quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

O Engano Multicor


“Formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.” Gn 2;7 

A criação de tudo; por fim, o homem, como Obra de Deus. Isso deveria dar a Exclusividade a Ele; se, não por outro motivo, pelos “Direitos Autorais”.

Entretanto, a terra está eivada de deuses. Foi precisamente a incapacidade humana de ver o óbvio, que deu azo às criações mais estapafúrdias; “... o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entendem, claramente se veem pelas coisas que estão criadas... (ímpios) dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. Mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, aves, quadrúpedes e de répteis.” Rom 19, 20, 22 e 23

Por se recusar a ver o que está manifesto, o ser humano se agarra no que é flagrantemente “manifalso”.

Deparo com “bênçãos” de “Pretos Velhos”, boas vibrações holísticas da “Nova Era”, imagens diversas oferecendo a “proteção” dos “Santos”, mensagens Espíritas “Psicografadas” por ícones da doutrina aquela, humanismo oferecendo-me as chaves pra abrir o “Poder da Mente”, imagens de Budha que trariam prosperidade, e pasmem! até quem descobriu o “segredo da vitória financeira” na Bíblia. “Mamon convertido”.

Uma coisa em comum; todos, exceto O Deus Vivo, me prometem facilidades incondicionais. Querem me “abençoar”; o máximo que demandam é pequeno ritual, uma mandinga qualquer, sem o menor traço que eu deva mudar de vida nos quesitos obediência, justiça, santidade... o esperável de um Deus Santo.

Onde esses estavam na criação? “Anunciai-nos as coisas que ainda hão de vir, para que saibamos que sois deuses; fazei bem ou mal, para que nos assombremos e juntamente vejamos. Eis que sois menos que nada; vossa obra é menos que nada; abominação é quem vos escolhe.” Is 42;23 e 24

Matemáticos indianos teriam descoberto os números negativos, mas foram os que criaram tais “deuses” que os inventaram; ao apreço da Divina Sabedoria são “menos que nada.” Valores abaixo de zero na “temperatura” espiritual.

Jeremias sentencia: “... Os deuses que não fizeram os céus e a terra desaparecerão da terra, de debaixo deste céu.” Jr 10;11

Se, a alternativa à obediência, proposta no Éden, foi a divinização das paixões humanas, óbvio que essa miscelânea de “buracos negros” se pretendendo estrelas deriva daí.

Não que haja muitos deuses; “Adonai Echad!” Nosso Deus é Único.

No fundo, essa coletânea de enganos sistematizados são desdobramentos do culto a si mesmo. Por isso que, tais deuses, invés de mensagens de correção de rumos, advertências de juízo porvir, acenam sempre com facilidades incondicionais. Tais aberrações mostram o “sonho de consumo” religioso do homem caído.

Para esse, o “negue a si mesmo” condição para reconciliar com o Eterno, soa como ameaça.

Assim, quanto ao Deus Vivo nutre inimizade, apenas. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à Lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7

Quando do nascimento do Salvador três coisas foram cantadas por anjos: “Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens.” Luc 2;14

Glória a Deus nas alturas mediante completa obediência; Cristo o fez, “sendo obediente à morte, e morte de cruz.” Paz ‘na’ terra, não, paz ‘com’ a Terra. Uma paz diferente que desfaz a inimizade com os Céus; “... minha paz vos dou; não vos dou como o mundo dá...” Jo 14;27 Boa vontade para com os homens é o anúncio dessa possibilidade de reatamento em Cristo. “... Deus estava Em Cristo reconciliando Consigo o mundo...” II Cor 5;19

Com qual dos outros deuses aqueles, o ser humano estava em inimizade, de modo a carecer reconciliação? Ora, os fantoches todos são frutos da inimizade estabelecida desde a queda.

Óbvio que soa mais agradável uma mensagem sem sacrifícios, sem custo, uma graça barata que fecha os olhos para todas nossas maldades e nos “abençoa”; mas, como foi no princípio, o que a serpente embalou no pacote de um upgrade espiritual, no fundo, era só a camuflagem da morte; ainda é assim.

