domingo, 26 de fevereiro de 2023

Como identificar o falso profeta?


“Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores.” Mat 7;15

Não se pode discerni-los apenas com os olhos. Afinal, eles “... vêm vestidos como ovelhas...”

Seu interior os denuncia; alimentam-se das ovelhas, invés de alimentá-las; afinal, “... são lobos devoradores.”

Grosso modo se pensa que o profeta verdadeiro é o que fala e se cumpre; enquanto o falso, não. Mas, não é isso? Bem, a coisa não é tão simples assim.

Acaso Isaías era um falso profeta? Pois, ele anunciou a morte de Ezequias; “... Põe em ordem tua casa, porque morrerás...” Is 38;1 O rei entristeceu-se chorou e pediu misericórdia, e sua morte foi adiada; viveu mais quinze anos.

Jonas era um farsante? Não. Contudo, sua profecia sobre a destruição de Nínive não se cumpriu, dado o grande arrependimento que causou, ao ser tida, como era na verdade, por Palavra de Deus.

O profeta idôneo fala A Palavra de Deus, independente dos efeitos que ela cause. “Não Mandei esses profetas, contudo, foram correndo; não lhes Falei, mas profetizaram. Porém, se estivessem no Meu conselho, então teriam feito Meu povo ouvir Minhas Palavras, e o teriam feito voltar do seu mau caminho, da maldade das suas ações.” Jr 23;21 3 22

Um profeta veraz, não prediz o futuro, necessariamente; antes, ensina o que deve ser mudado no presente.

O fato de uma previsão se revelar verdadeira, não significa a aprovação de Deus. Balaão é um símbolo eloquente de falso profeta. Estava disposto a oferecer seus “trabalhos espirituais” em troca de pagamento. O ouro oferecido por Balaque.

Pois, esse farsante profetizou verazmente sobre a Bênção Divina a Israel, bem como, viu a vinda do Messias a “Estrela de Jacó”; ouvia a Voz de Deus e Seus Conselhos; sem, por isso, deixar de ser falso. Se é o que vai no interior desses fantasiados de ovelhas que os define, no interior de Balaão havia amor pelo dinheiro, mais que pela verdade; zelo pelos anseios próprios mais que, pelos de Deus.

Desse modo, o cumprimento de uma predição não gabarita, necessariamente, alguém, como enviado do Senhor. Até mesmo Caifás, ao dizer que convinha a morte de Cristo pelo bem de sua nação, disse a coisa certa, com motivação errada. Pensava apenas na preservação do status quo, não na salvação que da morte de Cristo viria.

Um milagre um “sinal profético” não é aferidor de idoneidade, como foi ensinado mediante Moisés: “Quando um profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti, te der um sinal ou prodígio, e suceder o tal, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste e sirvamo-los, não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos; porquanto o Senhor vosso Deus vos Prova, para saber se amais o Senhor vosso Deus com todo vosso coração e toda vossa alma.” Deut 13;1 a 3

Nesse caso, a profecia se cumpre; porém, o ensino do “profeta” afasta seus ouvintes de Deus. Temos outra nuance da verdade a serviço da falsidade.

Como vimos no exemplo de Balaão, as motivações erradas, o coração apegado a bens, mais do que a Deus, é que torna falso, até mesmo quem fala a verdade, eventualmente.

O Salvador advertiu que os farsantes do Novo Testamento fariam as mesmas coisas que os verdadeiros; “... Senhor, Senhor, não profetizamos nós em Teu Nome? em Teu Nome não expulsamos demônios? em Teu Nome não fizemos muitas maravilhas?” Mat 7;22

O Salvador sequer entra no mérito das obras. Elimina-os pelo lapso de relacionamento. “Então lhes direi abertamente: Nunca vos Conheci; apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniquidade.” v 23

Para sermos conhecidos de Cristo devemos também, desejar conhecê-lo. Ele É A Verdade, e ensinou: “... Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos; conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

Noutra parte preveniu: “Porque o erro dos simples os matará, o desvario dos insensatos os destruirá. Mas, o que Me der ouvidos habitará seguro, estará livre do temor do mal.” Prov 1;32 e 33

A ânsia de conhecer o devir brota das inseguranças de nossa finitude; ao Eterno, a constância no bom caminho, mesmo não vendo aonde vai, é mais importante; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do Seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Mais que um acendedor de lampiões sobre caminhos novos, o vero profeta é uma seta apontando antigos; “... Ponde-vos nos caminhos, e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele...” Jr 6;16

Nenhum comentário:

Postar um comentário