sábado, 1 de agosto de 2020

Fogo no Circo


“Desde o princípio do mundo nunca se ouviu que alguém abrisse os olhos a um cego de nascença. Se este não fosse de Deus, nada poderia fazer.” Jo 9;32 e 33

Irretocável a lógica do ex cego que, curado, para desespero do “Mecanismo” de então, via duas vezes; as coisas circunstantes, e O Ser de Jesus que o sarara.

Reconhecer perante as lideranças que, um “Rebelde não alinhado” como Jesus, procedia de Deus era uma afronta. Por certo já começavam a pensar num “Adélio Bispo”. Quando da ressurreição de Lázaro não tiveram dúvidas; era preciso livrar-se da “ameaça”.

Luz, de nenhum tipo, física ou espiritual, sai da fábrica do Capeta; seu trabalho é diametralmente oposto. “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo...” II Cor 4;4

Como atua, para cegar às pessoas para a verdade? Desde os dias do Império Romano se dizia que dando pão e circo ao povo ele estará dominado, não questionará as coisas e viverá sua servidão sossegado.

Desgraçadamente é assim. Embora, para tentações “especiais” em que o alvo seja maior, como Adão e Cristo, ele tenha oferecido ao primeiro divinização; o poder; (sereis como Deus) ao Segundo um domínio global (tudo isso te darei se prostrado me adorares), para o homem comum, abastecido o ventre e drogada a alma com alguma sorte de circo, ele dormirá sossegado entre os mortos.

Paulo sofreu com esses; “Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, repito chorando, que são inimigos da cruz de Cristo, cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, cuja glória é para confusão deles...” Fp 3;18 e 19

Um do efeitos colaterais, “positivos” do famigerado vírus que grassa é que o circo fechou. Digo; grandes espetáculos, futebol, fórmula 1, shows, etc. Pelas aglomerações óbvias que ensejariam pararam de acontecer, pelo menos, com concurso de público.

Mesmo o pão, em muitos casos, por consequência de atitudes desastradas de governantes ineptos, ou mal intencionados, também começa a faltar e o desemprego assusta. Um cenário que outrora permitia sonhar com progresso, agora se reveste do mero desafio pela sobrevivência.

Desesperado com a possibilidade das pessoas, finalmente se esforçaram um tiquinho pelo que, deveras interessa, salvação da alma, o “dono do circo” rebusca-se de espetáculos pretéritos, grandes feitos de pilotos, músicos, atletas do passado, para tentar requentar às almas viciadas, para que essas não “corram o risco” de se voltarem para O Criador. A fábrica de cultura inútil, então, nunca esteve tão produtiva.

Para muitos o “Vale à pena ver de novo”, forma em que se apresenta o vale à pena seguir morto, consegue sanar parcialmente a crise de abstinência.

Contudo, almas viciadas tendem ao vício outra vez; mesmo em casos graves como o atual, seus anseios são por mais do mesmo, não por “fecharem para balanço” por um pouco e pensarem seriamente sobre os caminhos por onde têm andado. São como o bêbado citado nos provérbios; “Dirás: Espancaram-me e não me doeu; bateram-me e nem senti; quando despertarei? aí então beberei outra vez.” Prov 23;35

Em muitos casos, burlam leis e fazem seus ajuntamentos clandestinos deixando patente que têm mais sede de morte, que de vida.

Pois, abraçar à Vida requer o abandono de coisas a que se recusam; todavia, aos que ousam tal passo, com vírus ou sem, recebem uma segurança que extrapola à vida e uma paz interior que desafia às circunstâncias adversas. “Aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte d’água que salta para a vida eterna.” Jo 4;14

Nessa reta final da saga Divino-humana O Salvador segue deixando patente Seu Amor, no convite à vida que reiteradamente faz; “O Espírito e a esposa dizem: Vem. Quem ouve, diga: Vem. Quem tem sede, venha; quem quiser, tome de graça da Água da Vida.” Apoc 22;17

Infelizmente, quem levou uma vida toda drogado pelo vinho das paixões, não vê um apelo desejável num convite à água; “... não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para Ele, não havia boa aparência Nele, para que o desejássemos.” Is 53;2

Não disse Isaías que Ele era feio; mas, que as pessoas não viam Sua Beleza; Quem se acostumou com o caminho largo como conceito de beleza, achará sem graça a “Vereda estreita”.

