quem tenta se lavar com lama, suja-se ainda mais.

Ou um cristão que, num momento de fraqueza, tropeça falando o que não deve, fazendo até; quem vê de fora, porque nunca ousou se aproximar de Cristo, logo usa esse tropeço como atenuante da sua incredulidade; “que adianta ir na igreja e fazer isso; por isso que não vou.”

Há inúmeros cristãos maduros que não cometem mais erros grosseiros, e nenhum desses, observando-os diz: Se pertencer a Cristo transforma em seres probos assim, então eu quero também. A virtude alheia desconforta quem anda errado; o erro “justifica”, por isso precisam desses mais do que, daquela.

O que os princípios têm de bom, além da essência é a abrangência. Em Efésios por exemplo, traz: “Não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito;” Ef 5:18

Um ébrio amante da embriaguez poderia defender que só o vinho foi vetado; whisky, cerveja, cachaça, conhaque... estão liberados. Não. O que o texto ensina é o princípio da não embriaguez; isso inclui todo tipo de bebida embriagante, inclusive drogas, cujo torpor é semelhante ou pior.

Também não há um texto que proíba de passar no sinal vermelho, desobedecer a sinalização de trânsito; nem poderia. Como fica então? Podemos dirigir de qualquer maneira? Está tudo liberado? Não.

Embora os meandros do trânsito não tenham sido abordados nas Escrituras, há nelas princípios que devem nortear nossas vidas em todas as áreas. “Toda a alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que há foram ordenadas por Deus... Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem, terás louvor dela.” Rom 13:1 e 3

O princípio da obediência às autoridades, disciplina-nos quanto ao trânsito, mundo virtual, direito autoral e outras coisas não mencionadas diretamente nas Escrituras.

As igrejas “inclusivas” que se dizem de Cristo, mas advogam como lídimo o comportamento homossexual, tentam edificar com palha, pela rejeição à Palavra, no que concerne ao comportamento deles.

O Eterno mesmo figurou assim, as leviandades humanas guindadas a indevida comparação com Sua Palavra; “O profeta que tem um sonho conte o sonho; aquele que tem Minha Palavra, fale-a com verdade. Que tem a palha com o trigo? diz o Senhor.” Jr 23:28

No caso de então, eram sonhos humanos equiparados à revelação Divina; o que dizer da tentativa de legitimar posturas espúrias que a mesma Palavra veta?

Todo o cristão peca. A ideia é ser aperfeiçoado, de modo a pecar cada vez menos; santificar-se. Porém seus pecados “aceitáveis” são todos na área da conduta. Seus princípios estão, necessariamente, explícitos na Palavra Divina. Peca por ficar aquém das demandas deles, não, por pervertê-las.

Os que pegam sabidos frascos de veneno e colocam rótulos de mel, primeiro traem a si mesmos, cientes do que estão fazendo; depois, matam aos que haurem suas “doçuras” nocivas, pois, esses, como os fariseus, não entram nem deixam entrar, no Reino de Deus, pela resiliência na maldade.

“Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! que fechais aos homens o Reino dos Céus; nem vós entrais nem deixais, aos que estão entrando.” Mat 23:13

Ventos de doutrinas costumam botar abaixo, as casas dos relapsos, feitas sem fundamento.

Vergonha necessária


“Por isso também Jesus, para santificar o povo pelo seu próprio sangue, padeceu fora da porta. Saiamos a Ele fora do arraial, levando Seu vitupério.” Heb 13:12 e 13

Vitupério, opróbrio; duas palavras quase ausentes em nosso vocabulário; embora, onipresentes no comportamento humano. Significam, “grande desonra pública; degradação social; ignomínia, vergonha, vexame...”

Sermos de Cristo nos deixa sujeitos a sofrermos essas coisas, não porque seja vergonhoso pertencer ao Rei dos Reis; antes, porque esse mundo sendo regido pelo príncipe das trevas, procura disseminar a visão dele como normal; quem não tem discernimento tende a adotar como, sua visão, as falácias do capeta.

Acaso a pregação do Evangelho da Graça e Amor de Deus, não tem sido adjetivada como proferir discursos de ódio? A fidelidade à Palavra revelada, manifestando total aversão a acréscimos ou supressões, não tem sido rotulada como radicalismo, fundamentalismo, religiosidade oca? etc.

