terça-feira, 17 de junho de 2025

Ímpia simbiose


“Porque tanto o profeta, quanto o sacerdote, estão contaminados; até na Minha casa achei sua maldade, diz O Senhor”. Jr 23;11

O sacerdote devia agir da parte do povo, buscando a Deus; e o profeta, falar ao povo, segundo Deus. Isso, em caso de ambos os ofícios serem exercidos com probidade.
Não era o caso de então, segundo a denúncia de Jeremias. Tanto um, quanto outro, estavam contaminados.

O sacerdote deveria ser um depósito, do qual se pudesse aprender, segundo o que fora revelado em tempos idos; A Palavra de Deus conhecida; “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, da sua boca devem os homens buscar a Lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos”. Ml 2;7

O profeta, uma fonte da Palavra Viva, por meio do qual, erros presentes seriam denunciados, consequências da permanência neles, advertidas; bem como, novas revelações poderiam verter, segundo a Vontade do Eterno.

Não agiam assim, aqueles. Invés de uma vida piedosa e dependente do Senhor, no qual esperariam, e em Nome Dele falariam, esses eram autônomos; tomavam o Nome Santo como fiador das suas falas, mas, não atuavam da parte Dele;

“Não mandei esses profetas, contudo eles foram correndo; não lhes falei, mas eles profetizaram. Se estivessem no Meu conselho, então teriam feito Meu povo ouvir as Minhas Palavras; o teriam feito voltar do seu mau caminho, da maldade das suas ações.” Jr 23;21 e 22

O problema de lideranças adoecidas é que, os liderados adoecem também. Instituições que deveriam ser reservatórios de justiça e santidade, acabavam contaminadas, pelas más escolhas dos que atuavam ali. “... até na Minha casa achei a sua maldade, diz o Senhor”.

O desejo de ser portador de falas agradáveis, onde deveria pulsar a verdade, enseja uma simbiose pecaminosa; os maus comportamentos acabam validados por lideranças ímpias.

Jeremias denunciara precisamente isso; uma corja de líderes corruptos, seguida por um povo sonolento que assim preferia; “Os profetas profetizam falsamente, os sacerdotes dominam pelas mãos deles; o Meu povo assim o deseja; mas que fareis ao fim disto?” Cap 5;31

Os fatos históricos mostram qual foi o fim daquela apostasia. O establishment perseguia ao único mensageiro idôneo, Jeremias, e se alegrava com os muitos farsantes que o entretinha, invés de corrigir.

Cativeiro de toda a nação em Babilônia, Templo destruído, cidade arrasada. Andando desolado entre as ruínas, Jeremias relembrou o que ensejara que acontecesse aquilo: “Os teus profetas viram para ti, vaidade e loucura, e não manifestaram tua maldade, para impedirem teu cativeiro; mas viram para ti cargas vãs e motivos de expulsão”. Lam 2;14

O primeiro risco em que se incorre intentando andar na senda espiritual é ter profetas de estimação; pregadores prediletos. Esses que nos agradam com seu desempenho, poderão ser “nossos” pregadores diletos; mas, os que são espiritualmente medicinais, são do Senhor. Não nos acarinham; antes, denunciam. Podem soar desagradáveis, mas laboram para nos desviar do eterno cativeiro.

Se minhas predileções, invés da Palavra do Senhor balizarem meu caminho, por religioso que eu seja, e zeloso que me apresente, a rigor, estarei seguindo o Capeta, em lugar do Senhor. Foi ele o mentor de que podemos ser independentes, valorar bem e mal ao nosso paladar.

Faz melhor aquele que se entristece e compunge no íntimo após uma mensagem, que outro, que se alegra com o pregador. Pois ele tem boas chances de ter sido confrontado com seus pecados e chamado ao arrependimento. O que apenas foi entretido, assistiu a um teatro enganoso.

Não temos mais profetas nem sacerdotes aos moldes da Antiga Aliança. Hoje temos ministros do Evangelho, que, devem ser difusores do Sacerdócio Eterno de Jesus Cristo, pregadores da Sua Palavra.

Entretanto, a mesma seriedade que era requerida daqueles de outrora, ainda é no que tange aos atuais. A inclinação dos pecadores que preferem ser entretidos, invés de desnudados, cresceu muito mais, infelizmente.

Qualquer coisa que foi falada pelo Senhor, interpretada retamente, no devido contexto, é uma profecia; “Rugiu o leão, quem não temerá? Falou O Senhor Deus, quem não profetizará?” Am 3;8

Como nos dias de Jeremias, o compromisso com Deus em defesa da verdade gerava perseguição, ainda é. As pessoas não são arredias à ideia de serem religiosas; apenas, odeiam ficar mal na foto; e onde Cristo desfila, todos ficamos. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20

A decisão é nossa: Seguir numa mesmice religiosa e viciosa que nos empatará e culminará em perdição, ou, ousar na senda da verdade, para sermos salvos. “O que encobre suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov 28;13

segunda-feira, 16 de junho de 2025

Brasil buscando maldição


“Abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra.” Gn 12;3

Promessa do Eterno a Abraão, o pai de Israel. Do ponto de vista espiritual, a bênção às nações, se cumpre em Cristo, atingindo judeus e gentios. “De sorte que os que são da fé são benditos com o crente Abraão.” Gál 3;9

Porém, Israel ainda não ter, oficialmente, reconhecido a Jesus Cristo como seu Messias, não muda o fato que é amado e protegido por Deus. Paulo explica a complexidade disso; de terem rejeitado ao Ungido e Sua Mensagem, seguindo como povo da Aliança: “Assim que, quanto ao Evangelho, são inimigos por causa de vós; (os gentios) mas, quanto à eleição, amados por causa dos pais.” Rom 11;28

Desse modo, a incidência de bênção ou maldição, da parte do Eterno, tanto tange o aspecto espiritual, quanto, o natural, atinente à nação de Israel mesmo.

