sábado, 13 de novembro de 2021

A Porta aberta


“A porta do átrio interior que dá para o oriente, estará fechada durante os seis dias que são de trabalho; mas, no dia de sábado se abrirá...” Ez 46;1

Um dia por semana era reservado ao descanso e adoração ao Senhor; nesse dia a porta do átrio interior deveria estar aberta.

A porta aberta não é uma necessidade de por ela se entrar; tampouco, outra fechada a impossibilidade de se abrir. Mas, no caso em apreço, eram indicativos dos caminhos devidos; trabalhar por seis dias, descansar e cultuar no sétimo.

O Salvador se disse A Porta das ovelhas; desafiou-nos a bater; “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque, aquele que pede, recebe; o que busca, encontra; ao que bate, se abre.” Mat 7;7 e 8

Se, no antigo Pacto, um dia era reservado à adoração, tipificado pela porta aberta, na Nova Aliança, somos desafiados a buscar a Deus, mesmo com a porta “fechada”.

Dado que os “templos” do Espírito são os Salvos, (o que não exclui a necessidade de congregações) cabe a cada um, mediante oração, fé e comunhão, abrir a porta do átrio interior, sempre que desejar se aproximar do Senhor.

Em vista de nossa dupla natureza, uma que é carnal, caída, inimiga de Deus; outra, espiritual, renascida, em processo de santificação, sempre teremos o concurso de duas possibilidades antagônicas à porta. Tentações e livramento.

A primeira porta, a natural, é movida por inveja, egoísmo, ciúme, contendas, se abre ao pecado; “... o pecado jaz à porta, para ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar.” Gen 4;7

A outra, sobrenatural, espiritual; é contrita, arrependida, maleável, obediente, se abre para Aquele que perdoa e ensina; “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, com ele Cearei, e ele comigo.” Apoc 3;20

Pode parecer que temos uma contradição bíblica aqui; O Senhor desafiou-nos a bater na porta até que se abra; agora se apresenta Ele mesmo batendo a espera que essa venha a ser aberta; como?

No primeiro caso falava com os crentes para buscarem socorro em oração, o que figurou como bater à porta até se abrir; ou, orar até obter uma resposta.

No segundo alude aos que ainda não creem, em cujas portas dos corações “bate”, mediante Sua Palavra e concomitante ação do Espírito Santo para que venham a ouvir Sua Palavra, e ouvindo, creiam.

Pois, a morte espiritual não é inexistência; antes, separação do Criador, O Dono da Vida; por isso, O Salvador pode bater à porta dos mortos, desejando ser ouvido; “Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; os que a ouvirem viverão.” Jo 5;25

Se, na Antiga Aliança a porta do templo estaria aberta apenas no dia do descanso, em Cristo, só entrando pela Bendita Porta, o descanso será possível; “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; encontrareis descanso para vossas almas.” Mat 11;28 e 29

Para os salvos Em Cristo, o “sétimo dia” o descanso é desde que se renderam a Ele; porém, o repouso cabal se reserva no além; “Porque aquele que entrou no seu repouso, ele próprio repousou de suas obras, como Deus das Suas.” Heb 4;10

Se diz alhures de alguém que morreu: “Descansou”. Será? Ingressou no “Descanso” quando teve oportunidade? Permaneceu Nele?

Sem Cristo as almas estão mortas, pouco importa a eventual religiosidade, mesmo uma profissão de fé ortodoxa, nada vale, divorciada da necessária obediência para transformação que O Salvador Opera.

Alienadas apenas jazem, não obstantes as obras que façam; agregadas a Ele encontram descanso, mediante a fé; obras serão consequências. Então, necessária a conclusão que a morte espiritual enseja um cansaço psíquico, cujo perdão de Cristo remove para colocar em seu lugar o “jugo suave” da comunhão em obediência.

O peso da obediência atenua cada dia, para quem nela se exercita; “... os Seus mandamentos não são pesados.” I Jo 5;3

Até mesmo a “porta estreita” (renúncia) aos exercitados em Cristo, de repente se mostra ampla; “Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no Reino Eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” II Ped 1;11

Se, para o ecumenismo, todas as “portas” soam válidas, perante O Único que abre a porta do Reino, as alternativas derivam de ladrões; “... aquele que não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte é ladrão e salteador.” Jo 10;1

Como está a porta de teu “átrio interior”?

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