quarta-feira, 22 de agosto de 2018

As luzes escuras

“Se, porém, teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Portanto, se, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” Mat 6;23

A princípio parece contraditório que a luz seja também o seu oposto, trevas. Precisamos investigar e tentar entender melhor.

Luz aqui deve ser equacionada com, entendimento, percepção da vida; não, o elemento estritamente. Pois, é nesse sentido que O Salvador disse dos Seus: “Vós sois a luz do mundo...”

Assim, o que faria a luz ser trevas, seria uma percepção da vida tendo a maldade como motriz. “Se... os teus olhos forem maus...” Paulo aconselha: “Não te deixes vencer do mal, mas, vence ao mal com o bem.” Rom 12;21

A luz, pois, é uma propriedade intelectual, inicialmente; a opção pelo bem em detrimento do mal é um patrimônio moral, espiritual. Fazendo isso, e somente assim, a eficácia do Feito de Cristo incidirá sobre nós e terá reflexos horizontais também; “Mas, se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;7

É justamente o entendimento do que é certo, reto, justo, probo, que faz culpados aos que agem divorciados disso; “Disse-lhes Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas, como agora dizeis: Vemos; por isso vosso pecado permanece.” Jo 9;41

Acaso não nos irritam todos os dias feitos de homens de “notável saber” que, devedores à justiça pela posição se fazem cúmplices de bandidos por opção? Há neles luz, entendimento acerca da justiça, mas, suas atuações majoritariamente têm sido pautadas pelas trevas.

Acontece que, luz espiritual não é derivada de intelectos privilegiados; O Senhor faz uso, de coisas vis, até; “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são;” I Cor 1;27 e 28

Porém, não tão frágeis a ponto de sonegaram a necessária obediência. Esses, desafiados ao Temor do Senhor, aceitando o desafio deixam a sendas tortuosas e são ensinados por veredas direitas. Assim, a vera luz consorcia-se com o bem, os bons valores, a retidão; “Ele (Deus) reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade;” Prov 2;7

Andar na luz é um crescimento paulatino; à medida que ousamos andar conforme vemos, nossa visão é ampliada para que vejamos um tanto mais; Como dirigir sob neblina cerrada; enxergamos uns cinquenta metros à frente; mas, não temos apenas eles para andar, pois, percorrendo-os, outros cinquenta se mostrarão. “A vereda dos justos é como luz da aurora, que, vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18

Desse modo, desfaz-se a contradição, uma vez que, a luz é um Dom Divino que repousa no intelecto, e, as trevas, são um apreço moral, espiritual, da escolha de um que recusa trilhar conforme vê.

Certa vez quando questionaram a Autoridade do Senhor Ele redargüiu sobre a origem do batismo de João; eles consideraram as duas respostas possíveis, e vendo-as ambas, inconvenientes, hipocritamente disseram não saber. Eles tinham luz, mas, eram movidos pelas trevas, pela inveja.

Enfim, a pessoa que finge ignorar o que sabe pelo comodismo hipócrita de desobedecer “justificadamente” é apenas um imbecil que trai a si mesmo. A luz de um que assim age são trevas.

A rejeição à Luz Verdadeira não é por impossibilidade intelectual; antes, uma escolha moral, afetiva; se fosse apenas ignorância seríamos reputados inocentes, dado que, “Deus não toma em conta os tempos da ignorância”;

Como se trata de rejeição voluntária redunda em condenação. “E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas, quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

A verdade excede ao conhecer a essência das coisas; demanda ser praticada também. Por recusarem-se a isso, muitos cínicos colocam-na como, inacessível, intangível; como se, fosse possível serem justificados pela própria hipocrisia.

Não poucos “ateus” que dizem que a fé é cega na verdade viram suas demandas; fingiram não ver, escudados em falsas justificativas, pois, justificação verdadeira demanda uma cruz.

Impossível, pois, terminar essas considerações sem evocar uma frase de Platão: “É compreensível que as crianças tenham medo do escuro; a verdadeira tragédia é quando os adultos temem à luz”.

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Jesus É Travesti?

