quinta-feira, 6 de julho de 2023

O que é "mundo"?


“Não são do mundo, como Eu do mundo não sou.” Jo 17;16

Jesus situou os discípulos como não sendo do mundo, o que enseja algumas reflexões. O que é mundo? Eis aí uma questão cuja resposta não cabe numa sentença. O conceito é muito amplo, difuso. Pode-se ter o mundo dos esportes, das artes, da política, do cinema… Platão identificava o berço da razão pura como o mundo das ideias, etc.

Seja o que for que o Salvador tinha em mente, era mau aos seus olhos, entre outras coisas, por odiar quem recebera Sua Palavra. “Dei-lhes a Tua Palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como Eu não sou do mundo.” V 14

Conheci uma mentalidade evangélica, extremamente simplista do que era andar segundo o mundo. O habitat dos salvos não deveria exceder a família, trabalho e igreja; os demais ambientes, estádios, cinemas, teatros, salões, etc. eram ambientes do mundo que deveríamos evitar. Música só evangélica, as demais são do mundo. Será que é isso?

Qualquer que seja o significado de separar-se do mundo, certamente não é geográfico, por uma simples razão; seria impossível. Exceto, se Deus fizesse conosco como fez com Enoque e Elias; arrebatasse para Si. Jesus deixou claro na mesma oração. “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal.” V 15

Há casos em que devemos nos separar; analisemos o salmo primeiro; “Não anda segundo o conselho dos ímpios”; isso é uma separação moral, de valores; “não se detém no caminho dos pecadores;” aí, uma profilaxia espiritual. Não fica em companhia ímpia além do necessário, circula entre os tais, mas não se detém a ponto de fazer daquele, seu ambiente; “não se assenta na roda dos escarnecedores”; aí, separação física mesmo. Mas, dum ambiente tal, onde impera o escárnio, a zombaria; isso é impiedade deliberada, onde insistir em pregar seria lançar pérolas aos porcos, o que o Mestre desaconselhou.

Assim vemos que a separação do mundo preceituada é conceitual; mais, de valores, que de locais. Tiago equaciona a eventual adoção de práticas mundanas pelos crentes com adultério espiritual. “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus?” Tg 4;4 

Então, se não podemos achar uma definição satisfatória de “mundo”, temos traços de seu caráter. Inimigo de Deus.

João amplia: “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida; não é do Pai, mas, do mundo.” I Jo 2;15 e 16 

As cobiças naturais e soberba, também estão no DNA do mundo que se opõe ao Santo. Quando diz a Palavra que Deus amou o mundo ao dar Seu Filho refere-se às pessoas do sistema, não ao sistema em si.

A separação, também chamada de santificação deriva de levarmos cabalmente a sério a Palavra, o que, ainda consta na referida oração do Salvador; “Santifica-os na verdade; a Tua Palavra é a verdade.” V 17

Assim, qualquer ensino que contrarie, perverta, desvirtue a Palavra de Deus, mesmo que desfile em púlpitos ou canções góspeis, é do mundo.

Aliás, um famoso hino chamado “Sabor de Mel” é cantado por muitos evangélicos sonolentos que não percebem que os valores defendidos na letra são do mundo. Mero triunfo na terra, o sucesso. Alguém que sofreu, mas, venceu e agora vai se vingar de quem o não ajudou na hora difícil; tal será ignorado pelo “vencedor.” Mais, a congregação é mera plateia, o púlpito vira palco, local de show. Não estou julgando pessoas, mas analisando uma letra cuja inspiração, seguramente não brotou do Espírito Santo, pela contradição de coisas que esposa.

“De uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim. Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa?” Tg 3;10 e 11 Nós incorremos nisso, mas inspirados pelo Espírito Santo, não.

Em suma, não somos do mundo, embora, devamos amar seus habitantes e à medida do possível, iluminar.

