terça-feira, 19 de março de 2024

Quem julga


“Zelamos do que é honesto, não só diante do Senhor, mas também dos homens.” II Cor 8:21

O homem é refém das aparências; Deus sonda os corações; nem sempre, o que soa probo, idôneo, aos nossos olhos, é assim diante do Eterno.
Seremos julgados por Ele, não pelos homens; isso tranquiliza aos de bom proceder, que, eventualmente não são vistos assim, nos ambientes vulgares.

O lapso de alcance da visão humana não deve ser usado como “escape” pelos que dão mau testemunho, fazem escolhas opostas aos Divinos preceitos. “Quem me julga é O Senhor”, dizem; como se isso fosse uma atenuante, quando, é agravante contra os de mau proceder. Agem como se, Cristo os guindasse a uma dimensão sobre-humana; “julgasse”, tendo toda “jurisprudência” derivada do amor, trazendo anexa a aceitação incondicional dos pecadores.

Quem me julga é O Senhor, mas a partir de meu desempenho entre meus semelhantes, e minha relação, obediente ou não, com Sua Palavra, o “código civil” celeste. “Se alguém ouvir Minhas Palavras e não crer, não o julgo; porque vim, não para julgar o mundo, mas para salvar. Quem Me rejeitar e não receber Minhas Palavras, já tem quem o julgue; A Palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia.” Jo 12:47 e 48

Ele veio para salvar; nos deu Sua Palavra para isso; porém, no devido tempo, a mesma Palavra, deixará seu labor salvífico e terá função jurídica.

O “não vos façais servos dos homens” deve ser contextualizado; pois, o fato de pertencermos a Cristo não nos tira dos ambientes humanos; nossa “cidadania celeste”, se a possuímos, deve ser visível aqui, no proceder digno de quem invoca O Santo Nome do Senhor. “O fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2:19

“Ninguém é obrigado a se declarar um cristão, - dizia Spurgeon - mas, se o fizer, diga e se garanta.”

Nossa capacitação para ser sal da terra e luz do mundo vem de Cristo; “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1:12

Os reflexos de Cristo em nós, devem ser visíveis às pessoas que nos observam. “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5:16

Há muitos que se negam a ver as coisas como são; outros, caluniam movidos por inveja; nesses casos, quem nos julga é O Senhor e isso nos basta. Todavia, devemos, como Paulo, zelar pelo que é honesto, tanto diante de Deus, quanto, dos homens.

As ações daqui refletem nos Céus; como efeito de salvação: “Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.” Luc 15:10

Como testemunho registrado nas escolhas de valores que fazemos; “Então aqueles que temeram ao Senhor falaram frequentemente um ao outro; o Senhor atentou e ouviu; um memorial foi escrito diante Dele, para os que temeram o Senhor, e para os que se lembraram do Seu Nome.” Mal 3:16

Ainda, a atuação dos fiéis na terra, serve como didática nos Céus; “Para que agora, pela igreja, a multiforme Sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos Céus.” Ef 3:10

Para efeito de condenação ou absolvição, que julga a todos é O Senhor; no entanto, no prisma dos valores, aprovação ou reprovação de certas atitudes, discernimento, a todo instante devemos julgar, e podemos ser julgados. Como poderia alguém exortar a outrem que se emende, sem saber em quê, consiste a emenda à qual, chamaria? “Não sabeis julgar as coisas mínimas?” I Cor 6;2 Perguntou Paulo.

Se muitos olham com olhos maus, aos que procedem de modo idôneo, salta aos olhos de quem se atreve a ver, a transformação que Cristo opera, nos que O recebem e seguem; “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos. Pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40:2 e 3

Eventualmente ouvimos: “Fulano faz isso, aquilo e aquilo outro; mas, no fundo, é boa pessoa”. Que raio de lugar tão fundo é esse que, guarda para sai as virtudes, enquanto deixa toda sorte de vícios vir à tona? Ora, o que está no fundo são as “raízes;” o que vem à luz são os “frutos”. “Até a criança se dará a conhecer pelas suas ações...” Prov 20:11

