sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Taças da soberba


“Todos nós somos como o imundo; todas nossas justiças como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, nossas iniquidades como um vento nos arrebatam.” Is 64;6

Na Terra há distinções por “honra ao mérito”, louros aos destaques em determinada área da cultura, ciência, como o Prêmio Nobel; feitos no jornalismo e artes cênicas, música, como o “Troféu Imprensa”, o “Grammy”, Oscar; exaltação à excelência no futebol como a “Bola de Ouro”, etc.

Os “critérios” para eleição dos melhores são confusos; às vezes, interesses econômicos via patrocinadores, favorecimento às empresas onde trabalham os “vencedores”; outras, de domínio mediante a promoção dos alinhados a determinada ideologia, fisiologismos vários... não raro, os que estão no topo trazem à lembrança, Ruy Barbosa, que se referiu ao “triunfar das nulidades.”

A Palavra de Deus é avessa ao aplauso humano, por causa das doenças que enfermam nossas almas. “Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15

“A estultícia está posta em grandes alturas, mas os ricos estão assentados em lugar baixo. Vi servos a cavalo, e príncipes andando sobre a terra como servos.” Ecl 10;6 e 7

Do ponto-de-vista que conta, perante O Senhor da vida, todos começam no subsolo, gostando ou não. “O Senhor olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Desviaram-se todos, juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um.” Sal 14;2 e 3

Por isso, a sisuda figura usada por Isaías: “Todos nós somos como o imundo, todas nossas justiças como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, nossas iniquidades como um vento nos arrebatam.”

Geralmente, quanto pior uma pessoa é, mais ela se ofende se for arrolada entre os maus. Parte da sua maldade, a presunção, patrocina seus melindres.

Seguido deparo com uma frase: “Você não precisa de religião para saber o certo e o errado; isso não é questão de religião, mas de caráter.” 

Embora pareça uma ousada defesa filosófica, no fundo é só a reengenharia de uma antiga frase do capeta: “Vós sereis como Deus e sabereis o bem e o mal”.

Saber do certo e do errado é possível a todos sim, graças a um fragmento do original que permaneceu no homem após a queda, a consciência.

Entretanto, saber do mal, e mesmo assim incidir nele, mesmo contra vontade é a escravidão ao pecado onde erra o homem divorciado do Criador. “Porque o que faço não aprovo; o que quero isso não faço, mas o que aborreço faço. Se faço o que não quero, consinto com a Lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero. Se faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7;15 a 20

Quem não reconhecer que está sob esse rude feitor, jamais receberá a “carta de alforria” assinada pelo Sangue de Jesus Cristo.

Um dos efeitos colaterais de estar amasiado com o pecado é a cegueira espiritual, que, vê pureza onde O Santo contempla imundícia. “Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas nunca foi lavada da sua imundícia.” Prov 30;12

Daí, o antídoto à sugestão de independência do tentador: “Confia no Senhor de todo teu coração; não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas.” Prov 3;5 e 6

Não basta saber diferir entre certo e errado. Em geral o homem presunçoso até pratica alguns certos que não lhe incomodam, como se, essa “obediência” lhe desse direito aos errados de sua predileção. Aqueles na vitrine, esses, no fundo da loja.

É preciso negar a si mesmo, abraçar como nossas, as predileções do Salvador. “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte?” Rom 6;3

Além de ampliar nossa percepção para vermos no prisma espiritual, O Salvador faculta poder, aos Seus, para agirem como Ele; “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

Nem é questão de religião, mas submissão. Ou, isso em Deus, e a vida, ou, mero Faraó embalsamado, cheio de ouro de tolos no sarcófago.

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