O Eterno não engana ninguém. O único acesso possível é Cristo, “Ninguém vem ao Pai senão, por Mim” Jo 14;6 Nele carecemos a cruz da renúncia, num mundo mau, perseguidor, profano, onde concorrem muitas aflições. Difícil e sério assim; porém, é verdade.

Erra quem pensa comprar joias de valor em lojas de quinquilharias. Vida Eterna é gloriosa demais para ser fácil. 

“Saber o que é correto e não fazer é falta de coragem.” Confúcio

“Quanto ao tímidos... sua parte será... a segunda morte” Apoc 21;8

terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Qual é o fim do homem?


“Nunca digas: Por que foram os dias passados melhores que estes? Porque não provém da sabedoria esta pergunta.” Ecl 7;10

Se, um sábio não perguntaria isso, se deduz que, em seus domínios a resposta deveria ser óbvia; ele deveria saber.

Desgraçadamente, quanto mais a humanidade se aproxima do fim, (dos tempos) mais se afasta do fim, (objetivo) para o qual foi criada; assim, os dias passados são melhores que os atuais se, não pela virtude neles encerrada, mas pelo contraste com o “progresso” da desabalada carreira rumo à degeneração.

Aristóteles defendia que “todo ser tem um fim, isto é, uma finalidade que lhe é própria. A faca, por exemplo, tem por finalidade cortar algo; a finalidade dos instrumentos musicais é produzir música. Quando um ser realiza perfeitamente aquilo para o qual foi feito, ou seja, sua finalidade, podemos dizer que ele alcançou a excelência, sua virtude.” (filosofia do início)

Segundo o mesmo pensador, a fim do homem seria encontrar a felicidade. O que, na sua concepção equivale a “alcançar a excelência das faculdades mais elevadas de nossa alma.” (ibidem)

Paulo que também conhecia a filosofia grega disse que o limite de tempo espaço dado ao homem visa reconduzi-lo a Deus. “... determinando os tempos já dantes ordenados e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor...” Atos 17;26 e 27 

Por quê será que seguem infelizes os que buscam fama, riqueza, poder, mesmo encontrando essas coisas? Porque a felicidade veraz não habita nelas.

Se, na consumação porvir da Divina Obra, “Deus enxugará toda lágrima, não haverá mais pranto nem dor...” resulta que a felicidade será em perfeita comunhão com Ele. Davi sabia o que dizia: “Minha alma tem sede de Deus, do Deus Vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a Face de Deus?” Sal 42;2

Malgrado, a doutrina espírita advogue que vivemos um processo de aperfeiçoamento, a Bíblia apresenta a decadência ambiental, moral, e espiritual em franca “evolução”. Da natureza diz: “A terra pranteia e murcha; o mundo enfraquece e murcha...” Is 24;4 “sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora.” Rm 8;22

A derrocada espiritual não se satisfaz e desobedecer ao que O Eterno ordenou; além disso, atreve-se a mudar as Ordens Dele; “têm transgredido as leis, mudado os estatutos, quebrado A Aliança Eterna.” Is 24;5

Feito isso, o caminho para a felicidade queda cada vez mais distante, e os frutos da perversão saltam aos olhos na falência moral que grassa; temos, “homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus” II Tim 3;2 a 4

Notemos que, o último do nefasto rol reflete bem a distorção perversa do que seja felicidade. “Mais amigos dos deleites, (prazeres) que amigos de Deus.” 

Pois, antes da felicidade reservada para o fim, o “vinho melhor”, é preciso desfazer a inimizade que a desobediência ensejou. “... Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a Palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Cabe-nos sofrer nessa dupla natureza o apelo incessante da perversão da carne, mortificando-o na cruz, pois, o fim das criaturas é louvarem ao Criador, para então, fruírem prazer em consórcio com Ele. Dos ímpios Ele diz: “... estes escolhem os seus próprios caminhos, a sua alma se deleita nas suas abominações... fizeram o que era mau aos Meus Olhos, escolheram aquilo em que Eu não tinha prazer.” Is 66;3 e 4

Satanás vendeu que o homem fora criado para ser autônomo, independente; uma vez aceita essa perversão, a felicidade plena, nunca mais habitou a terra.