A separação de certas pessoas, aconselhada, refere-se aos crentes hipócritas. “Já por carta vos tenho escrito, que não vos associeis com os que se prostituem; isto não quer dizer absolutamente com os devassos deste mundo, ou com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idólatras; porque então vos seria necessário sair do mundo. Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais.” I Cor 5;9 a 11

domingo, 2 de julho de 2023

Excelência da perseverança


“Sereis odiados por todos por amor do Meu Nome; mas, quem perseverar até ao fim será salvo.” Mc 13;13

Perseverança se verifica em momentos de adversidade. Nos mantermos estáveis, quando, firmeza se revela fácil, vantajosa, sequer é um mérito. Tem mais a ver com guardar um interesse, uma fonte de prazeres ou rendas; manter viva a “galinha dos ovos de ouro”. Qual o valor de se perseverar numa vereda proveitosa assim? “A verdadeira afeição, na longa ausência se comprova.” Camões.

Se, amamos a Deus, independente de socorros imediatos, haveremos de seguir perenes, fiados na Integridade Dele, mesmo em meio a adversidades. “... Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor, firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

O fiel não carece profetadas, sonhos, visões, sinais; está firmado em Deus e Sua Palavra; se alguma dessas coisas vier, será algo mais, proveniente da Soberana Vontade. Se, não, seguirá fiel.

Alguns gregos achavam necessário remover a vantagem dos interesses imediatos, para se conhecer a essência. Platão disse mais ou menos, o seguinte: “Quando um homem for reputado justo, lhe caberão louvores e aplausos por isso; ficaremos sem saber se ele o é por amor à justiça, ou, aos aplausos que recebe; convém, pois, colocá-lo numa situação em que seja privado dessas coisas; se, mesmo assim seguir justo, certamente o é, por amor à justiça.”

Com fim de testar na arena dos fatos a veracidade da profissão de cada um, Paulo considerou proveitosas, mesmo as heresias; “Até importa que haja entre vós heresias, para que, os que são sinceros se manifestem entre vós.” I Cor 11;19

Então, vaias alhures, quando vivemos e pregamos fielmente segundo A Palavra da Vida, não são aferidoras negativas de nossas escolhas; tanto quanto, mais fiéis formos ao Senhor e Sua Doutrina, mais tendemos a rejeição e ódio do mundo, incidindo contra nós. “Sereis odiados de todos, por causa do Meu Nome.

Isso, invés de vexame, medo, deve ser aquilatado como prenúncio de bênçãos; “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus; bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem, perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por Minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande vosso galardão nos Céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” Mat 5;10 a 12

Então, quando o sistema ímpio nos deplora, calunia, odeia, acusa de difusores do ódio, etc. não significa que devamos temer, mudar; antes, que estamos no caminho certo. O sistema, seu príncipe e servos, também Odeiam a Deus, Sua Palavra e os Seus.

Esse “cristianismo” de tempo bom, ensinado por muitos e desejado por outros, esse “jardim de aclimação”, onde gente sem compromisso com O Senhor nem com a verdade, faz concessões à impiedade em nome da “inclusão” e “convívio nas diferenças”, de cristianismo não tem nada.

Cada concessão à impiedade, em nome do pretexto que for, não importa quão envernizada e bonitinha ela pareça, no fundo é derivada de uma escolha, onde os pruridos humanos se fazem mais importantes que a Vontade Divina. “Porém, respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Mais importa obedecer a Deus que aos homens.” Atos 5;29

Perseverarmos fiéis, quando, estar sob O Nome de Cristo, enseja contra nós, ódios, perseguições, maledicências várias, privações, certamente requer uma disposição de espírito convicta, uma comunhão íntima de tal modo arraigada, que, exceda eventual peso das circunstâncias adversas. Eis a excelência da perseverança! Em plena tempestade, descansar na certeza do arco íris.

Se alguém imagina que a “porta estreita”, o “caminho apertado” seja uma vereda fácil, não entendeu ainda o que está em jogo. A “facilidade” oferecida aos fugazes é apenas uma camuflagem que tenta disfarçar a real natureza do descaminho escolhido; “Há um caminho que ao homem parece direito, mas no fim dele são os caminhos da morte.” Prov 14;12

Por sermos assim, presas fáceis aos apelos das aparências, devemos nos firmar numa diretriz superior, Daquele que Vê além delas; “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha, dirigir os seus passos.” Jr 10;23

O que tem olhos espirituais, invés de mera adversidade, vê a certeza das suas escolhas, quando, seu apego a Cristo se torna alvo de ataques, desprezo.