Diz o adágio que o pior cego é o cego voluntário; como curaria, O Senhor, alguém que recusa-se a admitir sua doença?

“Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20

terça-feira, 28 de julho de 2020

Liberdade e suas algemas


“A liberdade é, antes de tudo, o direito à desigualdade.” Nicolai Berdiaev

“Liberdade, igualdade, fraternidade”, lema da Revolução Francesa precisa ser entendido no devido contexto.

Naquela época, monarquia absolutista e clero eram duas classes “mais iguais” que os cidadãos comuns. Sobressaíam a eles explorando-os e tolhendo direitos elementares. Daí, no pleito por uma democracia liberal adotaram esse lema, que, se então foi válido, amiúde carece uma melhor análise.

Para Berdiaev, o filósofo ucraniano citado acima, a liberdade pressupõe o direito à desigualdade; ele estava apenas reverberando Aristóteles que dissera: “A pior forma de desigualdade é considerar iguais, aos que são diferentes.”

Se, num sentido amplo todos somos iguais, no que tange à dignidade humana e direito às mesmas oportunidades, o que cada um faz com suas escolhas o diferencia dos demais; seja, em seu benefício, seja, em seu prejuízo.

Portanto, a igualdade possível no âmbito dos homens livres é a salvaguarda dos direitos básicos, de ir e vir, liberdade de credo, expressão, escolha...

Entretanto, pegar aos que fazem escolhas diversas, antagônicas até, e tentar acondicionar todos na barco da “igualdade” é uma violação, uma tentativa estúpida como tentar criar peixes ornamentais e piranhas no mesmo aquário.

No quesito “fraternidade” que seria uma espécie de relação amistosa, harmônica, entre irmãos, a coisa tende a ser ainda mais complexa.

Se, todos somos irmãos enquanto criaturas de Deus, dada a queda no Éden e suas consequências, trata-se uma irmandade “walking dead”; isto é: De mortos-vivos.

O Salvador deixou claro que falava com mortos; “Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; os que a ouvirem viverão.” Jo 5;25

Então, o “Novo Nascimento” ensinado e possibilitado por Cristo, enseja o concurso de duas irmandades paralelas; uma natural que engloba a todas as criaturas, outra, espiritual restrita aos renascidos.

A tentativa de uns e outros, de andarem juntos, na cidade de Corinto estava, na linguagem de Paulo, causando “estreitamento” aos cristãos que, no intento de agradar aos “irmãos” estavam quase renegando ao apóstolo; ele advertiu: “Não estais estreitados em nós; mas estais estreitados nos vossos próprios afetos.” II Cor 6;12

O preceito para se livrar daquilo não trouxe nada de “inclusivo, diversitário, tolerante;” palavras da moda; antes, foi de uma ruptura, separação para agradar a Deus. “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem justiça com injustiça? Que comunhão tem luz com trevas? Que concórdia há entre Cristo e Belial? Que parte tem o fiel com o infiel? Que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, entre eles andarei; Eu serei Seu Deus e eles serão meu povo. Por isso saí do meio deles, apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo, e vos receberei; Serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso.” Vs 14 ao 18
Embora seja categórico ao ensinar aonde cada caminho leva, Deus jamais impõe Sua vontade; desafia que deixemos patente a nossa; “Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda; quem é justo, faça justiça ainda; quem é santo, seja santificado ainda.” Apoc 22;11 Eis a plena liberdade!!

