sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

A Visita do Médico


“Vendo todos isto, murmuravam, dizendo que entrara para ser hóspede de um homem pecador.” Luc 19;7

Como Jesus atreveu-se a se assentar à mesa de um pecador como o publicano Zaqueu? A censura da oposição sempre ciosa da “santidade” não demorou, vendo O Mestre fazer aquilo. Para seus conceitos rasos de pureza e santidade, havia dois tipos de pecadores; prostitutas e publicanos.

Quando, ciente das murmurações O Salvador objetou que não necessitam de médico os sãos, antes, os doentes, usou refinada ironia. Já que se presumiam sãos, invés de discutir com os loucos, por quê não, fingir que concorda com suas loucuras?

Dos males que Ele Medica, todos nós padecemos em larga escala; pecados. “... Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus.” Rom 3;10 e 11

Sendo eles “Nação sacerdotal, povo santo” era seu trabalho buscar aos desvalidos; mas, como aquele personagem cômico, parece que eles não se misturavam com aquela gentalha.

Se, eu busco só aos descolados, de bom papo, agradável companhia, os que são plateia para minhas ginásticas mentais, gostam mais ou menos das mesmas coisas que eu, indo ao seu encontro não busco-os; dada certa satisfação que esse convívio me traz, buscando-os, no fundo, busco a mim mesmo. Foi essa prática dos “pastores” que culminou com sua rejeição.

“Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize aos pastores: Assim diz o Senhor Deus: Ai dos pastores de Israel que apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar as ovelhas?” Ez 34;2

Não chegavam nem perto das desgarradas; às que assistiam em seus apriscos hipócritas exploravam, na eterna arte de apascentarem a si mesmos; “Comeis a gordura, vos vestis da lã; matais o cevado; mas não apascentais as ovelhas. As fracas não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer, a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza.” Vs 3 e 4

Ao buscar pecadores periféricos ao establishment religioso, O Salvador estava cumprindo o que prometera; “Porque assim diz o Senhor Deus: Eis que Eu, Eu mesmo, procurarei pelas minhas ovelhas, e as buscarei. Como o pastor busca o seu rebanho, no dia em que está no meio das suas ovelhas dispersas, assim buscarei Minhas ovelhas; livrá-las-ei de todos os lugares por onde andam espalhadas, no dia nublado e de escuridão.” Vs 11 e 12

Como certos políticos que, estiveram no poder por quase duas décadas e nada fizeram, em termos de enxugamento administrativo, obras estruturais, combate à corrupção; agora atacam diuturnamente um Governo que está fazendo essas coisas; assim são os famosos que, não fazem nem deixam fazer. No exercício de uma função delegada qualquer são omissos; na oposição, invejosos, críticos gratuitos. Sempre foi mais fácil atirar pedras que erradicar ervas daninhas.

Quando O Senhor disse: “Me aborreceram sem causa”, devemos entender sem causa legítima nas ações Dele; pois, a servidão ao pai da mentira, o ego doentio entronizado são causas bastantes para aborrecer à Luz, que revelaria o que eles prefeririam ficasse no escuro. “... os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

Cada alma extraviada que O Senhor buscava, indiretamente revelava a faceta relapsa dos pastores; e normalmente os pecadores lidam mal com a vicissitude de verem a si mesmos, exceto, em pódios.

O mundo regido pelo capeta “et caterva” é um lixo que enoja pelas contradições e hipocrisia; forçam pessoas a usar máscaras, celebrar “Natais virtuais” “em defesa da vida”; entretanto, defendem com chifres e cascos a prática covarde e hedionda do aborto; assassinato de indefesos que resinificam com o nome de “direito de escolha”; mas, se a escolha for entre ser vacinado ou não, aí não temos direito, eles escolhem, eles “cuidam” de nós. Vão se catar seus micro-diabos e seu chefão também.

O Senhor, em “cujos lábios não se achou engano” continua em “más companhias” tentando convencer a quem Lhe ouvir, que temos escolha sim, entre o pecado para a morte e obediência para vida.

