sábado, 9 de abril de 2022

Nossa vã teoria


“Disse-lhe Jesus: Vai, o teu filho vive. O homem creu na palavra que Jesus lhe disse e partiu.” Jo 4;50

Um de linhagem nobre procurara ao Salvador pedindo que Ele descesse para curar seu filho que estava à morte. O Senhor fez um comentário como a testar sua fé; “Se não virdes sinais e milagres, não crereis.”

Ele reiterou seu pedido de urgência; “... Senhor, desce, antes que meu filho morra.” v 49 então, O Mestre disse as palavras acima. “Vai o teu filho vive.”

Muitos não entendem bem o papel da fé. Equacionam-na como uma “força” que ajuda as coisas Divinas acontecerem. Não é bem assim.
Usam textos como: “Vai, a tua fé te salvou.” Ou, “Não fez ali muitas maravilhas, por causa da incredulidade deles.” Mat 13;58 etc.

Claro que a fé é indispensável. Todavia, não é um “aditivo” sem o qual o Poder Divino diminui. Onde estava a fé humana quando Ele ressuscitou Lázaro? À Filha de Jairo? Ou, quando Ele próprio ressuscitou? Fez essas e tantas coisas mais sem nenhuma participação da nossa fé.

No início, o que feriu O Coração do Criador foi a dúvida. A Palavra Divina foi posta em dúvida pela do inimigo; o homem ouviu a esse.

Há uma dúvida honesta derivada das nossas insipiências que nos leva a considerar diferentes aspectos de uma questão. Para os que estudam filosofia, engenharia, medicina, e afins, certa dose de dúvida é saudável. Até na Palavra de Deus Escrita, quando não entendemos. Enseja prudência, cautela, experimentos antes de afirmar que determinada coisa é assim ou assado.

Porém, tem uma dúvida moral que é afrontosa. Quando alguém íntegro nos conta algo que afirma saber, ou ser, e duvidamos do que ele nos diz, implicitamente o chamamos de mentiroso. No Caso de coisas ditas por Deus é blasfêmia. “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de Seu Filho Deu.” I Jo 5;10

Então, a fé que “possibilita” operação de milagres de Deus é a que atribui ao Eterno, Integridade, Verdade, Justiça.

Tiago coloca o volúvel hospedeiro das dúvidas como inepto para a relação abençoada com Deus. “Se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente; não lança em rosto, e ser-lhe-á dada. Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, lançada de uma para outra parte. Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa.” Tg 1;5 a 7

Não diz que Deus não pode dar; apenas, que não honrará ao que duvida. Sim, a fé é uma questão de honrar a Deus, não duvidando do Seu Santo Ser, nem da Sua Infalível Palavra. “... aos que me honram honrarei, porém os que me desprezam serão desprezados.” I Sam 2;30

Quando, num momento de euforia coletiva, um dia após O Salvador ter multiplicado os pães e peixes, muitos se “voluntariaram” para “fazer a Obra de Deus”, O Senhor colocou a fé como ponto de partida. “... Que faremos para executarmos as obras de Deus? Jesus respondeu: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que Ele Enviou.” Jo 6;28 e 29

Sabemos, dito por Tiago, que a fé sem obras é morta. Todavia, as obras da fé são um testemunho da sua veracidade, não um suplemento. Agir conforme crê, testifica da crença; “... mostra-me a tua fé sem tuas obras, e te mostrarei minha fé pelas minhas obras.” Tg 2;18

Como o homem de nosso texto inicial, ao qual O Senhor disse: “Vai o teu filho vive. O homem creu na Palavra que Jesus lhe disse e partiu.” Agiu conforme A Palavra do Senhor sem hesitar.

A teoria da fé me leva a fazer determinadas afirmações; a prática demanda atuar conforme. “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Paulo denunciou alguns teóricos vãos; “Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as suas obras, sendo abomináveis, desobedientes, e reprovados para toda a boa obra.” Tt 1;16

Enfim, a fé não é uma força que possibilita a ação Divina; antes, uma confiança irrestrita que agrada ao Seu autor; Jesus Cristo. “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e que É galardoador dos que o buscam.” Heb 11;6

“Pobreza e afronta virão ao que rejeita a instrução, mas o que guarda a repreensão será honrado.” Prov 13;18

sexta-feira, 8 de abril de 2022

O Inimigo Interior


“Vós bem intentastes mal contra mim; porém Deus o intentou para bem, para fazer como se vê neste dia...” Gn 50;20

Os irmãos de José temendo que ele se vingasse dos males passados, uma vez que Jacó, o pai, era morto. José não diminui a culpa deles; apenas, enfatizou que Deus tirara o bem, até mesmo, das maldades deles.

