terça-feira, 10 de agosto de 2021

O lado fraco da força


“... sua força não é reta.” Jr 23;10

Normalmente pensamos em força como algo auto suficiente; que não careceria de acessórios. Entretanto, a força daqueles profetas foi depreciada por não ser reta. Então, a força em si mesma não é forte o bastante.

“O homem sábio é forte, e o homem de conhecimento consolida a força.” Prov 24;5
Se a força carece ser consolidada com o acessório do conhecimento, desprovida desse pode se revelar inútil.

Assim como sabedoria deve ser vista por dois escopos; a verdadeira, pura, sem parcialidades, hipocrisia, do Alto; ou, terrena, animal e diabólica; também a força carece de um consórcio com a retidão; pois, se for privada desta, servirá apenas para fins deletérios. “... um só pecador destrói muitos bens.” Ecl 9;18

A bem da verdade, entre os salvos, sabedoria e força são como irmãs gêmeas. Quando as vidas de Daniel, seus três amigos e todos os “sábios” de Babilônia foram livradas por uma Revelação Divina, ele agradeceu assim: “Ó Deus de meus pais, eu Te dou graças e Te louvo, porque me deste sabedoria e força ...” Dn 2;23

Tanto é assim, que os que perecem, eventualmente, não se perdem por falta de força, mas de luz, ou conhecimento. “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou conhecimento ...” Os 4;6

Salomão ao aquilatar o valor dessas “gêmeas” colocou “Sophia” primeiro; “Melhor é a sabedoria que a força ...” Ecl 9;16

Assim, o inimigo peleja para enfraquecer aos que puder, tirando-lhes a luz; “Mas, se ainda nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a Luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;3 e 4

A força que conta, deveras, a que procede do Pai, Ele só investe onde já há a devida base para seu assento; “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade.” Prov 2;7

Não que haja retos sem o socorro Dele; mas, concomitante ao ouvir e obedecer daqueles que Ele justifica, forja lastros de retidão sobre os quais Sua Força pode caminhar; “A vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18

Invés do balaio de gatos “inclusivo” da moda, o ecumenismo, onde todos devem concordar em não discordar, os que fruem a luz do Alto, não se associam a nada que não seja reto. “Pelos Teus Mandamentos alcancei entendimento; por isso odeio todo falso caminho.” Sal 119;104

A Luz atuando como fortaleza para evitar o assédio dos caminhos da falsidade. Afinal, está expresso pelo Salvador: “... ninguém vem ao Pai, senão, por Mim.” Jo 14;6

Quando Ele, voluntariamente esvaziado dos Seus Poderes para nos salvar, se deixou crucificar entre dois ladrões, um desafiou-O a mostrar força; “desce da cruz, salva a ti e a nós;” o outro rogou por misericórdia; “Lembra-te de mim quando estiveres no Teu Reino.” Esse foi ouvido, não aquele.

Naquele momento atuava a força do amor; O Único que poderia, lutava contra o pecado, não contra as dores. Sua Força triunfava pela justiça e retidão.

Muitos pregadores da atualidade, pelo teor do que ensinam assemelham-se ao ladrão primeiro; seus clamores visam uma demonstração de força, que eles chamam de “bênção”, onde o Senhor deseja manifestar Sua misericórdia para salvação. A força de tais obreiros, como aqueles dos dias antigos também não é reta.

Como mariposas circundam as velas a certa distância para se não lhes chamuscarem as asas, assim esses ao redor da Palavra; sempre perto, pelo apelo que sua Luz tem; mas, mantendo “distância segura” da reta interpretação, que lhes queimaria seus objetivos rasteiros.

Desde sempre foi assim, infelizmente; “Porque, falando coisas mui arrogantes de vaidades, engodam com as concupiscências da carne, e dissoluções, aqueles que se estavam afastando dos que andam em erro, prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção ...” II Ped 2;18 e 19

Notemos seu campo de atuação; “... aqueles que se estavam afastando dos que andam em erro ...” usam forças naturais para persuadir. Duplamente malditos; escolhem a maldição e a ela atraem incautos. “... Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor!” Jr 17;5

Paulo afirmou: “Quando estou fraco, então sou forte.” 

