sábado, 14 de março de 2020

O Vinho Melhor


“Poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente. Havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome e começou a padecer necessidades.” Luc 15;13 e 14

Vemos na saga do Filho Pródigo sua derrocada de um extremo ao outro, no quesito, posses. Inicialmente fartura; toda uma herança recém recebida, disponível ao seu bel prazer. Desperdiçado isso, além da pobreza em si, a carência circunstancial, uma fome em toda a terra circunvizinha, e a soturna necessidade. Em sua irresponsabilidade jovem foi do palácio à favela em poucos dias; ou, da fartura à miséria.

Salomão dissera: “No dia da prosperidade goza do bem, mas no dia da adversidade considera; porque também Deus fez a este em oposição àquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele.” Ecl 7;14

Quando se diz que foi Deus quem fez os dias da prosperidade e da adversidade, não significa que Ele o fez, estritamente, como se a coisa independesse das nossas escolhas; o fez no sentido de prescrever as necessárias consequências às humanas ações; “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso também ceifará.” Gál 6;7 Deus faz com que nossas sementes frutifiquem, embora, o plantio seja por nossa conta.

Certo filósofo definiu a condição arbitrária humana como estando nós, “condenados à liberdade;” apreciando nosso direito às escolhas, e o dever inelutável às consequências. Como disse Pablo Picasso, “És senhor das tuas escolhas; escravo das consequências.”

A rota certa, sensata, não tem sabor de aventura, de conquista, bem ao gosto da alma jovem como a do pródigo; a mesma é sem encantos, apenas com o dever soturno, como o fez seu irmão mais velho que, invés de ouvir o canto sedutor das aventuras escutou a buzina sóbria do senso sobre si e seguiu trabalhando invés de sair sôfrego em busca de festas.

Se, a sobriedade não tem os “lucros” que a juventude anseia, também não traz as dolorosas perdas da inconsequência. Como versou Spurgeon: “Deus até permite que comamos dos frutos do pecado, mas em tempo nos fará beber uma infusão com suas amargas folhas, para que aprendamos a ser prudentes.”

Alguém disse com propriedade que os homens fazem escolhas; essas, fazem os homens. Sim, são elas que fazem os ladrões, os adúlteros, os viciados, os mentirosos, os hipócritas, as mães solteiras, os devassos, e até, os prósperos, os de virtude. Se é vero que nosso arbítrio é limitado, que nossa escolha se restringe apenas a quem servimos, também é que trata-se de uma questão de vida ou morte; “Os Céus e a Terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto vida e morte, bênção e maldição; escolhe pois a vida, para que vivas, tu e tua descendência.” Deut 30;19

Há uma distinção necessária entre bem e bom; embora, grosso modo pareçam sinônimos. O bem atina a um resultado, mesmo que, o método possa ser doloroso, até; como, passar por uma cirurgia cujo alvo seja o restabelecimento da saúde; enquanto o bom tem sua raiz no aprazível, no que é agradável de sentir, eventualmente, mesmo que, em tempos ulteriores se revele amargo, como as doces escolhas iniciais do Pródigo, que rumou à esbórnia e acabou na pocilga.

Sócrates o Filósofo dizia que as almas jovens tendem a escolher o bom, como crianças escolheriam o cozinheiro com seus apetitosos ardis, mesmo que danosos, ao médico que poderia restaurar a saúde.

O trabalho em si não é uma boa escolha, sobretudo, o braçal e em tempos de calor intenso como que vivemos; mas, os frutos que produz são o bem que o justifica plenamente. Eis o “vinho melhor” deixado para o final pelo Sábio “Mestre Sala!”