Nos salmos encontramos O Eterno “tirando leite de pedras” mais uma vez; “Certamente a cólera do homem redundará em Teu louvor; o restante da cólera tu o restringirás.” A cólera humana, Ele pode usar em Seu favor; a que não for assim, desfazer.

Paulo disse: “Sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo Seu propósito.” Rom 8;28

A diferença entre nossa visão e A do Eterno, tentamos suprir com nossas sentenças limitadas; dizemos que “há males que vêm para bem”, ou que “Deus escreve certo por linhas tortas.” Por exemplo. Os ateus propõem que a fé é cega; por “ver” coisas na dimensão Divina. Eles são cegos, porque privados dessa faculdade que vê ao largo.

Outra sentença surrada é a de que, “as aparências enganam.” Não sei se são, estritamente, elas, ou, as conclusões que derivamos delas; por, tendo vislumbrado a superfície, imaginamos por nossa conta, o profundo.

Os que temem a Deus e se lhe submetem, herdam dessa intimidade com O Pai, luzes que escapam aos demais; “O segredo do Senhor é com aqueles que O temem; Ele lhes mostrará Sua Aliança.” Sal 25;14 O homem espiritual pode ver coisas que ao natural passam obscuras; “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas, o que é espiritual discerne bem tudo, e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

Ao profeta Samuel, O Eterno ensinou: “... Não atentes para sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque O Senhor não vê como vê o homem; pois, o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração.” I Sam 16;7

Desgraçadamente, nem aos nossos próprios corações conseguimos ver claramente; quantos de nós, em dado momento, nos vemos praticando coisas que, jamais imaginamos que fossem possíveis praticarmos?

Há um “inquilino” em nossas almas, que tende a furtar as vontades, e nos deixar apenas com as boas intenções; “Porque sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, faço. Ora, se faço o que não quero, já não faço eu, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7;18 a 20

O nascer de novo, seguir após Cristo, possibilita mortificar esse pendor suicida; “Porque a inclinação da carne é morte; mas, a inclinação do Espírito é vida e paz.” Rom 8;6

Nosso coração tende a nos trair; seu engano adoecido faz com que pensemos ser melhores que somos. O Senhor ensina: “Enganoso é o coração, mais que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, provo os rins; para dar a cada um segundo os seus caminhos, segundo o fruto das suas ações.” Jr 17;9 e 10

Então, quando O Salvador requer; “Negue a si mesmo”, invés de tolher minha liberdade de ação, como poderia parecer a uma apreciação vulgar, Ele demanda que eu me livre de um traidor. Das garras de um míope presunçoso que acredita ver muito longe. “Há um caminho que ao homem parece direito, mas no fim dele são os caminhos da morte.” Prov 14;12

Todos advogam a lei da semeadura e ceifa, sem se dar conta do quê, ela encerra. Não significa que, os que fazem o bem vão para o Céu, ou outros para o inferno; como se, a definição de bem e mal fosse mesmo nossa; a diferença entre semeaduras não é entre bem e mal; antes, entre carne e espírito.

O que confia em si mesmo, no próprio braço, confia na carne; mas, quem adota para si os Pensamentos Divinos, anda em espírito. “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7 e 8

O maior dos males, a morte de um inocente crucificado, Deus transformou no maior dos bens, salvação de pecadores. Das dores verte alegria; mas, jamais transforma desobediência, rebeldia, em credencial.

quarta-feira, 6 de abril de 2022

A Água Pura


“Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo Sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e renovação do Espírito Santo.” Tt 3;5

Quem pretendesse se justificar perante Deus, apresentando boas obras, por vistosas que fossem, ainda precisaria disso: “Lavagem da regeneração, e renovação do Espírito Santo.”

A sujeira do pecado é tal, que sem isso nada feito, estamos mortos. A regeneração é chamada de nascer de novo. “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus.” Jo 3;3

Essa ideia pode ferir a autoestima de quem se presume “do bem”. Embora, para certos ramos da psicologia careçamos melhorar a autoestima, à luz da Palavra de Deus, nosso problema é o orgulho, pensarmos de nós, mais do que convém.