Ser fortalecido em Deus, mais que fazer grandes coisas, é frutificar; e para isso, nem o frescor físico é necessário.
“Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos ...” Sal 92;13 e 14

domingo, 8 de agosto de 2021

Vontade e Permissão


“Poder havia em minha mão para vos fazer mal, mas o Deus de vosso pai me falou ontem à noite, dizendo: Guarda-te, que não fales com Jacó nem bem nem mal.” Gn 31;29

Labão argumentando com seu genro “fugitivo” Jacó. Eu tinha poder para vos fazer mal, mas Deus vetou. Então, tinha também vontade; senão, nem seria necessário o não, do Senhor Onisciente.

Os ímpios; quando nos podem manipular em seu proveito nos tratam com “paz”; mas, vendo que nos escapamos das suas garras, presto partem para o plano B: Violência. Às vezes O Senhor permite, outras, não.

Normalmente O Eterno leva a “Liberdade de expressão” às últimas consequências; como fez com os religiosos dos dias de Cristo. “Uma espada traspassará também a tua própria alma; para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.” Luc 2;35

Porém, no caso de Labão e Jacó, colocou limites e guardou seu escolhido.

Muitos equacionam permissão Divina com Sua Vontade; não é assim. Aos que agem impiamente contando com o silêncio do Eterno, no devido tempo terão que ouvir Sua Voz: “Estas coisas tens feito, e Me calei; pensavas que era tal como tu, mas, te Arguirei, as porei por ordem diante dos teus olhos.” Sal 50;21 Mais que falar, O eterno expõe aos ímpios.

A Vontade de Deus tem de bem marcante é que ela está em oposição à “normalidade” do mundo. Demanda renúncia, sacrifício; desafia a um caminho estreito e avesso ao “normal” para que a conheçamos. “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Se, colocamos nossas inclinações rasas em pé de igualdade com o querer do Alto, gostando ou não, estaremos nos endeusando; agindo no princípio satânico; foi o inimigo que disse que o homem poderia “ser como Deus”; decidir por si mesmo, acerca do bem e do mal.

Nosso identificação com o Alto mediante A Palavra deve ser tal, que Paulo ousou dizer que os salvos têm a “Mente de Cristo.” I Cor 2;16

Então, como vimos, além de não andar conforme o mundo, os filhos de Deus devem se oferecer em sacrifício vivo; crucificarem suas predileções, se necessário, para que possam, finalmente, entender as intenções dos Céus.

Abstraídas as encenações artificiosas dos que tentam preencher a lacuna de substância com teatralidades frívolas, podemos dizer que a Vontade de Deus é relativamente simples. Andar em espírito e verdade.

Paulo também advogou como necessária essa simplicidade; “Mas temo que, como a serpente enganou Eva com sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo.” II Cor 11;3

Logo, a queda nos artifícios de Satã deriva da corrupção dos sentidos. O bom ouvinte, (praticante) da Palavra é tido por homem espiritual perfeito, “vacinado” contra isso; “o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5;14

Noutra parte, o aperfeiçoamento dos santos também é um fator de livramento contra embustes malignos; devemos crescer, “Até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” Ef 4;13 e 14

O Senhor teve que falar a Labão em sonhos, advertindo-o para que não agisse temerariamente, conosco fala mediante Sua Palavra, na qual devemos nos espelhar e pautar nosso agir.

Por isso tem por bem-aventurado todo aquele que, além de evitar conselhos ímpios, ambientes impuros, más companhias, ainda “Tem seu prazer na Lei do Senhor; na Sua Lei medita de dia e de noite.” Sal 1.