Quem, a pretexto de um “humanismo inclusivo” se opõe a porções do “Evangelho Eterno”, gostando ou não, se dizendo pastor, padre, ou que for, no fundo, se opõe ao Senhor; “Não há sabedoria, inteligência, nem conselho contra O Senhor.” Prov 21;30

Há estreitamentos meramente humanos, que devem ser motivo de separação, e dilatação espiritual, como disse Paulo: “Não estais estreitados em nós; mas estais estreitados nos vossos próprios afetos.” II Cor 6;12

sábado, 1 de julho de 2023

O gigante entregue


“Como poderia ser que um só perseguisse mil, dois fizessem fugir dez mil, se, sua Rocha os não vendera, O Senhor os não entregara?” Deut 32;30

A derrota com enorme superioridade numérica, deveria ser entendida como uma “entrega”, um juízo do Senhor. “Quem dera eles fossem sábios! Que isto entendessem...” v 29

A ordem natural supõe que um exército mais numeroso tem tudo para ser vencedor; coisa que O Próprio Salvador ilustrou em Seus ensinos: “Qual é o rei que, indo à guerra a pelejar contra outro, não se assenta primeiro pra tomar conselho sobre se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil? De outra maneira, estando o outro ainda longe, manda embaixadores, pede condições de paz.” Luc 14;31 e 32 Melhor servidão do que morte, a lógica do raciocínio.

Quando do jugo dos midianitas e associados, tivemos o contrário; a minoria do Senhor, vitoriosa. “Midianitas, amalequitas, e todos os filhos do oriente jaziam no vale como gafanhotos em multidão; eram inumeráveis seus camelos, como a areia que há na praia.” Jz 7;12

A esses, O Senhor derrotou usando trezentos homens selecionados. Porque quis honrar a Gideão como Seu escolhido; todavia, quando da invasão da Assíria o Anjo do Senhor matou a 185 mil inimigos numa noite, sem necessidade de auxílio. Do Senhor é a batalha.

Então, quando temos “tudo para vencer” e perdemos, certamente, devemos fazer a leitura que O Eterno desejou que Seu povo fizesse; “Como poderia ser que um só perseguisse mil, dois fizessem fugir dez mil, se, sua Rocha os não vendera, O Senhor os não entregara?”

Isso lembra a situação do nosso país? Sim. Uma imensa maioria desejava a continuidade de um governo honesto, deixou patente isso, enchendo as ruas de verde-amarelo, numa eclosão de patriotismo jamais vista.

Todavia, uma pequena quadrilha, estrategicamente ocupando postos relevantes violou leis, reabilitou bandidos impedidos ao processo, sonegou a necessária transparência, ameaçando com severas punições, quem discordasse dos seus desmandos; atuaram e atuam, legitimando bandidos, desacreditando e perseguindo cidadãos honestos, com vergonhosa cumplicidade de uma imprensa, majoritariamente prostituta.

Só uma leitura é possível: O Senhor entregou-nos a isso. A pergunta é: Por quê?

Nos dias de Gideão, a servidão sob os midianitas e asseclas tinha motivos bem palpáveis que foram denunciados; “vos livrei da mão dos egípcios, e da mão de todos quantos vos oprimiam; os expulsei de diante de vós, e vos dei sua terra. Vos disse: Eu sou O Senhor vosso Deus; não temais aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; mas não destes ouvidos à Minha Voz.” Jz 6;9 e 10

Qual o escopo pelo qual O Eterno contempla Sua Obra em nossa nação? Uma Igreja vigorosa, vivendo santa, justa e piamente, e sendo uma denúncia viva contra os que assim não vivem? Quem dera, o quadro fosse esse!

O que mais faz barulho, infelizmente, é uma espécie de anti-Evangelho, onde uma larga súcia de bispos, padres e pastores, decidiram que devem “atualizar” a Deus e Sua Palavra, “incluindo” posturas que, Ele, categoricamente exclui.