A Sã Doutrina não usa abordagens de coach. Essas frases motivacionais que exaltam potenciais, despertam ânimos dormidos visando fazer cada um mais autoconfiante rumo ao sucesso no labor ao qual se propõe; isso pode ter seu valor na área de incitar ao trabalho.

Mas, O Trabalho de Deus é “desfazer a obra do diabo.” O pai da mentira “motivou” demais ao primeiro casal, acenou a eles com uma grandeza falsa; desde então, a necessidade deixou de ser, autoestima; passou a ser humildade.

Alguém disse com propriedade: “O melhor negócio da terra seria comprar os homens pelo que eles valem, e revendê-los pelo que pensam que valem.”

A Palavra de Deus não massageia egos, antes, desconstrói. “... não há bom, senão Um Só, que é Deus.” Mat 19;17 “Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; ninguém que busque a Deus.” Rom 3;10 e 11 “Mas todos nós somos como o imundo, e nossas justiças como trapo da imundícia; nós murchamos como a folha, nossas iniquidades como um vento nos arrebatam.” Is 64;6 etc.

Enquanto não estivermos convencidos da sujeira que se nos pegou desde o egoísmo gestado no Éden, não estaremos prontos para ser lavados como convém.

O ego tende a mensurar tudo aos próprios olhos, aquela balela “filosófica” de ser o homem “a medida de todas as coisas.” A Palavra desencoraja o suicídio: “Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3;5 a 7

Nossa “habilitação” para O Reino dos Céus, antes das aulas práticas demanda abraçar e aprender a teoria; “... A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que Ele enviou.” Jo 6;29 O crer bíblico tem conteúdo; excede ao mero crer em Deus que o vulgo fala sem saber o que significa.

Precisamos abdicar de nosso modo raso de pensar e, doravante ter como bússola os pensamentos Divinos expressos na Palavra; “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

Quando O Salvador se dispôs a lavar os pés aos discípulos, um deles, o mais “humilde” Pedro, recusou-se a aceitar. O Senhor advertiu: “Se Eu não te lavar não tens parte Comigo.” Aquele incidente era literal; mas espiritualmente se aplica a todos nós; se O Salvador não nos lavar, (no Seu Sangue) não teremos parte com Ele.

“Estes são os que... lavaram suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro.” Apoc 7;14

Cada pregação da Palavra é uma oportunidade da alma se ver ante o espelho Divino. A lavagem não é compulsória, demanda a participação humana mediante arrependimento e mudança de hábitos; “Porque, se alguém é ouvinte da palavra, não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho seu rosto natural; porque contempla a si mesmo, vai-se, e logo esquece de como era.” Tg 1;23 e 24

Alguns, por tímidos, volúveis até dão alguns passos rumo à santificação, mas, açodados pelas tentações voltam à sujeira de antes; Pedro fala desses: “Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito, e a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2;21 e 22

A Palavra de Deus não nos humilha por algum sadismo; antes, nos mostra como somos, e convida a sermos de novo como Deus é; Santo. Não é capricho Divino, é necessidade; “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor;” Heb 12;14

terça-feira, 5 de abril de 2022

A Angústia de Deus


“Em toda a angústia deles Ele (O Senhor) foi angustiado; o anjo da Sua Presença os salvou; pelo Seu Amor e sua compaixão Ele os remiu; os Tomou e Conduziu todos os dias da antiguidade.” Is 63;9

Essa faceta de Deus se angustiar com as angústias do Seu povo é uma das mais eloquentes testemunhas da grandeza do Seu Amor. Se, esse é incondicional, contudo, a aceitação não é.

Essa doença que alguns batizaram de “Teologia do Coaching”, onde toda ênfase recai sobra a Grandeza Divina, Sua Eterna disposição em perdoar, sutilmente vertida em aceitação incondicional, tênue desvio da necessária confrontação dos pecados, mata.

É uma espécie de “Teologia da prosperidade dos afetos” onde investimos simulacros de obediência e amor e em troca recebemos “cem vezes mais”; isso é insano! blasfemo até.

Certo é que, “Se formos infiéis Ele permanece fiel.” Isso atina ao Seu Bendito Ser; não, necessariamente, ao nosso relacionamento; pois a mesma fidelidade que reitera Seu amor, faz igual, em relação à justiça.

