sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Eleições e o molho

Alguém definiu de forma bem humorada: “A democracia é um sistema que permite que escolhamos com qual molho seremos devorados.” Significando que, nossa “liberdade de escolha” a rigor é pífia, restritiva; longe de representar escolhas espontâneas de homens verdadeiramente livres. Sequer podemos optar se queremos votar ou não; uma vez que, isso é obrigatório, salvas exceções por idade.

Enquanto tivermos um “Estado Leviatã” esse monstro inflado que exige impostos infinitamente superiores aos serviços parcos que presta, qualquer que o esteja pilotando, de certa forma estará nos devorando, via encargos excessivos e contrapartida pífia de serviços.

Mas fale-se em reforma política que exclua privilégios; nosso bravo Congresso presto engessará a iniciativa, como já fez tantas vezes.

No caso de eleições municipais, como agora, o mosaico de partidos que atinam a interesses rasos mais que à defesa de um ideário qualquer, e a falta de um partido conservador, estruturado em todos os municípios do país, deixa nossa possibilidade de escolher “representantes” mui aquém do que seria desejável.

Sinto-me na iminência de tentar escolher o que me parece o mal menor, não o que gostaria, para que me representasse. Esses fatores e a proximidade entre eleitores e candidatos, enseja que se vote em pessoas, mais que, em partidos ou ideologias.

Faltam homens públicos, salvas honrosas exceções; o jogo segue exaustivamente enfadonho, cansativo; sempre se fala de interesses públicos, na arte de seduzir eleitores, enquanto cuida-se majoritariamente dos interesses pessoais, uma vez investidos de algum poder.

O famigerado “Fundão eleitoral” segue pagando carreatas e passeatas, onde candidatos sem escrúpulos fingem ser sem noção; saem de microfones à boca agradecendo a um “apoio” que a realidade insiste em negar, de um eleitorado cético, cansado, que votaria muito pouco, se não fosse forçado a fazê-lo. No auge da pandemia a maioria deles atrapalharam nossas vidas invés de ajudar.

Esse fundo indecoroso jorra tanta “água” que permite a muitos serem políticos profissionais, eleitos ou não. 

Pouco importa se precisem ser “Metamorfoses Ambulantes” para seguirem ativos; “se hoje sou estrela amanhã já se apagou, se hoje te odeio, amanhã te tenho amor...” como cantou Raul Seixas; assim esses defendem hoje o contrário de ontem, com uma falta de vergonha na cara que a gente acaba sentindo por eles.

Em termos de hipocrisia e incoerência os esquerdista são imbatíveis; não tem pra ninguém.

Quando Dilma foi eleita para a Presidência da República, invés do termo neutro “Presidente” que, assim como, “adolescente” serve para nomear ambos os gêneros, faziam questão de chamá-la de “Presidenta”, para evocar, full time, seu “troféu” de ter eleito a primeira mulher para tal cargo.

Agora, o esquerdismo defende a diluição de gêneros, em meras escolhas sociais; não, como sempre foi, derivados de fatores biológicos, tipo, homem nasce homem, e mulher, mulher.

Então, chamar estudantes de aluno, ou aluna seriam uma “Imposição de gênero”; de modo que, em atenção a essa bosta que chamam de “politicamente correto” apregoam que se deve usar palavras “neutras”. Alguém criticou de modo engraçado, disse: “Uma escola ensinar a chamar querides alunes, só pode formar retardades.” É isso!

Se, no caso da Dilma faziam questão do “Presidenta”; agora, usar artigos definidos, sejam masculinos, sejam femininos, para essa gente é um “crime” mais sério que matar um indefeso, como no aborto que eles defendem.

Portanto, mesmo fazendo o melhor que pudermos nessas eleições, devemos nos preparar para o pior em termos de resultados. Ou seriam resultades?

A possibilidade de nos decepcionarmos com eles é proporcional aos bons valores que, eventualmente defendamos; pois, os maus são maioria, infelizmente.