Sua Santa Presença, bastou ao avarento Zaqueu para que, se arrependesse e mudasse de vida rumo à salvação.

Ainda busca ovelhas Suas, pessoalmente; basta evadir-se à ilusão que, Sua Palavra, por usar um ser humano como canal deixa de ser um convite Dele, porque não deixa; “Eis que Estou à porta, e bato; se alguém ouvir Minha Voz e abrir a porta, Entrarei em sua casa, com ele Cearei e ele Comigo.” Apoc 3;20

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

O Dia da Angústia


“Se te mostrares fraco no dia da angústia, é que tua força é pequena.” Prov 24;10

O dia da angústia é diferente de um para outro; tanto no tempo que a mesma incide sobre cada um, quanto, no conteúdo que pode causá-la; aquilo que é angustiante para um, pode ser celebrado como bênção por outro.

Quantas vezes vemos, por exemplo, pessoas partilhando vídeos de mercenários safados, falsos profetas sem noção; se o fazem é porque acham bom. Mas, quem pode ver um pouco adiante se angustia com o engano disseminado. Invés de partilhar novamente sente vontade de partir em pedaços aquelas heresias todas.

O que os olhos não vêm o coração não sente;” adágio verdadeiro. Muitos estão, como o Pródigo no desterro comendo com porcos e pensado que aquilo é o cardápio da casa do Pai. Ver isso, para quem pode, causa angústia; para os incautos, a coisa parece ser comida boa.

Por isso Salomão advertiu contra os “males” da luz; “Porque na sabedoria há enfado; o que aumenta em conhecimento, aumenta em dor.” Ecl 1;18

Às vezes nos assalta a dolorosa e desanimadora sensação de estar denunciando obscenidades em campos de nudismo; a única coisa fora de lugar, nesses casos, é a nossa roupa; quem pensamos que somos?

Paulo mencionou, de passagem, suas angústias por motivos alheios; “Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas. Quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu me não abrase?” II Cor 11;28 e 29

Pedro citou Ló no vale de Sodoma; “Porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias sua alma justa, vendo e ouvindo sobre suas obras injustas.” II Ped 2;8

Se, as causas das angústias podem ser diversas, o sentimento é mais ou menos o mesmo; um misto de estreitamento, impotência, ansiedade, dor psíquica, aflição...

Contudo, chega um momento na história, (há indícios que chegou) em que O Próprio Senhor parece duvidar que haja mudanças de vidas; nem as preceitua mais; antes, encoraja cada um para que se aprofunde em suas escolhas; “Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda; quem é justo, faça justiça ainda; quem é santo, seja santificado ainda. Eis que cedo venho; Meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo sua obra.” Apoc 22;11 e 12

Tentar despertar quem quer dormir, necessariamente nos fará indesejáveis; Entretanto, “pendurar as chuteiras” com tentou Jeremias não é opção; aquele pensou que sua chamada profética frutificaria segundo seus desejos, e nada.

Invés de conversões gerava perseguições; desse modo, concluiu que Deus o enganara; chegou a pensar em desistir; “Persuadiste-me, ó Senhor, persuadido fiquei; mais forte foste que eu e prevaleceste; sirvo de escárnio todo o dia; cada um deles zomba de mim. Porque desde que falo, grito, clamo: Violência e destruição; porque se tornou A Palavra do Senhor um opróbrio e ludíbrio todo o dia. Então disse eu: Não me lembrarei dele, não falarei mais no Seu Nome; mas isso foi no meu coração como fogo ardente, encerrado nos meus ossos; estou fatigado de sofrer, não posso mais.” Jr 19;7 a 9

No início do seu fracassado ministério chegou a pensar que estava mirando baixo demais; pregando ao populacho, invés dos líderes; aí, tentou pregar ao público mais seleto; “Eu, porém, disse: Deveras estes são pobres; são loucos, pois não sabem o caminho do Senhor, nem o juízo do seu Deus; irei aos grandes, falarei com eles; porque eles sabem o caminho do Senhor, o juízo do seu Deus; mas estes juntamente quebraram o jugo...” Cap 5;4 e 5

