domingo, 9 de julho de 2023

Os apressados


“... muitos correrão de uma parte para outra, o conhecimento se multiplicará.” Dn 12;4

Características dos últimos dias da humanidade mostradas a Daniel. “... correrão de uma para outra parte...” uma geração apressada.

A pressa é neutra; pode ser meritória ou enfermiça, dependendo do motivo. A celeridade em socorrer alguém quando o tempo urge é uma pressa boa; todavia, a derivada de anseios vãos, tipo, ir veloz para chegar de uma vez a um lugar onde não se fará nada, exceto repousar, essa é doentia; e não raro, muitos morrem no trânsito nessa busca por “ganhar tempo.”

A pressa muitas vezes é um fator psicológico. Algo que muito desejamos, parece que alonga o tempo, demora a chegar. Por outro lado, quando estamos no desfrute de situações aprazíveis, o “tempo voa”; em ambas os aspectos, passa na mesma velocidade; porém, nossa percepção muda, de acordo com a presença ou ausência de prazer.

Dessa perspectiva parece lícito concluir que nossa geração apressada tem fome e sede de prazeres, e em demanda dos tais, corre.
Certa brincadeira antiga consistia em encontrarmos uma, ou sete diferenças entre dois desenhos idênticos; agora, deparei com, “encontre a diferença, num minuto.” Até o desenho está apressado.

Como o prazer é relativo, atinente à natureza e aprendizado de cada um, (Os asnos preferem palha ao ouro. Estobeu.) alguns podem correr em busca de coisas das quais, outros fugiriam. Embora nos botecos da vida ainda se diga que a qualidade é superior à quantidade, há muitos paladares estragados, que se aprazem em coisas nocivas, em quantidades insaciáveis. É preciso correr, mesmo que a “conquista” seja doentia.

Normalmente, a falta de paz de espírito, “faz a roda girar” sem um motivo mais. “Os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar; as suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios...” Is 57;20 e 21 Sua pressa é como que, uma fuga de si mesmos, inglória fuga, como disse um gaiato: “Cansei de fugir de mim mesmo; aonde ia, eu estava.”

A mulher adúltera também é mostrada como uma que, inquietações internas lhe ensejavam movimentos; “Estava alvoroçada e irrequieta; não paravam em sua casa seus pés.” Prov 7;11 A pressa “sem motivo”, revela motivações preocupantes.

A leitura edificante de um bom livro, um texto que nos faça pensar e avaliar as coisas é um prazer cada vez mais desconsiderado. Quando alguém escreve algo mais extenso, como faço, meio que se desculpa pelo “textão”, pela atuação desmancha-prazeres, nos domínios da geração “meme”. É como que, um ET, tentando abduzir algum leitor descuidado, para usar a esse em suas experiências de partilhar ideias.

Quem tem tempo a “perder” com algo assim? Quando Esaú convidou Jacó para que marchasse consigo o patriarca argumentou que não poderia andar rápido, seria um atraso; pois, tinha também, velhos e crianças; disse que seguiria “no passo do gado.” Gn 33;14

A jornada da vida não é uma corrida de cem metros rasos; “Voltei-me, e vi debaixo do sol que não é dos ligeiros a carreira, nem dos fortes a batalha...” Ecl 8;11 Muito mais do que, quando chegar, importa, aonde chegaremos. Quem marcha no “passo do gado” desfruta melhor a paisagem, quiçá, a companhia e bem aquilata os objetivos, em sua jornada.

Quando alguém está no caminho errado, quanto mais rápido andar, mais se afasta do objetivo; buscar a Deus. Sim, muitos filosofam sobre o sentido da vida, como se isso fosse algo distante a ser encontrado mergulhando em profundas reflexões. Não é.