A conversão é o “trabalho” ao qual as almas são instadas, no sisudo “negue a si mesmo”, enquanto o mundão acena com convites às festas. Entre a cruz e o bailado qual seria a “boa escolha” perante às almas caídas? O prazer da salvação requer a dor das renúncias; “Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.” Heb 12;2

Deus segue incapaz de não amar, como o pai do pródigo, mas impotente, se, o filho insensato escolher morrer entre porcos a viver junto a Ele. “Portanto comerão do fruto do seus caminhos, fartar-se-ão dos próprios conselhos. Porque o erro dos simples os matará, o desvario dos insensatos os destruirá. Mas o que me der ouvidos habitará seguro; estará livre do temor do mal.” Prov 1;31 a 33

sexta-feira, 13 de março de 2020

Corona Vírus, a bola da vez


“Eu sou um homem velho que teve muitos problemas; a maioria dos quais, nunca aconteceu.” Desconhecido.

Certa vez me inquietei com isso, de “sofrer” problemas possíveis embora distantes e expressei numa frase: “O caçador de problemas futuros sofre suas dores revira no leito; todas as noites incomodado, pela goteira de um telhado ainda, não feito.” Do meu jeito acho que expressei algo semelhante ao autor supra, cujo nome me fugiu.

Essa breve introdução basta para ficar patente minha diatribe à preocupação exagerada, cuja palavra sugere uma ocupação pré, isto, é; antes do tempo oportuno. Se, eu me ocupo de algo antes do seu tempo, possivelmente no tempo devido estarei me preocupando com outras coisas, pelo simples hábito suicida de sofrer temores invés de lidar com a realidade.

Os mais sagazes, a esta altura já imaginam que meu breve escrito chegará ao assombroso vírus “Made in China” o famigerado “Corona Vírus”; segundo entendidos, o tal teria formato de coroa; que, se escreve “corona” em espanhol ou italiano, daí, o nome.

Claro que situações de saúde púbica merecem cuidado e vidas humanas são coisas sérias demais para se brinque com elas. Entretanto, muitas pestes mais letais que isso grassaram a superfície do planeta já, ebola, febre amarela, gripes mais perigosas, Aids, a própria dengue, sem que nenhuma tivesse dez por cento da espetaculosidade exibida pelo dito vírus em apreço. O que ele tem de especial?

Competições esportivas são canceladas; aglomerações públicas desaconselhadas; se faz estardalhaço tal, que conhecendo à maldade humana e o domínio dos ramos globalistas, sobre vasta maioria da mídia, me permito especular com grande chance de acerto, que a coisa não é tão terrível assim, mas que interesses políticos e comerciais, escusos são o “meio de contágio” que patrocinam tal desespero; esse efeito manada onde qualquer espirro tão comum em qualquer época ou local, já se torna potencialmente suspeito.

Parece que nosso Governador teria aconselhado que se possível se evitasse partilhar o bom e velho chimarrão. Desculpa aí excelência, mas com esses saáricos 40 graus que tem feito no pampa, sem o mate refrescante à tardinha não dá pra viver. Então que esse vírus enxerido vá se catar, mas não invada nossos hábitos.

Cuidados higiênicos básicos são bem vindos em toda e qualquer situação, mas sem histeria, por favor! Só nos Estados Unidos acontecem 25 milhões de casos de gripe por ano; em Brasília, segundo Alexandre Garcia há nesse momento sete mil pessoas com dengue, e mesmo assim, vida que segue.

Não se trata de negar a existência nem a letalidade do dito cujo; mas, de depreciar como oportuno e indevido, o alarmismo global que vem tirando o sono dos mais sugestionáveis.

“Andiamo a vivere”, com seus prós e seus contras, levando, como ensinou O Salvador “cada dia o seu mal.”

Nada mais conveniente para as pretensões globalistas que a “descoberta” de problemas globais! O falso Profeta “papa Francisco” não convocou lideranças de todo o planeta para estarem com ele em 14 de maio de 2020 no Vaticano para discutir uma “educação Global em busca de um novo humanismo”? Se fosse o que deveria ser viveria e pregaria o Evangelho fomentando um mais vigoroso cristianismo.

Portanto, se você que ler espirrar, saúde! Se morar perto e quiser chegar para um mate “refrescante” bem-vindo!

