terça-feira, 29 de junho de 2021

O Amor


“Ainda que tivesse o dom de profecia, conhecesse todos os mistérios, toda a ciência, tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, se não tivesse amor, nada seria.” I Cor 13;2

Não que o conhecimento ou a fé nada valham; mas, que acabam em nada, se viçarem sem amor.
Segundo O Salvador, amar a Deus sobre tudo, e ao próximo como a si mesmo é o resumo de tudo.

Normalmente, quando se fala em poder, as ideias mais comuns são de “pisar serpentes e escorpiões”, ou, operar algum milagre; são nuances do poder que Deus dá. Entretanto, a primeira menção de poder no relato de João é diferente: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12 Poder de amar.

Demanda coisas que são estritas aos filhos do Novo nascimento; “... Amai vossos inimigos, bendizei aos que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam; orai pelos que vos maltratam e perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos Céus; porque faz que o sol se levante sobre maus e bons; chuva desça sobre justos e injustos.” Mat 5;44 e 45

Ser filhos de Deus requer que tenhamos traços do Caráter Santo do Pai. O que, necessariamente nos fará usarmos o poder recebido contra nós mesmos; digo, contra as más inclinações que na carne palpitam; “... os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito, vida e paz.” Rom 8;5 e 6

Portanto, essa balela do, “Deus é Pai não É Padrasto”, ou “Também sou filho de Deus” não é tão simples assim;

Esse tema foi debatido entre O Senhor e os religiosos da época, que acoroçoando ódio no íntimo ora, se diziam filhos de Abraão, outra de Deus. O Salvador que conhece todas as coisas denunciou: “Vós tendes por pai ao diabo e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, pai da mentira.” Jo 8;44

A dura previsão para esses dias é do esfriamento do amor, como efeito colateral do aumento da iniquidade. Resulta necessária a conclusão que o amor é uma atitude de equidade, ou, igualdade. O que, aliás, noutra parte o Mestre confirma; “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lhes também, porque esta é a lei e os profetas.” Mat 7;12

Embora esse preceito de amar ao próximo seja apresentado em forma de lei, do amor se espera mais que o mero cumprimento de uma ordem, algo que pode ser frio, impessoal. “Quando fizerdes tudo que vos foi mandado, dizei: Somos inúteis” ensinou Jesus.

Quem ama deveras vai além de mera religiosidade ritual; “anda a segunda milha”. Como Mateus que ouviu um convite: “segue-me”; tivesse feito isso apenas e teria obedecido; contudo, logo adiante vemos O Senhor num jantar com muitos outros publicanos; conclusão óbvia que Mateus fez mais que seguir; convidou O Senhor à sua mesa e levou seus colegas de profissão. Ver Mat 9;9 e 10

O amor nos constrange, sem precisar de Lei, de modo que, vivê-lo plenamente torna desnecessária a Lei; “Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.” Gál 5;14

Portanto, quem dizima, oferta, ou faz outro bem qualquer à Obra de Deus, esperando por algo material, ainda ama a si mesmo, mais que ao Senhor. 

Sendo o fundamento que determina o valor de uma casa, caso seja sobre areia ou rocha, o sentimento, ou a motivação correta aquilatam o valor do que fazemos para Deus; “Ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.” I Cor 13;3

Não que as coisas necessárias à vida aqui não tenham importância; apenas elas não devem ser nossa prioridade. A alegria dos salvos é em Deus, não em coisas, como lindamente cantou Davi. “Puseste alegria no meu coração, mais do que no tempo em que se lhes multiplicaram o trigo e o vinho.” Sal 4;7

Ou, como disse Habacuque: “Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia me alegrarei no Senhor...” Hc 3;17 e 18

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