A Palavra Santa, que apresenta o homem como tendo caído da comunhão com o Criador, atribui a ele certa redoma de tempo e espaço, dentro da qual deve redescobrir o caminho de casa; buscar a Deus. “De um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, O pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós;” Atos 17;26 e 27

Se, dos ímpios a paz foge, com aqueles que ouvem os ensinos do Príncipe da paz, ela habita. “Ah! se tivesses dado ouvidos aos Meus mandamentos, então seria tua paz como o rio, e tua justiça como as ondas do mar!” Is 48;18

Enfim, não tenhamos pressa, exceto, do que é urgente. “... Hoje, se ouvirdes Sua voz, não endureçais vossos corações, como na provocação.” Heb 3;15

Superada essa urgência, podemos ir devagar; “... Eis que assentei em Sião uma pedra; uma pedra já provada, pedra preciosa de esquina, que está bem firme e fundada; aquele que crer não se apresse.” Is 28;16

sábado, 8 de julho de 2023

Liberdade; o que é?


"Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

A liberdade, não raro, é compreendida de modo superficial, quando não, incompreendida. Ouvintes do Salvador estavam privados da devida noção: “... nunca servimos ninguém; como dizes Tu: Sereis livres?” v 33

Eram romanos os governantes locais; em seu orgulho nacionalista sentiam-se livres; talvez, num conceito meramente religioso, de liberdade.

Serviam aos Césares, pagavam tributos a eles; portanto, em seus devaneios estavam presos a uma mentira. Se, César condescendia com a liberdade religiosa, seguia o fato que impunha seu domínio sobre os conquistados. A liberdade proposta pelo Senhor, excluía essa idosa senhora, a mentira, também; “... todo aquele que comete pecado é servo do pecado.” v 34

Aludindo ao falso conceito, O Senhor disse: “Se, pois, O Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” v 36
Por que, “verdadeiramente”? Porque o ser humano capitulou a uma falsa promessa de liberdade, quando da queda. Autonomia em relação ao Criador, proposta pelo inimigo, invés de liberdade acabou em servidão nas garras do pecado.

Paulo o definiu como um feitor poderoso que força sua vítima; “Ora, se faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7;20 Um conflito íntimo onde um “não querer” capitula ao poder do pecado.

Muitos filósofos gastaram massa cinzenta tentando definir a liberdade; a maioria não foi a lugar nenhum. Um pequeno do Senhor, Gandhi, que não pretendeu ser expoente de nada foi quem chegou mais longe: “A prisão não são as grades, a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência.”

Paulo também pôs a consciência como leme na nossa navegação pelos mares da vida; “Conservando fé e boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé.” I Tim 1;19 Mas, aqui estaria falando de fé, não de liberdade. Acaso O Senhor não condicionou à permanência em Sua Palavra, o que requer fé, o conhecimento da verdadeira liberdade?

A ideia vulgar é poder fazer o que se quiser. Será que é isso mesmo? Não é adágio comum ao vulgo, que a liberdade de um, termina onde começa a do outro? Se eles próprios admitem que a liberdade tem limites e reponsabilidade, parece que, o homem deveras livre, é o que melhor consegue transitar dentro desses limites.

Não só evitando males ao semelhante, mas também a si mesmo. Quando O Salvador ordenou: “Ame ao teu próximo como a ti mesmo”, tomou o amor-próprio como ponto de partida, como referencial do afeto devido ao nosso igual.

Uma “liberdade” que faça danos ao amor-próprio, seria a verdadeira? Por exemplo: Acreditando que liberdade signifique fazer o que quiser, se alguém quiser consumir drogas pesadas, depois acabar dependente dessas coisas, não se há de concluir, necessariamente, que o tal, no presumido uso da liberdade rumou para uma prisão?

Assim, parece que nossa liberdade não é um bem absoluto. Antes, faculta irmos aonde quisermos, falarmos o que desejarmos, bem como, fazermos o que intentarmos, sem que nenhuma dessas escolhas, “acenda uma luz no painel da consciência”; pois, nele, os limites de nossa liberdade foram gravados pelo Projetista Original.

Como um vírus de computador pode pôr a perder todo o sistema, uma consciência culpada também tende a abalar uma alma em sua totalidade. Os “apedrejadores” da adúltera, registrados em João, largaram suas pedras, quando desafiados a julgarem-se, antes; perceberam que não aplicavam contra si o juízo perfeccionista dirigido ao semelhante.