Quem, “no fundo” alberga à Palavra de Deus, nos meandros da vida, agirá necessariamente, como servo dele.

segunda-feira, 18 de março de 2024

Os velhos


“Diante das cãs te levantarás, honrarás a face do ancião; e temerás o teu Deus. Eu sou O Senhor.” Lev 19:32

“Coroa de honra são as cãs, quando estão no caminho da justiça.” Prov 16:31

Uma distinção genérica sobre o respeito que os de mais idade devem receber, dos mais novos. Independente dos predicados deles, pelas suas escolhas na vida, o simples fato de terem andado mais que outros, na estrada da existência, é já um motivo pelo qual se deve respeitá-los.

Todavia, antes que se conclua que cabelos brancos sejam, necessariamente, sinônimo de virtude, temos um segundo verso que qualifica qual brancura o céu aprova. “Os que andam no caminho da justiça.”

Há muitos velhos patifes, que o curso de tempo não conseguiu lhes ensinar nada que valha; erram cometendo os mesmos vícios dos adolescentes, que ainda não tiveram “privilégio” de colher o resultado das escolhas estúpidas.

Ruy Barbosa dizia: “Não te impressiones com os cabelos brancos; os canalhas também envelhecem."

Nos dias de Jó, quando três amigos dele, acreditando-se conselheiros compadecidos, acrescentavam dores à dor dele, pelas errôneas e injustas acusações que faziam; cansaram à paciência do infeliz. Um quarto, o mais jovem de todos, disse que, tinha respeitado à hierarquia dos dias, permitindo que os mais velhos falassem; todavia, vendo a inutilidade das falas daqueles acreditou que precisava dizer algo também.

“... Eu sou de menos idade, vós sois idosos; receei-me e temi de vos declarar minha opinião. Dizia eu: Falem os dias, a multidão dos anos ensine sabedoria.” Jó 32:6 e 7 “Eis que aguardei vossas palavras, dei ouvidos às vossas considerações, até que buscásseis razões.” V 11 “Porque estou cheio de palavras; meu espírito me constrange... Falarei, para que ache alívio...”vs 18 e 20

Bons tempos aqueles em que, os mais jovens silenciavam, tanto quanto podiam, em favor dos mais velhos!

Atualmente, qualquer abostado de cabelos multicores, logra a “proeza” de ter dezenas de milhões de “seguidores”, falando do que não sabe; difundindo valores inversos aos de Deus; para o aplauso das amebas que recrudescem suas “amebices”, consumindo certa substância que combina com os vermes; pois, no Saara intelectual que grassa, basta que tenha algo a dizer e seja o “ídolo” dos acéfalos, para ganhar muito dinheiro, “produzindo” essas coisas ao gosto de gente de paladar estragado; efeito colateral da indigência mental disseminada.

Em defesa dos LGBTs “Cristãos”, outro dia ouvi alguns “conselhos teológicos” do Filipe Neto. “Esquece do Levítico, - berrava – foca no que Jesus falou sobre isso.”

Como Cristo não abordou o tema da homossexualidade, pensava o ilustre formador de jegues, assunto encerrado. A prática está liberada; quem criticar deve ser barrado denunciado pelo seu “discurso de ódio.” Será?

Vamos seguir por um pouco o conselho do dito cujo; focar no que O Mestre falou. O que Ele falou sobre o Velho Testamento, os escritos que existiam nos Seus dias na Terra? Disse que os tais davam testemunho Dele; “Examinais as Escrituras, porque vós pensais ter nelas a vida eterna; e são elas que de Mim testificam;” 5:39

Ainda contou uma parábola, onde um “morto” sofrendo em tormentos que pediu que fosse mandado alguém à sua casa, para que seus parentes não sofressem como ele. Foi lhe dito que já tinham o que precisavam; A Lei e os Profetas. Quem rejeitasse seus escritos, também rejeitaria ao Salvador. “Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite.” Luc 16:31

Não divisões na Palavra de Deus; contradições doutrinárias.