Faz tempo que decidi viver minha vida como se fosse mesmo minha; um dom de Deus para servi-lo, não uma marionete da ignorância engajada pra espalhar, por medo infundido e mentiras, alarmismos, os interesses do canhoto. Posso morrer de gripe dia desses, se a Vontade Divina o permitir; mas até lá viverei de fé, esperança, e certo grau de discernimento, se possível, para não ser mero marionete, onde Deus pensou fazer um ser humano.

Interessante e enigmático que esse vírus de fabricação Chinesa se chame “Coroa”! Está a serviço de coroar a quem?

O mundo, sabemos tem seus coroados da mais baixa estirpe, eventualmente; Quando Deus interfere, aí a coisa sofre reversões expressivas; “Assim diz o Senhor Deus: Tira o diadema, remove a coroa; esta não será a mesma; exalta ao humilde, e humilha ao soberbo. Ao revés, ao revés, ao revés porei aquela coroa; ela não mais será, até que venha aquele a quem pertence de direito; a Ele darei.” Ez 21;26 e 27

O canhoto com seus sequazes a seu serviço será “coronado” por uns dias, mas, “Aquele que habita nos céus se rirá; o Senhor zombará deles. Então lhes falará na Sua ira, no Seu furor os turbará.” Sal 2;4 e 5

Quem está em paz com Deus não teme a morte vegetaria temendo uma gripe? Que tal cuidarmos um pouco dos problemas reais, invés de se esconder dos imaginários?

domingo, 8 de março de 2020

Audiência com Deus


“Ah, se eu soubesse onde O poderia achar! Então me chegaria ao Seu tribunal. Exporia ante Ele minha causa; a minha boca encheria de argumentos.” Jó 23;3 e 4

Embora, no sentido vertical “não há um justo sequer”, nenhum inocente perante Deus, digo; Jó era justo, tanto quanto se pode ser, vivendo num corpo de carne após a queda, refém da imperfeição pelo pecado. A “justiça” de um assim se dá quando reconhece os erros que comete e, no caso dele, que viveu antes de Cristo, Advogado dos pecadores arrependidos, sacrificava em sinal de arrependimento e pedido de perdão, por si, e até mesmo pelos seus filhos.

Por isso O Eterno o adjetivou como “Sincero e reto, temente a Deus que se desviava do mal.” O efeito colateral dessa justiça, ainda que imperfeita, era um relacionamento de confiança com Deus. Se, após o primeiro pecado os gritos da consciência assustaram, e Adão apressou-se a se esconder, em Jó tivemos um “justo” padecendo injustamente, desejando defender-se perante Deus.

Necessário evocar uma sentença de Salomão: “Os ímpios fogem sem que haja ninguém a persegui-los; mas os justos são ousados como um leão.” Prov 28;1

Judas após trair e ver que O Salvador nada fizera para evadir-se à morte, acusado pelo mesmo “Promotor de Justiça” que Adão, a consciência, fugiu e foi se enforcar. Ninguém o perseguia, exceto a culpa de sangue. De novo, Salomão: “O homem carregado do sangue de qualquer pessoa fugirá até à cova; ninguém o detenha.” Prov 28;17

Acontece que essa fuga só é “possível” ao ímpio, cujas escolhas de vida o fazem servo do inimigo que “... cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor 4;4

Ora, sendo O Criador, Onipotente, Onisciente e Onipresente, como e onde se esconder? “Porventura Sou Eu Deus de perto, diz o Senhor, não também de longe? Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que Eu não veja? diz o Senhor. Porventura não encho Eu os céus e a terra...” Jr 23;23 e 24

Por isso, depois de ter tentado ocultar alguns pecados bem feios, Davi denunciado pelo profeta Natã, finalmente, arrependido teve nova percepção sobra a Ciência Divina; “Para onde me irei do Teu Espírito, ou para onde fugirei da Tua Face? Se subir ao céu, lá Tu estás; se fizer no inferno minha cama, eis que Tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, habitar nas extremidades do mar, até ali Tua mão me guiará e Tua destra me susterá. Se disser: Decerto que as trevas me encobrirão; então a noite será luz à roda de mim.” Sal 139;7 a 11 Se deitasse com a mulher do próximo, como fez, Deus estaria vendo também.