Em suas mensagens, o amor é superdimensionado, enquanto, a justiça e a soberania Divinas são pisoteadas sistematicamente pelos obreiros da iniquidade, que induzem seus seguidores ao mesmo erro.

Ora, se a justiça e a verdade, o império dos bons valores que conduzem à vida, já não importa mais, qual problema de sermos governados por um ladrão, e asseclas que, invés de justiça e desenvolvimento, se ocupam com vingança e destruição dos que pensam diferente? A sociedade ímpia que nos pesa, é um retrato ampliado, dos valores espirituais majoritários.

Não significa, como vimos acima, que a maioria deva vencer, necessariamente; os que desejam a corrupção e vivem por ela são minoria e estão no poder; porém, há outras formas de corrupção, além da monetária; O Senhor “entrega” uma colheita proporcional à semeadura, para que aprendamos semear coisas melhores.

O que, filosofias de botecos esposam sem compromisso, que qualidade é mais que quantidade, é vero perante O Senhor. Um justo no lugar e momento certo faz “estragos” quando O Senhor desejar; “Busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, estivesse na brecha perante Mim por esta terra, para que não a destruísse; porém, ninguém achei.” Ez 22;30

Assim, o fato de que injustiça campeia, o poste está mijando no cachorro, não é motivo para a abraçarmos como modo de vida; antes, devemos ser “reparadores de brechas”, com orações, testemunho e viver, diferentes.

Deus sabe o dano que a impiedade faz governando sobre os justos; em tempo a removerá. “O cetro da impiedade não permanecerá sobre a sorte dos justos, para que ele não estenda suas mãos para iniquidade.” Sal 125;3

domingo, 25 de junho de 2023

Fraqueza da força



“... Esta é a Palavra do Senhor a Zorobabel, dizendo: Não por força nem por violência, mas pelo Meu Espírito, diz O Senhor dos Exércitos.” Zac 4;6

A restauração do templo e da cidade de Jerusalém, em meio a grandes adversidades. Mesmo assim, métodos comuns entre os homens, força e violência para persuadir, não seriam usados; antes, O Poder do Espírito do Senhor.

A imposição de um querer, forçada normatização de um modo de ser, é próprio das ditaduras, de quem não conseguiria lograr o mesmo mediante argumentos. O Todo Poderoso faz concessões, facultando escolhas, permitindo a desobediência até, embora, advirta das consequências.

Como seria, se, os motejos comuns dos que duvidam, ou, as blasfêmias atrevidas dos que se opõem a Deus fossem punidas de imediato, com prisões, multas, por transgressão de uma hipotética lei de “Deusfobia”?

As pessoas inclinadas a isso seriam cautelosas, dissimuladas; mesmo pensando do mesmo modo, guardariam seus pensares para si, temendo as punições. Aquele que É A Verdade, não gosta dessas coisas. Prefere a rejeição aberta, à “adesão” hipócrita, dissimulada, interesseira.

Simeão disse a Maria, até onde O Senhor levaria a liberdade de expressão: “Uma espada traspassará também tua própria alma; para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.” Luc 2;35 Antevendo que a rejeição a Cristo, O levaria até à morte; Deus permitiria que os ímpios manifestassem isso.

O Eterno por um pouco, abandonou Seu Filho; em tempo, O justificou, vivificando-o pelo Seu Espírito. “... Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito...” I Tim 3;16

Toda requisição a base de gritaria, ameaças de punições, no fundo, invés de zelo por uma lei, traz embutida a confissão de uma transgressão; a certeza de que os meios normais de persuasão não bastam para que tal anseio prevaleça; então, pedem “reforço” à violência, usam o vigor das ameaças, coagem a sociedade; em nome de suposta liberdade, pedem bexiga pra tirania.

A verdade não lhes serve, porque não corrobora anseios de quem ama à mentira. Então, criam narrativas fajutas, colando rótulos de mel, onde acondicionam veneno, para depois, punirem aos dissidentes pelo desperdício de tão precioso líquido.

Óbvio que estou falando da tirania global dos movimentos gays; seu direito de fazerem o que quiserem de suas vidas inclusive no aspecto sexual é inalienável; ninguém nega isso. Mas isso não lhes basta; ousam ingerir em nosso direito de crer.