A questão não era o nicho social no qual a mensagem fora entregue; antes, uma apostasia coletiva onde o domínio espiritual dos maus satisfazia o povo, como hoje; “Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra. Os profetas profetizam falsamente, os sacerdotes dominam pelas mãos deles, e meu povo assim deseja; mas que fareis ao fim disto?” Cap 5;30 e 31

Se, nas filosofias de botecos correntes se diz que qualidade vale mais que quantidade, para Deus é assim. Desse modo, o sucesso ministerial nada tem a ver com agregar multidões em torno de um ministro; antes, com a manutenção da integridade de vida como testemunho; honestidade intelectual e espiritual como exercício.

Quando Deus enviou Ezequiel preveniu-o: “... a casa de Israel não te quererá dar ouvidos, porque não quer dar ouvidos a Mim.” Ez 3;7

Há dias em que nossas angústias são mesmo nossas; outros, mais honrosos e dolorosos, onde, a comunhão no Espírito Santo nos faz sofrer a Impotência Divina.

No entanto, Ele socorre: “Invoca-me no dia da angústia; Eu te livrarei, e tu Me glorificarás.” Sal 50;15

domingo, 13 de dezembro de 2020

Esses Frágeis Corajosos


“Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre teu ministério.” II Tim 4;5

É próprio das conjunções adversativas, como ‘mas’, que encabecem orações adversas às anteriores.

É o caso, em apreço. Paulo denunciara a apostasia dos que, tendo comichões nos ouvidos escolheriam mestres segundo suas predileções, “mas tu sê sóbrio...” advertiu a Timóteo.

Se, o oposto àquilo é sobriedade, necessária a conclusão que certa embriaguez sensorial toma, os que preferem facilidades mentirosas, à verdade.

A “Vantagem” do bêbado é certa anestesia prazerosa; “Como o espinho que entra na mão do bêbado, assim é o provérbio na boca dos tolos.” Prov 26;9 Perde-se a fala excelente ante um “anestesiado” desses. Ele não sente, não muda.

No pacote temos, “sofre as aflições” o que implica que, para fugir delas, os covardes espirituais preferem sofrer as penas eternas, às privações pontuais. O anelo por conforto imediato embriaga-os ao ponto de traírem a si mesmos. Se, ensinos de determinado mestre deixa-os em “saias justas”, por que não, optarem por outros mais “positivos”, raciocinam os fugitivos.

Fácil “filosofar” que cada um colherá o que plantar; sobretudo, quando nosso autoengano nos leva a presumir que somos semeadores excelentes. Entretanto, há uma variável que escapa às reflexões mais sonolentas. O concurso das ervas daninhas que tentam tolher a eficácia das sementes.

Se a colheita fossem aflições, simplesmente, faríamos bem evitá-las, quando possível. Mas não. Essas são as ervas ditas que assediam aos que plantam fidelidade, visando colher salvação; ou, “semeiam no Espírito”; “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas, o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7 e 8

A “semeadura” que apraz ao Senhor demanda uma morte para que possa brotar a vida que interessa; “Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo caindo na terra, não morrer, fica só; mas se morrer, dá muito fruto.” Jo 12;24

Erram os que presumem que o Evangelho seja para deleite agora; cada coisa no devido tempo; “Tudo tem seu tempo determinado; há tempo para todo propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer e de morrer; tempo de plantar e de arrancar o que se plantou;” Ecl 3;1 e 2

Das vicissitudes inerentes a cada tempo específico derivam estados emocionais diversos; “Os que semeiam em lágrimas segarão com alegria. Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo seus molhos.” Sal 126;5 e 6

Na parábola do semeador, lança-se a semente indiscriminadamente, caia sobre o tipo de solo que cair; junto ao caminho, sobre pedras, entre espinhos, ou, na boa terra; (figurando a pregação do Evangelho a toda a criatura) no que tange às nossas escolhas pessoais, a coisa não pode ser tão abrangente assim; demanda preparo do solo e cuidado para que haja a devida colheita; “Porque assim diz o Senhor aos homens de Judá e a Jerusalém: Preparai para vós o campo de lavoura, não semeeis entre espinhos.” Jr 4;3

