segunda-feira, 7 de junho de 2021

O Prato de lentilhas


“Vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes, mataste um bezerro cevado.” Luc 15;30

O irmão do pródigo indignado, porque aquele fora recebido com festa, enquanto ele seguia sua rotina de trabalho.

Pensando no “alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram” grosso modo acharemos mais fácil partilhar alegrias.

Não é assim. A dor alheia comove; mesmo com um que nem tenhamos laços, podemos nos solidarizar à perda de um ente querido, por exemplo.

A alegria alheia nem sempre nos tem, pelo nefasto concurso da inveja. Quando outrem se alegra por receber um bem, honraria, destaque que preferiríamos que fosse nosso.

A inveja é amoral; tanto se pode invejar um que anda bem, quanto, outro que está nos prazeres da perdição. Depende do grau de identificação.

Quiçá, o irmão do pródigo não pensava: Eu aqui dando duro sob esse sol e aquele inconsequente se divertindo com meretrizes; eu deveria ter a “coragem” dele. No entanto, em sua “covardia” perseverava.

Quando soube que o esbanjador estava mendicante deve ter se sentido “vingado” pelo desconforto de sofrer as agruras, enquanto o outro se divertia.

Invés de saber dele “comendo do ruim”, vê-lo sendo recebido com festa foi demais para ele.

Decidiu não se misturar àquela “injustiça”.
Do prisma exclusivo da justiça até que fazia sentido. No entanto, os olhos amorosos do Pai viam valores maiores, a regeneração, a vida. “Teu irmão estava morto e reviveu.”

Ele acusou o pai de parcialidade; “Nunca me deste um cabrito para me alegrar com meus amigos.”

Quantos agem assim; mesmo ouvindo do Pai: “Tudo o que tenho é teu” vivem mediocridades desnecessárias, antes que, se alegrarem pelo que receberam sofrem vigilantes para com os dons de terceiros que, devaneiam, deveriam ser seus.

Esses não se alegram, não pela privação de meios; porém, por olharem para o que não lhes pertence, invés de fruírem do que lhes foi dado.

O jardim do Senhor é amplo; com árvores frutíferas, ornamentais, pássaros, flores, vermes, insetos... qualquer um teria motivos para ser infeliz, se deixasse de ser o que é para tentar “ser” outro ao qual inveja.

Quando vemos alguém, aparentemente mais alto que nós, em dons, posição, uma coisa devemos ter claro; esse já esteve muito mais baixo, em calúnias, perseguições, incompreensões, privações, sofrimentos ...

No tempo do vale das sombras da morte, a inveja nem sequer os via, não passavam de errantes dignos de pena. Mas, chegado o tempo do Senhor para restaurar suas sortes,
Sempre surgirão os “irmãos do pródigo” acusando “parcialidades” do Pai.

Como aquele, privam-se de alegrias por inveja; rejeitam à festa.

Quando alguém prega, canta, ensina, escreve melhor que eu, não me faz mal. Serve de estímulo para melhorar; os frutos do seu ministério me fazem bem. O que incomoda são os que falam coisas desalinhadas da Palavra, e seus viveres produzem testemunhos rasos, pífios.

Quantos falsos obreiros, imitadores de mensagens que ouviram alhures tomam púlpitos e falam de grandezas que seu modo de ser e viver insiste em desmentir.

Nada contra a assistir bons pregadores na NET, assisto também, aprendo com eles; mas, todo o ministro idôneo, quando for ao púlpito deveria poder falar como Paulo: “Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei”. I Cor 11;23

Deve orar e buscar do Senhor a mensagem a entregar, pois, A Vontade Dele é o que conta, não nossa “performance” como se, invés de servos no labor, fôssemos artistas no palco.

Há coisas ao longo da estrada que são para pausas; restaurantes para viajores; borracharias para reparar um pneu; postos de repor combustíveis; refúgios ao longo de auto estradas para breves paradas ... Todas essas coisas são importantes, mas não são o alvo, nem o caminho.

Servem de figura de nossa jornada espiritual; são importantes os cultos, nossos “restaurantes”, louvores, orações, visitas, profecias, (sérias) etc ... Mas O Caminho É Jesus. Os que centralizam as vidas espirituais na igreja, no ativismo espiritual, e fora vivem de qualquer maneira, trocam o caminho pelas pausas.

A Palavra não foi dada para pausas, mas para marchar; “Se andarmos na luz...” “Anda na Minha presença e sê perfeito ...” “Vinde após mim...” Andarão dois juntos se não estiverem de acordo?” etc.

Deus anseia relacionamento que prime pelo amor e pela vida, como o pai do pródigo; mas, nos perdemos por mesquinharias, invertemos valores; como Esaú, trocamos Deus por um prato do lentilhas; teria Ele prazer em nós?

Urge entendermos o papel da igreja; é lugar para ensinar cambiar nossos pensamentos doentios pelos Divinos, não de servir; serviço é em nosso dia a dia; “... o que anda num caminho reto, esse me servirá.” Sal 101;6

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