Quem me conhece sabe que sou cristão, conservador, patriota, contra aborto, casamento gay, (no particular cada um faz o que quer; mas, o abono social dependeria da maioria) ideologia de gênero, drogas, corrupção... e digo isso abertamente sem dar a mínima para a patrulha esquerdopata. Não busco aplausos nem temo vaias.

Não temos ainda um partido que concentre em seu ideário esses valores todos. Vamos ver se, o embrionário “Aliança pelo Brasil” uma vez criado, ao menos se aproxima disso.

Para terminar, a “metamorfose” esquerdista não aceita até hoje a legítima vitória de Bolsonaro; mas apressa-se a parabenizar ao canhoto Joe Biden, numa eleição sob júdice, porque eivada de fraudes.

“Democracia” que só aceita um lado da moeda é indício de espírito ditatorial; sempre termina em ditadura onde eles conquistam o poder por tempo suficiente para se apoderar de tudo; aqui foi por um triz.

Saíram da Presidência, mas ficou um Congresso venal, fisiológico, inútil; e um STF todo vermelho, com tara voraz pela impunidade, onde deveriam prover o império da Justiça.

Mesmo assim, muitos votarão de novo neles. Não lhes basta ser devorados; fazem questão que seja com molho de pimenta.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

O Sistema e a Partícula

“O mundo passa, e sua concupiscência; mas aquele que faz a Vontade de Deus permanece para sempre.” I Jo 2;17

O cotejo entre duas coisas; sociedade e indivíduo. “O mundo, jaz no maligno”, é inimigo de Deus, fadado a passar rumo à condenação; não só o sistema, mas as próprias bases onde se estabelece; “Passarão os Céus e a Terra...”

Quanto ao indivíduo porém, se lhe facultam escolhas na contramão do mundo, segundo Deus. Isso demanda esforço, renúncia; natural é seguir o som do berrante; ser apenas mais do mesmo.

Paulo chamou ao enfrentamento do si mesmo, que tende a imitar o mundo, de “sacrifício vivo”; “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2 Notemos que o preceito não é para que transformemos o mundo, mas a nós mesmos; “Transformai-vos”.

No ritmo natural da marcha humana sobre a terra, tendemos ao menor esforço, comodismo; pois, mesmo pensar tem lá seu peso, como disse Henri Ford: “Pensar é o trabalho mais pesado que há; essa seja, talvez, a razão para que tão poucos se dediquem a isso.”

É comum, pois, como denunciou alguém, crentes oraram como santos e votarem como ímpios; balizando escolhas por simpatias pessoais, desafeições, idolatrias por líderes humanos, invés de o fazerem baseadas nos valores que representariam sua fé. Seria como desejar mestres virtuosos para os filhos contratando viciosos, para que façam o que não sabem.

Assim, muitos indivíduos com preguiça de pensar partilham mensagens de gente cujas doutrinas são contrárias aos ensinos bíblicos, só porque, em algum momento se assemelham. Ora, toda a falsificação precisa de alguma semelhança com o verdadeiro; carece verossimilhança, se, quiser uma “beira” da credibilidade daquilo que finge ser.

Às vezes deparo com pastagens de gente clamando por união entre todos para um mundo melhor, (quando acontecer será pelo império do Capeta) ou, que o “Verdadeiro líder é aquele que une às pessoas.”

Não duvido da sinceridade nem da boa intenção de quem partilha; entretanto, quanto ao conteúdo sou forçado a discordar, pois, por ele seria necessária a conclusão que Jesus Cristo não é um Verdadeiro Líder. O Comunista Francisco que trabalha pelo ecumenismo seria melhor que Ele.

Cristo, horizontalmente falando, mais separa que une. “Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada; Porque Vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, a filha contra sua mãe, a nora contra sua sogra; assim os inimigos do homem serão os seus familiares.” Mat 10;34 a 36 Não que seja Sua Vontade separar; mas, os que O recebem são perseguidos pelos que não.

Vemos condenados andando pra lá e pra cá, como se fossem coisas importantes, invés de estar na cadeia; mas, é assim.