Devemos agir de modo que, a reciprocidade nos faça bem, invés de nos incomodar. “Portanto, tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-lhes também, porque esta é a lei e os profetas.” Mat 7;12

Num sentido absoluto, nem O Altíssimo possui total liberdade, por limites que resolveu estabelecer para Si mesmo; “Se formos infiéis, Ele permanece fiel; não pode negar a si mesmo.” II Tim 2;13 “Disse-me o Senhor: Viste bem; porque Eu velo sobre Minha Palavra para cumpri-la” Jr 1;12

Assim como a paz não é uma causa, antes, um derivado, “O efeito da justiça será a paz.” Is 32;17 também a liberdade se verifica numa consciência em repouso, de quem cortou vínculos com a mentira, e exonerou por santa causa, as menores nuances de desonestidade intelectual.

“Não alcançamos a liberdade buscando a liberdade, mas sim a verdade. A liberdade não é um fim, mas uma consequência.” Leon Tolstoi

“O Espírito do Senhor Deus está sobre Mim; porque O Senhor Me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, proclamar liberdade aos cativos e abertura de prisão aos presos;” Is 61;1

Preço e valor da Palavra


“Vós fostes feitos nossos imitadores, e do Senhor, recebendo A Palavra em muita tribulação, com gozo do Espírito Santo.” I Tess 1;6

Quando um obreiro pode dizer que, imitá-lo é o mesmo que imitar ao Senhor, certamente estamos diante dum autêntico, veraz, que faz a coisa certa.

Não nos cabe presumível originalidade, nem difusão de algum verniz de brilho próprio. A beleza no âmbito espiritual está mais no cardume, no enxame, no rebanho, que no indivíduo. “Para que não haja divisão no corpo, antes, tenham os membros igual cuidado uns dos outros.” I Cor 12;25 O ego é desafiado à renúncia, não, afirmação; “negue a si mesmo.”

Tanto quanto, mais fiéis formos, mais parecidos seremos, com O Senhor. “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus.” Fp 2;5 “Sede meus imitadores, como também eu de Cristo.” I Cor 11;1

O Próprio Senhor, em momento algum se preocupou com originalidade; sempre que oportuno evocava textos antigos: “Está escrito:” Não deixou de pontuar o veraz sentido, a intenção com que as coisas foram escritas; fez eventuais reparos que lhe pareceram necessários. Mas, reitero, Sua preocupação era com a fidelidade, a Vontade de Pai, a verdade, não com a originalidade, o brilho particular.
“... O Pai não Me tem deixado só, porque faço sempre o que Lhe agrada.” Jo 8;29

“... recebendo A Palavra em muita tribulação...”
A Palavra de Deus sempre foi motivo de controvérsia, desde quando era apenas um “verso”; a permissão de comer de tudo, exceto, certa árvore. Como Ela é também a Palavra da Vida, e há um agente da morte infiltrado nos ambientes em que Deus Fala, inevitável que essa disputa pela mente humana enseje tribulações.

Paulo pontuou um aspecto importante da batalha espiritual; o levante, pelas forças contrárias, de empecilhos ao entendimento, os quais, aqueles que foram “armados” com dons espirituais, devem desfazer; “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus; levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4 e 5

Nosso alvo: Conhecimento de Deus; nosso método: A obediência de Cristo; os obstáculos: Conselhos altivos, orgulhosos a exaltar vontades humanas, onde a Divina deve prevalecer.

Assim, sempre que a Palavra de Deus é ensinada e vivida em sua pureza regeneradora, é inevitável o concurso de tribulações; pois, quem recebe À Palavra da Vida, necessariamente abandona veredas pretéritas, onde a morte campeava. Os simulacros do inimigo, ídolos, usurpavam a Deus. Recebida A Palavra, a coisa mudou: “... dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir o Deus Vivo e Verdadeiro...” I Tess 1;9

Os “liberais” condescendentes, que, a pretexto de “inclusão”, evitar polemicas, preferem “atenuar” porções onde A Palavra é mais incisiva, espraiam suas mensagens palatáveis aos gostos ímpios. Todavia, o alvo do Evangelho genuíno não é fugir da luta, pela oposição dos que o rejeitam; antes, evitar a morte eterna, legando salvação aos que o aceitam.