Em defesa de suas predileções, fundem o aspecto biológico ao psicológico, como se, ambos fossem iguais.

A natureza biológica é determinista. Nascemos machos, ou fêmeas. O aspecto psicológico pode ser moldado. Então, alguém se portar no âmbito sexual, de modo contrário ao ser, biológico, e dizer que o faz porque “nasceu assim”, presume um determinismo psicológico que tornaria o ensino sem sentido, e a mudança, uma automutilação. Se, cada um deve seguir “como nasceu”, por quê Cristo pagou tão alto preço, desafiando os arrependidos a “nascerem de novo?”

Pois, também a nós, heterossexuais, a Palavra de Deus coloca uma série de limites; veta promiscuidade, adultério, fornicação, zoofilia, incesto... coisas às quais, todo pecador nasce inclinado; nem todos são honestos o bastante para admitir. 

Pela mesma “lógica” dos que adotam o comportamento homoafetivo, poderíamos cometer essas coisas todas e defender-nos: “Eu nasci assim!”

Usando da gritaria e da força, nada impediria que criássemos leis punitivas contra “adulterofóbicos”, “promiscuofóbicos”, etc. Estaríamos usando a “democracia”, o grito unido de muitas vontades, contra a “Tirania” do Criador, com Seus “discursos de ódio”. Pois, Ele admite que odeia algo; “Tu amas a justiça e odeias a impiedade...” Sal 45;7

Tende o ímpio a apoiar-se na fragilidade do braço, onde a problema é de coração. “... Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço, e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17;5

Não nos enganemos; não se trata de liberdade, que todos possuem já, tampouco de fobias tais ou quais; antes, trata-se da milenar peleja espiritual, entre Deus e o maligno, projetada sobre os que servem a Um e outro.

Embora lute contra o inimigo, O Criador não deseja medir forças com um verme como nós, seria ridículo. “Quem poria sarças e espinheiros diante de Mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria.” Is 27;4

Dada a impossibilidade desse embate, Ele sugere que tomemos para nós Sua Força; “... se apodere da Minha Força, faça paz comigo;” v 5
A Força dos que nos ameaçam tem um limite que O Eterno desconhece; “Não temais os que matam o corpo, depois, não têm mais que fazer.” Luc 12;4

Criem as leis que quiserem! Deus já se antecipou, em nós. “... Porei Minhas Leis no seu entendimento, em seu coração as escreverei...” Heb 8;10

sábado, 24 de junho de 2023

Os náufragos


“Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? Um vapor que aparece por um pouco, depois se desvanece.” Tg 4;14 

A Palavra sempre nos desafia a uma resposta no presente; “hoje, se ouvirdes Sua Voz, não endureçais vossos corações.”

Assim como, no aspecto dos defeitos temos mais facilidades de identificar os alheios que os nossos, na questão da prudência, ou, da ausência dela, a mesma lógica se verifica.
Tendemos a pensar que não cometeríamos as temeridades que outros cometem, avaliando-as à distância, sob a proteção dos nossos tetos.

Nunca desceria a quatro mil metros no oceano, diz um que encomenda sua vida à fragilidade de uma corda, saltando de bungee Jump; tampouco eu, o que se expõe ao risco de descarrilamento numa montanha-russa.

Essa “análise apurada”, não raro, fazemos com a lupa das consequências trágicas, nunca, ao mero sabor da aventura, quando, a adrenalina se insinua mais persuasiva que os riscos.

Repercute mundialmente o naufrágio do submersível Titan, onde cinco bilionários perderam suas vidas, intentando visitar as ruínas do Titanic, dada uma implosão da nave, nas profundezas do oceano.

Alguns, acometidos pela febre ideológica aproveitaram para deixar patente a “futilidade do capitalismo” em defesa do seu sistema, que propõe partilhar entre todos, as riquezas alheias. Sua doentia proposta já naufragou numas setenta nações; mas, seguem visitando seus destroços ideológicos, culpando aos icebergs pelas escolhas desastradas dos parvos pilotos. Nenhum deles, ao ver os Venezuelanos passando fome, consegue ver a ruindade do socialismo. O problema aquele, dos defeitos alheios visíveis.