Quem rejeita os sóbrios, sisudos e sábios conselhos dos de cabelos brancos, que aprenderam de Deus, fatalmente serão enganados por esses que mudam a cor dos cabelos como quem troca de roupas. Essa inconstância fútil é um testemunho de impiedade, falta de paz, sossego, marca registrada dos ímpios. Da mulher adúltera A Palavra diz: “Estava alvoroçada, irrequieta; não paravam em sua casa seus pés.” Prov 7:11

Dos ímpios em geral, diz mais: “Os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar; suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.” 57:20 a 21

Quem valora artifícios como, superiores à essência, fatalmente se perderá nessa miscelânea artificial que se tornou esse mundo líquido.

Entretanto, os que aprenderam que a constante renovação dos meios não deve, em nada, alterar os fins, sob seus cabelos brancos ainda escondem torrentes de vida, que lhes permite produtividade apesar de, o apelo aparente não ser seu ponto alto. “Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos, vigorosos, para anunciar que O Senhor É Reto.” Sal 92:13 a 15

domingo, 17 de março de 2024

A beleza


“Dizes que a beleza não é nada? Imagina um hipopótamo com alma de anjo... Sim, ele poderá convencer alguém da sua angelitude – mas, que trabalheira!” Mário Quintana

A ideia de a beleza interior suprir lapsos da aparência tem sido explorada pela arte, em contos tipo, “A Bela e a Fera”, peças como “O Fantasma da ópera”, etc.

Toda espécie de arte é, a rigor, uma busca pelo belo em suas multiformes possibilidades; estética, moral, espiritual, psíquica, intelectual, sentimental...

Tanto pode ser motivo de disputa, inveja, como em “Branca de Neve e os Sete Anões”, quanto, pode ser incompreendida e mal apreciada, como foi em “O Patinho Feio”.

Malgrado, o caráter transitório, temporal, da formosura estética, é inegável que sua presença, ou ausência têm impacto no apreço dos semelhantes. Tenhamos os predicados que tivermos, ninguém gosta de “sair mal na foto.”

Qualquer coisa que tenda ao exagero, se, não por outra razão, pelo desequilíbrio, traz um componente feio a anular outro que lhe seja oposto. Como a vaidade excessiva que leva pessoas a fazer dezenas de cirurgias plásticas, só para ficarem parecidas com esse ou aquele, sem um propósito sadio; apenas, tendo suas velas enfunadas pelos ventos da futilidade.

A beleza interior se avantaja à aparente, pela relação de ambas com o tempo. Enquanto a estética é biodegradável, sofre a ação dos dias num sentido deletério, a interna tende a crescer, à medida que o curso da vida apura nosso “paladar” espiritual, intelectual, cultural...

De onde nasceu que, as aparências enganam, senão, da experiência de gente que, seduzida pela beleza visível, foi vitimado por alguma feiura subjacente?

A progressão da formosura interior não é regra; muitos envelhecem apenas, sem amadurecer, sem crescer, como denunciou Saint Exuperry: “Ninguém te sacudiu pelos ombros quando ainda era tempo. Agora, a argila de que és feito já secou e endureceu e nada mais poderá despertar em ti o místico adormecido ou o poeta ou o astrônomo que talvez te habitassem.”

Num filme como Shrek, por exemplo, quem se enternece com a sina das personagens, certamente o faz em vista da beleza interior em jogo. Não há esmero estético numa saga de ogros, nem num burrico “casando” com um dragão fêmea. O amor, e os meandros que precisa vencer para se realizar traz uma gala intrínseca, que prescinde do aprumo estético.

Então, voltando ao Quintana, os “hipopótamos” bem que podem evidenciar suas “angelitudes”.