Nosso país tem experimentado amargas porções da “liberdade e igualdade” do Diabo; onde, quem apoia ao sistema corrupto anticristão é incensado, faz até “lives” com “Supremos”; quem apoia ao patriotismo, a probidade, os valores cristãos conservadores, como defende o Presidente Bolsonaro é perseguido, preso, censurado.

Isso que já nos irrita ao cubo é uma amostra pífia do que virá quando o império de Satã estiver estabelecido. As pessoas serão obrigadas a se curvar ante uma imagem virtual, quem recusar será morto; “Foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse, e fizesse que fossem mortos todos que não adorassem a imagem da besta.” Apoc 13;15

Desgraçadamente as pessoas pelejam contra quem as quer livres; defendem como benfeitores aos que lhes estão tolhendo direitos.

Mais grave que crianças com medo do escuro são adultos com medo da luz, dissera Platão. O Salvador, de outra forma, disse o mesmo: “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19

O Pai da mentira conseguiu inocular em seus filhos que liberdade é a escolha do mais fácil; os filhos de Deus sabem que é pelo “caminho estreito” que terão uma eternidade livre. “... Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

domingo, 26 de julho de 2020

A Guerra do Ensino


“Educa a criança no caminho em que deve andar; até quando envelhecer não se desviará dele.” Prov 22;6

Embora, seja ambígua a possibilidade de interpretações, se a criança educada no bom caminho não se desviará dele; (nem sempre a experiência confirma) ou, se o conhecimento disso, não deixará de ser seu patrimônio, até à velhice, apesar das escolhas; (poderá se desviar, mas terá consciência de erro) malgrado isso, não há dúvidas que o aprendizado é um patrimônio para a toda a vida.

Muitos tentaram colocar razões periféricas, exteriores, como patrocinadoras das ações humanas, mas tenho minhas dúvidas se é mesmo assim.

Para Marx, das condições materiais de uma sociedade derivariam as demais; inclusive o senso religioso que seria um fenômeno filho das privações várias, que à angústia de viver sob seu peso teria surgido a busca pelo “ópio do povo”.

Se fosse veraz essa presunção homens de posse não teriam fé; os fatos gritam contra esse postulado ateísta. O comunismo não pretende abolir a ideia de Deus mas, usurpar Seu lugar dando-o ao Estado.

Para Ortega Y Gasset, “O homem é o homem e suas circunstâncias,” mais do mesmo, de Marx, ou uma versão embalada em celofane do popular “a ocasião faz o ladrão”.

Se assim fosse, a responsabilidade moral desapareceria, uma vez que eventual ladrão o teria sido por causa da “pressão” das circunstâncias... invés de construir presídios para isolamento dos que se põem à margem das leis, seria necessária uma reengenharia social que tolhesse circunstâncias “nocivas” tentadoras.

Schopenhauer, por sua vez, via aos humanos como incapazes de agir de outra forma, eternos vassalos da tirania da índole; “Dado o motivo e o caráter, toda ação resulta necessária” defendia. Negou que sejamos seres arbitrários, pois.

Acontece que, como dizia Demócrito, “bondade se aprende”; caráter é um forja das experiências de vida, aprendizado direto e condicionamento do meio, como pensavam os empiristas; ainda, adequação do agir aos valores inatos, esse, um viés dos racionalistas.

Se, avaliarmos o homem alienado de Deus, em si mesmo, pode ser um pouco pior que os bichos, menos até do que pensava Schopenhauer; “Disse no meu coração, quanto a condição dos filhos dos homens, que Deus os provaria, para que assim pudessem ver que são em si mesmos como os animais.” Ecl 3;18

Na verdade, animais, exceto os predadores por questão de sobrevivência, não fazem os males que os humanos fazem. Satisfeitas as necessidades básicas de comida bebida e procriação quedam dóceis, inofensivos e passam alheios a males como, inveja, mentira, traição, roubo, hipocrisia, etc.

Por isso o chamado do Salvador começa tolhendo aos “bichos” “negue a si mesmo,” e desafia ao aprendizado com a sede infantil; “Aprendei de mim...” pois “aquele que não se fizer como uma criança não entrará no Reino dos Céus...”