“Mas, o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; só, disse: O Senhor te repreenda. Estes, porém, dizem mal do que não sabem; naquilo que naturalmente conhecem, como animais irracionais se corrompem.” Jd VS 9 e 10

Miguel numa disputa contra Satanás não usou palavras duras contra ele, apenas, disse: “O Senhor te repreenda”. Porém, homens ímpios falam mal do não sabem; até naquilo que sabem, agem como irracionais e se corrompem.

Outro dia em Garanhuns, Pernambuco, tivemos as falas blasfemas de Daniela Mercury, e do tal de Johnny Hooker. Aquela dizendo: “Sou lésbica Jesus, e daí?... sem demônios ninguém vive... etc. ele ecoou; “ih, ih, ih, Jesus é Travesti” e coisas afins.

Confesso que deu certa preguiça de escrever uma diatribe a isso, por duas razões: Primeira: Sendo O Eterno O Deus Vivo, não precisa ser defendido por nós; segunda: Dado o nível da baixaria, mesmos os homossexuais, em grande parte se puseram contra a nojeira, gravaram vídeos de repúdio.

Mas, pensando melhor, se, Deus não carece de ajuda, É O Todo Poderoso, deve ter Sua Dignidade zelada sim; se, de fato somos Seus filhos. Desgraçadamente somos mais zelosos de nossas paixões políticas, esportivas, e denominacionais, até, do que do Altíssimo.

Aquela vez do episódio do “chute na santa” houve comoção nacional, passeatas, desagravo; agora, nada. Quantas vezes se tomou as ruas do país, recentemente, por questões políticas? Nosso país, desde que a esquerda assumiu o poder tem sido pautado pela ditadura das minorias.

O dinheiro público usado para eventos de gosto duvidoso, para não dizer chulo, onde, safados engajados batizam a náusea de “Arte Moderna”.

Os “direitos humanos” há muito se portam como opção pelos marginais; a educação, invés da saudável difusão do conhecimento tem enviesado rumo à doutrinação ideológica e perversão de valores.

Se, postularmos alguma lei que se identifique com valores cristãos, como o veto ao aborto, logo dizem que o Estado é laico; mas, se for para patrocinar suas abjeções morais, aí, O Estado deve participar. Eis a sua noção de democracia, de justiça!

Para efeito de salvação da alma Deus trata individualmente; “... cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12

Porém, as diretrizes sociais, legais de um povo definem se ele estará debaixo de bênção, ou, maldição; “Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor; o povo ao qual escolheu para sua herança.” Sal 33; 12 Ou, “a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos; quebrado a aliança eterna. Por isso a maldição consome a terra;” Is 24;5 e 6

Mesmo que os homens criem leis contrárias À de Deus, e eles o fazem; quem teme ao Senhor, nesses casos será necessariamente um “fora-da-lei”; Por exemplo: O mundo pode legitimar ao casamento gay; Contudo, os servos de Deus têm outra lei; “Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; abominação é;” Lev 18;22 etc. Enfim, “Pode associar-se contigo (com Deus) o trono da inquidade que forja o mal a pretexto de uma lei?” Sal 94;20

Na verdade, nossas ações, retas ou ímpias, não atingem a Deus objetivamente; “Se pecares, que efetuarás contra ele? Se, tuas transgressões se multiplicarem, que lhe farás? Se, fores justo, que lhe darás, ou que receberá ele da tua mão? Tua impiedade faria mal a outro tal como tu; tua justiça aproveitaria ao filho do homem.” Jó 35;6 a 8

Desse modo, os insanos aqueles não visavam atingir a Deus, antes, a nós. Pensaram que desonrando-O nos atingiriam; atingiram. Ora, o único “risco” que um morto espiritual corre é de vida; isto é, de se arrepender em tempo e ser salvo. No mais, como o filme aquele, nada a perder.

Quando nos preceitua que sejamos santos, justos, é o nosso proveito que O Pai Amoroso visa, não, o Seu; nossa salvação; ainda que, tenha prazer em ter filhos obedientes.