Então, a postura de alguém que deseja uma audiência com O Santo, invés de se esconder, embora testifique em parte de um bom relacionamento, acaba chovendo no molhado, pois, “Não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.” Heb 4;13

É que, mesmo sabendo que Deus contempla a tudo e está em todos os lugares, às vezes desejamos uma intervenção pontual sobre algo que nos aflige; numa linguagem antropocêntrica, (centrada no homem) nos leva a evocar a “vinda”, ou a “presença” de quem já está, como fez Isaías, por exemplo: “OH! se fendesses os céus e descesses; os montes se escoassem de diante da Tua Face, como o fogo abrasador de fundição, fogo que faz ferver as águas, para fazeres notório Teu Nome aos teus adversários; assim as nações tremessem da Tua Presença!” Cap 64;1 e 2

Não poucas vezes ouvimos acusações dos que se escandalizam com pessoas de passados bem ruins frequentando igrejas. Fez isso e aquilo, e agora anda pra cima e pra baixo com Bíblia na mão querendo ser santo, dizem. 

Pois bem, fez mesmo coisas más; todos nós fazemos. A diferença é que uns fingem não ver as próprias maldades, ou, cegados pelo inimigo descansam em pretensa “justiça própria” como se, não carecessem da de Cristo.

Os errados que, de alguma forma buscam uma “audiência com Deus” nisso estão certos. “O que encobre suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov 28;13

Os que vendo de fora os julgam por isso usam mal sua capacidade de julgar. Têm uma série de maus passos em si mesmos esperando por um bom julgamento, que nunca acontece; quando acontecer, talvez se aproximem também do Santo em busca de perdão. Pois, “... cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12

sábado, 7 de março de 2020

Sombra e Doutrina Fresca


“Será aquele homem como um esconderijo contra o vento, um refúgio contra a tempestade, como ribeiros de águas em lugares secos; como sombra de uma grande rocha em terra sedenta.” Is 32;2

O Rei que teria essas qualidades todas, anunciado pelo profeta messiânico, Isaías, É Um só: Jesus Cristo, tema central do seu livro.

Proteção para quando a natureza agride, ventos e tempestades, ou, quando se faz rude mediante calor ou, estio; O Rei proveria ribeiros e sombra. A ideia é tão aceitável ao homem natural, que a boa vida é alegorizada por esses elementos; sombra e água fresca.

Embora todas essas vicissitudes naturais estejam sobre o comando Daquele que “Até o vento e mar obedecem”, uma interpretação honesta do texto fatalmente nos remeterá ao sobrenatural.

Paulo ensina como devemos ler corretamente as coisas na “Escola do Espírito”. “As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais. O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.” I Co 2;13 e 14

Se, O Rei prometido viesse trazendo abrigo nas tempestades, sombra e água fresca, simplesmente, não teria sido rejeitado, combatido, crucificado. Trouxe ousadamente a ofensiva verdade, num mundo acostumado à mentira.

Um vez, após ter multiplicado o pão, a turba emocionada o queria fazer seu Rei; Ele apontou para cima; “Trabalhai não pela comida que perece, mas pela que permanece para a Vida Eterna, comam minha carne, bebam meu sangue”. Ficou só. Os doze restaram confusos, mais a espera de explicação que convictos.

No mesmo capítulo Isaías traz também o derramamento do Espírito, a “chuva em terra seca”; “Até que se derrame sobre nós o espírito lá do alto; então o deserto se tornará campo fértil; o campo fértil será reputado por um bosque. O juízo habitará no deserto, a justiça morará no campo fértil. O efeito da justiça será paz a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Vs 15 a 17

Falar em justiça sempre acende nossos mais caros brios quando, nos sentimos de alguma forma injustiçados; então, isso nos traz sabor de reparação. Agora, justiça perante Deus, sabendo que, “não há um justo sequer” o que, automaticamente nos coloca na condição de devedores, portanto, réus, nem sempre é bem-vinda.