Ao jovem Timóteo que desde menino conhecia às Sagradas Letras foi dito: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a Palavra da Verdade.” II Tim 2;15 Ou seja: Estude mais. O quê se diria a nós, que, desde a infância fruímos ímpios modos alheios a Deus?

Aquela cena no cinema, do Titanic afundando e a orquestra tocando, no contexto, foi um gesto nobre; mas, ver o mundo afundando, às portas do juízo e correr por coisas vãs, invés de subir urgente no “bote salva-vidas” é estúpido.

“A estupidez coloca-se na primeira fila para ser vista; a inteligência coloca-se na retaguarda para ver.” Bertrand Russel

sábado, 7 de agosto de 2021

Problemas de Imagem


“Façamos o homem à Nossa Imagem, conforme Nossa semelhança ...” Gn 1;26

Se, “Deus É Espírito”, Sua Imagem, na qual o homem foi criado e que deveria refletir é também espiritual. Pelo projeto original, todo homem deve trazer em si “traços” do Criador.

A morte que seria consequência imediata da desobediência, também foi, inicialmente, espiritual. O primeiro casal, enquanto revestidos de Deus estavam nus e não se envergonhavam. Separados (mortos) viram à própria nudez de modo tal, que sentiram medo.

Eis o feito do pecado! De uma relação prazerosa e comum, sua nefasta presença enseja a separação, inimizade e consequentemente, medo.

Diferente da abordagem dos mercenários, a Boa Nova de Cristo é mensagem de reconciliação, não uma porta para se entrar de qualquer maneira em busca de melhorias materiais. “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Não imputando não significa que nossos pecados deixem de ser o que são; antes, que Ele perdoa aos que se arrependem e justifica.

Se, ocorrer a pergunta de como seria um homem à Imagem Divina, em plena comunhão com Ele vivendo num templo de barro, que se olhe para Cristo; pois, Ele é “... o Resplendor da Sua Glória, a Expressa Imagem da Sua Pessoa ...” Heb 1;3

A pergunta feita a Adão, “onde estás?” ecoou sem resposta por uns quatro milênios. Não era um lapso cognitivo Daquele que É Onisciente; Ele não perguntou como se não soubesse, mas, como um cônjuge traído ao flagrar a traição diz: “O que você está fazendo?”. Ele está vendo. Age emocionalmente como quem tenta entender os motivos ou, oferece espaço para que a outra parte explique-se.

Quando Cristo, sem pecados, batizou-se identificando-se com a humanidade, e tomando sobre si o pecado de Adão, só então, O Criador reviu Sua Imagem e Semelhança na forma humana; “Este é O Meu Filho Amado! Nele está todo o Meu Prazer.”

Portanto, é Nele, só Nele que podemos fazer o caminho inverso, saindo da situação de inimizade, medo, vergonha, para outra de revestimento espiritual, comunhão, malgrado, nossos muitos pecados.

Ele lega gratuitamente o novo nascimento e desafia aos que o quiserem, a deixarem as velharias pecaminosas para trás; “Quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; e vos renoveis no espírito da vossa mente; vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.” Ef 4;22 a 24

Ele propõe para os pecadores uma mudança de mentalidade; “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem, vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

O Eterno figura a mudança que Opera nos que O recebem como se fosse um transplante de órgãos; Sua Palavra lava a quem a ouve e Seu Espírito opera a transformação; “Então Aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas vossas imundícias e dos vossos ídolos vos Purificarei. Dar-vos-ei um coração novo, Porei dentro de vós um espírito novo; Tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos Darei um coração de carne.” Ez 36;25 e 26

O Senhor não entra no mérito dos ídolos, se eles trazem um verniz “cristão” ou, se colocam como deuses alternativos. Todos têm o mesmo peso; pecado.

O homem foi criado para refletir à Imagem Divina. A oposição sugeriu independência, autonomia. “Vós mesmos sabereis o bem e o mal”. Então, o “Novo Sábio” passou a criar imagens várias, para que essas fossem reflexo da sua imaginação adoecida.