Esses, naquilo que naturalmente conhecem, como animais irracionais se corrompem, disse Judas. Pois, a própria natureza define biologicamente a distinção sexual e o complemento dos opostos; um homem jamais menstruará, ou, uma mulher fecundará outra. Mas, eles soltam os bichos e pelo seu “direito” ofendem a todos.

São dignos de pena; “... nos últimos tempos haverá escarnecedores que andarão segundo as suas ímpias concupiscências.” Jd v 18

Seu escárnio filho da insanidade moral e, morte espiritual, não vulnera nossa fé; à medida que A Palavra cumpre-se a fé robustece.

Que esses infelizes repensem no sentido da sua luta, pois, como disse o pré-socrático, Estobeu, “Termina com má fama quem ousa duelar contra o mais forte.”

domingo, 19 de agosto de 2018

As orações dos mortos

Tu, pois, não ores por este povo, não levantes por ele, clamor; nem me supliques, porque Eu não te ouvirei.” Jr 7;16

O Eterno dizendo a Jeremias para não orar pelo povo e reiterando Seu veto, ver caps 11;14, 14;11 etc.

O que estava acontecendo para que O Deus Misericordioso os rejeitasse de modo tão veemente? O profeta aprazou o tempo em que Deus vinha porfiando para ser ouvido, porém, não era; “Desde o ano treze de Josias, filho de Amom, rei de Judá, até o dia de hoje, período de vinte e três anos, tem vindo a mim a Palavra do Senhor; vo-la tenho anunciado, madrugando e falando; mas, vós não escutastes.” Cap 25;3

Se, era desprezado por tão vasto período, por que O Altíssimo ouviria clamores em favor deles?

O infeliz pregador chegou a pensar que era culpa sua; que estava pregando no subúrbio para a ralé e deveria, antes, pregar aos nobres; “Eu, porém, disse: Deveras estes são pobres; são loucos, pois, não sabem o caminho do Senhor, nem, o juízo do seu Deus. Irei aos grandes e falarei com eles; porque eles sabem o caminho do Senhor, o juízo do seu Deus; mas, estes juntamente quebraram o jugo, romperam ataduras.” Cap 5;4 e 5

Jeremias constatou a duras penas, que, O Senhor era rejeitado tanto na favela, quanto, no palácio.

Se, o relacionamento Divino-humano tem como base o amor; esse é via de duas mãos, que, demanda correspondência, como se estabeleceria a relação, tendo, de um lado, desprezo, indiferença?

Circulam nas redes sociais muitos “mantras”, que, incautos chamam de “orações poderosas” cuja eficácia derivaria de serem compartilhados. Até um cego que foi curado por Jesus equacionou a aceitação Divina da oração, quando for resolvido o problema do pecado, não, antes; “Ora, nós sabemos que Deus não ouve pecadores; mas, se alguém é temente a Deus, faz Sua Vontade, a esse ouve.” Jo 9;31

Por certo ouvira em algum momento a menção do texto de Isaías que aborda o tema; “Vossas iniquidades fazem separação entre vós e Vosso Deus; vossos pecados encobrem Seu Rosto de vós, para que não vos ouça.” Is 59;2

Contudo, se, Deus não ouve a pecadores, e, todos são, como fica? É; “nos convinha tal sumo sacerdote, (Cristo) Santo, Inocente, Imaculado, Separado dos pecadores, Feito mais Sublime do que os Céus;” Heb 7;26 Por isso, malgrado a plêiade de “intercessores” de humana feitura, segue imutável o dito: “... ninguém vem ao Pai senão, por Mim.”

A submissão ao Senhor remove a barreira feita pelos nossos pecados, desde que, sigamos Suas Pisadas; Assim, um caminho, antes, fechado, agora está franco aos que lhe pertencem; “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas, sem pecado. Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia, achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.” Heb 4;15 e 16

Nosso bom relacionamento com O Salvador enseja confiança, mas, não patrocina temeridades. Isto é, ousadias de querer as coisas do nosso jeito, ou, no nosso tempo; antes, depois de havermos feito Sua Vontade, seremos por Ele socorridos “em tempo oportuno”.

