domingo, 27 de junho de 2021

Posses; ter ou não?


“Não te fatigues para enriqueceres; não apliques nisso tua sabedoria.” Prov 23;4

Na introdução dos provérbios diz que os mesmos nos foram dados “Para se conhecer a sabedoria e a instrução; para se entenderem, as palavras da prudência.” Cap 1; v 2

Sempre pareceu prudente o que, podendo enriquece, guarda grandes porções para viver. No entanto, acima vemos o conselho para não aplicarmos nisso nosso saber; por quê?
No verso seguinte temos uma avaliação da “riqueza” e do que ela pode obrar; “Porventura fixarás teus olhos naquilo que não é nada? porque certamente criará asas ...” 23;5

A riqueza criar asas é mera figura de linguagem para dizer que se fará inútil em dado momento, como o rico da parábola do Salvador, que amontoou bens na Terra, e nada nos Céus; no auge de sua “prosperidade” se lhe disse: “Louco! Essa noite pedirão tua alma; o que tens preparado, para quem será?” Assim, aquela fartura era nada.

Há duas possibilidades de aquilatarmos as coisas; aos nossos próprios olhos, “Vós mesmos sabereis o bem e o mal”; ou, segundo os pensamentos de Deus. “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque os Meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

À essas duas possibilidades, A Palavra traz a escolha que nos convém; “Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Cap 3;5 a 7

Assim, o homem prudente pode ser tido como “esbanjador” a uma análise meramente natural. Um “mão aberta” para as coisa Divinas; mas, O Senhor cuidará em manter e prosperar inda mais; “Ao que distribui mais se lhe acrescenta, o que retém mais do que é justo, é para a sua perda.” Prov 11;24

Não é que as posses sejam ruins; ruim é a falta delas em nossas necessidades; a vida se faz fácil ou difícil de acordo com a presença ou a ausência delas. Tê-las é bom. O problema da insanidade espiritual é quando atribuímos a elas sentimentos que não convêm e patrocinam ações mesquinhas.

“Acautelai-vos, guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer um não consiste na abundância do que possui.” Luc 12;15 Paulo disse mais: “Porque o amor ao dinheiro é raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé; traspassaram a si mesmos com muitas dores.” I Tim 6;10

Uma doença espraiada pela Terra é “lábios ardentes e coração maligno”. Digo; cheias estão as redes sociais das filosofias de botecos, que “caixão não tem gavetas”, “da vida nada se leva”, “aqui (no cemitério) findam tua arrogância, tua riqueza...” “vão-se os anéis ficam os dedos” etc. tudo isso encenando aparente desapego material, de uma geração mesquinha, que quase nada faz sem um interesse paralelo.

Se alguém, encontrando um bem valioso, que outrem perdeu, devolve, vira notícia; surpreende. Pois, ao fazer o que seria o dever de todo homem decente, posa de trouxa aos olhos da maioria do “filósofos” citados.

Os hipócritas usam tintas de desapego em suas fachadas, para ver se isso cola e outros desapegam em seu favor; pois, amiúde são ferrenhos amantes da matéria.

Sempre oportuno lembrar o poeta Drummond de Andrade: “Engana-se quem pensa que o cofre do banco possui riquezas; lá tem apenas dinheiro.”

Por outro lado, a sabedoria diz: “Riquezas e honra estão comigo; assim como os bens duráveis e justiça. Melhor é o meu fruto que o ouro, que o ouro refinado; meus ganhos mais que a prata escolhida.” Prov 8;18 e 19

Não se trata de ter ou não, posses; coisas que acontecem com qualquer um, sobretudo, quem trabalha; mas de como se portar, tendo, e não. “No dia da prosperidade goza do bem, mas no dia da adversidade considera; porque Deus fez este em oposição àquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele.” Ecl 7;14

Quando o sábio aconselha a não nos fatigarmos para enriquecer, o faz sabendo que a vera riqueza não demanda fadiga; é dom de Deus; “Se clamares por conhecimento, por inteligência alçares tua voz, se como a prata buscares e como a tesouros escondidos procurares, então entenderás o temor do Senhor e acharás o conhecimento de Deus. Porque o Senhor dá sabedoria; da Sua Boca é que vem o conhecimento e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos ...” Prov 2;3 a 7

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