A esse mundo psicologicamente adoecido, espiritualmente morto, causa pavor o cancelamento, a rejeição; a mim, pouco se me dá. Me assusta a rejeição Divina. Imaginemos chegar a um ponto onde nem orações em nosso favor adiantam mais, porque Deus não quer saber, como já aconteceu com alguns! “Tu, pois, não ores por este povo, não levantes por ele clamor ou oração, nem me supliques, porque não te ouvirei.” Jr 7;16

Aos que pagam o preço de ser atribulados por amor à verdade, Deus envia Seu bálsamo, o consolo do Espírito Santo, para que saibam quanto vale pelejar pela justiça. “... recebendo A Palavra em muita tribulação, com gozo do Espírito Santo.” “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai.” Rom 8;15 “Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, amor e moderação.” II Tim 1;7

“O mundo jaz no maligno”.
Esse criminaliza justos e tenta destruir a reputação dos verdadeiros. Se, nem a morte logrou calar aos fiéis de outrora, não serão campanhas difamatórias, ameaças de prisão que nos tornarão imitadores dos covardes, invés de, do Senhor.

Melhor sofrermos uma tribulação eventual, breve, aqui, que padecermos tormentos eternos, evitando de ir à luta como nos convém.

Podem prender nossos corpos, matar até. Mas, nossas almas são livres demais, para, depois de terem sido libertas pelo Dono da Vida, voltarem outra vez à escravidão da mentira.

Desculpem, senhores do mundo, mas voltar atrás não é opção. “... não somos daqueles que se retiram para perdição, mas daqueles que creem para conservação da alma.” Heb 10;39

sexta-feira, 7 de julho de 2023

Bezerro de falácias


“Vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão, e disse-lhe: Levanta-te, faze-nos deuses, que vão adiante de nós; porque quanto a este Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu.” Ex 32;1

Duas inverdades há, pelo menos, nessa insana proposta: Se, os deuses seriam feitos, não iriam diante deles; precisariam ser levados; seria uma fraude segundo a vontade deles, que levariam onde bem lhes conviesse, atribuindo essas conveniências ao seu “deus”.

Toda a idolatria, abstraídas as particularidades de cada uma, segue a esses mesmos princípios. Um espertalhão de plantão cria um espantalho ao seu bel prazer, atribui ao mesmo, qualidades de “padroeiro, protetor”, e pronto; abraçado o engodo, os incautos acabarão dirigindo preces a uma porcaria sem espírito, sem virtude nenhuma.

Assim, criaram o “Cristo Protetor” em Encantado, RS. Uma montanha de concreto formatado ao gosto dos cegos, como aquele do Rio; não conseguem ver O Criador, em Suas Obras Majestosas, mas pretendem “adorá-lo” num amontoado inerte daqueles. “Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto, Sua divindade, se entende e claramente se vê pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” Rom 1;20

“Embrutecido é todo o homem, no seu conhecimento; envergonha-se todo o artífice da imagem de escultura; porque sua imagem de fundição é mentira, nelas não há espírito.” Jr 51;17

Apesar da coisa não valer nada, muitos vão com meios próprios, outros em excursões, para ver de perto ao monstrengo e orarem “aos pés do Senhor.” Dá para tirar fotos de “Deus” inclusive; como sairíamos mal na foto?