É blasfema a pretensão de “oração poderosa” e afins. Se, o poder é da oração, Deus fica de fora; quando diz Tiago que a “oração de um justo “pode” muito em seus efeitos”, não está patenteando o poder da oração, antes, o agrado Divino pela justiça.

Pois, se um de nós reiteradamente vive em indiferença para com Deus, mesmo se dizendo Seu servo, coloca-se no mesmo patamar dos coevos de Jeremias; gente pela qual não adianta orar; Deus não ouvirá.

Diga você, que espírito, que vida reside numa “oração” compartilhada por meio digital? Oração traz a ideia de, feita por via oral; no caso, expressa em palavras. Não que palavras bastem, mas, elas são parte do processo, cuja fonte deve ser mais profunda; “buscar-me-eis, e me achareis, quando, me buscardes com todo vosso coração.” Jr 29;13

Desgraçadamente a geração vídeo, meme, fake news, cultura inútil, não tem tempo para introspecções sisudas, sóbrias, como orações. Outro dia certa cantora disse que, “ninguém vive sem demônios”; e, parece que a “moral” vigente é essa.

Muitos inda não entenderam, tampouco, tentaram responder a pergunta do anjo: “... Por que buscais o vivente entre os mortos?” Luc 24;5

Quem, invés de relacionamento pessoal fantasia acessar a Jesus por meios eletrônicos faz isso.

Jeremias era intercessor justo; não foi aceito por causa da rebeldia do povo; Cristo É “Mais sublime que os Céus”; nem assim basta, para salvar aos que pensam que a vida é subproduto da rebelião; dos demônios.

sábado, 18 de agosto de 2018

A Medicina do Arrependimento

“Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada; cujo pecado é coberto.” Sal 32;1

Se, Deus É Amor, como ensina João, Grandioso em perdoar, como disse Isaías, por que não perdoa geral, para que todos sejam bem-aventurados, felizes?

Porque o Perdão Divino não opera no vazio; é um contraponto ao arrependimento sincero. Assim, não havendo arrependimento não existe o perdão; pois, violaria o arbítrio que, O Santo preza, dar a alguém, o que esse alguém não deseja.

Então, mesmo que as consequências sejam nefastas, se, o pecador segue decidido em sua obstinação pecaminosa, o perdão olha de fora para tal alma, anelando pelo momento em que possa entrar.

O mesmo salmista confessou: “Quando guardei silêncio envelheceram meus ossos pelo meu bramido em todo o dia. Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou sequidão de estio.” Vs 3 e 4

Quer dizer: O sujeito pecou e se fechou em si mesmo, alienado do Senhor, silenciou. O silêncio é uma coisa boa no devido contexto; mas, não, quando até os ossos e o humor anseiam pelo bramido de arrependimento perante O Senhor que sara.

Talvez tenha meditado nesse canto, Salomão, o filho do autor, para reduzi-lo depois, numa sentença; “O que encobre suas transgressões nunca prosperará, mas, o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov 28;13

O que há de mais belo no arrependimento é que ele recoloca o carro e os bois nos devidos lugares. Isto é: Quando pecamos atuamos segundo a autonomia egoísta proposta por Satanás; “Vós mesmos sabereis o bem e o mal.” Olhamos determinada tentação e decidimos que é um bem, desfrutá-la; indiferentes ao conselho Divino pecamos. Após isso, o “peso da Mão do Senhor”, a consciência, nos adverte que foi mal; há, no âmago de cada um, o contraponto patenteando que o dito do maligno foi mentiroso; que, a despeito de nossas carnais inclinações, a decisão final sobre bem e mal não é nossa.

Assim, persuadida por uma consciência pesada, a alma aflita passa a desejar refrigério; sabedor que é um derivado do Perdão Divino, busca-o como um enfermo pela cura; Ou, cala-se, simplesmente sofrendo consequências como as que vimos. Assim, o tentador assassino enverniza seus sujos prazeres e diz: Vai que é tua! A carne imprudente, mal inclinada vai; depois, vem a consciência, faísca Divina, e nos adverte: Foi mal.