Deus se angustia quando erramos, justo pelo potencial destrutivo que o pecado tem em nossa relação com Ele. “Porque o salário do pecado é a morte...” Rom 6;23 Se estivesse “tudo dominado” a despeito do que fizéssemos, “uma vez salvo, sempre salvo” como creem alguns, tal sentimento sequer faria sentido.

Por quê se angustiaria com nossas faltas, se, sendo nós Seus prediletos, poderia fazer “vistas grossas” para com nossos deslizes? Porque Ele não pode. “Tu És tão Puro de Olhos, que não podes ver o mal; a opressão não podes contemplar...” Hc 1;13

Ele se angustia em nosso favor e nos defende quando somos atacados, por amar à justiça, pertencer a Ele; porém, se entristece contra nós, quando a causa são nossos erros, desobediências, rebeliões.

O Todo Poderoso não pode brincar com lixo. “... não Posso suportar iniquidade, nem mesmo a reunião solene.” Is 1;13 Se alguém imagina que os lapsos de obediência, frutos de justiça, santificação, podem ser supridos com cultos, louvores, se engana; “Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas violas. Corra, porém, o juízo como águas, e justiça como ribeiro impetuoso.” Am 5;23 e 24

Ele sofreu angústias pelas angústias dos eleitos, porque essas derivaram da oposição dos povos que se lhes opunham. Quando foram rebeldes aos Divinos Comandos, O Céu também sentiu os efeitos disso, e a repercussão incidiu sobre a Terra. “Mas eles foram rebeldes, contristaram Seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou inimigo; Ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63;10

Das angústias necessárias pela oposição do mundo preveniu: “No mundo tereis aflições, mas, tende bom ânimo; Eu Venci o mundo.” Noutra parte prometeu: “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus; bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem, perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos Céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” Mat 5;10 a 12

Essas frases de efeito, tipo: “Não diga ao teu Deus que tens um grande problema; diga ao teu problema que tens um Grande Deus”, um jogo de palavras que soa bonitinho, mas muitas vezes pretende tratar câncer de pele com maquiagem.

Muitos dos nossos “problemas” são a medicina de Deus, querendo nos purgar das superficialidades vãs, para aprendermos Dele, entre eles. “A obra de cada um se manifestará; o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; o fogo provará a obra de cada um.” I Cor 3;13

Não se trata de “ter um Grande Deus” para botar os problemas nos seus lugares com um grito gospel. Antes, de ter entendimento que Deus partilha nossas angústias porque nos quer edificados, provados, através Delas; não inchados, sem nada aprender.

Prefere compartir nossas dores a nos deixar levianos e inconsequentes; “Quando passares pelas águas estarei contigo, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem chama arderá em ti.” Is 43;2

O Pai não arrefece Seu Amor por nós, mas Sua aceitação demanda arrependimento, revisão de rumos. “Porque o erro dos simples os matará, o desvario dos insensatos os destruirá. Mas, o que Me der ouvidos habitará seguro, estará livre do temor do mal.” Prov 1;32 e 33

“Os meus olhos buscarão os fiéis da terra, para que se assentem Comigo; o que anda num caminho reto, esse me servirá.” Sal 101;6

Muitas angústias são “Porque O Senhor corrige o que ama, açoita qualquer que recebe por filho.” Heb 12;6 Nesses casos enfrentamos os problemas com exame de consciência, arrependimento. A maldição sem causa não vem, removendo essa, aquela sumirá.

A Mentira


“Emudeçam os lábios mentirosos que falam coisas más com soberba e desprezo contra o justo.” Sal 31;18

A mentira não é uma coisa inofensiva largada ao vento, que só faria um mal eventual, ao incauto; antes, trata-se de uma violência; um desprezo, ataque contra o justo.

Quando O Criador advertiu Adão da sentença de morte pela desobediência, e o inimigo disse que ele não morreria, antes, seria exaltado, seria “como Deus”, fez violência contra o homem, camuflando de vida elevada à morte; sobretudo, fez violência Ao Eterno, atribuindo Ao Santo, mentira e egoísmo.

Mentira; por ter feito uma ameaça falsa, segundo a oposição; e egoísmo porque não queria que o homem fosse como Ele; coisa que o homem poderia “reparar” desobedecendo; partindo para a autonomia, independência, ele seria “como Deus”.