Então se a sentença dos provérbios propõe a educação da criança como um patrimônio eterno, em Cristo, todos somos “acriançados” de novo e desafiados a aprender Dele, abdicando do que pensávamos saber.

“Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque os meus pensamentos não são os vossos...” Is 55;7

Pois, Nele somos desafiados a vencer tentações; o que é isso, senão, crucificar aos maus instintos, arrostar às circunstâncias que convidam ao erro, por ter feito nossa, a Vontade de Deus, agora, de Cristo aprendida?

Pois, para Deus o aprendizado molda o agir, não as condições sociais, tampouco, as circunstâncias. “Porventura pode o etíope mudar sua pele, ou o leopardo suas manchas? Então podereis vós fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.” Jr 13;23

Então, para efeito de “la revolución” os comunistas invés de ensino de valores pretendiam se apossar dos meios de produção; tendo fracassado nisso empreenderam a revolução cultural; perversão dos ensinos, com o culto dos valores anti-Deus, deixando patente que seu alvo é o poder totalitário; o meio para isso é apenas um mimetismo filosófico-social, que ora despreza o ensino de valores, outra impõe o ensino desde que seja de coisas perversas como a ideologia de Gênero e afins.

Logo, ensino não é necessariamente coisa má; mau seria ensinar coisas que eles discordam, como A Palavra de Deus. Chegam a falar em criar leis contra “Abuso de poder religioso” (?)

Sabemos o quanto somos, os cristãos e conservadores, “abusados” ao olhos de um mundo que se prepara para entronizar Satanás via “Nova Ordem Mundial;

Nossa chamada e preparo nunca foi meramente didática; sempre teve um quê de “bélica” marcial; trata-se de vida ou morte.

“O Senhor deu A Palavra; grande era o ‘exército’ dos que anunciavam as boas novas.” Sal 68;11

domingo, 19 de julho de 2020

A Fraqueza da Fé


“O teu Deus ordenou tua força; fortalece, ó Deus, o que já fizeste para nós.” Sal 68;28

A perspectiva Divina, que por ser Ele Eterno, parece viver sempre no presente, (O Senhor desnudou Seu Santo Braço... Is 52;10, 730 anos antes de acontecer) e a nossa, num crescente montante de passado, a cada segundo que vai, e infindo devir.

Para Deus as coisas estão prontas; “já fizeste para nós;” nós pedimos que aconteçam ainda. “fortalece...”

Assim, entendendo essa relação do “Pai da Eternidade” com o tempo, qualquer um pode ser, eventualmente, profeta; basta repetir o que Deus falou, respeitando contexto, propósito e alvo, e certamente o predito acontecerá. “Rugiu o leão, quem não temerá? Falou o Senhor Deus, quem não profetizará?” Am 2;8

Quando a Palavra diz que “a fé é o firme fundamento das coisas que se não veem, e a prova das que se esperam”, Heb 11;1 e nela se pode, como Moisés, ficar “firme como que, vendo o invisível”, é que em seus domínios somos guindados à perspectiva Divina; e podemos aí, “Chamar às coisas que não são, como se já fossem.”

Como não é necessário “chover no molhado” segundo o dito, nas coisas atinentes estritamente, ao Divino agir, nosso papel não é fazer, mas confiar em Quem Faz. “...no estarem quietos será sua força.” Is 30;7 “A Obra de Deus é esta: Que creiais naquele que Ele enviou.” Jo 6;29 Claro que um salvo é desafiado a agir como tal, nas coisas suas.

Logo, fé não é uma força que faz acontecer as coisas que desejamos, antes, uma dependência confiante Naquele que, segundo prometeu, já fez o necessário ao nosso favor, malgrado, ainda possa estar oculto, após a cortina do tempo.

Outro dia coloquei numa frase despretensiosa que a fé é fraqueza, não força; pois, ante um não! ridículo qualquer, precisamos repousar numa Integridade Majestosa do Tamanho de Deus.