Quando O Todo Poderoso vê uma dessas qualquer, não a vê segundo suas formas, mas, como subproduto do conselho do inimigo que recebe, vergonhosamente, mais crédito do que O Seu.

Agora está na moda a “diversidade” até de credos. Esse barulho todo não passa de desdobramentos múltiplos da impiedade. “O filho honra o pai, o servo o seu senhor; se Eu Sou Pai, onde está Minha honra? Se Eu sou senhor, onde está o meu temor?” Mal 1;6
“Eu sou o Senhor; este é Meu nome; Minha glória, pois, a outrem não darei, nem Meu Louvor às imagens de escultura.” Is 42;8

Não importa quão “inclusiva” a fé ecumênica se apresente; A Estrada para a vida eterna segue Ímpar e Exclusiva: “... ninguém vem ao Pai, senão por mim.” Jo 14;6 Sério assim!

domingo, 1 de agosto de 2021

Pedras nas fontes


“Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; Assim diz o Senhor Deus: Ai dos pastores de Israel que apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar as ovelhas?” Ez 34;2

Invés do profeta anunciar a Vontade Divina para quem não conhecia ao Senhor, deveria profetizar contra Seus pastores.

Os que deveriam fazer o trabalho do Eterno, por sucumbirem ao egoísmo atuavam com falsidade, dando mais trabalho ao Santo. As soluções se fizeram problemas.

“Não me compraste por dinheiro cana aromática, nem com a gordura dos teus sacrifícios me satisfizeste, mas me deste trabalho com teus pecados; me cansaste com tuas iniquidades.” Is 43;24

Quando A Palavra diz que Deus não se cansa nem se fadiga, isso refere-se a não ter as limitações humanas; mas, da iniquidade reiterada, Ele mesmo se declara cansado, eventualmente.

Tais pastores até encenam sobre os rebanhos do Senhor, aos quais, invés de apascentarem exploram. Aqueles que deveriam ser os “amigos do Noivo” têm se mostrado traidores do Noivo; usam às ovelhas Dele para satisfação das próprias cobiças desorientadas.

Pedro ensinou: “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;” I Ped 5;2

Para mercenários, o fim se torna o meio; digo, invés de apascentar e edificar almas rumo à salvação, são meros administradores de números mirando o conforto pessoal.

Aconselhando pregadores para que não caíssem na tentação da performance, de se presumirem artistas, Spurgeom disse: “Preocupe-se mais com as pessoas para as quais olhas, que com o seu modo de olhar.” 

Um pastor não precisa dominar, nem brilhar; apenas, apascentar em submissão ao Sumo Pastor, Jesus Cristo.

Entretanto, já ouvi muitos dizendo: “Convém que Ele cresça, e eu diminua”; isso, com uma eufonia calculada, uma teatralidade ensaiada, para que o orador receba encômios pela performance. As palavras certas, porém, o espírito errado.

Muitos desses se comportam como internautas vaidosos e sem noção, que, ao receberem uma crítica, presto excluem ao “desafeto”. Assim os “Pastores” que, ao menor sinal de descontentamento, desconforto de uma ovelha, logo se livram da “problemática” mostrando-se ineptos para a função que deveriam exercer e não o fazem de modo digno.

Se, O Bom Pastor “abandonaria” 99 em segurança e sairia em busca de uma, a esses basta serem “acionistas majoritários”; estando 51% do lado deles, as descontentes que se danem.
A Palavra ensina: “Procura conhecer o estado das tuas ovelhas; põe teu coração sobre teus rebanhos.” Prov 27;23

Eles sabem mais sobre finanças das ovelhas que sobre suas inquietações. Com mentalidades secas nos quesitos, amor e compaixão, são hábeis em cuidar de investimentos, construções de templos; isso seus olhos de empresários conseguem ver distante. “Louco! A qualquer hora pedirão contas do teu ministério; o que tens preparado?”