Fraudes grotescas nas eleições americanas sendo silenciadas pela imprensa cúmplice; patifes igualmente cúmplices daqui, apressando-se a reconhecer ao “vitorioso” como se fossem favas contadas.

“Os ímpios andam por toda parte, quando os mais vis dos filhos dos homens são exaltados.” Sal 12;8 “As leis são como teias de aranha; pegam os insetos pequenos; os grandes rompem-nas”.

“Fichas sujas” cuja “justiça dos homens” deixa escapar sequer deveriam concorrer, contudo, concorrem e muitos serão eleitos. O mundo é um lixo assim, coerente com os quereres de seu príncipe.

Quem vive os valores do Eterno, necessariamente estará deslocado, como esteve Ló em Sodoma; “Porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias sua alma justa, vendo e ouvindo sobre suas obras injustas.” II Ped 2;8

Se, o Evangelho é chamado de “Evangelho da Paz”, da qual, O Senhor é O Príncipe, Ele mesmo ensinou que Sua Paz é diferente. 

Seu Senhorio sobre nós desfaz a inimizade com Deus, “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Essa reconciliação acentua contra nós o ódio do sistema comandado pelo inimigo; “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” Tg 4;4

“Mundo melhor” só no “Novo céu e nova terra onde habita a justiça”; esse como conhecemos está fadado à destruição, breve.

Podemos e devemos manifestar indignação contra injustiças; mas, a coisa vai piorar muito e nada poderemos fazer, em âmbito de sistema, só no particular; em última análise é isso que conta, pois, “... cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12

domingo, 8 de novembro de 2020

As Montanhas


“... Tende fé em Deus; Porque em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito.” Mc 11;22 e 23

Daí o dito que a fé remove montanhas.

Entretanto, se isso não for devidamente compreendido trará mais problemas que soluções.

Primeiro, que nossa condição de servos não nos dá o direito de decidir, qual “monte” está fora do lugar e precisa ser removido; por isso O Salvador prefacia a promessa com um “Tende fé em Deus;” ou seja: Acreditem no que Ele disser, não decidam por si mesmos.

Ouso dizer que essa “remoção” a do ego, o “negue a si mesmo” é a montanha mais pesada e difícil.

A sociedade costuma classificar às pessoas por extratos; esses derivam sempre das condições materiais; assim, temos a elite, os ricos, a classe média, os pobres, os miseráveis, os indigentes...

Deus, para efeito de salvação não faz assim; “nivela” todos; derruba montes e aterra vales, para que todos tenham oportunidade igual de salvação; essa era, aliás a mensagem que deveria trazer a “Voz do que clama no deserto.” “Todo o vale será exaltado, todo o monte e todo outeiro será abatido; o que é torcido se endireitará, o que é áspero se aplainará.” Is 40;4

Foram os “montes” da sociedade de então, os líderes que condenaram O Salvador à morte, porque Seus ensinos, invés de incensá-los expunha sua hipocrisia. Em dado momento disse que prostitutas e publicanos (os “vales” daquela sociedade) entrariam adiante deles no Reinos dos Céus, pois, ouvindo a mensagem de salvação se arrependeram, enquanto eles, orgulhosos, não.

Vivemos uma ética utilitarista, imanente, que, mesmo falando de bens espirituais e eternos, normalmente buscamos coisas materiais e efêmeras como prioritárias.

Assim, os “montes” que desejaríamos remover seria eventual desemprego, falta de algum bem, de um cônjuge... sempre coisas atinentes à vida aqui e agora. Quiçá, estejamos ao pé do Everest.

Acabo de chegar de breve viagem, uns 150 kms mais ou menos, entre Soledade e Bom Retiro do Sul, em cujo trajeto três tipos de relevo são observáveis; saí do planalto, como o nome diz, trata-se de um plano alto, passei por uma região serrana e enfim, a planície do vale do Taquari.