Há uma fábula que diz que o machado queria ser amigo das árvores, mas elas relutavam receosas; até que uma, vendo seu cabo de madeira assentiu, ele é um dos nossos. No fim as incautas árvores foram dizimados pelo novo “amigo”.

O Criador não dá boas-vindas à destruição, mesmo que aparente ser de outro naipe. O homem natural pós-queda é mau, inclinado ao mal; por isso a reconciliação demanda renunciar a esse indigno, por Cristo. “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-Me.”

Se, na terra doentia dos contrastes, quanto mais se aproxima do fim, o homem ímpio mais se distancia do seu fim; o fiel, quanto mais se “desinteressa” por prazeres efêmeros, mais se habitua ao modo de vida necessário para adentrar em bem aventuranças eternas, onde, “Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; não haverá mais morte, pranto, clamor nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.” Apoc 21;4

Reconhecimento de Deus


“Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos; Ele endireitará tuas veredas.” Prov 3;5 e 6

À advertência de não colocarmos nosso próprio entendimento acima do Divino, somo desafiados a reconhecermos O Senhor em todos os nossos caminhos. Mas, o que devemos entender por reconhecer?

Reconhecer = Latim, Recognoscere; “Tomar conhecimento, trazer à mente outra vez, certificar.” Simplificando, conhecer de novo.

Assim resultaria uma questão: Por quê, necessitamos conhecer duas vezes, no caso, O Senhor? Porque a primeira etapa é puramente conceitual, teórica; na segunda, o reconhecimento há de moldar nossas ações; ou, a falta dele plasmará nossa hipocrisia. “Se os fatos não se encaixam na teoria, modifique os fatos.” (Einstein)

Em linhas gerais os ensinos dos Fariseus eram bons. Se poderia dizer que conheciam a Deus. Todavia, isso se dava meramente no prisma teórico. O Salvador disse: “Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus. Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as, fazei-as; mas, não procedais em conformidade com suas obras, porque dizem e não fazem; pois, atam fardos pesados, difíceis de suportar e põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los;” Mat 23;2 a 4 Sintetizando; podemos dizer que eles conheciam a Deus, mas não O reconheciam.

O mesmo texto que, eventualmente, um pregador reparte com seus ouvintes desde um púlpito, voltará a ele em breve nos embates práticos da vida, onde será instado a reconhecer o que já conhece.

Suponhamos que tenha pregado um sermão contra a mentira: “Ficarão de fora os mentirosos...” E, ao chegar em casa, uma situação constrangedora qualquer acene que é “melhor” omitir algum tropeço da esposa, ainda que leve, para evitar barulho, o que fará? Lembrará do que falou sobre a mentira; será desafiado pelo Espírito Santo a reconhecer Deus, como Senhor de Sua vida. Terá algum descontentamento eventual ao assumir seu erro, mas, a saúde espiritual e do relacionamento será preservada.

Isso não é “privilégio” de pregadores. Tomo esse exemplo, pois, muitas vezes ocorreu comigo de ser corrigido pelas mesmas coisas que ensinei; mas, pode se dar com qualquer um que conhece os preceitos Divinos.

Pois, a Palavra de Deus meramente conceitual, pode ser doce; mas, se ousarmos colocá-la em prática, o amargor de subjugar nossa natureza rebelde aparecerá. João reportou: “Fui ao anjo, dizendo-lhe: Dá-me o livrinho. Ele disse-me: Toma-o, come-o; ele fará amargo o teu ventre, mas, na tua boca será doce como mel.” Apoc 10;9

As redes sociais, por exemplo, são arena da “sabedoria” virtual, conceitual, meramente. Qualquer um, a despeito dos valores que adote em seu viver, bem pode “colar” frases de profundo saber, tanto filosófico quanto, espiritual. Assim, o que disseminamos “na nuvem” conta parte do que conhecemos; o nosso dia a dia com os de nosso convívio, nosso agir deixa patente o que reconhecemos. “Na prática a teoria é outra”. (Joelmir Beting)

Um aspecto muito importante no reconhecimento da Soberania do Senhor é a oração. Confessando erros, buscando perdão, ou luz, antes de decisões importantes. Kierkegaard dizia que a oração não tem como alvo influenciar a Deus, antes, aperfeiçoar o caráter de quem ora; e o dizia muito bem.