Isaías denunciou outros que, com metade de um tronco fizeram fogo para se aquecer, com a outra, um “deus” para orar a ele.
“Metade dele queima no fogo, com a metade prepara a carne para comer, assa-a e farta-se dela; também se aquenta, e diz: Ora já me aquentei, já vi o fogo. Então do resto faz um deus, uma imagem de escultura; ajoelha-se diante dela, se inclina, roga-lhe e diz: Livra-me, porquanto tu és meu deus... Apascenta-se de cinza; seu coração enganado o desviou...” Is 44;16, 17 e 20

Como a idolatria requer acentuado grau de cegueira, o “cegador mor” está por trás de todas suas nuances; “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Qualquer honraria atribuída aos espantalhos esses, no fundo é carreada ao mentor dos tais, o inimigo. “Mas que digo? Que o ídolo é alguma coisa? Ou que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa? Antes, digo que as coisas que os gentios sacrificam, sacrificam aos demônios, não a Deus.” I Cor 10;19 e 20

A segunda inverdade, voltando ao Êxodo, é que fora Moisés que os tirara do Egito. Inegável que fora usado; porém, tendo visto bem de perto as dez pragas, passado a seco pelo Mar Vermelho, tendo o próprio Moisés, dito que, “O Deus de vossos pais me enviou”, então, sonegar a maravilhosa atuação Divina, trazendo tudo aquilo a um escopo meramente humano, era uma crassa maneira de mentir para si mesmo.

O desonesto intelectual é o pior dos mentirosos; consegue a proeza de mentir para si mesmo, e acreditar; em cima disso sair traçando novas diretrizes. “Ficarão de fora os mentirosos...” “Deus é Espírito, importa que os que o adoram adorem em espírito e verdade.” Jo 4;24

A mentira da moda é que a imutável Palavra de Deus precisa ser “atualizada”, reinterpretada em partes, para que alguns, mais sensíveis que não a conseguem digerir como é, se presumam servos de Deus, mesmo seguindo como são.

Conveniente “se livrar de Moisés”, quando, em sua lacuna poderemos criar o que nos aprouver. “Rompamos Suas ataduras, e sacudamos de nós Suas cordas. Aquele que habita nos céus se rirá; O Senhor zombará deles. Então lhes falará na Sua ira, no Seu furor os turbará.” Sal 2;3 a 5

Só um completo demente, cogitaria “editar” ao Todo Poderoso! “Ai daquele que contende com seu Criador! o caco entre outros cacos de barro! Porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes? ou a tua obra: Não tens mãos?” Is 45;9

Uma insanidade que O Eterno perguntou se Jó cometeria, está se cometendo agora, em escala global: “Porventura também tornarás tu, vão o Meu juízo, ou tu Me condenarás, para te justificares?” Jó 40;8

“Toda Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam Nele. Nada acrescentes às Suas Palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.” Prov 30;5 e 6

quinta-feira, 6 de julho de 2023

O que é "mundo"?


“Não são do mundo, como Eu do mundo não sou.” Jo 17;16

Jesus situou os discípulos como não sendo do mundo, o que enseja algumas reflexões. O que é mundo? Eis aí uma questão cuja resposta não cabe numa sentença. O conceito é muito amplo, difuso. Pode-se ter o mundo dos esportes, das artes, da política, do cinema… Platão identificava o berço da razão pura como o mundo das ideias, etc.

Seja o que for que o Salvador tinha em mente, era mau aos seus olhos, entre outras coisas, por odiar quem recebera Sua Palavra. “Dei-lhes a Tua Palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como Eu não sou do mundo.” V 14

Conheci uma mentalidade evangélica, extremamente simplista do que era andar segundo o mundo. O habitat dos salvos não deveria exceder a família, trabalho e igreja; os demais ambientes, estádios, cinemas, teatros, salões, etc. eram ambientes do mundo que deveríamos evitar. Música só evangélica, as demais são do mundo. Será que é isso?

Qualquer que seja o significado de separar-se do mundo, certamente não é geográfico, por uma simples razão; seria impossível. Exceto, se Deus fizesse conosco como fez com Enoque e Elias; arrebatasse para Si. Jesus deixou claro na mesma oração. “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal.” V 15

Há casos em que devemos nos separar; analisemos o salmo primeiro; “Não anda segundo o conselho dos ímpios”; isso é uma separação moral, de valores; “não se detém no caminho dos pecadores;” aí, uma profilaxia espiritual. Não fica em companhia ímpia além do necessário, circula entre os tais, mas não se detém a ponto de fazer daquele, seu ambiente; “não se assenta na roda dos escarnecedores”; aí, separação física mesmo. Mas, dum ambiente tal, onde impera o escárnio, a zombaria; isso é impiedade deliberada, onde insistir em pregar seria lançar pérolas aos porcos, o que o Mestre desaconselhou.