Quantos pedradas gratuitas recebemos simplesmente por escrevermos sobre a Justiça Divina, convidando pecadores a abraçá-la!

“Pague minhas contas antes de palpitar na minha vida, atire a primeira pedra quem não peca; só pregue quando sua vida for perfeita...” etc. Mil maneiras ímpias de fazer parecer o mensageiro da justiça de Deus, mero enxerido, intrometido, quando, está debaixo do mesmo juízo que anuncia. “Com a medida que medires sereis medidos.”
A diferença é que esse creu, recebeu ao Senhor e foi por Ele comissionado. Portanto, o “enxerido” em questão é O Rei dos Reis, que pagou por todos, uma dívida impagável, custou sangue inocente; mas, para que eventuais súditos abriguem-se à sombra de Sua Proteção, primeiro carecem beber da “Água Fresca” da Sua Doutrina.

Os mestres foram dados por Ele para fazer crescer espiritualmente aos renascidos e livrá-los dos ventos mortais das heresias; “Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina...”

A tempestade do Juízo está às portas. Contudo, parece aos humanos que, fazendo um acordo com a oposição, invés de correção segundo Deus, basta. “Porquanto dizeis: Fizemos aliança com a morte, com o inferno fizemos acordo; quando passar o dilúvio do açoite, não chegará a nós, porque pusemos a mentira por nosso refúgio, debaixo da falsidade nos escondemos... Eis que Eu assentei em Sião uma pedra, uma pedra já provada, pedra preciosa de esquina, que está bem firme e fundada; aquele que crer não se apresse... vossa aliança com a morte se anulará; vosso acordo com o inferno não subsistirá; quando o dilúvio do açoite passar sereis por ele pisados.” Is 28;15, 16 e 18

O Rei dos Reis, Cristo; só à Sua Sombra, proteção. O ímpio ecumenismo em construção, não passa de um motim global; acordo com o inferno; abrigo à sombra da falsidade. Nesse caso, invés de sombra O Rei proverá sol. “... para vós, os que temeis Meu Nome, nascerá o sol da justiça...” Mal 4;2

quinta-feira, 5 de março de 2020

Com Quem Ando?



O “Dize-me com quem andas e te direi quem és” não está na Bíblia; não com essas palavras, mas com outras semelhantes; “O que anda com os sábios ficará sábio, mas o companheiro dos tolos será destruído.” Prov 13;20

Necessária a conclusão de que os que andam juntos têm certo grau de identificação, como disse o profeta Amós “Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” Am 3;3

Óbvio que, para reparar eventual desacordo entre duas partes uma terá que mudar, quando não, ambas ceder um pouco minimizando aquilo que enseja desacordo.

Em se tratando do homem e Deus, Um Ser Perfeito e outro pecador, parece cristalina a decisão sobre quem precisa mudar para estar de acordo. “Porque Eu, o Senhor, não mudo...” Mal 3;6 Tiago ampliou a ideia: “Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.” Tg 1;17

Aquilo/Aquele que É Perfeito não pode mudar, pois, se o fizesse seria “para baixo” rumo à imperfeição. Então, andar junto com Deus demanda conversão, mudança de rumos, cambiando nossos pensares pelos Divinos, como diz em Isaías cap 55ss. Ou, a “Mente de Cristo” como versou Paulo.

Se, andar com o sábio nos fará também sábios, óbvio que esse “andar” é mais que caminhar lado a lado simplesmente; trata-se de assimilar os valores que o Sábio transmite, bem como, imitar ao Seu exemplo. Como disse Paulo: “Sede meus imitadores como eu sou de Cristo.”

Um vero convertido tem Um Salvador que o trouxe da morte para a vida; um Senhor a Quem sua vida pertence doravante e Um Mestre que ensina como e por onde convém andar; Esses “Três” são Um só: Jesus Cristo.