Deus sabe o que necessitamos antes de pedirmos, ensina a Bíblia, todavia, nos exorta a que oremos sem cessar. Assim, se a oração logra aperfeiçoar minha alma na humildade e dependência do Santo, sua eficácia é imediata, ainda que, eventual resposta demore.

Se, reconhecimento de Deus aperfeiçoa minhas veredas, quando oro estou sendo aperfeiçoado.

O Salvador desafiou seus ouvintes a permanecerem em Suas Palavras, para conhecerem à Verdade. Isso não é outra coisa, senão, tomá-las como parâmetro na hora de agir. Ele mesmo na Parábola do Semeador ilustrou como sementes sobre pedras, sem possibilidade de aprofundar raízes e suportar o sol, os que, alegremente conhecem Sua mensagem num primeiro momento, e não reconhecem quando necessário, na hora da tentação.

Oséias exortara ao conhecimento de Deus secundado por mais, algo como, não desistir da escolha na hora prática, disse: “Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; Sua saída, como a alva, é certa;” Os 6;3

Em suma, o conhecimento que não melhora meus caminhos, não aperfeiçoa meu caráter, resulta como nuvens que não trazem chuva; ainda que possam plasmar belas figuras no céu, serão inócuas no ponto de vista prático.

Ademais, aquele que não reconhece a Deus, acaba endeusando suas próprias opiniões que, se “úteis” na calmaria, na hora do perigo serão vãs. “Então clamarão a mim, mas, não responderei; de madrugada me buscarão, porém, não me acharão. Porquanto odiaram o conhecimento; não preferiram o temor do Senhor. Prov 1;28 e 29

segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

A Palavra da Vida


“Porque esta palavra não vos é vã, antes é vossa vida;” Deut 32;47

A Palavra Divina como vida, não é metáfora; antes, sua descrição essencial. As vidas humanas só permanecerão, à medida que, em obediência, se deixarem moldar por Ela.

Paulo exortou: “Retendo a Palavra da Vida, para que no dia de Cristo possa gloriar-me de não ter corrido nem trabalhado em vão.” Fp 2;16

Se, biologicamente a vida pulsa no sangue, “Porque a vida da carne está no sangue; pelo que, esse vos tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas...” Lev 17;11

Espiritualmente, a vida está na Palavra de Deus, que, encarnada derramou o próprio Sangue, em obediência irrestrita, para pagar a dívida de um que, derivou por palavras alternativas e perdeu a vida, no Éden; legando essa “herança maldita” a toda sua posteridade.

Em Cristo a vida tanto está no Seu Sangue, para efeito do necessário resgate, quanto na Palavra, para regeneração dos que, doravante andarão segundo Deus. O Novo Nascimento que nos salva não é um fato biológico, antes, espiritual; “Os quais não nasceram do sangue, da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” I Jo 1;13

Quando a Mensagem soou dura demais a certos ouvidos melindrosos, o povo escoou da Presença do Salvador, quedando apenas os discípulos meio duvidosos. Jesus questionou-os: “... Quereis vós também retirar-vos?” Na resposta inspirada de Pedro, A Palavra foi apreciada como ela realmente é; “Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as Palavras da vida eterna.” Jo 6;67 e 68

Eventualmente, se usa a metáfora do Sangue; foi Ele que nos redimiu; Pedro diz que os salvos foram “Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do Sangue de Jesus Cristo:” I Ped 1;2