Arrependimento, pois, é minha alma divorciando-se eventualmente, da carne, prestando continência à consciência; sob seu conselho buscando reconciliação com Deus. “Confessei-te meu pecado; a minha maldade não encobri. Dizia eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; tu perdoaste a maldade do meu pecado. Por isso, todo aquele que é santo orará a ti, a tempo de te poder achar; até no transbordar de muitas águas, estas não lhe chegarão. Tu és o lugar em que me escondo; tu me preservas da angústia; tu me cinges de alegres cantos de livramento.” Vs 5 a 7

Assim, cambiar de uma situação de “ossos envelhecidos”, alma mal humorada, para outra de “alegres cantos de livramento” é uma tênue faceta da superioridade do Conselho Divino em relação ao usurpador.

Adiante, noutro cântico, Davi descreveu seu pecado de forma mais nítida ainda: “Porque conheço minhas transgressões; o meu pecado está sempre diante de mim. Contra ti, contra ti somente pequei; fiz o que é mal à tua vista, para que sejas justificado quando falares e puro quando julgares.” Sal 52; 3 e 4

Esse negócio de, “A serpente me enganou... a mulher que me deste por companheira... eu pequei, mas...” nada vale diante de Deus. Se, pequei, foi escolha minha; ponto. Quem apresenta justificativas não está arrependido, mas, peca novamente tentando fazer Deus injusto. Paulo sentencia: “Sempre seja Deus verdadeiro e todo o homem mentiroso; como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras e venças quando fores julgado.” Rom 3;4

E os que pecam “sem culpa”? As consciências já não acusam? A resiliência no mal cauteriza-as; sua voz suave fica cada vez mais distante, de tanto ser ignorada, que é como se não falasse mais. São doentes terminais nas almas.

De alguns, O Senhor Misericordioso nem espera arrependimento; “Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda...” Apoc 22;11 Lembram do “ih ih, Jesus é Travesti”? Quando o lixo apodrece assim, nem recicladores querem.

A superabundante Graça Divina fica impotente ante a superabundante maldade humana consorciada com o capeta.

Convém ser cuidadosos como nossas consciências; “Conservando a fé; a boa consciência, à qual alguns, rejeitando naufragaram na fé.” I Tim 1;19

“O remorso é uma impotência, ele voltará a cometer o mesmo pecado. Apenas o arrependimento é uma força que põe termo a tudo.” Balzac

domingo, 12 de agosto de 2018

A Guerra Adormecida

“Tendo sido justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;” Rom 5;1

Há uma diferença relevante entre ser justiçado, e justificado. Justiçar é dar a alguém o que é justo. Se, foi acusado inocente demonstrar essa inocência; se, culpado, aplicar a pena que a culpa requer. É uma ação decorrente do mérito, pois.

Justificar não deriva de merecimento, mas, de favor por parte de quem justifica. Perdoar, não é um ato estrito de justiça, no tocante ao devedor, mas, de justificação; contudo, Deus lê tal ato como de justiça; ensina a orarmos nesses termos: “Perdoa nossas dívidas assim como perdoamos nossos devedores”.

Então, fomos justificados pela fé, à medida que é por meio dela que recebemos de graça, a Justiça de Cristo. Feito isso, digo, dado o majestoso perdão recebido, somos desafiados a ser perdoadores também; essa justiça Deus requer de nós.

A justificação não nos quita com Deus e deixa-nos autônomos; antes, nos faz servos; aí, “de toda a Palavra de Deus comerás livremente; mas, dos ensinos hereges, que, tendem ao pecado, e das próprias inclinações carnais, deles te distanciarás para que não morras”. Uma paráfrase da instrução dada a Adão, agora, ao “Adão” renascido.

A justificação nos leva à paz com Deus, porque a transgressão ensejara a inimizade. O que, pra nós é favor, justificação, aos Olhos Divinos é Justiça, ainda que oblíqua; a de Cristo, imputada a nós. Pois, a paz num cenário de inimizade não brota fortuita; demanda um “acessório” indispensável; “O efeito da justiça será paz...” Is 32;17

Havia uma injustiça pendente, um desafio suicida que aceitara a sugestão maligna de que o Eterno seria mentiroso. Então, mesmo não tendo nenhuma injustiça a pagar, O Salvador, quando instou para que João O batizasse, disse ser necessário cumprir “toda” justiça; mirava na redenção da injustiça original que forjara a queda, não, algo Seu, propriamente.