Entre o que as coisas são e como esse mundo nomeia, há uma distância abissal.

Porventura, um presidente que não consegue sair à rua, dado o nojo que as pessoas decentes têm dele, não foi “eleito democraticamente” por aproximadamente sessenta milhões de pessoas? Assim são as coisas no império da mentira.

A coragem de pertencer à verdade, viver segundo ela, defendê-la é para poucos. Embora, usem dizer que nos “escondemos atrás da Bíblia,” Não se atrevem a entrar decididamente, em nosso esconderijo, pelo verdadeiro pavor que sentem. Coragem se patenteia com atitudes, não com falas.

A “vergonha e infâmia” de pertencermos a Cristo não deriva do que somos, tampouco, do que O Senhor É; antes, de como o mundo é; como valora quem ousa ser diferente.

Há milhares de infiltrados, gente que não pertence a Cristo, mas, por interesses rasteiros faz coisas vergonhosas no meio Cristão. Alguns que chegaram a pertencer ao Senhor, mas, ao preço de renúncias para perseverar, dos vitupérios a suportar, apostataram da fé; agora se fizeram opositores das coisas que antes defendiam.

Pedro os aquilata: “Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se lhes o último estado pior que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao próprio vômito; a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2:20 a 22

Seguido surge a notícia de um “pastor” adúltero, ladrão, mentiroso... Os melindres de alguns se mostram mais fortes que a capacidade de sofrer; presto “lavam as mãos” por não pertencerem à mesma denominação que pertence o escandaloso da vez.

Paulo disse que assumia integralmente como sua, a “vergonha alheia”; “Quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu me não abrase?” II Cor 11:29

Para muitos fariseus atuais, nem é preciso um escândalo; basta que determinado irmão não ande plenamente segundo os usos e costumes da denominação dele; presto, isolará ao tal, como se fosse portador de lepra ou, algum mal contagioso. É possível que esse irmão fraco esteja espiritualmente melhor, que o “obreiro” hipócrita que, o exclui.

Mesmo que estivesse em pecado, sofrendo as aflições de um que teme ter se afastado de Deus. Ainda assim, seria alvo de compaixão mais do que de censura.

Jó no auge da dor, foi “socorrido” por três “obreiros” assim, em dado momento, queixou-se: “Ao que está aflito devia o amigo mostrar compaixão, ainda ao que deixasse o temor do Todo-Poderoso.” Jó 6:14 Depois, suspirou um profundo desejo: “Quem dera que vos calásseis de todo, pois isso seria vossa sabedoria.” Jó 13:5

Vulgarmente se ironiza: “Fulano calado é um poeta.” Pois, “obreiros" assim, calados seriam sábios. “Até o tolo, quando se cala, é reputado por sábio...” 17:28

Porém, desgraçadamente, os tonéis vazios são os que fazem mais barulho. Quem deveria calar a boca, em geral é que tem o poder, a ocasião de fala.

Não significa, a compaixão, compactuar com erros denunciados na Palavra, como tais; antes, se identificar com a fraqueza, as necessidades do que se afligiu por ter errado; reconduzir ao tal, em direção ao arrependimento para o perdão e restauração, invés de excluí-lo.

Na história da igreja, muitos perderam suas vidas em nome da fé; pertencer a uma geração que teme a “vergonha” pela ímpia rejeição do mundo é que envergonha quem tem que conviver com isso.

Vergonha é uma coisa boa. Mas, como dizia Spurgeon, “uma coisa boa não é boa, fora do seu lugar.” 