Entretanto, quando espraiou Seu desejo de comunicar salvação a todos os povos, O Salvador ordenou que se levasse Sua Palavra, (eis a aspersão do Sangue!) Essa revela o estado perdido de todos nós, sem Ele; e ainda propicia a compreensão do significado do Seu Sangue derramado em nosso favor; “Ide por todo mundo, pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.” Mc 16;15 e 16

Agora, “beber Meu Sangue” dito no discurso “duro de ouvir”, equivale a “Crer nas Minhas Palavras” (óbvio; crer demanda obedecer, para verificação da eficácia) “... Minha Doutrina não é Minha, mas Daquele que Me enviou. Se alguém quiser ‘fazer a vontade Dele’, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se Falo de Mim mesmo.” Jo 7;16 e 17

Desgraçadamente, invés de “Fazer a Vontade Dele” (de Deus) para obtenção da vida regenerada, a maioria é ensinada, e assim deseja, a fazer alguns rituais religiosos para obter “vitória”; nome pomposo que gente carnal e descompromissada com santificação dá, ao suprimento de comichões e deleites eventuais.

Sempre que, a vontade original, patrocinadora de um ato, por religioso que pareça, for humana, ainda andaremos segundo o mundo, que, por alienado da vida eterna aposta todas as suas fichas aqui. “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19 Fomos chamados a fazer, em Cristo, um “Tesouro nos Céus”, não a sofrer miséria espiritual.

Para tal, somos desafiados a uma ruptura com o natural, como sinal de Dependência do Eterno, para só então, fruirmos Sua Vontade; “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Assim, para bem vivermos A Palavra da Vida, carecemos descartar conselhos, ambientes e parcerias com a morte; “Bem aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, tem seu prazer na lei do Senhor, na Sua Lei medita de dia e de noite.” Sal 1;1 e 2

Desde que, a rejeição À Palavra ensejou a desobediência e a queda, a maldição campeia; “Maldita é a Terra por tua causa.” Disse O Criador a Adão. Quem deixa A Palavra Viva pelas humanas inclinações ainda escolhe a maldição. “... Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17;5

Não nos enganemos; só “os limpos de coração verão a Deus”, e a “limpeza” quem verifica não são as humanas inclinações; “Com que purificará o jovem (o Homem) seu caminho? Observando-o conforme Tua Palavra.” Sal 119;9

domingo, 2 de janeiro de 2022

A Graça do Eterno


“Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa e piamente,” Tt 2;11 e 12

Alguns aspectos sobre a Graça de Deus; sua universalidade. Trouxe salvação a “todos os homens”. Não significa que todos a receberam e serão salvos; mas, que a intenção do Eterno foi buscar indistintamente, todos; “pregai o Evangelho a toda criatura.” Ordenou. “O Senhor não retarda Sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas É Longânime para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se.” II Ped 3;9 Eis a graciosa Intenção do Eterno!

A condição de acesso; “renunciando à impiedade e às concupiscências...” Por ser graça, parece soar aos ouvidos desavisados ou, mal intencionados, como se fosse algo pueril, oco, desprovido de conteúdo, compromisso. Assim, muitos, vivendo suas vidas de modo que A Palavra diz ser réprobo, abominável, até, pretendem-se incluídos nela. Ora, a Graça inaudita abriu-nos a Porta Estreita, antes inacessível; adequar nosso viver até a “largura” que possa passar por ela é um desafio ao qual somos expostos, todos os que ansiarem por salvação.

Apesar da maravilhosa Graça, a possibilidade de inserção no Reino Santo, legada a pecadores, ainda requer que empreendamos esforços para o devido ingresso. “... fortalecei-vos no Senhor, na força do Seu Poder. Revesti-vos de toda armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do Diabo.” Ef 6;10 e 11 

É um esforço conjunto, “no Senhor”, o que demanda alinharmos nosso modo de pensar ao Dele, revelado em Sua Palavra; “Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55;8

Esses esforços implicam num novo modo de vida, ao qual, depois de renunciarmos coisas desprezíveis devemos buscar; “... vivamos neste presente século sóbria, justa e piamente.”