Ouse alguém bem intencionado sugerir que algo pode ser melhorado para o bem das almas, logo será visto como uma ameaça. Cercam-se de medíocres subservientes; seus horizontes de crescimento sempre atinam a números, nunca em estatura espiritual dos rebanhos.

Paulo alistou dons de Cristo para o ensino, e colocou o alvo Dele: “Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da Estatura Completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” Ef 4;12 a 14

Se, o conhecimento desejável, uma vez adquirido livra-nos da astúcia enganosa dos fraudulentos, óbvio que eles não desejam isso. Abafam a voz de quem poderia ensinar, enquanto eles mesmo atuam em seus “cultos de ensino” onde cansam incautos com suas monótonas e mortas encenações.

Outro dia ouvi um desses: “Quem não tem vida não reage, não levanta a mão quando você manda”. Não, seu patife; quem tem discernimento não cai em manipulações baratas de animadores de auditório onde deveriam estar mestres da Palavra.

Esses são buscados ao custo de cachês, enquanto, gente séria que pregaria a verdade sem custo é deixada de lado. “Porque desde o menor deles até ao maior, cada um se dá à avareza; do profeta até o sacerdote, cada um usa de falsidade. Curam superficialmente a ferida da filha do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz. Porventura envergonham-se de cometer abominação? Pelo contrário, de maneira nenhuma se envergonham; tampouco sabem que coisa é envergonhar-se; portanto cairão entre os que caem; no tempo que Eu os visitar, tropeçarão, diz o Senhor.” Jr 6;13 a 15

Aqueles que deveriam viver com O Senhor, receberão a “Visita” Dele, para juízo.

sábado, 31 de julho de 2021

Sonidos dúbios


“... tu serás uma bênção.” Gn 12;2

“Tu”; essa abordagem mediante um pronome pessoal deveria ser o normal; principalmente, em se tratando do Senhor Onisciente chamando, como fez com Abrão. Entretanto, atualmente, até o que seria óbvio requer alguma relevância.

Em Sua Majestosa presciência, O Eterno chamou Josias e Ciro pelos nomes, antes dos seus nascimentos; bem como, comissionou a Jeremias para profeta. Possível, sendo O Santo Quem É.

O Eterno não sofre a ação do tempo; entretanto, muitos “profetas” da praça fazem parecer que aquele que sonda os corações e conhece nossos pensamentos, de repente, está com lapsos cognitivos; invés de falar específico com quem deseja, passou a “rifar” mensagens sobre “alguéns”.

Cheia está a “nuvem” de “profecias” em “Nome do Senhor” onde Ele “está curando alguém”; “alguém está tendo suas perdas restituídas em dobro”, outrem, “recebe um livramento de morte”, “você não entrou nessa live por acaso” etc. Cambada de salafrários!! Lançando platitudes sobre muitos, natural que acertem algumas; os incautos, certamente testemunharão da “idoneidade” do “profeta”; patifes!

Tu que ages assim, não és profeta; antes, um semeador do joio dos enganos do teu próprio coração egoísta; tens em mais alta estima teu status de plástico, que o bem das almas que O Senhor Ama e deseja salvar.

Por quê não, interpretar honestamente porções da Santa Palavra, sendo assim, um profeta ministerial verdadeiro, invés de uma fraude?

Profecias genéricas existem; são promessas que alcançam a todos que cumprirem suas condições; estão expressas na Palavra; todavia, algumas têm alvos específicos, fluem do Espírito Santo mediante vasos que escolhe; O Senhor não tateia para encontrá-los, nem ao profeta nem ao alvo da profecia.

Esses arremessos de buquês, para quem pegar primeiro não procedem do Todo Poderoso. O Criador não disse a Abrão, alguém da tua família, antes, tu serás uma bênção. Sabemos que o Descendente de Abraão, no qual serão abençoadas todas as famílias da terra é Jesus Cristo. Isso não muda que Abraão foi uma bênção; antes, corrobora.