Na parábola, espinhos são comparados aos cuidados do mundo e amor pelas riquezas; essa “junta de boi com jumento” não deve cruzar nossa seara; “Ninguém pode servir a dois senhores; porque, há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir Deus e Mamom.” Mat 6;24

Enfim, mestres para todos os gostos pipocam; todo mundo ensina, não obstante, a advertência que isso tem um custo; “... muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo.” Tg 3;1

O silêncio seria uma casamata mais segura; sob a qual não podem se esconder os que, deveras, foram capacitados com o dom do ensino.

O risco de sermos considerados mais um, dos tantos salafrários que grassam por aí, bem como, oposições dos que servem “dois senhores”, além das nossas naturais fraquezas que, não raro, nos fazem alvos das próprias mensagens que escrevemos, são algumas das aflições que nos cumpre sofrer, pela causa Daquele que sofreu infinitamente mais por nós.

Muito já ouvi a pecha de que nós, os crentes, “nos escondemos atrás da Bíblia”; Ora, ela ensina que é mais forte o que vence a si próprio, que outro que toma uma cidade; Prov 16;32

Então, entre os defeitos que temos, e são muitos, não está a covardia; “Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, de amor e moderação.” II Tim 1;7

Negar a si mesmo é dura empresa; possível apenas em Cristo. Isso, ou seguir tocando, enquanto o Titanic afunda, como a orquestra aquela.

sábado, 12 de dezembro de 2020

Leis fora da Lei


“Então José, seu marido, como era justo, e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente.” Mat 1;19

José estava casado com Maria no sentido que hoje chamaríamos noivos; havia um compromisso matrimonial pactuado, sem terem os nubentes coabitado ainda. Entretanto, Maria apareceu grávida. Isso seria passível de pena de morte por apedrejamento, caso o marido fizesse o que só ele poderia; acusação de adultério.

Contudo, José não desejava essa punição, tampouco, difamar sua “ex noiva”, caso a abandonasse como tencionava.

Em nenhum momento, eles cogitaram solucionar o “problema” com um assassinato estilo “Meu corpo minhas regras”; não havia essas discussões “científicas” sobre quando a vida começa, ou, à partir de que prazo de gestação deixa de “ser lícito” matar. Bons tempos aqueles onde o óbvio era óbvio, não, discutível.

Deus interveio oportunamente, instando o noivo a receber sua prometida, garantindo que nenhuma traição houvera. Bastou uma orientação em sonho, ele obediente que era acatou. Quem tem ouvidos para Deus pode ser conduzido por um fio de cabelo.

Pois, ontem a mídia noticiou sobre comemorações de feministas argentinas porque a Câmara dos deputados de lá aprovou o aborto. Falta corroboração do Senado, mas um grande passo foi dado nesse rumo.

Ter o aval do Estado para praticar um crime hediondo desses não significa nada. Acaso terá, quem isso fizer, o silêncio da consciência? Aí Quem legisla é Deus, não o homem.

No nosso âmbito podemos tornar lícito o que quisermos; licitando atrevidamente o que O Todo Poderoso declarou ilícito, a ruptura com Ele deixa de ser meramente pessoal para ser coletiva, apenas isso. Tá na lei dos homens; e daí? “Porventura o trono de iniquidade te acompanha, o qual forja o mal por uma lei?” Sal 94;20

Se, uma ruptura particular traz juízo a esse que rompeu apenas, quando a mesma for coletiva, também o juízo se torna coletivo. Mudanças desse calibre que se opõem à Lei de Deus são punidas com maldição. “Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado estatutos, e quebrado a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra...” Is 24;5 e 6

Não bastasse o incauto eleitor argentino ter buscado de volta o comunismo, agora quer uma maldição extra.