Muitos afirmar ter Um Deus Poderoso, Grande, Vencedor, Maior que seus problemas, etc. quase que, numa inversão, como se fossem proprietários de Deus que estaria ao seu dispor para fazer o que esses “sortudos” desejassem.

Ora, quando eu “tenho” um Deus, na verdade é Ele que me tem, de qual sou servo e devo obedecer. Às vezes mesmo sendo infinitamente maior que os adjetivos acima, permite que eu sofra, sinta-me como que, ausente Dele, para aperfeiçoar minha fé e confiança em Seu Ser a despeito das coisas que me cercam; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre Seu Deus.” Is 50;10

Então, o religioso sem noção pensaria: Tenho Um Deus Grandioso; Problema nenhum resistirá diante de mim. O Prudente pensaria; Além de Grandioso Meu Deus é Santo, sabe o que é melhor para mim; devo confiar Nele mesmo que Ele permita que meus problemas se agigantem. Na hora certa aos Seus Santos Olhos, me socorrerá. “Quando passares pela água, pelo fogo estarei contigo”, disse; permite água e fogo, prefere sofrer comigo e me aperfeiçoar, que livrar sem dores e edificar o que de pior há em mim, o egoísmo e orgulho que devem ser crucificados.

O poder inicial que recebi junto com Cristo na conversão foi dado para que eu enfrente a mim mesmo; deixe de agir como filho da carne e finalmente possa me comportar como filho de Deus; “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome; os quais não nasceram do sangue, da vontade da carne, nem do homem, mas de Deus.” Jo 1;12 e 13

Claro que, nos tornaremos mais sábios à medida que assimilarmos mais do Ser e dos Ensinos do Sábio a quem, agora pertencemos: “Para que os seus corações sejam consolados, estejam unidos em amor, enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus e Pai, e de Cristo, em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência.” Col 2;2 e 3

Estão escondidos mas são revelados aos que deixam patente que desejam ao Sábio; Pois, “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo. Ele preservará o caminho dos seus santos.” Prov 2;7 e 8

“Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus. ... nós recebemos ... O Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus.” I Cor 2;11 e 12


Desejamos a Sabedoria Eterna? Então ouçamos ao Sábio que nos dirá como disse a Abraão: “Anda na minha presença e sê perfeito”.

domingo, 1 de março de 2020

O pecado em prosa e verso


“Certas coisas só são amargas se a gente as engole.” Millôr Fernandes

Ouvindo uma dessas músicas que ouço passivo, por iniciativa da vizinhança, há pouco, o refrão duma me chamou atenção; dizia: “Mas quem é que não tem uma outra, pra equilibrar a vidinha? Arroz com feijão enjoa, sempre é bom uma misturinha.”

Se, como poesia a construção até que é interessante, do ponto-de-vista moral, trata-se de uma canção de louvor ao adultério, à perfídia, à traição.

O pior é que, mesmo quem não é dado à prática adúltera canta junto essa bosta, como que, seduzido pela eufonia; age como se, a defender o que não defenderia estando no uso do devido senso crítico, mais cauteloso das implicações.

Lembrei-me do diálogo filosófico, “A República” de Platão, onde, Sócrates e seus discípulos “construíam” a cidade ideal, da qual baniriam músicas com ritmos malemolentes que, incentivassem à preguiça; e, com letras, como essa, cujo discurso “enobrecesse” ao vício, ou falsificasse à realidade atribuindo às coisas, ou aos deuses, características indevidas. Mesmo uma poesia de Homero, se não me engano, que atribuiria mentira aos deuses deveria ser banida, pois, “se são deuses não mentem; se mentem não podem ser deuses” afirmavam.

Muitos dizem que a vida imita à arte, quando, na verdade essa é um subproduto daquela. Normalmente vestimos com a gala da arte as práticas que adotamos, ou, aprovamos nos meandros da vida.