“Serás”; a mesma ciência que O permite antever o quê vai acontecer, é a que faculta ao Todo Poderoso “Chamar as coisas que não são, como se já fossem.”

Enquanto um empregador humano analisa currículos, para escolher o melhor que é, para a função tencionada, O Eterno fiado em Seu Poder Transformador, e Sua Ciência infalível escolhe currículos bem ruins; “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante Ele.” I Cor 1;27 a 29

O homem natural tende a uma caminhada progressiva melhorando seu “status quo”; subir é sua rota. O chamado por Deus carece regeneração espiritual; para isso a demanda é por uma descida tão intensa que pode causar vertigens até. “Negue a si mesmo”.

José foi um bom exemplo de escolhido; invejado e vendido pelos irmãos; traído na casa de Potifar; vítima de ingratidão na prisão; até o tempo que O Eterno preparou para assumir um lugar de honra. Seu currículo tinha “apenas” um item em realce; “Disse Faraó aos seus servos: Acharíamos um homem como este em quem haja o Espírito de Deus?” Gen 41;38

O vir a ser, de Deus em nós, leva-nos por caminhos dolorosos, deferentes dos que tanto gostam de “prever” os “profetas” atuais. Demanda a crucificação dos hábitos doentios do velho homem, para que O Espírito Santo faça Seu Templo em nós.

“Uma bênção”. Perguntemos a qualquer homem natural, o que “quer ser quando crescer”; veremos invariavelmente respostas ancoradas em fama, riqueza, sucesso, comodidades... tudo coisas rasas de cunho egoísta.

Ser uma bênção me faz servir, invés de servir-me. Não sei se tinha escopo espiritual quando Einstein falou, mas, vale para a vida integral: “Tente ser uma pessoa de valor, não de sucesso.”

Invés de receber dádivas, dos Seus Escolhidos Deus faz dádivas, como Jeremias; “... às nações te dei por profeta.” Jr 1;4

Não que seja pecado usufruir das coisas supracitadas, se for em comunhão com O Senhor. Apenas, não devem ser o alvo prioritário de quem teme a Deus.

Alguém advertiu com muita propriedade: “Não é porque as redes sociais deram voz aos imbecis que precisamos dar ouvidos.”

Para ser a bênção que O Eterno planejou, Abrão teve que deixar muitas coisas; peregrinar fiado “apenas” na Voz do Senhor.

O mundo tem vozes demais. Nossa batalha deveria ser contra o engano, mas, estamos sendo chamados às honras terrenas... “Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha?” I Cor 14;8
“Acautelai-vos que ninguém vos engane ...” Mat 24;4

terça-feira, 27 de julho de 2021

Condenados a escolher


“Por mim se decreta que no meu reino todo aquele do povo de Israel, e dos seus sacerdotes e levitas, que quiser ir contigo a Jerusalém, vá.” Ed 7;13

O rei persa decretava liberdade de escolha aos filhos de Israel; “... todo aquele... que quiser ir contigo ... vá.” Maravilhosa providência Divina!

O Eterno não deseja obediência forçada. Então, inspirou ao rei persa para que fizesse assim.
Só voltaria para casa quem desejasse.

Já ouvi queixas, meio que culpando ao Senhor, por ter posto certa árvore que possibilitava a desobediência no jardim. Se aquela não existisse não haveria queda, concluem. 

Cabe-nos, então, a pergunta que Ele fez: “Porventura tornarás tu vão o Meu Juízo; ou, tu Me condenarás, para te justificares?” Jó 40;8 Muitos parecem fazer exatamente isso.

Nesse raciocínio, bastaria “eliminarmos” Deus e nada seria proibido; nós O Condenaríamos a desaparecer, para que tudo fosse lícito, permitido.

Isso tentaram em impérios comunistas pretéritos, e ainda tentam na China e satélites, pervertendo o teor ou extinguindo a possibilidade de crença.