Outros, mais “zelosos” vociferam contra as vítimas, chamam-nas de “idiotas!” Como puderam ser tão sem noção de confiarem numa engenhoca rudimentar? Até quem nunca soube nada de navegação, agora está googlespecialista, cheio de dicas sobre segurança em expedições subaquáticas.

Cinco vidas se perderem num acidente sempre é trágico. Não importa se eram milionários ou pobres, dessa ou daquela raça; expoentes desse ou daquele sistema, em tais ou quais circunstâncias.

Entretanto, muitos dos “prudentes” após a tragédia, estariam babando de inveja se, invés de morrer eles voltassem à superfície com belas fotos e objetos dentre os destroços.

Dizer que não faria algo temerário depois que se revela trágico, não é prudência; apenas casuísmo, oportunismo desonesto. Muitos que dizem isso dirigem alheios às leis de trânsito; outros consomem drogas letais; se dão a comportamentos deletérios no prisma moral, destruindo famílias, etc. Não conseguem ser prudentes nas pequenas coisas que administram, mas, pretendem sê-lo, nas grandes que não lhes dizem respeito.

Que há regras de segurança a seguir, saberes de especialistas a considerar, de acordo. Agora dar pitaco só pela coceira por falar, ou achar engraçados os erros alheios, mesmo quando se revelam trágicos, é só mais uma faceta dessa geração abarrotada de cultura inútil, desértica em valores.

Infelizmente, o inferno recebe milhares diuturnamente, desses que, mesmo capazes de ver distante aos erros alheios, não conseguem evitar os próprios.

A arrogância humana no tocante a zombar de Deus é algo incurável. Na mitologia grega, titãs eram gigantes que lutavam contra os deuses. O mega navio, foi batizado de “Titanic”; ou seja: Titânico, gigantesco. Agora, como que, num renovo da arrogância já afundada, o submersível foi chamado de Titan.

Embora, suas dimensões fossem módicas, fizeram questão do nome alusivo ao gigantismo, que foi posto no transatlântico que “nem Deus afundaria.” 111 anos, dois meses e 3 três dias após aquele acidente, outro “titã” pereceu nas águas do Atlântico Norte.

Oswaldo Cruz dizia: “Observando erros alheios, o homem prudente corrige os seus.”

Como estamos pilotando às naves de nossas vidas? Dentro de uma margem confiável de segurança ou estamos nos expondo de maneira insana ao risco da eterna perdição?

A aventura dos bilionários em apreço, teria custado cerca de 1,2 milhão de reais para cada um deles. O fato de a imensa maioria da população não ter condições para uma aventura assim, “protege-nos” de riscos semelhantes.

Porém, há mil maneiras de se perder; só ancorando nossas almas na Palavra de Deus podemos evitar. Pois, como disse O Salvador, “... a vida de qualquer um, não consiste na abundância do que possui.” Antes, consiste na perseverança na fé, cujas obras ensejam uma consciência sem culpa: “Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé.” I Tim 1;19

Pois, também temos uma embarcação antiga, (a carne) que afrontou a Deus no passado; afundou nas águas do batismo de arrependimento, dando origem ao “novo homem”. Invés de a considerarmos um ferro-velho, que deve corroer-se nos mares do tempo, se, parecer-nos oportuno, revisitar os seus domínios, colocaremos tudo a perder. “Como o cão torna ao seu vômito, assim o tolo repete sua estultícia.” Prov 26;11

sexta-feira, 23 de junho de 2023

Nós podemos mais


“O homem sábio é forte; o homem de conhecimento consolida a força.” Prov 24;5

Os filósofos fazem distinção entre potencial e atual; entre o que se pode, e o que está sendo feito. Motejando da atuação de alguém se diz: “Você pode mais do que isso.”

O verso supra foi escrito pelo homem que, a Bíblia define como sendo o mais sábio, Salomão. “O homem sábio é forte...” Então, natural afirmarmos que foi o mais forte também.

Normalmente aquilatamos como força, a capacidade de mover, suster, carregar grandes pesos. Esse é o aspecto estritamente físico. A Bíblia não o apresenta como um segundo Sansão. Sua “força” se mostrou na posse de um intelecto privilegiado.