Pensando bem, não é mero jogo de palavras; é isso mesmo.

Fé em si mesma é um atestado de dependência e confiança em Quem pode. “... A Minha graça te basta, porque Meu Poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o Poder de Cristo. Por isso sinto prazer nas fraquezas, injúrias, necessidades, perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte.” II Cor 12;9 e 10

Quando estou fraco sou forte porque elimino a “concorrência” ao Divino agir; isto é: A confiança no braço humano onde só Deus poderia. “Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne seu braço, e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17;5

A fé sadia une meu coração ao Senhor, além do componente necessário de confiança irrestrita tem também um “tempero” afetivo que leva a seguir ao Amado, mesmo que, eventualmente me conduza por caminhos inesperados ou, indesejáveis. “Amarás ao Senhor teu Deus de todo coração, alma e entendimento...”

A fé bastarda, filha da prostituta espiritual, da “teologia da Prosperidade” e adjacências, insinua-se como sendo uma força por meio da qual se pode conquistar o que se deseja “em Nome de Jesus”.

A bíblica enseja segurança mesmo na fraqueza e adversidade, pela entrega irrestrita ao Amor e Integridade de Quem nos conquistou.

Mais ou menos com versou Habacuque; “Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da manada sejam arrebatadas, nos currais não haja gado; todavia, me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação.” Hc 3;17 e 18

A fé genérica devaneia castelos no “terreno” das próprias cobiças e requer que O Eterno construa. A sadia caminha com Deus até pelas cavernas da terra, pois firma-se numa Pessoa, não num amontoado de coisas.

Quem se presume convertido, mas busca prioritariamente coisas, não Deus e Sua Justiça, quando na encruzilhada do Evangelho viu a seta que apontava para a cidade da Salvação mediante a vereda do “Negue a si mesmo” desviou-se por um atalho que presume paralelo mas, é oposto. Leva à perdição.

Infelizmente, a incredulidade suicida conseguiu ingresso em meio às facilidades do Paraíso; agora para regeneração, a fé carece ser testada e aprovada nas vicissitudes injustas de um mundo mau que “jaz no maligno”.

Quem associa a posse de uma fé vívida com facilidades, não passa de um estúpido que pensa que se vai ao front bélico para jogar damas invés de pelejar.

“Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios; esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo; como filhos obedientes...” I Ped 1;13 e 14

sábado, 18 de julho de 2020

Prevaricadores entendem como?


“O bom entendimento favorece, mas o caminho dos prevaricadores é áspero.” Prov 13;15

Provérbios antitéticos; os que cotejam antíteses; ou seja, que comparam coisas contrárias.

Por exemplo: Tolo com sábio, prudente com insensato, diligente com preguiçoso, etc. No verso acima temos o bom entendimento em oposição aos prevaricadores. Daí, resulta necessária a conclusão que, (se, as palavras escolhidas pelo tradutor estão adequadas) prevaricação é derivada do mau entendimento.

O que é prevaricar? Faltar ao cumprimento do dever por interesse ou má fé, cometer abusos de poder lesivos à sociedade ou a outrem...

O cristianismo bíblico é todo pautado em renúncia e serviço. Não contam meus interesses apenas, antes, “Levai as cargas uns dos outros...” Não somos devedores a uma estrita função para a qual comissionados; mas, devedores ao amor, de modo tal, que mera omissão é já prevaricação, dado que, “Aquele que sabe fazer o bem e não faz comete pecado.”

Não significa que tenha sido, assim entendido, desde o início; num momento de grave crise quando, O Salvador revelara que um dos doze O trairia, após breve inquietação para saber quem seria, volveram ao interesse dominante neles: “Quem era o maior”. Ver Lucas 22;21 a 24

“... Os reis dos gentios dominam sobre eles, os que têm autoridade sobre eles são chamados benfeitores. Mas não sereis vós assim; antes, o maior entre vós seja como o menor; quem governa como quem serve.” Vs 25 e 26

Se, a coisa indispensável é o “negue a si mesmo” onde residirem pretensões de grandeza carnal a cruz ainda não fez seu trabalho; o “convertido” não entendeu em quê, consiste a chamada à novidade de vida.