Como, “... todas nossas justiças são como trapo da imundícia;...” Is 64;6 ou, nossos bens, infinitamente insuficientes, “Nenhum deles ( de nós ) de modo algum pode remir seu irmão, ou dar a Deus o resgate dele, pois, a redenção da sua alma é caríssima...” Sal 49;7 e 8 A Graça de Deus enviou O Salvador, “O Senhor Justiça Nossa”; Jr 23;6 Nele, “A misericórdia e a verdade se encontraram; justiça e paz se beijaram.” Sal 85;10

Isso nos faz eternos devedores; paz com Deus é por “Nosso Senhor Jesus Cristo”. Chamá-lo de Pai, ou, Senhor não é algo que obre no vazio também; antes, requer um proceder conforme; “O filho honra o pai, o servo ao seu senhor; se, Eu sou Pai, onde está minha honra? Se, Eu Sou Senhor, onde está Meu temor?...” Mal 1;6

O mesmo Salvador advertiu desse “Senhorio oco”, onde, muitos chegam com palavras, sem coração; “Por que me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que Eu digo?” Luc 6;46

A peregrinação terrena dos salvos infelizmente foi substituída por ardilosos ensinos que acoroçoam arrogância; muitos “cristãos” portam-se como se fossem “co-pilotos” do Salvador, “ordenando, determinando”, num misto de falta de reverência com falta de noção.

Ora, se Ele O Salvador, no momento de maior angústia orou; “seja feito como Tu queres”, quem somos nós para querer as coisas do nosso jeito?

A liberdade de crença que desfrutamos as facilidades para se mercadejar com O Evangelho, até, gerou uma leva de frouxos morais, gente sem têmpera que profana ao Sagrado e nem se dá conta.

Se, nas suas cegueiras carnais muitos se presumem “conquistando” isso ou, aquilo, a rigor, num escopo espiritual se poderia dizer mais ou menos como faraó; “Estais ociosos, é por falta de trabalho que ficais devaneando com cultuar ao Senhor.” Esse devaneiam com servir a Quem desconhecem; essa inércia espiritual será letal, quando, enfim, formos testados em outro nível na densidade da fé. “Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.” Heb 12;4


A onda é ser “politicamente correto” e, muitos, a pretexto de evitar polêmicas, atritos, omitem-se onde deveriam temperar com sal. Amizade, paz com Deus, necessariamente nos coloca em choque com esse mundo e seus valores inversos.

Paz não é valor absoluto que deva ser buscado a todo custo ignorando incongruências como visa o inútil movimento ecumênico. Ela é indispensável com Deus, no mais, é só morte envernizada. É um derivado moral, espiritual, não uma conquista de aclimações políticas doentias.

Sem resolver a questão da impiedade, nada feito; a guerra hiberna, mas, à primavera dos interesses eclodirá. “Ah! se tivesses dado ouvidos aos meus mandamentos, então seria tua paz como um rio; tua justiça como as ondas do mar!... Mas, os ímpios não têm paz, diz o Senhor.” Is 48;18 e 22

sábado, 11 de agosto de 2018

Se os teus olhos forem bons

“Escapa por tua vida; não olhes para trás; e não pares em toda esta campina; escapa lá para o monte, para que não pereças. A mulher de Ló olhou para trás e ficou convertida numa estátua de sal.” Gen 19; 17 e 26
Interpretarmos esse “olhou para trás” como se fosse mero girar o pescoço e olhar sobre os ombros para ver o que se passava pode ser impreciso, simplista demais.

Trata-se de uma figura de linguagem que significa arrepender-se de um ato e pretender voltar a ele, reconsiderar uma decisão; mais que olhar; voltar atrás.