Denunciando a um estado de coisas assim, onde o pecado já não constrange mais, Isaías pronunciou um ai, da parte de Deus. “O aspecto do seu rosto testifica contra eles; e publicam os seus pecados, como Sodoma; não os dissimulam. Ai da sua alma! Porque fazem mal a si mesmos.” Is 3;9

Segundo William Barclay, mestre em grego, “Aselgeia” é uma palavra grega que foi traduzida para o português como dissolução. Há um estado antes disso, quando uma pessoa, por refém de paixões malsãs, até pratica coisas réprobas, mas à medida do possível disfarça isso, esconde; envergonha-se. Aselgeia, segundo ele, era quando as pessoas faziam coisas de má fama publicamente; não se envergonhavam de não ter vergonha; fiz mesmo e daí? É o estado moral de quem canta o vício em prosa e verso.

Se, como vaticina A Palavra, “Tudo o que o homem semear, isso ceifará”, todo o mal praticado, no fundo, é um mal feito a si mesmo, como teceu em suas considerações o sábio Salomão. Dos ladrões e salteadores disse: “... estes armam ciladas contra seu próprio sangue; espreitam suas próprias vidas. São assim as veredas de todo aquele que usa de cobiça: ela põe a perder a alma dos que a possuem.” Prov 1;18 e 19

Então, nem todos têm “uma outra”; alguns, aliás, não têm nenhuma, nem por isso saem promíscuos por aí à torto e a direito, como se, praticar pecados de toda ordem lhes fosse um direito.

Vergonhosamente chegamos a uma época tão desprovida de bons valores, que, como dizia o humorista Batoré, “pensam que é bonito ser feio.” O “Galinha”, o “pegador” é admirado, invés de ser motivo de vergonha como seria numa sociedade espiritualmente sadia.

A promiscuidade é exibida com orgulho nas redes sociais; estar em muitas festas, uma em cada final de semana, diversificando muuuito o “cardápio” tem sido a prática airosa de tantos que vivem sua “aselgeia” século 21. Homens e mulheres, diga-se.

Não raro, esses mesmos que vivem sem raízes e sem valores, ao sabor dos ventos das paixões desregradas, postam em momentos mais sérios sobre o valor, o porto seguro da família, embora, vivam como se suas embarcações fossem derivar eternamente sem necessidade desses portos. Além de faltar vergonha, nesses casos falta coerência, bom senso, equilíbrio.

O que esses inconsequentes chamam de “curtir à vida” a Bíblia adjetiva como servidão ao pecado, subproduto do medo da morte, pesos que já não incidem sobre os que foram libertos por Cristo; “Visto como os filhos participam da carne e do sangue, também Ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda vida sujeitos à servidão.” Heb 2;14 e 15

Esse medo é disfarçado de “curtição”, pois, no fundo sabem que nada de bom os espera no além; enquanto os salvos deveriam esperar pouco da vida aqui, se, de fato são herdeiros das riquezas eternas; “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

Em suma, praticar adultério não serve pra “equilibrar a vidinha”; uma vez que um morto não para em pé, tampouco precisa de equilíbrio para estar em seu jazigo moral.

Só Pra Contrariar


“Quanto aos profetas, meu coração está quebrantado dentro de mim; todos meus ossos estremecem; sou como um homem embriagado, como um homem vencido de vinho, por causa do Senhor e das Suas Santas Palavras.” Jr 2;39

Sempre que analisamos a atuação de um falso profeta o fazemos em face às consequências da mensagem sobre aqueles que lhes acreditam; nas expectativas falsas que ocasiona e no dano por iludir o povo.

Porém, além disso, seu “trabalho” também tem efeitos colaterais danosos sobre os que são verdadeiros; nada ameaça mais a um mentiroso que o concurso da verdade.

Elias teve que enfrentar a 850 profetas falsos; Micaías também arrostou inúmeros; foram os tais, que a todo o tempo se opunham a Jeremias que o lançaram num fosso, e um deles chegou a agredir ao profeta do Senhor.