No que tange a Deus, O Autor de todas as belezas verdadeiras, uma ocupa lugar de destaque, a Santidade, A separação de tudo o que é imperfeito, impuro, inacabado; “Tu És tão puro de olhos, que não podes ver o mal...” Hc 1;13 “A lei do Senhor é perfeita e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro e ilumina os olhos. O temor do Senhor é limpo e permanece eternamente; os juízos do Senhor são verdadeiros e justos juntamente.” Sal 19:7 a 9

Plena de sentido a exortação: “Dai ao Senhor a glória devida ao Seu Nome, adorai o Senhor na beleza da santidade.” Sal 29:2

Por ser Espírito Deus não pode ser visto, ainda assim, podemos “vê-lo” nos Seus Traços que Suas obras revelam: “Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o Seu Eterno Poder, quanto Sua divindade, se entende, e claramente se vê pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” Rom 1:20

Ficam sem desculpas, pois, os que vendo a “Beleza de Deus” pelos Seus feitos, negam-se a glorificá-lo como merece. Quantas vezes, vendo documentários como “Globo Repórter, National Geographic” etc. diante de situações maravilhosas de simbiose entre seres vivos, peculiaridades de interação entre vidas e ambiente, etc. os repórteres concluem: “A natureza é sábia!”

Seu modo oblíquo de desonrarem a Deus, atribuindo a beleza das Suas Obras ao acaso. “Porquanto, tendo conhecido a Deus, não O glorificaram como Deus, nem Lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram e o seu coração insensato se obscureceu.” Rom 1:21

A feiura da desonestidade intelectual dos ímpios, assomando para prejuízo deles.

Se esses não fingissem ignorar a quais “contornos” Deus aprecia, seriam bem aventurados; “Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.” Sal 51:17

Quem, ensinado por Ele, pouco a pouco vai “adquirindo paladar” para a beleza espiritual acima das outras, no decurso venturoso disso, vai desejando ser cada vez mais parecido com O Mais Belo de todos os seres, O Criador. “Quanto a mim, contemplarei Tua Face na justiça; e me satisfarei da Tua semelhança quando acordar.” Sal 17:15

A urgência ignorada


“... Não rogues por este povo para seu bem.” Jr 14:11

O Senhor vetando a Jeremias que ele intercedesse pela bênção dos hebreus. Antes, duas vezes dissera o mesmo: “Tu, pois, não ores por este povo, nem levantes por ele clamor ou oração, nem me supliques, porque não te ouvirei.” Cap 7:16 “Tu, pois, não ores por este povo... ” Cap 11:14

Os motivos da aversão Divina por eles estão expressos no texto do profeta: Trocaram O Deus Vivo por ídolos; “Porque o Meu povo fez duas maldades: a Mim deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas.” Cap 2:13

Viviam em inclinação despudorada ao pecado; “... tu tens a fronte de uma prostituta, não queres ter vergonha.” Jr 3:3

Lideranças que deveriam corrigir eram partícipes da apostasia; “Irei aos grandes, falarei com eles; porque eles sabem o caminho do Senhor, o juízo do seu Deus; mas estes juntamente quebraram o jugo, romperam as ataduras.” Cap 5:5

Seus mestres e escribas, invés de difundirem a Doutrina do Senhor, forjavam escritos alternativos; “Como, pois, dizeis: Nós somos sábios, a Lei do Senhor está conosco? Eis que em vão tem trabalhado a falsa pena dos escribas. Os sábios são envergonhados, espantados e presos; rejeitaram a Palavra do Senhor; que sabedoria, pois, têm?” Cap 8:8 e 9 etc.

Assim, nada adiantaria o profeta rogar pelo bem de um povo que, sistematicamente optava pelo mal; invés de acessar a Misericórdia Divina, estavam acendendo a Ira do Eterno: “Porventura por estas coisas não os castigaria? diz o Senhor; não se vingaria Minha alma de nação como esta?” Jr 9:9

Os que apregoam o suposto “poder da oração”, deveriam meditar nesses incidentes, para entender que o poder está com O Eterno; contra a vontade ou aceitação Dele, nada acontece. “... A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” Tg 5:16

Todavia, aqueles que, conhecendo à vontade Divina, se alienam, rejeitam ou se opõem, na hora da colheita das suas escolhas desorientadas, não venham cansar a Santa Paciência com petições interesseiras, oportunistas, como se O Todo Poderoso fosse manipulável, dado a sentimentalismos pueris, ao ponto de ceder aos maus, se esses rogarem sob o manto de lágrimas falsas.

