domingo, 21 de novembro de 2021

Risco de vida, em Cristo


" Ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” Gn 2;16 e 17

Duas coisas sobre o pecado, nesse breve tomo: Ele não é uma necessidade, é uma extravagância; pois, antes de vetar determinada árvore O Senhor franqueou todas as demais. O homem não peca por necessidade; mas, por desobediência deliberada.

Não foi requerida digna postura ao homem por mero capricho; mas, por zelo protetor, dadas as consequências; “certamente morrerás”. O Reino dos Céus se estrutura sobre hierarquia, sem a observância desta não pode subsistir.

Sintetizando o Mandado Divino, pois, seria: Seja sóbrio, ocupe-se do necessário sem devanear com extravagâncias supérfluas, para que preserves tua vida e sigas abençoado.

Se o pecado fosse sempre visto desta perspectiva, possivelmente muitas vidas que se perdem teriam melhor fim. No entanto, os desejos doentios da “Serpente” são projetados sobre os humanos que a ouvem, d’onde são levados a ver as coisas da perspectiva daquela.

“... Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” Cap 3;4 e 5

Satã insinuou que O Criador É Mentiroso, ao negar o risco de morte; egoísta, ao não querer filhos semelhantes a Ele; e que seria possível burlar isso desobedecendo-O.

Ora, no que é possível uma criatura ser semelhante ao Criador, nos Seus atributos comunicáveis, racionalidade, espírito, inteligência, emoções, valores éticos, morais, apreço estético, etc. eles já eram, Imagem e Semelhança.

Nos atributos Exclusivos, Onisciência, Onipresença e Onipotência, ninguém pode ser como Deus.

Assim, o traíra perverteu as coisas, para projetar sobre o descuidado casal, um desejo que era exclusivamente dele; “Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono; no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens e serei semelhante ao Altíssimo.” Is 14;13 e 14

Esses males de negar o risco de perdição, atribuir a Deus injustiças e a pretensão de burlar a vigilância do Santo cresceram exponencialmente.

As pessoas não veem o pecado como um feitor mortal; seu veto, invés de uma cerca protetora como é, acaba reinterpretado pelo Pai da Mentira, em consórcio com os desejos doentios da carne, como sendo a castração de um “direito”.

Deriva daí a “moral” do “é proibido proibir”, como se, de repente, a humanidade ascendesse a um patamar ético superior de liberdade. Deus não proibiu de pecar. Teria que castrar o arbítrio para isso; advertiu das consequências apenas, deixando a escolha por conta do homem; ainda é assim.

“Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gl 6;7 e 8

No paraíso o risco era desobedecer e morrer; no mundo caído, após a Vitória Potencialmente Regeneradora de Cristo, é facultado novo nascimento do Espírito; vivendo Nele, obedecendo-o, “corremos o risco” de ceifar vida eterna.

A obediência irrestrita, o “Jugo de Jesus” longe de ser um ascetismo masoquista, como pode parecer aos míopes desinformados, é o pulsar imanente do mais íntimo e legítimo desejo de vida.

Somos reduzidos à miséria aparente, porque os “olhos da fé” que nos foram dados conseguem vislumbrar as grandezas porvir. “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam; a prova das coisas que se não veem.” Heb 11;1

Então, malgrado eventuais privações aqui, seguimos resolutos pela esperança que habita lá; “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

Além das ocupações necessárias à vida aqui, fazemos “depósitos” espirituais; como os sarcófagos dos faraós eram cheios de tesouros para o porvir; nos fazemos de mortos, para que riquezas espirituais se depositem em nossa conta, o “tesouro nos Céus”. “Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;8

Nossa renúncia aos prazeres indevidos aqui, não deriva dum doentio prazer de perder; antes, da possibilidade de ver a Cristo como Ele É; “Em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência.” Col 2;3

Outrora tudo foi franco, exceto um veto para preservação da hierarquia, agora, tudo está perdido, exceto Cristo, para regeneração. “... Eu Sou o caminho a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por Mim.” Jo 14;6

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