“... sua carreira é má, sua força não é reta. Porque tanto o profeta, quanto o sacerdote, estão contaminados; até na minha casa achei sua maldade, diz o Senhor.” Vs 10 e 11

Há diferença entre pecar e profanar. Pecar é simplesmente errar o alvo, o propósito Divino para nós, o que todos, uns em maior, outros em menor grau cometemos; profanar é pecar nas coisas santas, nas consagradas ao Senhor. Um falso profeta como diz falar “em Nome do Senhor” sua falsidade o faz profano.

Enquanto um profeta veraz se ocupa em transmitir o que lhe foi dado pelo Senhor, independentemente das consequências, um falso se ocupa de tentar parecer verdadeiro, pois, seu alvo é ser aceito pelo povo, independentemente da reprovação Divina.

Só é digno de acato, pois, o que pode dizer como Paulo: “Porque eu recebi do Senhor o que vos anunciei...”

Como uma criança enferma que carecesse de uma injeção para restabelecer a saúde, se tivesse que escolher entre isso e comer chocolate prosseguindo doente, escolheria a segunda opção, assim o povo comum normalmente prefere o agradável ao saudável. Tende a ter em mais alta conta os falsos profetas que prometem facilidades festeiras, que os verazes, esses sisudos que visam restaurar a saúde espiritual dos que erraram o caminho.

Por isso, o ministério profético veraz, num caldeirão de falsidades como, onde costumam arder as paixões humanas é um sujeito que atua “só para contrariar”; avaliemos a chamada de Jeremias, prestando atenção à palavra “contra” por um momento; “Porque, eis que hoje te ponho por cidade forte, coluna de ferro, por muros de bronze, ‘contra’ toda a terra, ‘contra’ os reis de Judá, ‘contra’ seus príncipes, ‘contra’ seus sacerdotes, e ‘contra’ o povo da terra.” Cap 1;18

Normalmente as pessoas honestas costumam ser ingênuas, pois, atribuem a outrem que desconhecem os mesmos valores que esposam; assim, inicialmente não veem maldade nos outros; costumam esperar por honestidade, pelos mesmos valores que em si habitam.

Quando Jeremias deparou com a apostasia, o desvio do Senhor, pensou ser um defeito da ralé apenas; “Eu, porém, disse: Deveras estes são pobres; são loucos, pois não sabem o caminho do Senhor, nem o juízo do seu Deus. Irei aos grandes, falarei com eles; porque eles sabem o caminho do Senhor, o juízo do seu Deus...” Cap 5;4 e 5

Essa gentalha à toa não sabe das coisas, mas os do Sinédrio, os grandes sabem; vou falar com eles, pensou; Todavia, “... estes juntamente quebraram o jugo e romperam as ataduras.” V 5

O Senhor lhe dissera que entre os que deveria contrariar estavam os “príncipes do povo”, foi ingenuidade esperar diferente.

A orquestra do mundo regida por Satanás, cunhou nos últimos anos novos “pecados graves”; “Fundamentalismo, radicalismo e discurso de ódio”; como se, ter raízes, fundamento, e combater os pecados que O Senhor detesta fosse muito grave. De certa forma, aliás, a mensagem verdadeira traz um “discurso de ódio” sim; vejamos: “Tu amas a justiça e odeias a impiedade...” Sal 45;7

Então, nessa reta final, além do paladar infantil duma geração sem gosto pela Palavra da Vida, os verdadeiros profetas terão que lidar com a oposição mortal do establishment ímpio; sofrer a amargura da rejeição; toda sorte de combates, pois, a iniquidade assumiu proporções tais, que Deus não é apenas rejeitado pelo mundo; antes, tem sido combatido, zombado, blasfemado em todo tempo.

Somos radicais, da “Raiz de Jessé”; Fundamentalistas; “Ninguém pode por outro fundamento além do que está posto, Jesus Cristo”; discursamos o amor Divino ao pecador, mas Seu ódio ao pecado.

Seremos tachados de inimigos da humanidade enquanto arriscaremos anunciar o Amor e a justiça do Salvador.

Ele prometeu nos abençoar por isso; “Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem, perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa.” Mat 5;11

Será que somos contra tudo, ou o mundo que está contra Deus...?