Uma coisa despertou minha atenção; quando na serra, alguns montes pareciam querer engolir a estrada, sobrepor-se a ela, e o horizonte estava a algumas centenas de metros; porém, à medida que ia me aproximando da planície, cada vez mais larga se fazia a visão; os mesmos olhos cansados que enxergavam à trezentos metros, agora, podiam ver a uns trinta quilômetros.

O que mudou para que a visão se ampliasse tanto? A ausência de montes.

Assim são os “olhos da fé”; enquanto não removermos a cordilheira dos nossos egoísmos, imediatismos, materialismo e indiferença, enxergaremos muito pouco; nossa visão será pífia.

Entretanto, tendo fé em Deus, priorizando O Seu Reino e Sua Justiça, deixando alguma empatia ocupar o assento do egoísmo, finalmente começaremos a ver mais longe; poderemos, como Moisés, ficar firmes “como que vendo o invisível”.

O andar em espírito, preceito recorrente nas Escrituras, ensejará comunhão com Deus; essa trará afinidade tal, que desejaremos remover aos mesmos “montes” que Ele. Aí sim, se verificará a eficácia da fé.

Em provérbios temos uma pequena amostra do “relevo” que incomoda ao Eterno; “Estas seis coisas o Senhor odeia, a sétima Sua Alma abomina: Olhos altivos, (orgulho) língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre irmãos.” Prov 6;16 a 19

Usei relevo entre aspas por se tratar de óbvia figura de linguagem; nenhum imposição, contudo; pois, a mesma Palavra ensina que a “terraplanagem” necessária se faz nos nossos corações, para que, enfim, mediante a fé vejamos melhor; “Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados.” Sal 84;5

Assim, a fé não remove, estritamente; mas, associa o crente Àquele que remove. Pois é um “cuja força está em Ti...” (Nele)

O papel da fé é me capacitar para o desafio de andar conforme; na fraqueza do eu, que o Poder Divino opera; “A minha graça te basta, porque Meu Poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o Poder de Cristo.” II Cor 12;9

Nossa fraqueza, pois, não é um monte que O Eterno queira remover; usa-a como mirante, para que, sobre ela vejamos mais longe quão grandes montes Cristo remove por nós.

Por quê, O Deus da Bíblia é odiado?


“Ouvi Tua Voz soar no jardim, temi porque estava nu e escondi-me.” Gn 3;10

A pergunta, “Onde estás”? ressoa até hoje; tantos Adões escondidos... Aquele, ao menos, assumiu: “Ouvi tua voz”.

Os atuais negam que a Bíblia seja Sua palavra; sendo mero livro humano, não se trata de desobediência. Quando Deus falou de forma audível no Sinai, o povo pediu que não fizesse mais; Moisés mediaria, eles ouviriam. “Disseram a Moisés: Fala tu conosco, e ouviremos: não fale Deus conosco, para que não morramos.” Ex 20; 19

Parece uma atitude humilde, mas foi medo e esperteza ímpia; quando desobedecessem estariam afrontando Moisés, não, Deus.

“Temi porque estava nu”; também esses. Um Deus Santo, ante pecadores que não gerasse temor seria estranho. Adão se escondeu entre árvores, esses entre sofismas.

“Todas as religiões são boas”, dizem; (como se Deus quisesse religiões) ou; sou ateu, mas não faço mal a ninguém; como se, blasfemar não fosse um grande mal. “... quem a Deus não crê mentiroso O fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de Seu Filho Deu.” I Jo 5; 10

Se não fosse assim, não estaria numa posição sob a ira Divina. “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece.” Jo 3; 36

Talvez seja essa franqueza que O faça tão odiado. Nunca encontrei uma diatribe a Tupã, deus dos Guaranis; Odin, dos nórdicos; Pachacuti, dos incas, Brahma dos hindus, nem mesmo Alá, dos islâmicos. Esse reserva sessenta virgens para um mártir, mas a “Bíblia é machista”!

Existência de um deus está em todas as culturas. Por quê, o Deus da Bíblia incomoda tanto?