No que seria possível a criatura assemelhar-se ao Criador já fora feito; o homem fora criado à Imagem e Semelhança Divinas. Nos atributos incomunicáveis, Onisciência, Onipresença e Onipotência, ninguém pode ser como Deus; assim, o mentiroso oferece o que não tem e sonega virtudes que os alvos da sua inveja têm.

Embora se digam filhos de Deus, O Salvador disse que têm outra filiação: “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, pai da mentira.” Jo 8;44

Isaías disse: “Como prevaricar, mentir contra o Senhor, desviarmo-nos do nosso Deus, falar de opressão e rebelião, conceber e proferir do coração palavras de falsidade. Por isso o direito se tornou atrás, a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, a equidade não pode entrar. Sim, a verdade desfalece; quem se desvia do mal arrisca-se a ser despojado...” Is 59;13 a 15

Uma vez mais a consequência de ser a mentira um ataque à justiça; “por isso o direito se tornou atrás, a justiça se pôs de longe.”

As leis são criadas para que tenhamos um fundamento sólido para edifício da justiça; magistrados são postos para dirimir os pleitos à luz das mesmas. 

Todavia, casuísmos, interesses fisiológicos de “poderosos” impotentes ante os próprios vícios, têm gerado uma vasta gama de aberrações jurídicas ao arrepio da Constituição Federal.

A Corte Suprema, última instância da justiça, o STF, tem sido adjetivado com sobejos motivos, de “Vergonha Nacional”. Sim, como toda causa enseja consequências, a mentira tem seus efeitos colaterais.

Pior; sempre tem um “intelectual, jornalista, influencer” para defender o indefensável, mandando às favas as leis, os fatos, por ser serviçal de interesses mesquinhos; tais, são obscenos morais, privados das vestes da justiça.

Como num campo de nudismo, onde o fora da lei seria quem estivesse vestido, assim parece a sociedade atual. Na política, sobretudo, mas atinge todas as áreas. Já nem se diz mais “mentira”, mas, variáveis como “narrativas, ou fake news”.

E pasmem! desgraçadamente, no atual império da pós verdade, se cogita censurar a liberdade de expressão, para prevenir às nocivas “mentiras”. Ora, o antídoto à mentira nunca foi a mordaça, o veto, antes, a verdade.

A balela de Joseph Goebbels, ministro da propaganda do nazismo, de que, “Uma mentira repetida mil vezes se torna verdade”, é tão veraz quanto o implemento do “Terceiro Reich”.

As ondas avançam mais, ou menos sobre o litoral, conforme as marés, eventuais ressacas, tsunamis até; mas, em geral há uma divisa sólida entre o mar e a terra. Assim a mentira, a narrativa, pode manipular, solapar, convencer até; mas, os fatos seguem lá, sólidos, perenes, inegociáveis.

O Rei dos mentirosos, Lula, disse anteontem que acabaria com a guerra da Ucrânia x Rússia numa mesa de bar enchendo a cara com os líderes. Foi aplaudido por alguns “intelectuais” além da claque que usas óculos vermelhos.

Quando presidia por aqui foi ao Oriente Médio e “ensinou” como fazer a paz por lá. Nada mudou, mas ele voltou envaidecido pavoneando-se.

Nosso Presidente, que longe de ser um Ministro do Evangelho, consegue agir sendo honesto, foi muito feliz no bordão que escolheu para sua campanha; “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará.” Jo 8;32 Adiante O Salvador ensinou: “Eu Sou... A Verdade...” Jo 14;6

Então, senhores, que querem proibir à “mentira” (a verdade inconveniente a eles) nós os conservadores cristãos “caçamos” “Fake news” todos os dias, sem proibi-las; antes, vivendo e ensinado o devido antídoto; a verdade.

Não podemos agir diferente, malgrado as ameaças do “mecanismo”; pois, pertencemos a Um Reino, do qual, “Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, os que se prostituem, os homicidas, os idólatras e qualquer que ama e comete a mentira.” Apoc 22;15

domingo, 3 de abril de 2022

A facilidade do ódio


“... Hei de crucificar vosso Rei? Responderam os principais dos sacerdotes: Não temos rei, senão, César.” Jo 19;15

Nem mesmo César sabia que era assim amado pelos judeus. Na verdade, era odiado.

Os judeus que o serviam como coletores de impostos eram chamados de publicanos.