A falta de sobriedade nos levaria pelos caminhos da apostasia. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio...” II Tim 4;3 a 5 

Assim, para não nos indispormos com O Senhor da Obra, muitas vezes nos indispomos com invasores imiscuídos nela.

A justiça como modo de viver nos protege contra os dardos da calúnia, mas não os evita; os males que a oposição nos vier a imputar, no devido tempo, se revelarão inócuos; “Estai, pois, firmes, tendo cingidos vossos lombos com a verdade, vestida a couraça da justiça;” Ef 6;14 Não que, maledicência não faça danos aos seus alvos, “O que pleiteia por algo, a princípio parece justo, porém vem seu próximo e o examina.” Prov 18;17

Muitas vezes somos levados a nos defender pelo que não fizemos, ou, que fizemos de modo probo e foi distorcido para que parecesse ímpio. Entretanto, se a referida couraça estiver nos protegendo, em tempo, o veneno da calúnia voltará para sua fonte. “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso também ceifará.” Gál 6;7

Por fim, piedade como modo de vida. Devoção, compaixão, afeto, por Deus, Sua Obra, e pelos semelhantes, quer irmãos na fé, quer não, são nuances do que encerra a piedade.

Receitando essa a Timóteo, Paulo figurou-a como um exercício espiritual, com proveito aqui e além; “... exercita a ti mesmo em piedade; porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;7 e 8

Noutra parte, onde descreveu o próprio exercitar, acresceu detalhes da “malhação”: “Todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível. Pois, assim corro, não como a coisa incerta; combato, não como batendo no ar. Antes, subjugo meu corpo, o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira ficar reprovado.” I Cor 9;25 a 27

Enfim, a Graça Divina é demonstração prática do Seu Amor pelos homens; nosso esforço em renúncia das más inclinações, mortificação das obras da carne, cruz, é a devida correspondência, que a Graça Santa e Amorosa espera.

Passaram-se muitos séculos, desde o “presente século” no qual Paulo escreveu aquilo, a Tito. Entretanto, Deus É Eterno, e Sua Palavra, igualmente; nenhum aspecto da Graça colide com a justiça que Ele também ama.

Esses modernismos profanos derivam da doentia apostasia que grassa, pois, A Graça, malgrado se tenha manifestado no tempo, não é refém dele; “Jesus Cristo É o mesmo, ontem, hoje e eternamente.” Heb 13;8

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

O "Ranço Capitalista"


“A falta do saber e a falta de informações, são os princípios da manipulação" Diogo Pantoja

Desfilam memes “socialistas” onde as diferenças sociais são exploradas com uma pitada de humor macabro, acentuando o “egoísmo” dos abastados.

A última trazia uma família rica em opulenta ceia de Natal, uma dezena de presumidos pobres espiando pela janela; na legenda o marido recriminando à esposa, por não ter, essa, fechado as cortinas.

As causas das diferenças são múltiplas; é desnecessário arrolá-las aqui. O problema não são as diferenças que, óbvio, existem; mas as “soluções” que os comunistas propõem. Se eles tentaram seus métodos “igualitários” em 63 países, em todos, enriqueceram os líderes ditadores, foram miserabilizados e tolhidos da liberdade, todos os demais, onde está o estímulo para que se tente de novo aquilo?

Se, no prisma econômico do qual se gaba de ser o construtor da igualdade o socialismo foi um estrondoso fracasso, qual seu apelo que alicia multidões a pleitear por ele ainda?

Pois, se no exercício do referido sistema apenas as lideranças se locupletam às expensas da miséria comum, então o discurso de defesa dos fracos e oprimidos, de combate ao capitalismo, não passa de manipulação; de uso das desigualdades como argumento fajuto em busca de cooptar idiotas úteis, para que os “mais iguais” enriqueçam enquanto o gado se dana. Usar os pobres como argumento em defesa da avareza, Judas também fez.