“... rejeitamos as coisas que por vergonha se oculta, não andando com astúcia nem falsificando A Palavra de Deus...” II Cor 4:2

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Contraponto de Sophia


“Filho meu, se os pecadores procuram te atrair com agrados, não aceites. Se disserem: Vem conosco a tocaias de sangue... Lança a tua sorte conosco; teremos todos uma só bolsa!” Prov 1:10 11 e 14

O capítulo primeiro dos provérbios contrasta dois tipos de convites; dos pecadores e da sabedoria. Acima vimos o primeiro. Adiante temos o destino ao qual ele leva. “... estes armam ciladas contra seu próprio sangue; espreitam suas próprias vidas. São assim as veredas de todo aquele que usa de cobiça: ela põe a perder a alma dos que a possuem.” Vs 18 e 19

Depois, “A sabedoria clama lá fora; pelas ruas levanta sua voz.” V 20 “Atentai para minha repreensão; pois vos derramarei abundantemente do meu espírito e vos farei saber minhas palavras.” v 23 Por fim, a conclusão de onde conduzem os caminhos dela: “... o que me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal. V 33

Esses dois apelos permeiam diuturnamente nossas vidas. A todo instante carecemos fazer escolhas.

Ao abrirmos uma rede social, em dez postagens teremos uma meia dúzia derivada dos vícios, chamando-nos a eles; umas três neutras, de utilidade pública ou meramente comerciais, e quiçá, uma, convidando-nos a um consórcio com a sabedoria, a virtude.

Esses números não pretendem ser precisos; apenas uma amostragem superficial, das escolhas que prevalecem no habitat do “homo sapiens”.

Por que os chamados ao pecado, ao vício são facilmente aceitos, enquanto, os apelos opostos são repelidos? Se atentarmos para os detalhes de ambos, veremos no primeiro o concurso da cobiça; no segundo, o da repreensão. 

É fácil entender que, o homem acostumado ao mal, preferirá dar asas aos seus desejos pecaminosos, ao invés de dar ouvidos, aos conselhos que o visam apartar deles.

Como diz um adágio, “ladeira abaixo, todo santo ajuda.” Significando que, as proposições conforme o curso da natureza humana, descem “redondo”, são facilmente aceitáveis. E a natureza do homem carnal, o coloca em resiliente inimizade com Deus, por ter nisso o seu “normal”; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.” Rom 8:7 e 8

Nem se trata de um exercício da vontade; mas de uma necessidade por escravidão. “não podem...” Enquanto não compreendermos isso, o que significa a submissão a Jesus Cristo, seguiremos não podendo; embora, eventualmente possamos dourar nossos vícios com um verniz religioso, mercê de circunstâncias, a rigor, seguiremos escravos do pecado; a impotência não capitula ante simulacros; só é removida com sangue remidor.

Assim, o primeiro lapso que o Salvador supre em quem ousa crer, é dar a “carta de alforria” ao escravo do pecado, para que, doravante possa, viver de um modo agradável ao Eterno. “a todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome; os quais não nasceram do sangue, nem da carne, nem do homem, mas de Deus.” Jo 1:12 e 13

A impotência da carne segue no seu mortífico lugar; porém, o homem espiritual, o que morrera por ocasião da queda é vivificado, regenerado. Isso equivale a nascer de novo, agora, não da carne, mas de Deus.

Aos que passam por esse processo, as repreensões da sabedoria, invés de sabor de “intromissões indevidas”, tocam ao “paladar adquirido” como alimento dos céus, têm sabor de edificação, nuances de regeneração, cheiro de vida.

Por isso o “negue a si mesmo” é o indispensável passo, se alguém desejar seguir a Cristo. O “si mesmo” tem inclinações noutra direção. Nos convertidos, as inclinações para o mal ainda pulsam; porém, sofrem o concurso da voz de uma consciência, agora, vivificada, que não o permitirão, como antes, pecar “sem culpa”.

Não significa que antes era sem culpa, estritamente; mas, como nada tinha a perder, estando espiritualmente morto, qualquer passo na vasta avenida do pecado era só mais do mesmo, mais um. Agora, renascido, passa a ter um tesouro de valor eterno; assim, toda escolha que ameaça por isso a perder, soa como grave perigo, e é.

Logo, é necessário que as repreensões da sabedoria vertam todos os dias, para contraponto às vitrines espetaculosas dos vícios, onde a morte costuma fazer pose, camuflada de prazer.

A verdade carece ser repetida todos os dias, em palavras e demonstrações práticas, porque a mentira sempre é replicada no marketing, e nas ações.

O vitimismo tão em voga nessa geração, evidencia que, as pessoas preferem se justificar a agir de modo responsável. Perante Deus, as ímpias máscaras não colam. “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.” Lam 3:39