Notemos que as leis que patrocinam o mal vêm de certo lugar; “o trono de iniquidade”. A atuação pujante desse trono nos últimos dias, - advertiu O Salvador – traria como “efeito colateral” o esfriamento do amor. “Por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará.” Mat 24;12

Assim, necessária a conclusão que o que mantém o amor “quente” é a equidade; o que seria “amar ao próximo como a si mesmo”, senão, desejar para ele os mesmos diretos que para si. A mesma sede de vida que quero saciar em mim, que eventual feto tenha direito de saciar também; qualquer variável fora disso é iníqua.

No linguajar gaúcho adjetiva-se como orelhano, o gado sem marca, sem um dono definido que vagueia entre os corredores. Alguns poetas nativos ao pavonear-se sobre suas liberdades adotam para si essa figura.

Pois, a deseducação pujante, nos planejamentos imbecilizantes, meticulosamente implantados por governos derivados do ”Trono de iniquidade” gerou uma leva incontável de “orelhanos”; gente sem limites morais, valores básicos para a convivência social; onde os cérebros hibernam sob a crosta da doutrinação ideológica, e as coisas se resolvem no grito, como se fez outro dia no triste incidente ocorrido no Carrefour.

Sabe gritar? Vem pra cá! “vi-das ne-gras im-por-tam”!! Outrora havia um grupo musical chamado “A cor do som”; parece que se descobriu, finalmente, a cor da vida.

Será que as “vidas negras” em rota de colisão com o aborto importam também? Para essa gentalha, não.

Os “Orelhanos” são sem cercas, sem marcas, sem donos, apenas em se tratando dos limites de Deus. Pois, presto acodem a fazer o trabalho sujo do trono da iniquidade, ao menor estímulo. A esse dono servem.

Logo ele vai deixar isso visível marcando seu gado todo para excluir do sistema aos que, não lhe obedecem. “Faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal...” Apoc 13;16 e 17

Acontece que, os que são de Cristo já são mais que marcados; selados com O Espírito Santo; como não se pode pertencer a dois Senhores, passamos; já somos partículas da Igreja, O Corpo de Cristo; e Esse sim, com dignidade de Criador pode dizer: Meu Corpo, Minhas Regras.

Para José bastou um sonho profético; nós temos toda A Palavra. “Quem tem ouvidos ouça”!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Filosofias de Botecos



Tão frágeis, algumas, mercantis as decisões “filosóficas” que desfilam à minha janela...

“Não vou pagar mal com mal; entreguei pra Deus; não se vingue, a vida dá voltas e quem não presta cai sozinho; seja humilde, hoje você está por cima, amanhã pode estar embaixo; que Deus te dê em dobro tudo o que me desejares;” etc.

Embora isso pareça patentear certo desapego pelo mal, nas entrelinhas fica o desejo que ele aconteça sem minha participação direta; “A vida é justa, Meu Deus vai te pegá”!

Não pagar mal com mal é bíblico; só que, vai além desse zero a zero. Manda fazer melhor. “... se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre sua cabeça. Não te deixes vencer pelo mal; vence o mal com o bem.” Rom 12;20 e 21

Essa “vingança” que amontoa brasas sobre as cabeças dos desafetos é, tendo motivos para os desprezar, invés disso manifestar amor, por amor Daquele que, tendo motivos maiores em relação a nós, igualmente não viu nossos “méritos”; nos deu muito mais que merecíamos. Afinal, tomar Seu Jugo não significa apenas a renúncia de prazeres; mas, a ousadia de sofrer fome e sede de justiça.

Embora a intenção de quem “entrega a Deus” determinada situação seja uma figura para patentear que orou a respeito e vai descansar, venha o que vier, do ponto-de-vista objetivo não podemos, nem precisamos, entregar nada a Ele; pois, tudo já está em Suas Mãos, inclusas, nossas vidas.

Assim, não me vingar de quem me fez mal, mas “entregar a Deus” desejando que Ele puna, pode não ser uma boa, uma vez que, O Mestre ensinou-nos a orar assim: “Perdoa nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores.” Se não perdoarmos estaremos orando para que O Eterna faça o mesmo conosco.