Claro que a coisa deve ter algum atrativo, pois, mesmo os idiotas o necessitam para militar pela causa. Normalmente o anzol se mascara de minhoca. A primeira isca é a promessa do vagabundo herdar sorte semelhante ao diligente; o que labora duro e o que não trabalha passariam a ser iguais. -Sim? (Aristóteles acaba de levantar a mão por um aparte) - “A pior forma de desigualdade é considerar iguais aos que são diferentes.” É amigo, tens razão, mas eles pretendem ser “igualitários” assim.

Ademais, drogados, pervertidos, adúlteros, infiéis, ladrões, anarquistas, todos teriam seus “modus vivendis” representados pelo sistema, cujo alvo cantado em prosa e verso é a “desconstrução da sociedade segundo os moldes judaico-cristãos.” É tão fácil “desconstruir”! Basta quebrar tudo o que o trabalho alheio produziu. Eis o atrativo mais pujante!

Mega-capitalistas como Bill Gates, George Soros, os Clintons, etc. Investem pesado através de “fundações” patrocinando movimentos, pasmem! “socialistas”, para invadir, quebrar, queimar, obstruir, destruir monumentos, incendiar igrejas, tudo pela “revolución” contra o maldito capitalismo. (?)

Com dois neurônios inda ativos se há de perguntar se não tem algo errado aí. Você, caro cristão, se de repente o Capeta passasse a investir pesado na Obra de Deus, não estranharia? Digo, se são os meta-capitalistas que manipulam pelo Governo Global, a ideia socialista não estaria sendo estuprada? E daí? Rejeição ao estupro é só mais um “ranço burguês.”

Não há nada novo. A diferença é que, agora, “Fidel Castro e Maduro” querem o planeta inteiro; não bastam seus países. Dominam a mídia, os sistemas educacionais, cooptam políticos venais, espalham celeremente suas garras, de modo que, homens livres capazes de pensar por si são cada dia mais raros e perseguidos.

A Palavra de Deus ordena que sejamos solícitos com os pobres; mas, sempre numa iniciativa voluntária de quem aprendeu amar ao semelhante e obedecer a Deus. O direito a propriedade é inalienável. E a pobreza em si não é virtude, tampouco patrocina algum direito. “... numa demanda não falarás tomando parte com a maioria para torcer o direito. Nem ao pobre favorecerás na sua demanda.” Ex 23;2 e 3

Notemos que o objetivo é a preservação do direito, não a imposição de uma canhestra “justiça social”.

No sistema proposto pelos globo-ditadores o Estado substituiria o arbítrio legado pelo Senhor. Seríamos forçados a dividir os frutos do nosso trabalho. Ora, não existe virtude compulsória; a força obra com valor, no exercício da manutenção da ordem democrática estabelecida, ou, eventual juízo; mas, usurpando a consciência e a liberdade de escolha torna-se o mais cruel dos vícios.

O simples fato de tal implemento demandar a “desconstrução” dos nossos valores, já evidencia que o mesmo só pode ser feito na marra, por absoluta incapacidade de convencer cérebros livres com argumentos minimamente inteligentes, verossímeis.

Promovem racismo e “homofobia” fazendo parecer que esses são vícios “Cristãos”, camuflagem diabólica para sua calculada e impostora fragmentação social. Contudo, cobram que o Natal seja mais “cristão” o que eles pretendem fazer, destruindo o cristianismo. Lógica? Ora, bolas! Lógica, coerência, verdade, são mais daqueles “ranços” desprezíveis.

Para eles urge fazer da Terra imenso mosaico; onde fulgirem cores de liberdade, apressam-se em mesclar suas difusas tintas. Desgraçadamente, o povo que os segue trai a si mesmo. Defende quem os escraviza, e odeia de paixão quem desejaria libertar.

O Profeta e o tempo


“Porque Jesus mesmo testificou que um profeta não tem honra na sua própria pátria.” Jo 4;44

Elias fora enviado a uma estrangeira para estar seguro; soubessem os judeus onde ele estava, presto, um “amigo do rei” o entregaria ao pusilânime do Acabe.

Eliseu, ignorado pelos muitos leprosos que havia em Israel; mas, um estrangeiro, o general Hamã veio desde a Síria para ser curado.