Informação sozinha sem devido entendimento se perde, pois, o enganador torce as coisas ao seu bel prazer; mesmo a natureza caída se encarrega de se inclinar à favor do vento, rumo ao mais fácil ou, prazeroso.

Por isso, na área do entendimento preciso das coisas o inimigo trabalha; “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo...” II Cor 4;4

Entendimento no âmbito espiritual vai muito além da mera compreensão; é adequação do agir ao entender. “Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes.” Jo 13;17

Na parábola dos dois fundamentos onde um edificara sobre areia, outro, sobre a rocha, o que fazia a diferença era o fato de um cumprir, o outro não, a doutrina que ambos conheciam.

Assim, entendimento que não me leva a agir conforme, malgrado seja uma luz que labora para me mostrar salvação, acaba sendo um atestado da minha resiliência no caminho da perdição.

Vindo para me dar vida, queda impotente ante à obstinação no pecado e deixa patente minha opção pela morte. “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

Quem assim age deriva escolhas de um mau entendimento; pois, considera mais proveitoso fruir toda sorte de prazeres pecaminosos, e como que cegado pela própria hipocrisia consegue acreditar que, no final, mesmo atuando assim achará um jeito de escapar, fiado no amor Divino ou, alguma esperteza de última hora.

A coisa não é tão simples assim, que nivelaria no mesmo âmbito aos fiéis de bom entendimento e os prevaricadores. “Rejeitastes todo o Meu Conselho, não quisestes Minha Repreensão, também de minha parte me rirei na vossa perdição; zombarei em vindo o vosso temor. Portanto comerão do fruto do seu caminho e fartar-se-ão dos seus próprios conselhos. Porque o erro dos simples os matará, e o desvario dos insensatos os destruirá. Mas o que me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1;25 e 26 e 31 a 33

Não sem razão, pois, quando orava pelos crentes efésios Paulo disse que pedia que, “... Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em Seu conhecimento o espírito de sabedoria e revelação; tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação...” Ef 1;17 e 18

Vivemos, desgraçadamente, um cristianismo raso de entendimento que faz a fortuna dos falsos profetas e temos ainda ministérios inteiros de prevaricadores que usam as riquezas do Céu como pretexto para cavalgarem nas da Terra.

Esse fazem violência à verdade torcendo-a em prol de mesquinhos interesses, mas O Justo Juiz lhes dará, em tempo, a devida recompensa. “Do fruto da boca cada um comerá o bem, mas a alma dos prevaricadores comerá a violência.” Prov 13;2

domingo, 12 de julho de 2020

Liberdade dá Medo


“Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

Um pensador atento (mas não muito) acharia nesse breve texto uma contradição sobre liberdade.

Jesus condicionou seu surgimento à permanência em Sua Palavra (doutrina); mas, não é uma doutrina uma espécie de cercado, que restringe a ela, ações de quem a adota?

Como alguém poderia ser livre e restrito, ao mesmo tempo? Teria que pular a cerca?

Talvez tenhamos um conceito errôneo de liberdade; O que O Salvador tinha em mente não era segundo o prisma vulgar.

Mesmo que, libertação faça parte da proposta, o que Ele colocou em relevo foi o “conhecimento da verdade”, não a posse irrestrita da liberdade.

Embora, quando da atrevida proposta autonomista do Éden, “vós mesmos sabereis o bem e o mal”, pareça a um leitor desatento que o inimigo estaria facultando liberdade a um preso, na verdade, estava rompendo uma amizade pela mentira e escravizando uma espécie, pela falsidade. “O perverso instiga contenda, e o intrigante separa os maiores amigos.” Prov 16;28

Embora, em muitos contextos pontuais sejamos desafiados a fazer escolhas, em nenhum verso da Bíblia, o mais livre de nós é apresentado como desfrutando de liberdade sem limites, para fazer indefinidamente o que quiser.