“Quem não presta cai sozinho?” Pode ser. Mas, o ensino manda, como o bom samaritano, levantar e socorrer a quem caiu, invés de entregar alguém à sorte torcendo que o mesmo caia. Ademais, quem disse que “cair”, eventualmente, seja uma coisa cabal, definitiva? “Porque sete vezes cairá o justo, e se levantará; mas, os ímpios tropeçarão no mal.” Prov 24;16

O que a Palavra chama de “Justo” não é um que “presta”; mas, o que, sabendo que suas justiças nada valem entrega-se a Cristo para herdar a Justiça Dele. 

Quantas vezes as pessoas julgam que não prestamos apenas porque, não andamos nos mesmos caminhos ou, não gostamos das mesmas coisas que elas?

O fato de Deus escolher aos ruins acaba confundindo aos “bons” até; “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar às que são;” I Cor 1;27 e 28

“Seja humilde; hoje você está por cima; amanhã poderás estar por baixo.” Isso não é humildade, é esperteza comercial. Devemos ser humildes porque isso agrada a Deus; porque os dons ou bens que temos recebemos do Senhor; isso nos faz abençoados, não melhores que os outros. Além disso a humildade é medicinal, à medida que se faz profilaxia contra o veneno do orgulho.

Mais; a veraz humildade nada tem a ver com estar por cima ou por baixo. 

Já vi gente achar que escrever ou falar errado seja sinônimo de humildade; não é. É ser inculto. Outros pensarem que se vestir desleixadamente seja essa qualidade; não! é ser relapso, ter mau gosto. 

Por outro lado, o esmero ao escrever, falar, vestir-se, pelos mesmos motivos, do avesso, são equacionados com arrogância, querer ser mais que os outros.

Pode-se ser orgulhoso não tendo onde cair morto; bem como, ser esclarecido sobre muitas coisas e de algumas posses mantendo-se humilde. 

Humildade é patrimônio interior, não uma casca, nem arcabouço circunstancial.

Por fim, não quero que Deus dê em dobro às pessoas do que elas me desejarem; em momentos infelizes, já desejei coisas más a terceiros. Não quero porção dobrada disso; apenas, perdão.

A vida moderna é veloz; liquidifica tudo; as pessoas pegam gotas e mandam em frente, sem conhecer um mínimo necessário de solidez que só meditação e mudança de mente poderiam ensejar.

Os livros sapienciais trazem um justo, Davi, cogitando ter pecados além dos que conhecia; “Quem pode entender os seus erros? Expurga-me Tu dos que me são ocultos.” Sal 19;12

E uma geração inteira imunda, sem noção, incapaz de olhar no espelho; “Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas, nunca foi lavada da sua imundícia.” Prov 30;12

Que Deus nos dê em dobro da prudência que havia em Davi.

Relativas Mentes


“Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3;7

Isso é a antítese do que dissera Satanás; “vós mesmos sabereis o bem e o mal”. Ou, sereis sábios aos vossos próprios olhos. Acontece que o homem pela sua natureza não é fonte; é um canal. Foi criado à Imagem e Semelhança de Deus, para que, como um espelho, fosse um reflexo Dele.

Ao deixar de refletir Deus, como faria, mantidas a obediência e a comunhão, e a andar segundo o conselho do inimigo, deixou de ser Imagem Daquele e passou a ser um reflexo desse; acaso um espelho reflete a si mesmo?
Por isso a advertência contra o relativismo, que a Bíblia chama de “sábio aos próprios olhos”.

Notemos que a receita para fugir é abraçar ao Absoluto; “Teme ao Senhor e aparta-te do mal”.

Desse modo, não nos resta decidir se determinada postura é mal ou não; Se, O Eterno já definiu assim, não nos cabe redefinir, como se essa ousadia mudasse a ser daquilo que redefinimos.