Um pecador em estado “puro”, digo, alienado das coisas do Santo, tem acesso ao perdão Divino facilmente se, conhecendo-as, muda de vida segundo o que aprender; “Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam;” Atos 17:30 “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno os seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar.” Is 55:7

Porém, aquele que, inteirado do querer do Altíssimo, persiste em agir à sua ímpia maneira, ignorando à voz amorosa que o chama, certamente sofrerá as consequências desse desdém. “... porque clamei e recusastes; estendi Minha mão e não houve quem desse atenção, antes rejeitastes todo Meu conselho e não quisestes a Minha repreensão, também de minha parte me rirei na vossa perdição e zombarei, vindo o vosso temor. Vindo o vosso temor como a assolação, e vossa perdição como uma tormenta, sobrevirá a vós aperto e angústia.” Prov 1:24 a 27

Embora muitos não aquilatem devidamente, ouvir à Palavra de Deus, é um grande privilégio, que traz anexa uma, não menor, responsabilidade. Podemos nos desviar “desentendidamente” do que ouvimos, ou, nos deixar instruir e andar conforme; ambas as escolhas terão consequências: “Porque o erro dos simples os matará, o desvario dos insensatos os destruirá. Mas o que me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1:32 e 33

A necessidade de reconciliação do pecador com Deus não é uma coisa que possa ser protelada indefinidamente; a todo instante partem pessoas que tiveram essa oportunidade e desprezaram, e nunca mais a terão; por isso, a advertência: “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.” Is 55:6

A incerta duração de nossas vidas terrenas, é a redoma de tempo e espaço, na qual devemos reencontrar o caminho de casa; voltar para Deus. “De um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, O pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós;” Atos 17:26 e 27

Como desconhecemos o devir, cada instante pode ser o último; daí, a urgência com que A Palavra de salvação é apresentada. “Hoje, se ouvirdes Sua Voz, não endureçais os vossos corações.” Heb 4:7

sábado, 16 de março de 2024

Salvos pelo Amor de Deus


“Com todo engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvar.” II Tess 2:10

Nuances da manifestação do “homem do pecado, filho da perdição,” o Anticristo.

Seu método, engano, injustiça; suas presas, os que não receberam o amor da verdade. Em geral pensamos que devemos à verdade, apenas dar crédito. Em se tratando da Verdade, que é Cristo, “...Eu Sou... A Verdade...” Jo 14;6 a relação salvífica com ela demanda um pouco mais; amar.

Diferente do que pensam os que fundem sentimentalismo ao amor, amar vai além de sentir desejos benévolos em relação a alguém; ou, aceitar tudo o que esse alguém faça, como se, o amor que busca e aceita todos, aceitasse tudo. Não. Envolve comprometimento, entrega, obediência. “Se Me amais, guardai Meus Mandamentos.” Jo 14:15 “Aquele que tem Meus mandamentos e os guarda esse é o que Me ama; aquele que Me ama será amado de Meu Pai; Eu o amarei, Me manifestarei a ele.” Jo 14:21

Não é um mercantilismo pueril, toma-lá-dá-cá, comércio de “afeto” em troca de interesses. Eu “amo”, mas se... quem ama deveras não tem um “se” como termo até onde seu amor seguiria sendo “fiel.” A mulher de Jó, no auge da provação dele achou que teria se rompido esse suposto termo; “...ainda reténs tua sinceridade? Amaldiçoa Deus, e morre.” Jó 2:9 “... Como fala qualquer doida, falas tu...” respondeu ele.

“A verdadeira afeição, na longa ausência se comprova”. Camões. Também, em relação a quem pensa amar a Deus, na Verdade. Eventualmente, duros trechos de marcha nos são reservados nesse mundo mau. Quando isso acontece, os que amam questionam os próprios caminhos, buscam entender os motivos Divinos para permitir dores; mas, jamais colocam em dúvida as decisões da Santa e Eterna Sabedoria. “Lendo a Bíblia, encontrei muitos erros; todos em mim.” Agostinho.