Sempre um par de escolhas antagônicas; ambas, consequentes; “Céus e Terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto vida e morte, bênção e maldição; escolhe pois a vida, para que vivas, tu e tua descendência”. Deut 30;19

Ouso dizer que liberdade irrestrita nem O Todo Poderoso goza; uma vez que diz: “Eu velo sobre minha Palavra para a cumprir”; assim, Ele se faz “Refém” da Própria Integridade, “Servo” das Próprias Palavras empenhadas. “Deus não pode mentir...” “Se formos infiéis Ele permanece fiel, pois não pode negar a si mesmo.” Até o Altíssimo, pois, tem limites.

Mais ou menos como no jogo de xadrez, de acordo com a importância e função, cada peça desfruta a “liberdade” pra determinados movimentos; somos livres no âmbito de um propósito maior; para nos movermos dentro de determinados caminhos, conforme as regras do jogo.

Se, a liberdade deriva do conhecimento da verdade, necessária a conclusão que o que aprisiona aos seres humanos caídos é a mentira.

Quando O Salvador propõe a liberdade nesse contexto, apenas está como diz em Hebreus, “desfazendo as obras do Diabo”, pois, “... o deus deste século cegou entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Se, na autonomia proposta o inimigo libertou aos humanos da “Tirania” Divina, por quê ainda precisa ferir seus olhos de cegueira para que não entendam o chamado à reconciliação? Não deveriam se sentir confortáveis, finalmente, livres?

Na verdade nenhuma pessoa psicologicamente sadia escolherá seu mal; digo, sabendo que é mesmo estritamente, mal. Sempre precisará travestir suas escolhas, por doentias que sejam, com o matiz de algum bem; quem criou a “máquina” não a “formatou” para que escolhesse o mal. Ela não funciona assim.

Daí, os cegados pelo carcereiro mor transfigurado de libertador, aceitam novos rótulos segundo ele; mesmo cometendo as maiores atrocidades, sempre haverá um “bem” que as justifique.

Então os tiranos tiranizam em nome da “democracia”; os censores não nos querem tolher direito a opinar, mas “proteger”; os que não toleram o contraditório não são intolerantes mas, contra as “Fake News”. Onde será que já li algo assim?

“Ai dos que ao mal chamam bem, ao bem mal; que fazem das trevas luz, da luz trevas; fazem do amargo doce e do doce, amargo!” Is 5;20

Normalmente o bem, filosófico é sufocado pelos apelos do bom sensual; noutras palavras; os homens preferem o mais agradável, ao mais proveitoso; e ao sabor do momento de seres finitos, o mal pode fazer pose de bem, camuflando a condenação com as vestes da facilidade, ou de esconderijo à “agressão” da Luz. “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque as suas obras eram más.” Jo 3;19

Notemos que no gládio entre trevas e luz os homens inda podiam fazer escolhas. Não poder escolher à Luz libertadora em vistas da afeição pelo mal prova que, invés de libertar prisioneiros o inimigo gerou viciados suicidas, apenas.

Qual preso vagabundo que prefere a “bóia” do presídio a trabalhar, assim, os pecadores preferem a prisão da mentira às renúncias de pecados para conhecer a verdade.

A cruz é uma “prisão” provisória aos que serão eternamente livres; os que preferem ser peões do rei das trevas sucumbirão com ele, quando do Xeque Mate.

A "Fé" dos Náufragos


“Agora, porém, completai o já começado, para que, assim como houve prontidão de vontade, haja também cumprimento...” II Co 8;11

Uma situação pontual em Corinto, de uns que começaram uma coleta em favor dos mais pobres e em dado momento arrefeceram e pararam antes de completá-la.

Deixando esse evento em particular, quero pensar um pouco sobre o vício humano de começar coisas e largar inacabadas.