A coisa má segue sendo o que é; apenas, em nossa obtusa escolha pelo mais cômodo, ou aceitável socialmente, a desaprendemos e passamos a chama-la pelo que não é; “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem mal; que fazem das trevas luz, da luz trevas; fazem do amargo doce e do doce amargo! Ai dos que são sábios aos seus próprios olhos, prudentes diante de si mesmos!” Is 5;20 e 21

Os ecos da voz de Satã estão por aí a todo vapor; “Cada um tem a sua verdade – dizem - todas as religiões são boas; cada um segue o que preferir, no fim todos serão salvos, cada um segue ao que acredita...”

Muitos defensores disso ilustram com figuras a “verdade” de cada um; às vezes uma junção de linhas paralelas que, vistas de um lado parecem quatro figuras, do outro, três; outras, um número onde um vê um seis, outrem, do lado oposto, um nove, para mostrar que ambos “estão certos.” Uma ova! Ambos estão num beco sem saída e precisam ser tirados daí por quem sabe.

Nossa “sabedoria” é tão frágil que ninharias como essas já nos podem levar a disputas; isso mostra o limite de nossa capacidade intelectual e dependência da Sabedoria Superior, Deus, para dizer como as coisas são, a despeito das aparências. Pois se cada um “tem sua verdade” a Verdade deixa de existir, cedendo seu nobre assento à doentia e pueril opinião.

Quando convém às humanas predileções se diz que as aparências enganam; donde parece lógico concluir que não devemos confiar nelas; contudo, se, o fito do traidor mor é nos conservar no erro, aí usa-se e abusa-se de aparências ardilosamente criadas, para validar a ignorância como se fosse conhecimento.

Nós, os que seguimos olhando para Aquele que É, a despeito das opiniões e predileções de terceiros, não raro somos acusados de radicais, fundamentalistas, fanáticos, primitivos até.

Se O Eterno tivesse “dado corda” ao relógio da humanidade e deixado o mesmo funcionar por sua conta, vá bene! Cada um se virasse como pudesse.

No entanto, Ele sempre esteve presente, interessado, amoroso; “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho.” Heb 1;1

Isso é honroso, extraordinário, inaudito; mas, também responsabilizador; “Se Eu não viesse, nem lhes houvesse falado, não teriam pecado; mas agora não têm desculpa do seu pecado.” Jo 15;22

Aliás, palavras como pecado, arrependimento, são mais notórias pela ausência que pela menção, nesses ensinadores relativistas. Não há um Alvo Absoluto; cada um anda à sua maneira e está “tudo bem;” só que não.

Num breve arranjo como esse, várias porções da Palavra de Deus são necessárias, derivando ele de submissão ao Senhor. Sua Palavra é o “Tribunal de Apelação” dos nossos argumentos, que no fundo, são Dele.

Contudo circulam por aí ensinos com dados de uma precisão que assusta; “são 35 milhões de espíritos aperfeiçoados na quinta dimensão”; no fim de um tratado com afirmações como essa, o sujeito diz: “Eu sou fulano de tal, namastê!” Pronto. Quem duvidaria dele?

Aí, nem se trata de relativismo, ser sábio aos próprios olhos; mas, de rejeitar à Palavra de Deus; pôr, em Seu lugar, escritos espúrios de nebulosos “mestres espirituais”;

Deus já os previu e adjetivou: “Os sábios são envergonhados, espantados e presos; rejeitaram A Palavra do Senhor; que sabedoria, pois, têm eles?” Jr 8;9

Enfim, pretender chegar ao Reino Eterno alheio aos termos do Rei, baseado em si mesmo, é como pensar que consegue elevar os pês do solo puxando os próprios cabelos. Se acreditas mesmo nisso, eia, força!!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Mestres do Engano


“Atenta para a obra de Deus; porque quem poderá endireitar o que Ele fez torto?” Ecl 7;13

Não que O Criador tenha feito alguma coisa torta, no sentido de imperfeita; a ideia é desafiar alguém a mudar as leis da natureza; tipo, a órbita dos planetas de repente deixar de ser elíptica, para se tornar triangular, pentagonal... plantas e animais se furtarem ao determinismo biológico de reproduzir conforme suas espécies, e uma porca dar cria de elefantes, do ovo do lagarto eclodirem serpentes, ou o trigo decidir nascer milho. Quem poderia obrar coisas dessa estirpe?

