terça-feira, 2 de novembro de 2021

Bezerros democráticos


“Tenho chamado por nome a Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá... E Tenho posto com ele a Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã; Dei sabedoria ao coração de todos aqueles que são hábeis, para que façam tudo que te Tenho ordenado. Ex 31;2 e 6

O Eterno escolhendo pelo nome, e capacitando homens para a Sua Obra. Além da utilidade prática imediata dos objetos a serem forjados, os mesmos traziam intrínseco, a “sombra de bens futuros”; uma riqueza simbólica eivada de tipos proféticos que O Senhor desejou que estivesse no local de culto.

Assim, detalhou meticulosamente a tarefa e disse: “Faze tudo conforme o modelo que no monte se te mostrou.”

Todavia, antes mesmo das instruções Divinas serem seguidas, uma decisão “democrática” mudaria o rumo das coisas; o povo achou demasiada a demora de Moisés, e constrangeu Aarão a fazer um “Deus” visível para seu objeto de culto.

Ofertaram ouro, e Aarão deu forma. “Ele os tomou das suas mãos, trabalhou o ouro com um buril, e fez dele um bezerro de fundição. Então disseram: Este é teu deus, ó Israel, que te tirou da terra do Egito.” Ex 32;4

Bem claro o dano profano da idolatria. Se fosse mera imagem seria apenas estupidez; mas, deram à mesma, os créditos que pertenciam ao Todo Poderoso; “... Este é o Teu Deus, ó Israel, que te tirou da Terra do Egito.”

Por isso, O Eterno as abomina; equaciona sempre as imagens de culto como ladras da Sua Glória. “Eu Sou O Senhor; este é Meu Nome; Minha Glória, pois, a outrem não Darei, nem Meu Louvor às imagens de escultura.” Is 42;8

Outro aspecto chama a atenção: Se, nas coisas de origem Divina vemos organização, propósito, escolha específica dos atores, e capacitação espiritual para a Obra desejada, nas de cunho democrático, da vontade rasteira do povo, a coisa vai no oba-oba; ante à menor contrariedade, ninguém é “Pai da criança”; se diluem as culpas.

Confrontado pelo irado Moisés que retornara do monte com as Tábuas da Lei, Aarão expôs os “motivos” do povo e acresceu o seguinte: “Então eu lhes disse: Quem tem ouro, arranque-o; deram-me, lancei-o no fogo e saiu este bezerro.” Ex 32;24

Falou como se o ídolo tivesse geração espontânea, invés de ser cuidadosamente moldado ao buril; “... saiu este bezerro.”

Atualmente, quantas coisas antropocêntricas acontecem nas igrejas, que não derivaram de orientação Divina! Campanha disso, daquilo, sempre com um anseio humano a impulsionar; geralmente a coisa é órfã de filiação Bíblica; digo, a Palavra não a prescreve nem autoriza.

“Bezalel e Aoliabe”, escolhidos e capacitados por Deus na “arte” de bem interpretar à Palavra ficam de lado; a vontade “democrática” faz sair estranhos monstrengos onde deveria brilhar a Palavra de Deus.

Como naqueles dias, gente que, por inepta a esperar submissa ao Divino agir, exerce uma “fé” apressada e divorciada dos Céus; cria arranjos ocos onde deveriam apenas aprender e ensinar obediência.

Se, a preocupação de “Moisés” é o número de pessoas nos cultos, invés de buscar sanar as feridas dos que, por alguma razão se afastaram, temos a versão eclesiástica do Bezerro de ouro. De novo, comichões humanas atropelando à Palavra de Deus, e o devido cuidado que as ovelhas fracas carecem, perdido na omissão.

“Moisés” tarda, não porque Deus precise de tempo para prescrever o necessário; sendo a fé “O firme fundamento das coisas que não se vêm”, as “demoras” de Deus edificam a fé dos que perseveram. “Bem aventurados os que não viram e creram;” disse O Salvador.

Se, nossa têmpera espiritual requer o concurso de frustrações, desde que, em Divina companhia, (Quando passares pelas águas estarei contigo, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti. Is 43;2) lutar contra as mesmas equivale a rejeitar o crescimento que O Pai quer dar.

Jamais deparei com uma “campanha” cujo foco fosse ensinar a esperar em obediência.

A Glória de Deus em nós, será mais visível se dermos frutos em momentos adversos, que, se Ele nos encher de carne a contragosto, por desprezarmos o Santo Maná. 

O que medita contínuo na Sua Lei, “Será como árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá seu fruto no seu tempo; suas folhas não cairão e tudo quanto fizer prosperará.” Sal 1;3

O Eterno ainda escolhe pessoas pelo nome; só que agora, O Bendito Nome de Jesus, com a consequente e necessária transformação que Ele encerra; “O fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor Conhece os que são Seus, qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

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