Bem; Ele não dá a mínima para a desonestidade intelectual dos que duvidam, deixa-os falando sozinhos. “Disse o néscio no seu coração: Não há Deus...” Sal 4; 1

Não tem nenhuma crise de identidade, nem depende que creiamos. Considera-se auto-evidente por Sua obra e acrescenta Sua Palavra; para os que, esses dois testemunhos não bastarem, deixa de lado.

Jesus fez o mesmo; “Deixai-os; são condutores cegos. Ora, se um cego guiar outro, ambos cairão na cova.” Mat 15; 14

Ainda, não dá a mínima para nossa autoestima; põe o dedo na ferida para doer; “... não há quem faça o bem, não há sequer um.” Sal 14; 3 “... Por que me chamas bom? Não há bom senão um só, que é Deus.” Mat; 19; 17

Mais uma coisa que o homem natural odeia; limita-nos, nos faz dependentes; “As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, porém as reveladas pertencem a nós...” Deut 29; 29

Esses limites nos tornam carentes da revelação, pois, trazemos em nossos almas anseios eternos; “Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs o mundo no coração do homem, sem que este possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim.” Ecl; 3; 11

Não faz isso por capricho, demonstração de poder; antes, nossa redoma de tempo e espaço visa que O busquemos, pois nos ama: “De um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando tempos já dantes ordenados, e limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando O pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós;” Atos 17; 26 e 27

Quer estabelecer contato para falar de amor; mas, esse contato há de ser em Seus termos, Jesus; “Ninguém vem ao Pai senão por mim”.

Estamos nus ante Ele; em pensamentos, intenções; “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante do que espada de dois gumes; penetra até à divisão da alma e do espírito, das juntas e medulas; é apta para discernir pensamentos e intenções do coração. Não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.” Heb 4; 12 e 13

Ele tem “pano” para nossa nudez; esse demanda a renúncia de inclinações naturais, e obediência. “Aconselho-te que de mim compres... roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.” Apoc 3; 18

Não há caminho do meio, neutralidade, livre pensador; ou estamos em paz com Ele, ou lhe fazemos guerra.

Não quer nos “derrotar”, ama-nos e sabe da sedução do inimigo; sendo impossível que ganhemos a luta, aconselha a paz. “Quem poria sarças e espinheiros diante de mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria. Que se apodere da Minha Força, faça paz comigo...” Is 27; 4 e 5

sábado, 7 de novembro de 2020

Mestres da Presunção


“O homem que compuser um perfume como este, ou dele puser sobre um estranho, será extirpado do seu povo... O homem que fizer tal como este para cheirar, será extirpado do seu povo.” Êx 30;33 e 38

Tanto óleo da unção, quanto incenso, O Senhor deu a fórmula de ambos; exigiu exclusividade no serviço santo. Vetou que os mesmos fossem feitos e usados para fins particulares. Tal profanação incorreria em pena de morte.

Coisas criadas para fins estritos não devem ir além desses fins. Isso engloba ao ser humano também. “Todos os que são chamados pelo Meu Nome, os que Criei para Minha glória: Eu os Formei, também os Fiz.” Is 43;7

Se, no porvir O Eterno Glorificará aos salvos; “Assim também a ressurreição dentre os mortos. Semeia-se o corpo em corrupção; ressuscitará em incorrupção. Semeia-se em ignomínia, ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com vigor.” I Cor 15;42 e 43 Sua Glória tem prioridade; por questão do devido lugar das coisas; essa devemos buscar desde já, mediante um testemunho de vida transformada que “fale” no nosso agir; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16

Portanto, são profanos esses que dizem que todas as religiões são boas, todos buscam Deus à sua maneira e no fim serão salvos; quem tem algum juízo na cachola não se atreve a tocar nas coisas exclusivas do Senhor; a começar pelo caminho da salvação: “... Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” Jo 14;6

O único “Perfume” aceitável ao Eterno, é o “bom cheiro de Cristo” como disse Paulo.