Tais nuances em dois que foram tidos como os maiores profetas do Antigo Testamento, o que dizer dos outros?

Por quê, somos refratários ao que conhecemos, enquanto, geralmente damos boas vidas ao desconhecido? Parece que somos uma espécie de cão ao contrário. Os cães recebem festivos aos que conhecem, enquanto, latem ameaçadores ao estranho.

As igrejas, mesmo tendo em seus quadros gente capaz no exercício da Palavra, geralmente trazem de longe, pregadores que implicam altos custos, para saciar à sede de “novidade” das ovelhas.

Aqueles que conhecemos por certo têm falhas. Mas, quem disse que os estranhos não as têm? É proverbial nossa alienação voluntária; “O que os olhos não veem, o coração não sente.” Ou, “me engana que eu gosto”.

Nos ministérios conhecidos, geralmente concorre a inveja dos que, trilharam caminhos semelhantes; por relapsos na obediência, na preparação, não cresceram o esperado no testemunho nem no ministério; então, preferem desfazer do próximo que atuou melhor, que reconhecer os talentos alheios, e tê-los como estímulos no exercício dos próprios.

As novidades desejáveis se verificam nos que, tendo vivido num “charco de lodo”, agora estão com os pés na “Rocha”. De outro modo: Os que dantes andaram de forma réproba, desprezível, confrontados com o Amor e Justiça de Cristo, encontraram arrependimento, perdão, e passaram a viver segundo Ele. “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim, andemos em novidade de vida.” Rom 6;4

Se, o Evangelho é a aglutinação aportuguesada das palavras gregas para Boas Novas, refere-se à possibilidade de reconciliação com Deus, para quem estava em inimizade; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados, pôs em nós a Palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

As “novidades” não param, nas vidas que se deixam por Ele instruir; pois, “a vereda dos justos é como a luz da aurora; vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18
Cada maneira rasteira de pensar e agir, uma vez ensinada segundo Deus, é desafiada a um “upgrade”; “... Meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55;8

Conversão é um processo contínuo que se convencionou chamar de santificação; a pregação da Palavra evidencia onde estamos aquém do esperado; os diligentes são ajudados pelo Espírito Santo, no praticar; até que, a regeneração seja plena; “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram e tudo se fez novo.” II Cor 5;17

As novidades estão todas no comportamento do homem moldado segundo A Palavra de Deus. Em se tratando de ministros, novidades são inócuas, dispensáveis; no prisma da doutrina, vãs, desprezíveis. Nosso desafio é à perseverança, não à inovação. “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas...” Jr 6;16

Sócrates, o filósofo dizia que, ao nos identificarmos com o que aplaudimos, no fundo, aplaudimos a nós mesmos. Desse modo, ao rejeitarmos pregadores porque conhecemos, talvez estejamos patenteando nosso hábito suicida de cauterizar à consciência; ignorar à luz que já temos. Não nos movermos para melhorar, naquilo que é necessário.

De qualquer forma, um profeta veraz não se gasta em busca de honras humanas. Sua vida se ocupa em honrar ao Todo Poderoso.

Os que balizam ministérios pelo barulho, por estarem “causando, bombando” como se diz, ainda medem coisas celestes com réguas terrenas. Para O Eterno, nossa perseverança na verdade conta, não, eventual “sucesso”. “Mas tu lhes dirás Minhas Palavras, quer ouçam quer deixem de ouvir, pois são rebeldes.” Ez 2;7

Ezequiel foi um conhecido ignorado, em seus dias. Bajulavam, mas não se deixavam moldar por sua profecia. O Eterno avisou: “Eis que tu és para eles como uma canção de amores, de quem tem voz suave e bem tange; porque ouvem tuas palavras, mas não as põem por obra. Mas, quando vier isto (eis que está para vir), então saberão que houve no meio deles um profeta.” Ez 33;32 e 33

Deus honra a um profeta que homens desprezam, fazendo cumprir o que mandou através dele. Pois, “Tudo tem seu tempo... tempo de semear, tempo de colher o que se plantou;”