Pecadores públicos, detestados pelos demais.
Certa feita, para enfatizar a gravidade da rejeição pelos religiosos, O Senhor disse que prostitutas e publicanos (pecadores do mesmo nível) entrariam no Reino de Deus antes deles, porque tinham se arrependido. “... Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes entram adiante de vós no Reino de Deus. Porque João veio a vós no caminho da justiça, e não crestes; mas, os publicanos e as meretrizes creram...” Mat 21;31 e 32

Se, César era detestado, por quê a afirmação de “lealdade” supra? Primeiro para “legitimar” a acusação de que Cristo seria um sedicioso contra ele; isso “forçaria” a mão de Pilatos; depois, porque um ódio maior abafa outro menor. Sabe o político aquele que afirmou que certo adversário postulando de novo o poder pretendia voltar à cena do crime? Agora, “motivado” por um ódio maior se aliou a ele? Assim.

César, “apenas” os escravizava; enquanto O Salvador acusara-os de hipócritas, sepulcros caiados e os desafiara a enfrentarem a si mesmos, sob pena de serem inferiores às prostitutas e publicanos. Isso pareceu demais.

A afirmação de “lealdade” a César veio dos “principais dos sacerdotes” os “influencers” da época. Quanto mais alto nosso ilusório pódio, maior a presunção, e mais resilientes as algemas. 

Por isso, “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir às sábias; escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir às fortes; escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são. I Cor 1;27 e 28

A igualdade, tão incensada por políticos e jamais observada, só é possível no Reino de Deus. Nele não tem isso de “uns mais iguais que os outros.” Não contam as tais classes sociais, poder terreno, fama, nobreza, nada. Os lugares altos são abaixados; os muito baixos são nivelados, para que todos fiquem do mesmo tamanho, zero. “Todo vale será exaltado, todo o monte e todo o outeiro será abatido; o que é torcido se endireitará, o que é áspero se aplainará.” Is 40;4

O Criador não pega nossa “matéria-prima” e reforma; antes, reinicializa o “sistema” todo, transforma; “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus.” Jo 3;3

Salomão escrevera que “Melhor é o que tarda em irar-se que o poderoso; o que controla seu ânimo, que aquele que toma uma cidade.” Prov 16;32 Ele estava aquilatando valores, dizendo qual tipo de homem era melhor, não, mensurando a dificuldade da empresa; dizendo o que seria mais fácil.

Como o desafio do Salvador fora que eles se tornassem melhores, enfrentando a si mesmos, preferiram negá-lo, fingindo-se dóceis aos romanos. A velha hipocrisia e suas surradas capas.

Quando os evangelistas reportaram, os fatos eram consumados já, de modo que puderam fazer a coisa no pretérito; “Estava no mundo, o mundo foi feito por Ele, e o mundo não o conheceu. Veio para o que era Seu, os Seus não O receberam.” Jo 1;10 e 11

Mas, a boa nova para então, e o futuro, é que, “a todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

O desafio feito àqueles é o mesmo a nós; “Negue a si mesmo, tome a cada dia sua cruz e siga-me.” Luc 9;23

Claro que é mais fácil negar a Ele, como fizeram os religiosos de então; porém, a questão é: Estamos em busca de facilidade ou de salvação? A vida eterna com Deus é dádiva gloriosa demais para ser fácil.

Embora, os opositores da fé nos acusem de nos “escondermos atrás da Bíblia”, como se, enfrentar a si mesmo seja coisa de covardes, não ousam formar fileiras para esse enfrentamento.

Nosso General É Valente demais, para ser seguido por covardes; “Tu és mais formoso do que os filhos dos homens; a graça se derramou em Teus Lábios; por isso Deus Te abençoou para sempre. Cinge Tua espada à coxa, Ó Valente, com Tua glória e Tua majestade. Neste Teu esplendor cavalga prosperamente, por causa da verdade, da mansidão e da justiça; a Tua destra te ensinará coisas terríveis. As Tuas flechas são agudas no coração dos inimigos do rei, e por elas os povos caíram debaixo de ti.” Sal 45;2 a 5

“César” segue oprimindo, estreitando, perseguindo, ameaçando, matando... é tudo o que pode; salvar não está na sua pasta. Por isso, não temos outro Rei, senão, Jesus Cristo.

sábado, 2 de abril de 2022

Silêncio é bom, ou ruim?