Mesmo dons ou bens, não são estritamente nossos; um relacionamento sadio com Deus vale mais que todos eles, por opulentos que sejam; “Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas, mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em Me entender, Me conhecer, que Eu sou o Senhor, que Faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas Me agrado, diz o Senhor.” Jr 9;23 e 24

Com o advento das redes sociais aquilo que deveria facilitar, não raro, dificulta. O acesso a muita informação sem profundidade nenhuma tem gerado uma revoada imensa de papagaios espirituais, que se metem a ensinar o que não sabem.

Tratam como iguais, a Rocha Eterna da Palavra de Deus, e as areias movediças das opiniões humanas.

Outrora já foi assim; até sonhos dos desejos acalentados eram postos acima da Palavra; “O profeta que tem um sonho conte o sonho; aquele que tem Minha Palavra, fale a Minha Palavra com verdade. Que tem a palha com o trigo? diz o Senhor. Porventura Minha Palavra não é como o fogo, diz o Senhor, como um martelo que esmiúça a pedra?” Jr 23;28 e 29

Num breve arranjo como este, conte-se quantos versos bíblicos são usados. Por quê? Porque um servo de Deus não apresenta sua opinião; antes é um mensageiro Dele, um intérprete por Ele capacitado, para esse fim; “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, da sua boca devem os homens buscar a lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Mal 2;7

Outros, invés de dizer que todas as religiões são boas, dizem que nenhuma é boa ou necessária; basta ser um homem bom, não precisa congregar em igrejas, nada disso.

Esse ensino que pode o homem decidir sobre o que é bom ou mau tem mesmo na bíblia, lá no começo; mas, foi dito pelo Capeta quando enganou o homem.

A Bíblia ensina que “Não há um bom senão Deus”; mais: Que “não há um justo sequer; todos pecaram e estão destituídos da Glória de Deus.”

Nenhum de nós poderá ser salvo pela sua “bondade”; então, Deus usou um “Plano B”; “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;” Ef 2;8 e 9

A graça não é oca; tem uma Doutrina que permeia-a; Deus capacitou ensinadores para, nas congregações fomentarem a desejada edificação; “As palavras dos sábios são como aguilhões, como pregos, bem fixados pelos mestres das assembleias, que nos foram dadas pelo único Pastor.” Ecl 12;11

Se O Único Pastor deu Sua Palavra para ser ensinada nas assembleias, como pode alguém haurir sabedoria espiritual alienado do Corpo de Cristo? Não existe salvo free lancer; Ou está no Corpo ou, fora.

É direito seu estar onde quiser. Quanto a ensinar, porém, que tal deixar para quem já aprendeu?

O Estupro da Justiça


“... no lugar do juízo havia impiedade, no lugar da justiça havia iniquidade.” Ecl 3;16

Estudiosos chamam esse modo de escrever de “paralelismo;” consiste em repetir o que foi dito com outras palavras, como um reforço da ideia; assim, em lugar do juízo, impiedade; em lugar da justiça iniquidade.

Se, alguns versos atrás ensinara que tudo tem seu tempo propício, agora defende que há um lugar também, para as coisas; no caso, para a justiça. Mas, onde seria seu lugar?

Óbvio que nas relações! Sejam institucionais, internacionais, comerciais, afetivas, políticas, do escopo que for; todas são, de certa forma, interpessoais; ainda que representem nações, instituições, corporações, sempre haverá pessoas envolvidas; essas deveriam ter a equidade como baliza de seus atos. “Portanto, tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-lhes também, porque esta é a lei e os profetas.” Mat 7;12

Fácil o lugar da justiça! Aquilo que considero correto, justo quando, a meu favor, é igualmente correto e justo, mesmo que seja contra mim. 

Não carecemos dos “excelentes” togados de “notável saber jurídico” para fazer justiça. Basta uma consciência viva no Espírito, o temor do Senhor, para ensejo da honestidade intelectual, que a Bíblia chama de “andar na luz”.

Grande indignação gerou uma sentença de determinado juiz catarinense que corroborou um promotor e um advogado sem escrúpulos; criaram um mostrengo jurídico para inocentar um estuprador endinheirado em Florianópolis.