Como as rédeas soltas culminariam na lei do mais forte, na barbárie, algo precisaria ser colocado como figura de autoridade no lugar “vago” de Deus.

Outro dia o embaixador da China por aqui ridicularizou a fé do nosso presidente dizendo que Deus é o povo. Parece um discurso libertário; mas lá, o Estado pensa ser Deus, o comunismo a única doutrina “certa”; o povo não passa de gado, ao qual, “Deus” diz o que pode ou não, fazer.

Quantos filhos podem ter, se podem estudar, viajar, ou coisas assim; tudo depende da “Vontade de Deus” que monitora o gado mediante meios tecnológicos. Sonho antigo da esquerda é fazer o mesmo aqui.

Acontece que tudo que está criado o foi pelo Todo Poderoso; se, queremos usufruir da vida, nada mais justo que o seja nos termos Dele.

Por não ter criado robôs, antes, amar a liberdade, Ele nos “condenou” a fazermos escolhas e arcarmos com as consequências. “Céus e terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e maldição; escolhe pois a vida, para que vivas, tu e tua descendência.” Deut 30;19

Mas, diria alguém, não haveria risco de nossas escolhas serem contra Ele? A maioria são; Ele sempre soube. No vaticínio de tomarmos uma decisão no tocante a Cristo avisou que seria rejeitado, vendido; “... ‘Se parece bem aos vossos olhos’, dai-me o meu salário; se não, deixai-o. E pesaram o meu salário, trinta moedas de prata.” Zac 11;12

O Senhor Onisciente não é surpreendido; pelo prazer que sente na minoria que corresponde ao Seu Amor, suporta longânime às blasfêmias dos “vasos da ira”; Ele escolheu assim.

Alguns traidores de si mesmos agem como se, mantendo “distância segura” de Deus e Sua Palavra, passassem por inocentes, ignorando que isso é já uma escolha, como denunciou O Mestre: “Quem crê Nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no Nome do Unigênito Filho de Deus. A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;18 e 19

Não foi porque não viram à salvação que Ele trouxe; antes, porque recusaram pagar o preço de renúncia necessário. “Amaram mais às trevas que a luz...”

Em quantos ambientes “Cristãos” a Palavra Dele incomoda? A “boa” convivência requer doses de hipocrisia?

Alguém já disse como se estivesse nadando em águas profundas que se Cristo vivesse hoje não seria “Cristão”. Ora, isso é lugar comum, a perfeição ser maior que a imperfeição. Além disso, “produtos” com alto índice de aceitação, são mais facilmente falsificados que outros. Ele É A Verdade; não a falsidade.

Ele condicionou a libertação a permanecer em Suas Palavras; os que as rejeitam quando essas são retamente interpretadas fazem uma escolha também; a natural é segundo a carne; a espiritual segundo Cristo; ambas terão consequências eternas quando, já não restarão escolhas; “... tudo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.” Gál 6;7 e 8

Pois, O Seu Amor Paterno É grande, mas não interfere no fato de que ama à justiça também; assim, mesmo não desejando, e olhando estupefato, não muda as consequências para os que tomam os caminhos da morte. “Vivo Eu, diz o Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que razão morrereis, ó casa de Israel?” Ez 33;11

segunda-feira, 26 de julho de 2021

Entre a cruz e a pedrada

“Homens de dura cerviz, incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; sois como vossos pais. A qual dos profetas não perseguiram eles? Até mataram os que anteriormente anunciaram a vinda do Justo, do qual vós agora fostes traidores e homicidas;” Atos 7; 52 e 53

Em sua ousada diatribe Estevão acusou aos antepassados de sua audiência de assassinos de profetas; aos próprios, de homicidas do Justo, Jesus Cristo. Parece que a morte como método de solucionar diferenças vinha de pai para filho. Tanto que, o mesmo Estevão provou essa dura “solução”; quando sua mensagem se consistiu num problema, recorreram ao método de sempre; apedrejaram-no até à morte.