“Eu sei que tudo que Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar, nada se lhe deve tirar; isto faz Deus para que haja temor diante Dele.” Ecl 3;14 “Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam Nele. Nada acrescentes às Suas Palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.” Prov 30;5 e 6

O mundo jaz no maligno, sob a batuta dum feitor assassino disseminando toda sorte de oposições a Deus e Sua Palavra; quase sempre com porções açucaradas, tolerantes, inclusivas, compreensivas... sem confronto aberto.

Chamar os dóceis ao erro de “evoluídos” seres da “quinta dimensão” que seria um lugar de perfeição espiritual, cai bem.

Ora, dimensão, como o nome sugere trata-se de um aferidor de medida. Uma fotografia tem duas dimensões; tanto por tanto; outrora era comum o corte três por quatro.

Algo que além das dimensões lateral e vertical logra o sentido de profundidade de uma imagem se diz que é tridimensional. Possui três medidas. O que escapa a isso por ser da esfera espiritual, se diz que pertence à quarta dimensão; nada tem a ver com valor dos seres inseridos nela, sejam anjos, sejam demônios.

Igualmente na terra, seres ímpios ao cubo, ou tementes a Deus, estão na mesma dimensão; pois, essa não mensura caracteres, mas amplitude física apenas. Assim, essa história de quinta dimensão para “evoluídos” é só uma falácia para gerar adesão sem compreensão, como no fanatismo.

O “mestre” do qual divirjo disse que a rigor, sequer existe mentira; apenas “verdade invertida”; (desculpem deu vontade de rir) todos têm cada qual, sua verdade.

Usou como exemplo três pessoas observando uma casa. Um viu-a como tendo quatro janelas; outro notou que ela tinha telhado de zinco; o terceiro que era azul; assim, cada um viu a coisa da sua perspectiva; todos estavam certos, e discutindo por meras opiniões de visões particulares.

Como disse Spurgeon, “Uma coisa boa não é boa fora do seu lugar”; isso, como demonstração didática do relativismo das opiniões humanas é bom; agora, tirar desse escopo válido e colocar no lugar de Deus que revelou como as coisas são no prisma espiritual, seria adotar como seu, o conselho do diabo que disse que rompendo a relação com O Criador, os humanos seriam deuses também, aptos a decidirem o ser das coisas por si mesmos.

No prisma religioso, o exemplo não serve. Todos olham um templo; alguns veem um Templo; outros, um animal, outros ainda, uma genitália masculina; outros mais, um astro celeste... Sim para uma minoria, infelizmente, Jesus Cristo É Deus; para alguns credos elefantes são deuses, árvores, vacas, são sagradas, e alguns, os Falicistas cultuam ao órgão sexual masculino como um deus.

Segundo o brilhante pensador, todos estão certos. Ao menos, em parte.

Paulo pensava diferente; “Porquanto, tendo conhecido Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes em seus discursos se desvaneceram, seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. Mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, de aves, quadrúpedes e répteis.” Rom 1;21

Disse maquiavelicamente que as críticas, como a minha, mostram mais sobre nossas personalidades, que sobre o teor do que estamos criticando. Bueno, não estou fazendo selfies, caras e bocas para sair bem na foto. Se eu parecer alguém que teme a Deus, e leva a sério Sua Palavra, tá de bom tamanho.

Acontece que, os ensinos do dito cujo, embora nada combatendo frontal e diretamente, são uma negação cabal da Palavra de Deus. Ele não critica-a; nega-a. Assim, pelo seu próprio ensino, sua objeção à Palavra de Deus mostra quem ele é, não o que A Palavra é.

Os que Deus escolhe, capacita a ver as janelas da casa, telhado, cor, e o espírito do arquiteto com um só olhar, o discernimento espiritual;

“O que é espiritual discerne bem tudo, e de ninguém é discernido. Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a Mente de Cristo.” I Cor 2;15 e 16

Ataques à Verdade vão se intensificar. Aqueles que a amam farão sua defesa.