Advertindo sobre a seriedade de segui-lo, Jesus ensinou que o homem prudente calcularia custos e posses antes de começar a edificar uma torre, para que não pesasse sobre ele a vergonha de ter começado sem conseguir acabar;

ou, de um rei, ante a batalha, que sabedor da superioridade do adversário, sequer começaria a mesma, desperdiçando vidas inutilmente; antes, evitaria isso e enviaria embaixadas buscando condições de paz.

Quanto ao custo do discipulado, avisou: “Assim, qualquer de vós, que não renuncia tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.” Luc 14;33 Se, para salvação a palavra-chave é arrependei-vos, para o discipulado e perseverança na fé, desprendei-vos.

A Abraão, “Pai da fé” foi dito: “Sai da tua terra e dentre tua parentela para um lugar que te mostrarei”. Um apego qualquer ao lugar ou a alguma pessoa teria sido um óbice, na caminhada dele.

O que são os milhares de divórcios, mães solteiras, pais até, senão, projeções de sentimentos enganosos, planos de famílias começados e deixados por acabar?

O que são os milhares de desviados por aí, senão, gente que começou a obra e não a terminou?

Em muitos casos, na maioria deles, a culpa é dos pregadores que, invés de, como Jesus, advertirem da seriedade do que está em jogo, bem como dos custos, no seu afã carnal de encher templos mais que encomendar almas aos Céus, alargam as portas acenando com facilidades ausentes na Palavra de Deus. “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, espaçoso o caminho que conduz à perdição e muitos são, os que entram por ela;” Mat 7;13

Chamam incautos dourando a cruz e prometendo facilidades onde deveriam ensinar renúncias; como bem disse Watchman Nee, alguns se ocupam em ensinar “viver melhor” quando, deveriam ensinar a morrer melhor.

A esses festeiros adversários da Cruz Paulo combatia desde seus dias já; “Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo, cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas.” Fp 3;18 e 19

Entretanto, só pensar nas coisas materiais é um vício tão entranhado, que a maioria sequer precisa do engano dos pregadores falsos; os próprios corações se encarregam disso.

Muitos embarcam no oba oba do momento, como certo populacho no Egito que, vendo Deus pelejar maravilhosamente pelos escolhidos contra Faraó, e os libertados saírem do cativeiro com grandes despojos decidiram embarcar junto como se a peregrinação pelo deserto fosse um convite para festa.

Esses tributários das emoções, eram os primeiros a choramingar ante as dificuldades e devanear em voltar ao Egito.

Na Parábola do Semeador, O Salvador falou das sementes sobre pedras que nascem rápido e por não ter raízes fundas ao primeiro sol murcham.

Desse calibre é a “fé” dos que se baseiam meramente em emoções, invés de o fazerem na imutável Palavra de Deus; no Seu Santo Caráter; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do Seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor, firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Muitos possuem suas fés de plástico para decoração das mesas do próprio engano. Pintam imaginários horizontes coloridos e animam um ao outro; “confie, creia, tome posse, vai dar tudo certo;” chamam a essa doença de fé. Só otimismo raso e inconsequente.

A fé sadia supera a falta de horizontes por ser aferida por um “Prumo” excelente; “Quando estiver em trevas e não ver luz nenhuma...” Cadê o horizonte? “Confie no Nome do Senhor” a Santa Integridade, na qual se pode confiar mesmo em circunstâncias adversas.

Então, muitos começam e não acabam, porque invés de uma confiança inabalável no Piloto, que sabe como levar, e onde devem chegar as naus das suas vidas, querem eles ser os timoneiros; escolher por si mesmos as direções.

Mais que confiança, como pensaria o incauto, fé demanda obediência, por ter um conteúdo, uma doutrina na qual crer, e pela qual, andar.

Se, sairmos fora da mesma, a consciência, essa faculdade do Espírito regenerada, nos acusará; se não lhe dermos ouvidos, não acabaremos a obra; naufragaremos. “Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé.” I Tim 1;19