O bicho se chama “Estupro Culposo”. Para quem não é afeito a termos jurídicos, os delitos são classificados em culposos ou dolosos.

No primeiro caso, quando não há intenção, como quem mata alguém num acidente de trânsito, por exemplo; foi culposo apenas, não doloso, pois, não queria fazê-lo. E delitos dolosos são aqueles cuja intenção está presente. Pode alguém, estuprar outrem “sem querer querendo”? Óbvio que não.

É da natureza desse crime, o uso de violência para sujeitar a outrem aos caprichos do criminoso. No caso, teria drogado à vítima o que é ainda mais covarde que violência física, pois, tolhe toda e qualquer tentativa de resistência.

Todavia, onde deveria ser o lugar da justiça, o tribunal, a coisa tornou-se um meretrício; dinheiro vale mais que honra, e a vítima foi violentada novamente.

Se acontecer com uma familiar de algum dos envolvidos, por sua noção de “justiça” seria necessário que se desse a mesma sentença.

A quem recorrer? Aqui na Terra a coisa degringolou mesmo e mais alta Corte do País, além de não condenar ninguém, ainda solta bandidos a torto e a direito como se, fosse para isso que a nação lhes paga vultosos salários e luxuosas mordomias.

Isso vem de larga data; a “justiça dos homens” sempre foi deplorável. “Seus chefes dão as sentenças por suborno, seus sacerdotes ensinam por interesse, seus profetas adivinham por dinheiro; e ainda se encostam ao Senhor, dizendo: Não está o Senhor no meio de nós? Nenhum mal nos sobrevirá.” Miq 3;11 “Por esta causa a lei se afrouxa, a justiça nunca se manifesta; porque o ímpio cerca o justo, e a justiça se manifesta distorcida.” Hc 1;4 etc.

Olhando para as coisas do prisma estritamente horizontal, parece que a impiedade triunfa, que a injustiça está ganhando de goleada.

Asafe, o cantor, analisou isso no Salmo 73; “Pois eu tinha inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos ímpios. Porque não há apertos na sua morte, firme está sua força. Não se acham em trabalhos como outros homens, nem são afligidos como os demais. Por isso a soberba os cerca como um colar; vestem-se de violência como de adorno.” Vs 3 a 6

Tivesse limitado a justiça aos humanos domínios, teria se desviado dela, coisa que confessou; “... meus pés quase que se desviaram; pouco faltou para que escorregassem meus passos.” Vs 2

Evocando feitos de antepassados que agiram justamente transformou aquelas “palavras ímpias” em tese retórica apenas. “Se eu dissesse: Falarei assim, ofenderia a geração de Teus filhos.” V 15

Por fim, olhou para onde a Justiça Reside, Deus; e viu o Juízo: “Até que entrei no Santuário de Deus; então entendi o fim deles. Certamente tu os puseste em lugares escorregadios; tu os lanças em destruição.” 17 e 18

Por isso, O Eterno limita a ação da impiedade, para preservação dos que são justos; “O cetro da impiedade não permanecerá sobre a sorte dos justos, para que o justo não estenda suas mãos para iniquidade.” Sal 125;3

Enfim, nossa chamada, dos cristãos é pra sermos “perdedores”; agir de modo justo e sofrer “fome e sede de justiça”.

Assim, chegaremos ao descanso prometido, que agora, não é daqui. “Levantai-vos e andai, porque não será aqui vosso descanso; por causa da corrupção que destrói, sim, que destrói grandemente.” Miq 2;10

domingo, 1 de novembro de 2020

Segunda Chance


“No mês segundo, dia catorze à tarde, celebrarão; com pães ázimos e ervas amargas a comerão.” Nm 9;11

Alguns não participaram da Páscoa; uns por ausentes, viajando; outros, “impuros”; esses manifestaram a Moisés seu desejo de participarem também.

Moisés orou ao Senhor; a instrução do Eterno foi que se fizesse outra celebração no segundo mês, para que todos fossem incluídos.

