sábado, 11 de fevereiro de 2023

A Árvore perdida


“... sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” Gn 3;5

“Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal. Isto será saúde para teu âmago e medula para teus ossos.” Prov 3;7 e 8

A fala procedente do inimigo, tentando seduzir à mulher para pecar.

Depois, o conselho do sábio, Salomão. Fácil a conclusão de que a sabedoria se opõe a Satanás.

O traidor imputou mentira ao Criador; “certamente não morrereis” disse.

A decisão baseada na percepção dos olhos é doentia, temerária; Salomão sentenciou: “Tens visto o homem que é sábio aos seus próprios olhos? Pode-se esperar mais do tolo que dele.” Prov 26;12 Isaías acrescentou: “Ai dos que são sábios aos seus próprios olhos, prudentes diante de si mesmos!” Is 5;21

Invés de “ser como Deus”, a desobediência fez o homem escolher o mal. “Aparta-te do mal...” Aliás, esse foi o único “ganho” com a pretensa autonomia. O Supremo Bem o homem já conhecia, comunhão com O Criador. O acréscimo foi o conhecimento do mal; escravidão a ele.

A “independência” traz consigo esse peso; submeter quem a segue, a quem está obedecendo. “Não sabeis que a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis... ?” Rom 6;16

Como o inimigo não é onipresente, tampouco, tem consigo bens como, caridade, amor, misericórdia, cuidado, deixou o homem à deriva; entregue a si mesmo, sem acesso ao Criador. Amputou os braços humanos e desafiou a nadar. O máximo que logramos é flutuar de costas; de costas para Deus.

Tal ruptura, invés de um upgrade de conhecimento, não obstante, o que o inimigo tenha dito, continua matando; “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.” Rom 6;23

O temor a Deus que me faria evitar as coisas como se apresentam aos meus olhos, traz consigo um antídoto, ao mal que se instalou na minha natureza caída; a enfermidade. “Isto será saúde para teu âmago, e medula para teus ossos.”

Além da morte, a linha de chegada para quem corre na maratona do pecado, o percurso traz também doenças; sobretudo, as que vulneram à consciência pela certeza de estarmos em inimizade com Deus.

Por isso a promessa: “... o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, pelas Suas pisaduras fomos sarados.” Is 53;5 e a promessa Dele: “Tomai sobre vós o Meu jugo; aprendei de Mim, que Sou manso e humilde de coração; encontrareis descanso para as vossas almas.” Mat 11;29

O cansaço por estar sempre tentando silenciar a voz interior que acusa nossos descaminhos e as dolorosas consequências desses.

Alguns "supercrentes”, por uma interpretação rasa da passagem de Isaías, concluem que os servos de Deus não podem sofrer enfermidades. Afinal, Cristo levou sobre Si nossas enfermidades. Afirmam. Toda doença é do maligno; assim, em sua pretensa autoridade “exorcizam” a todos os males. Se esses obedecessem poderíamos fechar os hospitais.

O texto trata das enfermidades da alma, pois, a consequência da cura, invés de facultar saúde ao corpo, diz: “O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele...” Paulo explica: “Isto é, Deus Estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19 É possível alguém estar enfermo no corpo e em paz com Deus, são coisas diferentes.

O Evangelho não é hospital, embora, a Graça Divina sempre esteja disposta a curar, quando oportuno, aos que nela confiam. Evangelho é resgate através de alto preço, para reconciliação mediante arrependimento, e regeneração via novo nascimento, em Cristo Jesus.

Ministros do Evangelho não são curandeiros, são serviçais do Mediador; “De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos-vos, pois, da parte de Cristo, que reconcilieis com Deus.” II Cr 5;20 Os sinais que seguem são favores extras, segundo a Operação Graciosa do Espírito Santo. Uma ditosa possibilidade, não, uma necessidade.

Desgraçadamente derivamos num mar de religiosidade oca, na verdade, uma miragem, efeito do duro deserto de conhecimento bíblico e compromisso com O Santo. Um oásis aqui, outro acolá; mas a média é deplorável.

Foram os olhos que ajudaram seduzir ao erro; “Viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, agradável aos olhos...”

Os “videntes” erram de costas para a “porta” pela a qual a Luz costuma entrar, os ouvidos. Pelo bom uso deles, a Árvore perdida inda nos é dada.

“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, Dar-lhe-ei a comer da Árvore da Vida, que está no meio do paraíso de Deus.” Apoc 2;7

Nenhum comentário:

Postar um comentário