Assim vemos que a separação do mundo preceituada é conceitual; mais, de valores, que de locais. Tiago equaciona a eventual adoção de práticas mundanas pelos crentes com adultério espiritual. “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus?” Tg 4;4 

Então, se não podemos achar uma definição satisfatória de “mundo”, temos traços de seu caráter. Inimigo de Deus.

João amplia: “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida; não é do Pai, mas, do mundo.” I Jo 2;15 e 16 

As cobiças naturais e soberba, também estão no DNA do mundo que se opõe ao Santo. Quando diz a Palavra que Deus amou o mundo ao dar Seu Filho refere-se às pessoas do sistema, não ao sistema em si.

A separação, também chamada de santificação deriva de levarmos cabalmente a sério a Palavra, o que, ainda consta na referida oração do Salvador; “Santifica-os na verdade; a Tua Palavra é a verdade.” V 17

Assim, qualquer ensino que contrarie, perverta, desvirtue a Palavra de Deus, mesmo que desfile em púlpitos ou canções góspeis, é do mundo.

Aliás, um famoso hino chamado “Sabor de Mel” é cantado por muitos evangélicos sonolentos que não percebem que os valores defendidos na letra são do mundo. Mero triunfo na terra, o sucesso. Alguém que sofreu, mas, venceu e agora vai se vingar de quem o não ajudou na hora difícil; tal será ignorado pelo “vencedor.” Mais, a congregação é mera plateia, o púlpito vira palco, local de show. Não estou julgando pessoas, mas analisando uma letra cuja inspiração, seguramente não brotou do Espírito Santo, pela contradição de coisas que esposa.

“De uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim. Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa?” Tg 3;10 e 11 Nós incorremos nisso, mas inspirados pelo Espírito Santo, não.

Em suma, não somos do mundo, embora, devamos amar seus habitantes e à medida do possível, iluminar.

A separação de certas pessoas, aconselhada, refere-se aos crentes hipócritas. “Já por carta vos tenho escrito, que não vos associeis com os que se prostituem; isto não quer dizer absolutamente com os devassos deste mundo, ou com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idólatras; porque então vos seria necessário sair do mundo. Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais.” I Cor 5;9 a 11

domingo, 2 de julho de 2023

Excelência da perseverança


“Sereis odiados por todos por amor do Meu Nome; mas, quem perseverar até ao fim será salvo.” Mc 13;13

Perseverança se verifica em momentos de adversidade. Nos mantermos estáveis, quando, firmeza se revela fácil, vantajosa, sequer é um mérito. Tem mais a ver com guardar um interesse, uma fonte de prazeres ou rendas; manter viva a “galinha dos ovos de ouro”. Qual o valor de se perseverar numa vereda proveitosa assim? “A verdadeira afeição, na longa ausência se comprova.” Camões.

Se, amamos a Deus, independente de socorros imediatos, haveremos de seguir perenes, fiados na Integridade Dele, mesmo em meio a adversidades. “... Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor, firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

O fiel não carece profetadas, sonhos, visões, sinais; está firmado em Deus e Sua Palavra; se alguma dessas coisas vier, será algo mais, proveniente da Soberana Vontade. Se, não, seguirá fiel.

Alguns gregos achavam necessário remover a vantagem dos interesses imediatos, para se conhecer a essência. Platão disse mais ou menos, o seguinte: “Quando um homem for reputado justo, lhe caberão louvores e aplausos por isso; ficaremos sem saber se ele o é por amor à justiça, ou, aos aplausos que recebe; convém, pois, colocá-lo numa situação em que seja privado dessas coisas; se, mesmo assim seguir justo, certamente o é, por amor à justiça.”

