sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Saudade de Deus


“... Lembro-me de ti, da piedade da tua mocidade, do amor do teu noivado, quando me seguias no deserto, numa terra que não se semeava.” Jr 2;2

Desse fragmento de Jeremias, soaria adequado que o nome escolhido fosse, “A Saudade de Deus”. Costumamos sentir isso, quando não vemos seu objeto há algum, ou, muito tempo.

Em se tratando do Onipresente, nada lhe fica distante da vista, de modo a ocasionar saudade.

Todavia, na área comportamental somos volúveis e tendemos a migrar de uma postura a outra, nossa perseverança, pode ceder à apostasia; uma vivência que foi agradável Ao Santo, pode se ausentar e lhe causar saudade; Ele deixaria de ver, não pela limitação das Suas vistas, mas, pela negligência das nossas almas.

Era o caso realçado por Jeremias; “Israel era santidade para O Senhor, as primícias da Sua novidade; todos os que o devoravam eram tidos por culpados; o mal vinha sobre eles, diz o Senhor.” V 3

Nossa “saudade de Deus” também difere dos sentimentos entre humanos; pois, nunca O vimos, de modo que a mesma, quando ocorre, denuncia algum lapso no espírito, duma relação onde Deus nos parecia bem perto, e de repente se distanciou.

Davi versou desse modo: “Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, suspira minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a Face de Deus? Minhas lágrimas servem-me de mantimento dia e noite, enquanto me dizem constantemente: Onde está o teu Deus?” Sal 42;1 a 3

Isaías manifestou uma saudade do que nem vivera; soubera pelas Escrituras que tinha acontecido. Os grandes Milagres Divinos ao pelejar por Seu povo. “OH! se fendesses os Céus, e descesses, os montes se escoassem diante da Tua Face, como o fogo abrasador de fundição, fogo que faz ferver as águas, para fazeres notório Teu Nome aos teus adversários; assim as nações tremessem da Tua presença! Quando fazias coisas terríveis, que nunca esperávamos, descias, e os montes escoavam diante da Tua Face.” Is 64;1 a 3

Um convertido que já conhece A Bendita Companhia do Espírito de Deus, que com Ele já passou pela água e pelo fogo, em certos momentos que os Céus parecem fechados também padece dessa saudade. A fé é testada no escuro; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do Seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Se, como disse Saint-Exupérry, a “nostalgia é uma saudade não sei de quê.” quando sentimos Saudade do Pai, bem sabemos do quê.

Desgraçadamente, muitas vezes vamos a locais de culto no afã de dirimir essa saudade, e ela só aumenta. Deparamos com rituais engessados, pelos vasos das preferências carimbadas pela carne, como aquela do açougue; tais, fazem os encontros que deveriam ter O Eterno no centro, meros ajuntamentos vazios, monótonos e voltamos para casa pior do que, quando saímos iludidos de que teríamos alimento espiritual.

Poucos obreiros com preparo mínimo, e muitas “ovelhas” cheias de espinhos como um ouriço, que, ao menor rastro de correção, exortação mediante à Palavra, se ofendem, manipulam, rejeitam; fecham rostos antes sorridentes e mentem para si mesmas que estão nos locais de culto para servir a Deus. “Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu? Dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também seu irmão.” I Jo 4;20 e 21

Outrora cantávamos certo coro: “Nesta noite feliz, neste santo lugar, eu marquei um encontro com Deus...” Soa meio antagônico encontrarmos Àquele que É Onipresente; no aspecto antropomórfico, (na forma humana de ver) até faz sentido irmos a um culto desejando vivenciar a Deus mais de perto; o “encontro marcado”.

Todavia, às vezes parece que O Eterno falta aos encontros...

Urge que a Obra de Deus volte a ser Dele; saiam da frente os obreiros sem chamada, cujas credenciais e frutos são duvidosos pra dizer o mínimo.

Cansa irmos a um culto e depararmos com um ajuntamento humano, vazio; de gente que preza fazer algo no púlpito para ouvir as “palmas para Jesus”, mais que ouvir, deveras, a Voz Dele.

Certo é que quem tem comunhão com O Pai, Dele não se afasta; mas, gostaria de vê-lo e vivenciá-lo nos encontros feitos em Seu Nome.

Os que fizeram O Altíssimo ter saudade da fidelidade, um dia choraram de saudade da própria terra, cativos. “Junto dos rios de Babilônia, ali nos assentamos e choramos, quando nos lembramos de Sião.” Sal 137;1

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