Uma conclusão necessária é que, ninguém fica de fora da comunhão com O Santo, por falta de oportunidade; Aquele que nos instruiu a perdoar “setenta vezes sete”, acaso se negaria a dar uma segunda chance aos sinceros? Ou, como dissera Abraão, “Acaso não faria justiça O Juiz de toda a Terra?”

Embora, muitos, por desconhecimento pintem ao Todo Poderoso como pronto a castigar os errados, a Bíblia O apresenta de modo diferente; “... torne para nosso Deus, porque grandioso É em perdoar.” Is 55;7

O que nos ensina a Parábola do Filho Pródigo, senão, a saga de um perdulário inconsequente, remida por um pai amoroso, perdoador?

Há um texto polêmico, que, parece sugerir a inexistência de segunda chance a eventuais apóstatas; diz: “Porque é impossível que os que, já uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, se tornaram participantes do Espírito Santo, provaram a boa Palavra de Deus, as virtudes do século futuro, e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus e o expõem ao vitupério.” Heb 6;4 a 6

Notemos que o texto não diz que é impossível que sejam perdoados, uma vez arrependidos; antes, que é impossível que sejam “renovados para arrependimento”; aquele trabalho Bendito do Espírito Santo, de convencer do pecado, da justiça e do juízo.

Se, o sujeito já foi feito participante do Espírito Santo, só o foi, porque convencido dos seus erros, persuadido ao arrependimento; caso recaia, terá que se arrepender com as informações que possui; não esperar que O Espírito refaça o caminho por ele.

Como isso é pouco provável, uma vez que, enriquecido pelo Espírito, invés de produzir os devidos frutos, produziu “espinhos”, o tal credencia-se mais à perdição que ao arrependimento para salvação; “Porque a terra que embebe a chuva, que muitas vezes cai sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada, recebe a bênção de Deus; Mas, a que produz espinhos e abrolhos, é reprovada; perto está da maldição; seu fim é ser queimada.” Heb 6;7 e 8

Chega um momento em que, O Senhor, malgrado Sua Longanimidade, parece desacreditar duma mudança; de modo que nem a prescreve mais; antes desafia cada um para que se firme em suas escolhas, sejam virtuosas, sejam viciosas; “Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda; quem é justo, faça justiça ainda; quem é santo, seja santificado ainda.” Apoc 22;11

O Eterno não dá aos pecadores uma segunda chance, apenas; antes uma oportunidade nova, cada dia; “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque suas misericórdias não têm fim; novas são cada manhã; grande é tua fidelidade.” Lam 3;22 e 23

Entretanto, uma coisa é O Altíssimo estar disposto a dar nova oportunidade; outra, é a dependência do pecado, pela escolha contínua deste, endurecer o coração, cauterizar a consciência; de modo a não mais haver lugar para arrependimento.

Por isso, aliás, a exortação do sábio para reconciliarmos com Deus enquanto podemos; “Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento;” Ecl 12;1

Se, a recusa em produzir o “Fruto do Espírito” equivale a produzir espinhos, na Parábola do Semeador O Mestre ensinou que esses são cobiças por riquezas, cuidados deste mundo; quem foi “crucificado com Cristo” há de buscar as coisas de cima, não as terrenas, como Jeremias advertia já; “... Preparai para vós o campo de lavoura, não semeeis entre espinhos.” Jr 4;3

Não esqueçamos, para finalizar, que a segunda chance de participar da páscoa se deu aos impossibilitados na primeira, não aos relapsos que, podendo, não quiseram.

Fé tem um componente de honra, que tanto pode agradar a Deus, ao se confiar Nele, quanto, ofender ao duvidar; “... Eu tinha falado que tua casa e a casa de teu pai andariam diante de Mim perpetuamente; porém agora diz o Senhor: Longe de mim tal coisa, porque aos que me honram honrarei, porém os que me desprezam serão desprezados.” I Sam 2;30

Embora sempre haja oportunidade aos verdadeiramente arrependidos, dada nossa brevidade, a mensagem é apresentada como uma coisa urgente; “... Eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação.” II Cor 6;2