As passarmos por esses “túneis”, Isaías aconselha: “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do Seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50:10

A verdade é sisuda, confrontadora, restrita aos fatos, despreocupada em agradar. Quem a fala e vive, nesse mundo de mentiras, tem todos os predicados “necessários” para se tornar um desmancha-prazeres, mal visto, indigesto. Todavia, aos olhos celestes fará desejável figura: “Quem Me ama será amado do Meu Pai...” ensinou O Salvador.

Como um cônjuge que ama seu par, notaria pelo convívio, o mínimo traço de alteração comportamental no outro, também nossa relação com a verdade. Ao menor sinal de que “ela está mudando”, identificamos as garras adúlteras da mentira tentando se imiscuir em nossa relação com O Pai. Quem a ama não será enganado pelo Pai da Mentira.

Nosso amor enseja um zelo pelo que é santo; o efeito colateral disso, incide de volta sobre nós, protegendo-nos dos ardis da oposição; “Como guardaste a palavra da Minha paciência, também te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar aos que habitam na terra.” Apoc 3:10

O Senhor atua através da Sua Palavra; quem guarda-a será guardado por ela; como um colete-à-prova-de-balas, só protege quem o possui se for vestido, também a Palavra de Deus; só guarda quem a ama e retém.

Se a verdade tem como limite os fatos, a mentira desconhece termos; o inferno é o limite. Desboca-se em grandezas fora da casinha, caçando incautos que, buscam pelo engano com a sofreguidão que um beduíno busca um oásis no deserto.

Nossa tendência natural atina a isso. Embora grandes devedores a Deus, pelas nossas muitas falhas, a maioria “reina” sobre fantasias de espúria fabricação, atuando como se, a vida lhe devesse grandes coisas, quando, na verdade ele carece dar satisfações ao Criador.

Tanto é assim, que a aproximação do homem natural, de Deus é impossível. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8:7

Não se trata de querer ou não; mas, de não poder mesmo. Por isso, O Salvador chama a Si para o “novo nascimento”, espiritual; aos que O ouvem e recebem, faculta o poder que faltava. “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1:12

Os cegados pelo Pai da mentira são levados a buscar “erros” na Palavra de Deus. O traíra formou “teólogos” hábeis nisso. Quem aprendeu amar à verdade, invés de desviado por um falso líder, apenas vislumbra de longe, entristecido, à desértica perdição daquele. “Os sábios são envergonhados, espantados, presos; rejeitaram à Palavra do Senhor; que sabedoria, têm eles?” Jr 8:9

sexta-feira, 15 de março de 2024

As "narco-milícias evangélicas"


“Até quando o tolo vai pelo caminho, falta entendimento e diz a todos que é tolo.” Ecl 10;3

Ninguém sai por aí dizendo: Sou tolo, parvo, imbecil! Antes, a ideia é que a tola forma de agir, evidencia carência de saber. Falar, atuar desconexo com a realidade acaba sendo uma “confissão” de cérebro ermo, onde deveriam habitar saudáveis neurônios.

Repercute trecho de uma entrevista de Gilmar Mendes, que, citando “fontes” difusas, tipo, “ouvi falar”, asseverou a existência do que chamou de “narco-milícia evangélica”, um consórcio de narco-traficantes e pastores, atuando no Rio de Janeiro.

Temos problemas com a fala do ministro, analisando estritamente ela; não, lançando irresponsavelmente ao ventilador, o que alguém teria ouvido falar em algum lugar, como se isso fosse digno de crédito.

Primeiro; um verdadeiro ministro de Corte Suprema, comprometido com a justiça, não sai falando pelos cotovelos intrometendo-se em tudo. Um juiz probo, (ele não é) fala apenas nos autos, argumentando as razões pelas quais vota assim ou assado. No mais, mantém silêncio, cioso que seu dever requer imparcialidade.

Segundo; para soltar ao vento uma afirmação dessa gravidade, ele carece fontes fidedignas; para que possa provar, onde de direito, a veracidade da acusação. Senão, não passa de um leviano, castrado do bom senso e prudência, necessárias a qualquer homem, minimamente decente; que dizer de um decano do STF?

