sábado, 26 de junho de 2021

O Bom Combate


“... combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus;” Rom 15;30

Combate, grosso modo, vislumbra batalhas, tiros, explosões, mortandades; se possível, a vitória.

Entretanto, Paulo, no texto supra está convocando irmãos a combater com ele em oração.

Quando, na iminência do seu martírio, despedindo-se de Timóteo diz: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” II Tim 4;7

Se, vencer o bom combate foi guardar determinado tesouro, lícito seja concluir que, foi mais um defensor de algo, que um conquistador; ainda que tenha sido célebre ganhador de almas. Em sua figura vemos alguém entrincheirado na casamata da perseverança, onde entrega-se à defesa da fé, mesmo em face à morte.

Invés de ver as oposições como barreiras intransponíveis via oportunidades; “Porque uma porta grande e eficaz se me abriu; e há muitos adversários.” I Cor 16;9 É preciso estar cheio da Divina Graça para ver portas nas adversidades.

Quando figurou a armadura dos cristãos mencionou valores como verdade, justiça, salvação, fé, preparação do Evangelho. Ver Ef 6;10 ss

Se o bom combate se trava em oração e a primeira arma é a verdade, como somos pecadores, falhos, devemos voltar nossa artilharia contra nós mesmos. Digo; assumirmos nossos pecados, deles tratarmos à sombra da Justiça de Cristo, antes de nos incomodarmos com erros alheios. Como O Salvador venceu ao tentador no deserto em Si mesmo, antes de expulsá-lo de terceiros.

E começar por si mesmo, ensinou Paulo, também; “Estando prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida vossa obediência.” II Cor 10;6 Corrigir aos errados apenas, depois de andar certo.

O contexto também é de combate espiritual, tendo como arma a verdade, para destruir com ela, os conselhos da mentira; vejamos: “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus; levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo;” vs 4 e 5

Esse “cativeiro da obediência” para o entendimento é nosso aprisco; nele contamos com os cuidados seguros do Sumo Pastor. Pois, os “dardos inflamados do inimigo” tentam-nos para que duvidemos do Seu amor zeloso, em momentos difíceis; o “escudo da fé” nos arma para podermos evitar tais ataques.

Se, nos convém que “A paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine vossos corações ...” Col 3;15 Essa paz nos coloca em combate constante contra aquele que nos deseja separar do “caminho estreito”. Paz é patrimônio dos justificados; “... o efeito da justiça será paz ...” Is 32;17 “Mas os ímpios não têm paz, diz o Senhor.” Is 48;22

Diferente da “paz” ecumênica onde todos concordam em não discordar, a Paz de Cristo nos reconcilia com Deus, a despeito das reações adversas do mundo e oposição do inimigo. O Mestre ensinou: “Deixo-vos a paz, Minha paz vos Dou; não a Dou como o mundo dá ...” Jo 14;27

Sendo nosso ponto-de-partida o apreço pelo verdade, depois, somos instados a pôr o “colete-à-prova-de-balas" espiritual; a “couraça da justiça”.

Isso não nos faz guerreiros espirituais a “tomar territórios do inimigo” como devaneiam alguns incautos pregoeiros da dita “Batalha Espiritual”;

Para efeito do que conta aos Olhos da Divina Justiça, o necessário está feito desde o “Está Consumado” do Salvador. Agora, cada um em particular precisa empreender esforços ajudado pelo Espírito Santo, para defender em Cristo, o tesouro da Graça recebido.

Assim, mais que tomar bens alhures, carecemos submeter nossas inclinações más ao Senhorio de Cristo, para que Nele, tomando Seu Jugo, a obediência irrestrita À Palavra do Eterno, possamos vencer a insistente e obstinada voz aquela que, segue apregoando suposta autonomia humana; “Vós mesmos sabereis o bem e o mal”.

Se O Salvador requer: “Negue a si mesmo!” O usurpador propõe: Afirme a si mesmo, “liberte-se”! Contudo, essa “liberdade”, como as demais coisas que vertem com as digitais do “Pai da mentira” é apenas a maquiagem fajuta da eterna perdição. Cheias estão as clínicas de recuperação dos “libertos” do inimigo que, finamente, começam a conhecer a Liberdade de Cristo.

O “Cativeiro da obediência” ao Sumo Pastor é nossa segurança eterna, no aprisco de pastos verdejantes e águas tranquilas.

Não que nossa batalha e nossas orações devam ser egoístas; apenas por nós; mas, antes de levarmos outros ao Médico precisamos gozar de saúde para isso, como ensinou o mesmo Paulo; “Subjugo meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.” I Cor 9;27

Como na tomada de Jericó, a vereda da salvação, posto que graciosa, requer combate; “... quem estiver armado, passe adiante da Arca do Senhor.” Js 6;7

Nenhum comentário:

Postar um comentário