“... se o sal degenerar, com que se há de salgar?” Luc 14;34

O Salvador figurara os Seus como sendo “o sal da terra”; aqui, o risco de degenerar, perder o sabor.

Também dissera que os cristãos são a “luz do mundo.” Mat 5;13 e 14 Não carecemos muita perspicácia para entender que as figuras demandam retidão em dois aspectos distintos: Nosso agir testifica aos olhos, é luz; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que Está nos Céus.” Mat 5;16

Nosso falar, aos ouvidos: “Vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um.” Col 4;6 “Sempre agradável” a Deus. Não significa que devemos ser bajuladores de ímpios.

Alguns, com hemiplegia intelectual defendem certa absolutização do silêncio, como desejável sempre.

Embora os livros sapienciais tragam que o sábio é prudente com os lábios, enquanto o tolo é tagarela, não advoga o mutismo; antes, o discernimento para entender a hora certa de falar; “Tudo tem seu tempo determinado... tempo de estar calado e de falar.” Ecl 3;1 e 7 diz mais: “Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita ao seu tempo.” Prov 25;11

Isso de não entrar em polêmicas, calar ante o que discorda para evitar atritos pode parecer muito sábio. Aliás, num tempo como o atual, onde poucos pensam, e muitos palpitam sobre tudo, fariam bem os faladores do que ignoram, em tapar as próprias bocas. Há uma camuflagem que, se espertos, usariam. “Até o tolo, quando se cala, é reputado por sábio; o que cerra seus lábios é tido por entendido.” Prov 17;28

Todo cristão medianamente instruído sabe que “nossa luta não é contra carne e sangue...” mas contra seres espirituais difusores da maldade no mundo. Entretanto, essa difusão se dá mediante seres de carne e sangue, humanos como nós.

Embora nossa aversão deva ser contra ensinos errados, pois, o embate, não raro se dá contra expoentes humanos desses ensinos.

Como saber que algo é mau? Qualquer coisa, por “inclusiva, diversitária, humanista” que pareça, se, sua implicação moral é uma indisposição contra Deus, os veros Servos Dele, vislumbram aí, um campo de batalha a desafiar; “Porque, andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus; levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;3 a 5

Assim, quando em nosso escopo vemos atacados os valores que dizemos que nos são caros e não reagimos, nos tornamos sal degenerado, que para nada mais presta.

Se, há momentos, (como O Mestre ante Herodes se recusou a falar, dar espetáculo a um ímpio) em que o silêncio é melhor; tipo, “Não dar aos cães as coisas santas, nem lançar pérolas aos porcos,” ou seja: Não insistir com a mensagem de Cristo ante escarnecedores, os que empunham a “Espada do Espírito” não podem se acovardar, quando o inimigo tenta ganhar terreno debaixo dos seus olhos.

O risco de rejeição, agressão, incompreensão não é nada; não militamos por aplausos, mas, pela verdade. Somos convidados a participar do “vitupério de Cristo”, sofrer vergonha com Ele, não sermos cordatos ante o erro flagrante, para que o mundo não nos incomode. “Saiamos, pois, a ele fora do arraial, levando Seu vitupério.” Heb 13;13

Os que ensinam serão julgados com exigência maior. “... muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo.” Tg 3;1 

Contudo, quem foi capacitado para isso fugiria, deixaria de falar em denúncia dos erros, contra a inclinação do próprio espírito? “Porque estou cheio de palavras; meu espírito me constrange.” Jó 32;18

Portanto, caro cristão “prudente”, se o esconderijo de evitar polêmicas, apresentar o sal onde medra a impiedade é uma tarefa à qual não te atreves, ore pelos que ousam em Nome do Senhor; porque lutam por Ele, não por si próprios; senão, também se esconderiam como você.

Quem vê nas polêmicas algo a evitar, despreza a necessidade alheia, como o levita e o sacerdote aqueles; nem percebe mas, faz o mesmo. A verdade sangra à beira do caminho enquanto a mentira tripudia. Mas, o “Sal da terra” não ousa acrescentar o Sabor de Cristo.

O soldado cristão não vê nas adversidades um obstáculo a evitar; antes, uma oportunidade; “Ficarei, porém, em Éfeso até ao Pentecostes; porque uma porta grande, eficaz, se me abriu; e há muitos adversários.” I Cor 16;8 e 9

Portanto, invés de censurar à voz alheia, está na hora de aprenderes a usar a tua.