Terceiro; ninguém tem mais casas de recuperação de drogados no nosso país, que as igrejas evangélicas, entre as mais variadas denominações. É necessário assumir uma posição, honorável Ministro: ou, os evangélicos são pela drogadição, ou pela recuperação dos drogados. Apesar de nossas imperfeições, não está em nosso “cardápio” darmos uma mão a Deus, outra, ao Diabo. Evangélicos e traficantes são coisas excludentes. Não se pode ser as duas.

Evangélico, caro decano, é quem adota os ensinos do Evangelho como modo de vida, sendo o mais eloquente, não fazer ao próximo aquilo que não deseja para si. Assim, tanto não desejamos drogas, quanto, lutamos pela libertação dos que já estão nas teias dos vícios.

Por fim, quanto à “milícia” fazemos parte de uma sim. Como o senhor foi guindado aonde está, pelo seu “notável saber”, certamente sabes que a palavra tem mais usos possíveis que, apenas nominar grupos de extermínio, que fazem coisas brutais ao arrepio das leis, pelo arbítrio doentio de uma ou duas cabeças, adoecidas.

Os que combatem pela causa de Cristo, militam por Ele; assim, sua atuação pode ser, figuradamente, adjetivada como milícia, coisa que o apóstolo Paulo fez. “Este mandamento te dou, meu filho Timóteo, que, segundo as profecias que houve acerca de ti, milites por elas boa milícia.” I Tim 1:18
“Se alguém milita, não é coroado, se não militar legitimamente.” II Tim 2:5 “Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas.” I Tim 6:12

Enfim, caro decano, se para ascender à toga preta foi demandado de vossa Excelência, notório saber, e tens mais de uma década de experiência na mais alta corte do país, deves saber muito. Então, mesmo se comportando como o tolo que vimos ao princípio, que sai nu de predicados intelectuais, às mais concorridas “ruas” de nossa nação, expondo sem nenhum pejo toda a obscenidade dos seus lapsos, suspeito que não seja tolice seu motivo, mas, algo bem pior.

Pessoas venais, corruptas, sempre escolhem o mesmo lado, o da moeda. Em cima disso, usam seus predicados e talento para semeadura de cizânia, calúnia, desinformação; com uma cara privada de vergonha, incapaz de sentir o peso das barbáries que profere em defesa de seus intere$$e$ mais caros.

Sua diarreia verbal ocorre por privação de caráter, não, de saber. O Salvador, ensinando O Evangelho apreciou aos que usam o conhecimento a serviço do mal, como sendo uma “luz”, que, no fundo, são trevas. “Se, porém, teus olhos forem maus, teu corpo será tenebroso. Portanto, se a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” Mat 6:23

Chamamos de luz, caro Ministro, um caráter transparente, que nada tem a esconder; isso é parte do Evangelho, a razão primeira, pela qual, os que escolhem o crime e a hipocrisia como modo de vida, se mantêm a uma “distância segura” de Jesus Cristo.

Claro que usei ironia quando o chamei de excelência, e dotado de notável saber! Respeito se conquista agindo de modo respeitável, é não é seu caso nem da maioria dos seus pares. Pago partícula do seu polpudo salário contra minha vontade, pois, não és digno.

A cadeira, o cargo, podem ser de excelência; contudo, sobre a bunda que nela se assenta, apoia-se um cérebro privado de decência.

quinta-feira, 14 de março de 2024

Caçadores de moscas


“Conheço tuas obras, tribulação, pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que se dizem judeus, e não são...” Apoc 2:9

“Eis que Eu farei aos da sinagoga de Satanás, aos que se dizem judeus, e não são, mas mentem: farei que venham, e adorem prostrados aos teus pés, e saibam que te amo.” Apoc 3:9

“Conheço tuas obras, teu trabalho, tua paciência, que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos e não são, tu os achaste mentirosos.” Apoc 2:2

Fragmentos registradas em Apocalipse. O que cada verso tem em comum com os outros é que, O Senhor denuncia gente que se diz ser uma coisa que, não é.