“Disse três mil provérbios; foram os seus cânticos mil e cinco.” I Rs 4;32 “Quanto mais sábio foi o pregador, tanto mais ensinou ao povo sabedoria; atentando, esquadrinhando, compôs muitos provérbios.” Ecl 12;9

Invés de outro aspecto da força concentrou-se no da sabedoria: “O home sábio é forte...” Conhecia a origem dessa força; “As palavras dos sábios são como aguilhões, como pregos bem fixados pelos mestres das assembleias, que nos foram dadas pelo Único Pastor.” Ecl 12;11
O Único Pastor, O Senhor é que fortalece com saber, àqueles que lhe agrada. A revelação, oriunda da mesma “Fonte” também é uma força excelente.

Quando, Nabucodonsor, aflito pela interpretação de um sonho exigiu dos intérpretes, mais que o normal; que, além de interpretar, ainda revelassem o quê, tinha sonhado, ninguém se habilitou. Furioso o rei mandou executar a todos os “sábios”. Sabedor da sentença, Daniel pediu tempo para orar e colocar perante Deus a situação.

Recebida a resposta do Altíssimo, agradeceu assim: “Ó Deus de meus pais, Te dou graças e louvo, porque me deste sabedoria e força; agora me fizeste saber o que Te pedimos, porque nos fizeste saber este assunto do rei.” Dn 2;23 Sabedoria e força, lado a lado. A revelação foi forte o bastante para poupar as vidas de muitos “sábios” porque Daniel fora iluminado.

“... o homem de conhecimento consolida a força.” Voltando à linguagem dos filósofos podemos dizer que, o home sábio pode, e o de conhecimento atua conforme pode. Consolida, se faz sólido junto ao poder que possui.

Mas, a força em si não é sólida? Não necessariamente. O concreto armado, por exemplo, na devida mistura dos elementos sustém toneladas; porém, antes de estar sólido pode ser perfurado com os dedos. Um exemplo didático de poder ainda não solidificado.

O saber requer um segundo passo, que nem sempre, quem sabe, ousa. “Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes.” Jo 13;17 O Salvador condicionou o conhecimento da verdade, à solidez em Sua doutrina; “... Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

Tornar o potencial em atual, deixar o que sabemos moldar o que escolheremos, é o meio de consolidar a força que recebemos. Mas, nem sempre acontece assim; na verdade, mui raramente. Quanto aos “mestres” dos Seus dias Jesus aconselhou: “Todas as coisas que vos disserem que observeis, observai-as, fazei-as; mas não procedais em conformidade com suas obras, porque dizem e não fazem;” Mat 23;3 Aqueles também podiam mais.

O próprio Salomão, o mais privilegiado com o dom da sabedoria, no final dos seus dias agiu de modo insano. “Das nações de que o Senhor tinha falado aos filhos de Israel: Não chegareis a elas, elas não chegarão a vós; de outra maneira perverterão o vosso coração para seguirdes seus deuses. A estas se uniu Salomão com amor... Porque Salomão seguiu a Astarote, deusa dos sidônios, Milcom, a abominação dos amonitas. Assim fez Salomão o que parecia mal aos Olhos do Senhor; não perseverou em seguir ao Senhor, como Davi, seu pai.” I Rs 11;2, 5 e 6

Assim, temos um homem que foi forte, mas não consolidou sua força, antes, se deixou corromper. Sua própria sabedoria condenaria suas escolhas; já na introdução aos provérbios o pintaria como louco; “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam sabedoria e instrução.” Prov 1;7

Noutra parte mencionou um sábio pobre que, embora ignorado, desprezado, no momento oportuno livrou uma cidade pela sua sabedoria; então, filosofou: “... Melhor é a sabedoria que a força, ainda que a sabedoria do pobre foi desprezada, e suas palavras não foram ouvidas. As palavras dos sábios devem em silêncio ser ouvidas, mais que o clamor do que domina entre tolos. Melhor é a sabedoria que as armas de guerra, porém um só pecador destrói muitos bens.” Ecl 9;16 a 18