Foi isso que O Salvador desaconselhou, aliás, para quem pretendesse segui-lO. “Disse também outro: Senhor, eu te seguirei, mas, deixa-me despedir primeiro dos que estão em minha casa. Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás é apto para o reino de Deus.” Luc 9;61 e 62

Nesse caso, voltar à sua casa seria o “olhar para trás", desaconselhado. Ou seja: O Salvador desafiou aos que O quisessem seguir, para que o fizessem de modo resoluto, coração inteiro, entrega cabal. Sem voltar atrás.

Desse modo, voltando à mulher de Ló, provavelmente, quando o fogo dos Céus começou a cair sobre a cidade, ela tenha tentado voltar e salvar algumas coisas que lhe eram caras; sua imprudência a colocou em rota de colisão com o juízo; seu corpo não foi convertido em sal, estritamente, mas, recoberto pelos elementos incandescentes que estavam caindo. O cronista que descreveu narrou o resultado, não, o processo.

Então, quando identificamos o Chamado do Santo, invés de nos pesar eventuais coisas que deixaremos, convém olharmos para as que alcançaremos se, correspondermos ao Amor Divino; ouçamos Paulo: “Na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor... Não que já tenha alcançado, (o objetivo) ou, que seja perfeito; mas, prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus.” Fp 3;8 e 12

Uma característica dos últimos dias é a apostasia. O que é isso? O abandono gradativo da Sã Doutrina, do Caminho Santo que nos foi ensinado. Homens ímpios recusando a crucificar vontades naturais em prol da de Cristo buscando “mestres” que os encorajem a isso, invés de denunciar. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências;” II Tim 4;3

Apostasia é abandono da fé, não, ausência. É um que já tinha saído debaixo do lugar do juízo, e, como a mulher de Ló, pelos cuidados com o que deixou, voltou atrás, para perda da vida.

Achamos ridículo quando lemos que Esaú trocou seu direito de primogênito por um prato de lentilhas; entretanto, os apóstatas que abdicam das riquezas espirituais pelas materiais, ou, da santificação pelas comichões malsãs, fazem o mesmo; cambiam riquezas eternas, por suprimentos efêmeros, perecíveis.

Por isso, invés de encorajar decisões emocionais, superficiais, O Senhor advertiu que calculassem os custos antes de tentar nova vida. “Qualquer que não levar sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo. Pois, qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer contas dos gastos, para ver se tem com que acabar?” Luc 14;27 e 28

Há dois tipos de apostasia; abandono da fé, e, perversão. Ambos “olham para trás”; o primeiro volta às coisas que deixara; o segundo; alarga a “Porta Estreita” para incluir vícios que deveriam ser crucificados. O que abandona, “apenas” perde-se; o ministro apóstata, além de se perder leva à perdição todos que lhe dão ouvidos, é um “serial killer” espiritual. “... Pode porventura o cego guiar o cego? Não cairão ambos na cova?” Luc 6;39

Podemos nos espelhar no profeta Eliseu; ciente de seu chamado, “derrubou a ponte” que lhe tentaria a voltar atrás; “... tomou a junta de bois, os matou, com os aparelhos dos bois cozeu as carnes, deu ao povo e comeram; então, se levantou seguiu a Elias e o servia.” I Reis 19;21

O único olhar para trás aconselhável é o que nos desafia a rever atos, alcançar arrependimento; no mais, “Teus olhos olhem pra frente; tuas pálpebras olhem direto diante de ti. Pondera a vereda de teus pés; todos teus caminhos sejam bem ordenados!” Prov 4;25 e 26

Assim, o pecador persuadido pela Palavra e o Espírito Santo arrepende-se do mal, para salvação; o apóstata que volve atrás se arrepende do bem, para a perdição. Todavia, “O justo viverá da fé; se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele.” Heb 10;38

“A perseverança não é uma longa corrida; ela é muitas corridas curtas, uma depois da outra.” Walter Elliott

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Quem são os filhos de Abraão?

“Não presumais de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque, vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão.” Mat 3;9

O erro dos judaístas era presumir uma espécie de salvação hereditária; digo, como se, o fato de serem eles descendentes de Abraão bastaria; eram povo escolhido, e pronto.