Vivemos a pós-verdade, onde, mentiras ganham mídia, são divulgadas, enquanto, a verdade é amordaçada, tolhida, caluniada. Sem qualquer pudor, quadrilhas que furtaram ao poder sem nenhuma legitimidade, falam em “criar uma narrativa” nome da moda para mentir sistematicamente, ativar o modo quadrilha, e destruir às reputações.

Isso tudo, permeado com censura a opositores, desejo confesso de controlar as redes sociais; a mídia venal, já compraram. Os poucos honestos equilibram-se a duras penas, entre seu desejo por reportar fatos, e os riscos que isso representa. Os que impõem essas arbitrariedades, o fazem sempre em “defesa da democracia”.

Portanto, a arte de se parecer uma coisa que não é, excede em muito o âmbito das igrejas.

Lá, infelizmente, temos muitos pregadores, cujos modos de vida desmentem suas pregações; se dizem ministros do Senhor e não são. Deem lhes um microfone e logo se transfiguram, cheios de moralismos e “doutrinas” com as quais atacam, olvidando que chamada de um ministro idôneo é para que ele anuncie o Evangelho, não, as nuances de sua predileção, onde deveria fluir apenas a Palavra do Senhor.

“Não mandei esses profetas, porém, foram correndo; não lhes falei, contudo, profetizaram. Se estivessem no Meu conselho, então, teriam feito Meu povo ouvir Minhas Palavras; o teriam feito voltar do seu mau caminho, da maldade das suas ações.” Jr 23:21 e 22

Não que, um ministro probo não possa corrigir, eventualmente, aos de mau proceder; refiro-me aos que não corrigem a si mesmos. Sentem-se superiores, como o fariseu que orava desprezando ao publicano.

A autoridade para correção requer primeiro uma postura submissa, obediente, como ensina Paulo: “Estando prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida vossa obediência.” II Cor 10:6

Por um detalhe periférico de usos e costumes, esses fariseus que parecem santos e não são, lançam gente mais preparada e de melhor testemunho que eles, ao desprezo; dão de ombros agressivamente deixando claro sua “superioridade”; os que não rezam pela cartilha deles, seriam sub-salvos, pseudo cristãos, ou, na melhor das hipóteses, crentes de segunda divisão. Quiçá, depois de muito aconselhamento de gente como eles, possam ser promovidos aos da primeira; depois de aderir às idiossincrasias deles, claro!

O simples fato de sua “artilharia” estar voltada contra os que creem, invés de buscando pelos perdidos, já deixa patente um crasso erro de alvo.

Quando João decidiu impor restrições a alguns por picuinhas, foi repreendido pelo Senhor; “... Não o proibais, porque quem não é contra nós é por nós.” Luc 9:50

De novo recorro a uma frase citada pelo Padre Paulo Ricardo: “Queres conhecer a motivação espiritual de alguém? Observe contra o quê, ele está lutando.”

Pois, esses que lutam contra os salvos, tentando impor a eles, doutrinas de homens sonegando a sadia interpretação da Palavra de Deus, trabalham para quem? O zelo divorciado da luz é matéria-prima para fanatismo, como disse Paulo dos seus coirmãos judeus: “Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento.” Rom 10:2

Acaso não foi movido por esse zelo cego que Paulo precisou um tratamento de choque, quando O Senhor o encontrou a caminho de Damasco?

Tantos problemas graves na Igreja, perversões sexuais “canonizadas”, liberalismo teológico espezinhando diuturnamente à sã doutrina; esses que se presumem obreiros preparados e não são, pelejando com unhas e dentes sobre vestes e cosméticos, como se houvesse santidade nisso.

Desde que não exceda aos padrões de decência, todo mundo sabe o que é indecente, tudo bem; mas para esses caçadores da mosca alheia enquanto engolem camelos, não.

Muitos pregadores defendem suas doenças dizendo que o cristão é conhecido pelas vestes. Parece doutrina, mas não é.

Cristo ensinou que seremos conhecidos pelos frutos; Paulo definiu o caráter transformado, como os frutos esperáveis; “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2:19

Quem está ciente que Deus o conhece, passa ao largo do teatro dos hipócritas.