Certo que fora prescrita essa pena para alguns casos; como, adultério, feitiçaria, blasfêmia; Contudo, nenhum dos exemplos evocados se encaixava então.

Um pouco antes, o “julgamento” de Cristo foi mera encenação, como certa CPI; tanto que, antes de darem direito de defesa, ouvirem testemunhas, etc. Pediram que Pilatos sentenciasse; pois, hipocritamente sustentaram que lhes não era lícito matar; assim, a dosimetria da pena estava dada antes do julgamento. “… Levai-o vós, e julgai-o segundo vossa lei. Disseram-lhe então os judeus: A nós não nos é lícito matar pessoa alguma.” Jo 18;31

O que fizeram com Estevão, uns poucos dias depois, mostra o quão hipócritas eram.

Acontece que ao aceitarmos certas coisas em nossos corações, mais dia menos dia, as teremos vertendo das ações. Para Deus, aliás, a morte no coração é já, um assassinato. “Qualquer que odeia a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele.” I Jo 3;15

A alma que originalmente seria mera seguidora do Espírito, após a queda se fez serviçal das comichões do corpo. Então, os reclames pela justiça, “fazer o bem” na linguagem paulina, sucumbem à força da inclinação pelo mal. Invés de ter por parte da vida tal pendor, ( Paulo ) corretamente definiu como veículo da morte. “Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo … Miserável homem que sou! quem me livrará do corpo desta morte?” Rom 7;21 e 24

O “resolver” nossos problemas matando tem vício de origem; o pressuposto de que os males residem fora de nós, no outro. Assim, algo ou alguém nos incomoda, morte. Muitos fundamentalistas estão “resolvendo” assim, o “problema” dos que se recusam aderir ao Islã.

O caso da mulher adúltera de João 8 ilustra bem a doença moral que é a hipocrisia humana. Mesmo a Lei dizendo que ambos os envolvidos em adultério deveriam ser apedrejados, trouxeram apenas a mulher. Se outro pecado não tivessem, teriam este; o de serem parciais em aplicar a Lei, que estava mui patente. Desse modo, o Salvador “autorizou” a execução. “… Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela.” Jo 8;7

Uma vez na vida foram desafiados a redirecionar a luneta que vasculha problemas; pisaram no freio dos juízos temerários. “Quando ouviram isto, redarguidos da consciência saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos últimos; ficou só Jesus e a mulher que estava no meio.” V 9

Muitos usam mal essa passagem ao dizer: “atire a primeira pedra quem não tem pecado”; como se isso fosse uma licença para pecar. Não, apenas uma advertência para cuidarmos mais dos nossos erros, que, dos outros.

Alguns blasfemam; fazem uso perverso da expressão: “Nem Eu te condeno” do Mestre como se isso significasse que Ele também tinha pecados. Não. Apenas, (como disse noutra parte) não viera julgar, mas, para salvar.
Virá outra vez pra Julgar, aí então veremos quais Seus “Pecados”. “… oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que O esperam para salvação.” Heb 9;28

Sabendo que os nossos problemas são mesmo nossos, desafiou quem O quisesse seguir, a matar o culpado que atrapalha a salvação, o ego. “Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome cada dia sua cruz, e siga-me.” Luc 9;23

Ninguém psicologicamente sadio cuidará de seu pátio cortando a grama do vizinho; antes, cortará do seu. Mas, as almas mal sãs tendem a isso. Desejar que os outros mudem; porfiar por isso, enquanto recusam a dar um passo sequer em direção ao problema que devem enfrentar. O “si mesmo”.

Indiferença, zombaria, ceticismo, desdém … há vários meios de “apedrejarmos” aos “Estevãos” que nos incomodam.

Alguns acusam outros de pretérito nefasto que se converteram de se esconderem atrás da Bíblia. Mal sabem que se escondem após Cristo; talvez desconfiem que aceitar a cruz não é coisa para covardes. Covardes preferem matar aos outros …