Com fim de testar na arena dos fatos a veracidade da profissão de cada um, Paulo considerou proveitosas, mesmo as heresias; “Até importa que haja entre vós heresias, para que, os que são sinceros se manifestem entre vós.” I Cor 11;19

Então, vaias alhures, quando vivemos e pregamos fielmente segundo A Palavra da Vida, não são aferidoras negativas de nossas escolhas; tanto quanto, mais fiéis formos ao Senhor e Sua Doutrina, mais tendemos a rejeição e ódio do mundo, incidindo contra nós. “Sereis odiados de todos, por causa do Meu Nome.

Isso, invés de vexame, medo, deve ser aquilatado como prenúncio de bênçãos; “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus; bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem, perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por Minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande vosso galardão nos Céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” Mat 5;10 a 12

Então, quando o sistema ímpio nos deplora, calunia, odeia, acusa de difusores do ódio, etc. não significa que devamos temer, mudar; antes, que estamos no caminho certo. O sistema, seu príncipe e servos, também Odeiam a Deus, Sua Palavra e os Seus.

Esse “cristianismo” de tempo bom, ensinado por muitos e desejado por outros, esse “jardim de aclimação”, onde gente sem compromisso com O Senhor nem com a verdade, faz concessões à impiedade em nome da “inclusão” e “convívio nas diferenças”, de cristianismo não tem nada.

Cada concessão à impiedade, em nome do pretexto que for, não importa quão envernizada e bonitinha ela pareça, no fundo é derivada de uma escolha, onde os pruridos humanos se fazem mais importantes que a Vontade Divina. “Porém, respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Mais importa obedecer a Deus que aos homens.” Atos 5;29

Perseverarmos fiéis, quando, estar sob O Nome de Cristo, enseja contra nós, ódios, perseguições, maledicências várias, privações, certamente requer uma disposição de espírito convicta, uma comunhão íntima de tal modo arraigada, que, exceda eventual peso das circunstâncias adversas. Eis a excelência da perseverança! Em plena tempestade, descansar na certeza do arco íris.

Se alguém imagina que a “porta estreita”, o “caminho apertado” seja uma vereda fácil, não entendeu ainda o que está em jogo. A “facilidade” oferecida aos fugazes é apenas uma camuflagem que tenta disfarçar a real natureza do descaminho escolhido; “Há um caminho que ao homem parece direito, mas no fim dele são os caminhos da morte.” Prov 14;12

Por sermos assim, presas fáceis aos apelos das aparências, devemos nos firmar numa diretriz superior, Daquele que Vê além delas; “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha, dirigir os seus passos.” Jr 10;23

O que tem olhos espirituais, invés de mera adversidade, vê a certeza das suas escolhas, quando, seu apego a Cristo se torna alvo de ataques, desprezo.

Quem, a pretexto de um “humanismo inclusivo” se opõe a porções do “Evangelho Eterno”, gostando ou não, se dizendo pastor, padre, ou que for, no fundo, se opõe ao Senhor; “Não há sabedoria, inteligência, nem conselho contra O Senhor.” Prov 21;30

Há estreitamentos meramente humanos, que devem ser motivo de separação, e dilatação espiritual, como disse Paulo: “Não estais estreitados em nós; mas estais estreitados nos vossos próprios afetos.” II Cor 6;12

sábado, 1 de julho de 2023

O gigante entregue


“Como poderia ser que um só perseguisse mil, dois fizessem fugir dez mil, se, sua Rocha os não vendera, O Senhor os não entregara?” Deut 32;30

A derrota com enorme superioridade numérica, deveria ser entendida como uma “entrega”, um juízo do Senhor. “Quem dera eles fossem sábios! Que isto entendessem...” v 29

A ordem natural supõe que um exército mais numeroso tem tudo para ser vencedor; coisa que O Próprio Salvador ilustrou em Seus ensinos: “Qual é o rei que, indo à guerra a pelejar contra outro, não se assenta primeiro pra tomar conselho sobre se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil? De outra maneira, estando o outro ainda longe, manda embaixadores, pede condições de paz.” Luc 14;31 e 32 Melhor servidão do que morte, a lógica do raciocínio.