Se, João Batista os desafiou a produzirem frutos dignos de arrependimento, logo, os frutos produzidos não eram os esperados pelo Pai.

Isaías, aliás, o mesmo que vaticinara a vinda da “voz do que clama no deserto”, já tinha denunciado a decepção Divina com os frutos do povo escolhido; dissera: “Que mais se podia fazer à minha vinha, que Eu lhe não tenha feito? Por que, esperando que, desse uvas boas, veio a dar uvas bravas?... Porque a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel; os homens de Judá são a planta das suas delícias.” Is 5;4 e 7

Contudo, malgrado esses frutos indesejáveis produzidos, a primazia de povo eleito permaneceu com os judeus por causa da Divina Fidelidade.

Porém, a “eleição” dos salvos seria mediante a fé, não, os laços sanguíneos. Assim, os judeus foram os primeiros a ouvir a Palavra da Vida, mas, a vida propriamente dita, foi facultada a cada um que ouviu e recebeu ao Salvador, independente de laços sanguíneos. “A todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, da vontade da carne, nem, do homem, mas, de Deus.” Jo 1;12 e 13

Embora a definição teológica que a descendência de Abraão que conta é pela fé, não, pelo sangue, tenha advindo em momento ulterior pela pena de Paulo, o ensino era já latente nas Palavras do Mestre. Zaqueu era judeu mesmo antes da fé; porém, só após crer foi tido pelo Senhor como “da família.” “... Hoje veio a salvação a esta casa, pois, também este é filho de Abraão.” Luc 19;9

A Promessa ao patriarca que, nele seriam benditas todas as famílias da Terra não fora bem assimilada pelos descendentes; o que, de certa forma é compreensível. Num cenário de disputas bélicas, onde, cada povo ia à guerra escudado em seu deus, um Deus que fosse Universal, de todos, mesmo dos que pelejam contra mim, era algo difícil de engolir. Assim, O Eterno era o Deus de Abraão, acima de tudo; bênçãos aos demais povos poderiam ser lidas por alto, quiçá, ignoradas. Vide a frustração do profeta Jonas, quando O Altíssimo poupou aos ninivitas por exemplo.

Desse modo, a rivalidade nacionalista indispôs os judaístas contra os cristãos, judeus, ou não; pois, pretenderiam para si, uma honra que seria deles; a descendência de Abraão.

Paulo aludiu a rejeição pontual deles até certo tempo, porém, a restauração no fim, quando O Santo se voltasse de novo a eles; “Assim todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador e desviará de Jacó as impiedades. Esta será a Minha aliança com eles, Quando Eu tirar os seus pecados. Assim que, quanto ao evangelho, são inimigos por causa de vós; mas, quanto à eleição, amados por causa dos pais.” Rom 11;26 a 28

Se, essa inimizade feria fundo de modo que a maioria dos ortodoxos recusava-se sequer a ler ao “Brit Hadasha” O Novo Testamento, isso está mudando.

Quem sabe ler sinais vê distintamente duas coisas no horizonte; A igreja que na imensa maioria cansou de esperar a volta de Cristo; perdeu-se prostrada ao Bezerro de Ouro do materialismo; e Deus voltando-se para Israel; “Sobre a casa de Davi, sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito de graça e súplicas; olharão para mim, a quem traspassaram; e prantearão sobre Ele, como quem pranteia pelo filho unigênito; chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito.” Zac 12;10

Vasto número de Judeus tem abraçado à fé, o Novo Testamento é lido em hebraico; o nome de Yeoshua está sendo colocado em realce por lá, a Lua e o Trump estão apontando o tempo.

Grande parte da Igreja apostata, e, os remanescentes judeus começam a crer. Quem crê não faz distinções; entende O Messias e Seu propósito; “Porque ele é nossa paz, o qual, de ambos os povos fez um; derrubando a parede de separação que estava no meio, na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz.” Ef 2;14 e 15

Não que a porta esteja fechada aos gentios, mas, abre-se como nunca aos judeus; Deus tirou o que pôde das “pedras”; agora persuade aos de sangue.