Sabedoria ainda apela: “Deixai os insensatos e vivei; andai pelo caminho do entendimento.” Prov 9;6

Mais que o ouro


“Os castiçais com suas lâmpadas de ouro finíssimo, para as acenderem segundo o costume, perante o oráculo. As flores, as lâmpadas e os espevitadores eram de ouro, do mais finíssimo ouro. Como também os apagadores, bacias, colheres e incensários, de ouro finíssimo; quanto à entrada da casa, suas portas de dentro do lugar santíssimo, e as da casa do templo, eram de ouro.” II Crôn 4;20 a 22

Utensílios pertinentes ao culto no Antigo Testamento, mesmo os para funções mais simples, eram todos de ouro refinado.

Aqueles dias com seus móveis, utensílios preciosos e ritos, apontavam para outros dias no porvir. “Porque tendo a Lei à sombra dos bens futuros, não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferece cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam.” Heb 10;1 Uma sombra de bens, então, futuros; agora, cumpridos em Cristo.

A repetição sistemática dos rituais era um testemunho, de que o problema do pecado permanecia em pé. “Dando nisto a entender o Espírito Santo que ainda o caminho do santuário não estava descoberto enquanto se conservava em pé o primeiro tabernáculo.” Heb 9;8

Apesar de toda a santidade requerida, da preciosidade dos objetos do culto de então, ainda era mera sombra do que estava por vir. “Mas, vindo Cristo, o Sumo Sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes e bezerros, mas por Seu Próprio Sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção.” Heb 9;11 e 12

A “purificação” daqueles dias era como que um cheque pré-datado, que O Próprio Deus assinava, a espera do que, depositaria a devida quantia; “Porque é impossível que o sangue dos touros e bodes tire pecados.” Heb 10;4

A remissão dos ofertantes era exterior, “segundo a carne”; a de Cristo toca consciências; “Porque, se o sangue dos touros e bodes, e a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne, quanto mais o Sangue de Cristo, que pelo Espírito Eterno ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus Vivo?” Heb 9;13 e 14

A mera repetição de “arrependimentos” que não logram transformar nossa vida, nos lança na mesmice daqueles dias, quando, O Espírito Santo ainda não fora dado aos arrependidos. “Doutra maneira, teriam deixado de se oferecer, (sacrifícios) porque, purificados uma vez os ministrantes, nunca mais teriam consciência de pecado. Nesses sacrifícios, porém, cada ano se faz comemoração dos pecados.” Heb 10;2 e 3

Nosso comprometimento com Cristo deve ser intenso profundo; de modo a nos identificarmos cabalmente, Nele; “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte?” Rom 6;3

Então, o viver relapso, a volta ao lixo depois de havermos sido libertos é considerado como “repetir” para si o Sacrifício do Salvador. “... pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, O expõem ao vitupério.” Heb 6;6

Infelizmente, o ouro compra quase tudo aqui; até coisas que o dinheiro não deveria. Antes de nos impressionarmos com a pompa do templo antigo, suas riquezas, pois, devemos meditar, “Sabendo que, não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas, com o Precioso Sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado, incontaminado.” I Ped 1;18 e 19

Nos impressiona o precioso; na escala de valores dos Céus, o Amor está no topo; “Ninguém tem maior amor do que este, dar alguém sua vida pelos seus amigos.” Jo 15;13 A fé também se avantaja ao metal amarelo; “Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, honra e glória, na revelação de Jesus Cristo.” I Ped 1;7

Nossa identificação com Cristo em Sua renúncia, fidelidade e obediência, transfere parte do Seu inefável valor, aos regenerados Nele, Deus diz: “Farei que o homem seja mais precioso que o ouro puro, mais raro do que o ouro fino de Ofir.” Is 13;12

Não se trata de encontrar o que há de bom em nós; antes, de remover o que há de ruim, para que Suas virtudes brilhem através do nosso viver. “... Porque Ele será como o fogo do ourives como o sabão dos lavandeiros. Assentar-se-á como fundidor e purificador de prata... os refinará como ouro... então ao Senhor trarão oferta em justiça.” Mal 3;2 e 3

A fé genuína nos torna agradáveis a Deus; obtido isso, quem precisa de ouro?