Quando do jugo dos midianitas e associados, tivemos o contrário; a minoria do Senhor, vitoriosa. “Midianitas, amalequitas, e todos os filhos do oriente jaziam no vale como gafanhotos em multidão; eram inumeráveis seus camelos, como a areia que há na praia.” Jz 7;12

A esses, O Senhor derrotou usando trezentos homens selecionados. Porque quis honrar a Gideão como Seu escolhido; todavia, quando da invasão da Assíria o Anjo do Senhor matou a 185 mil inimigos numa noite, sem necessidade de auxílio. Do Senhor é a batalha.

Então, quando temos “tudo para vencer” e perdemos, certamente, devemos fazer a leitura que O Eterno desejou que Seu povo fizesse; “Como poderia ser que um só perseguisse mil, dois fizessem fugir dez mil, se, sua Rocha os não vendera, O Senhor os não entregara?”

Isso lembra a situação do nosso país? Sim. Uma imensa maioria desejava a continuidade de um governo honesto, deixou patente isso, enchendo as ruas de verde-amarelo, numa eclosão de patriotismo jamais vista.

Todavia, uma pequena quadrilha, estrategicamente ocupando postos relevantes violou leis, reabilitou bandidos impedidos ao processo, sonegou a necessária transparência, ameaçando com severas punições, quem discordasse dos seus desmandos; atuaram e atuam, legitimando bandidos, desacreditando e perseguindo cidadãos honestos, com vergonhosa cumplicidade de uma imprensa, majoritariamente prostituta.

Só uma leitura é possível: O Senhor entregou-nos a isso. A pergunta é: Por quê?

Nos dias de Gideão, a servidão sob os midianitas e asseclas tinha motivos bem palpáveis que foram denunciados; “vos livrei da mão dos egípcios, e da mão de todos quantos vos oprimiam; os expulsei de diante de vós, e vos dei sua terra. Vos disse: Eu sou O Senhor vosso Deus; não temais aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; mas não destes ouvidos à Minha Voz.” Jz 6;9 e 10

Qual o escopo pelo qual O Eterno contempla Sua Obra em nossa nação? Uma Igreja vigorosa, vivendo santa, justa e piamente, e sendo uma denúncia viva contra os que assim não vivem? Quem dera, o quadro fosse esse!

O que mais faz barulho, infelizmente, é uma espécie de anti-Evangelho, onde uma larga súcia de bispos, padres e pastores, decidiram que devem “atualizar” a Deus e Sua Palavra, “incluindo” posturas que, Ele, categoricamente exclui.

Em suas mensagens, o amor é superdimensionado, enquanto, a justiça e a soberania Divinas são pisoteadas sistematicamente pelos obreiros da iniquidade, que induzem seus seguidores ao mesmo erro.

Ora, se a justiça e a verdade, o império dos bons valores que conduzem à vida, já não importa mais, qual problema de sermos governados por um ladrão, e asseclas que, invés de justiça e desenvolvimento, se ocupam com vingança e destruição dos que pensam diferente? A sociedade ímpia que nos pesa, é um retrato ampliado, dos valores espirituais majoritários.

Não significa, como vimos acima, que a maioria deva vencer, necessariamente; os que desejam a corrupção e vivem por ela são minoria e estão no poder; porém, há outras formas de corrupção, além da monetária; O Senhor “entrega” uma colheita proporcional à semeadura, para que aprendamos semear coisas melhores.

O que, filosofias de botecos esposam sem compromisso, que qualidade é mais que quantidade, é vero perante O Senhor. Um justo no lugar e momento certo faz “estragos” quando O Senhor desejar; “Busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, estivesse na brecha perante Mim por esta terra, para que não a destruísse; porém, ninguém achei.” Ez 22;30

Assim, o fato de que injustiça campeia, o poste está mijando no cachorro, não é motivo para a abraçarmos como modo de vida; antes, devemos ser “reparadores de brechas”, com orações, testemunho e viver, diferentes.

Deus sabe o dano que a impiedade faz governando sobre os justos; em tempo a removerá. “O cetro da impiedade não permanecerá sobre a sorte dos justos, para que ele não estenda suas mãos para iniquidade.” Sal 125;3