Quando o rei de Moabe pretendeu alugar Balaão, o profeta, para que amaldiçoasse a Israel que subia para a “Terra Prometida”, O Senhor não apenas impediu sua loucura, como ainda fez com que abençoasse, invés de amaldiçoar ao Seu povo. “Eis que recebi mandado de abençoar; pois Ele tem abençoado, e não posso revogar... Eis que o povo se levantará como leoa, se erguerá como leão; não se deitará até que coma a presa, e beba o sangue dos mortos”. Nm 23;20 e 24

Infelizmente uma geração de mentecaptos que acredita em Papai Noel e Saci Pererê, totalmente ignorante acerca de Deus e Sua Palavra, se tornou caixa de ressonância para a campanha da prostituta internacional, a mídia.

Israel, a única democracia do Oriente Médio, onde convivem e trabalham pacificamente, árabes, islâmicos e palestinos, tem sido difamado como autor de um genocídio de palestinos; nas palavras de Lula, nosso bêbado mor, de “violar a soberania iraniana”.

Ora, a guerra em Gaza é uma reação à morte de 1200 inocentes em tempos de paz; ela busca pelos terroristas. Se, em sua defesa esses covardes usam a população civil como “escudos”, as mortes de civis são por conta deles.

Todavia, ao bordão da campanha midiática saíram de todas as partes, do Brasil inclusive, uma imensa leva de acéfalos desocupados, pretendendo interferir no conflito, acusando Israel de genocídio.

O bebum chefe chegou acusar à nação israelita, de ter matado doze milhões de crianças em Gaza; sendo que, a população total, vai pouco além de dois milhões. Deve ter usado a mesma “matemática” que contou seus votos.

Felizmente, a gangue global de desocupados, que resolveu se alugar ao sistema oferecendo sua idiotia útil em troca de alguns patrocínios, levou uma esfrega no Egito, que pôs fim à insanidade, fechando as fronteiras, tolhendo à marcha e deportando aos vagabundos.

Quanto ao Irã, a agência internacional que fiscalizaria energia atômica, disse que eles têm Urânio enriquecido bastante, para fabricar nove bombas. Um país 75 vezes maior que Israel, em extensão, rico em petróleo, que, invés de investir seus recursos em infraestrutura para melhoria das condições de vida do seu próprio povo, prefere financiar o terrorismo.

Mesmo um míssil balístico custando quatro milhões de dólares, terroristas em Gaza, no Líbano, no Iêmen, na Síria sempre os tiveram, para usar contra Israel, sobre alvos civis; tudo, financiado pelo Irã.

Caso consigam fazer a sonhada bomba, terão escrúpulos em usá-la? Não houve invasão de soberania nenhuma. Toda sorte de atos terroristas que incidem contra Israel tem as digitais deles; isso nunca se interrompeu, desde que, radicais islâmicos tomaram o poder no Irã, em 1979.

Nosso impoluto “presodente”, claro, não se demorou a fazer sua escolha como sempre. Invariavelmente se coloca ao lado de ditadores e terroristas; não fez diferente no atual conflito. Há suspeitas, inclusive, que a furtiva passagem de um navio iraniano pelo Rio de Janeiro em 2023, foi para que urânio nosso fosse vendido a eles, para ajudarmos o sonho iraniano de varrer Israel do mapa.

Não por acaso, Israel batizou a reação, à qual se viu forçado, de “Um leão que se levanta”. Isso evoca a bênção que Balaão foi levado a proferir, mesmo assalariado para amaldiçoar; “... Eis que o povo se levantará como leoa, se erguerá como leão; não se deitará até que coma a presa, e beba o sangue dos mortos...”

Felizmente, Lula não é o Brasil; infelizmente, está num lugar d’onde fala, como se fosse. Deus sabe a diferença. Quando estender Sua mão para julgar as falcatruas daqui, o “pôr do sol” será tão rápido que sequer teremos tempo para uma foto.

Não é hora para pacifismos hipócritas; é hora de tomar posição em favor da verdade e da justiça. Oremos por Israel.

domingo, 15 de junho de 2025

Os retirantes


“Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para perdição, mas daqueles que creem para conservação da alma.” Heb 10;39

Na última metade do século passado, muitos nordestinos, dadas as parcas possibilidades de vida, pela baixa incidência de chuva, deixaram sua terra e migraram para o Sudeste, principalmente, em busca de melhores condições. Eram “Retirantes”. Movidos pela esperança de dias melhores, migravam para a direção onde o sonho apontava.

Há mérito no não conformismo, na ousadia de desbravar horizontes, quando o “status quo” sonega a possibilidade de dias melhores.

Porém, a Bíblia menciona outro tipo de retirantes, que, desgraçadamente faz um fluxo inverso. “...se retiram para perdição...”

Invés de nomeados retirantes, como aqueles, esses são conhecidos como “desigrejados”. Diferente daqueles, não saíram de determinado ponto geográfico, mas de um caminho espiritual.

Se, inquiridos, cada um terá suas razões: Decepção com líderes, frustração por promessas não cumpridas, escândalos, hipocrisia, “nova visão” que se abriu, etc.

A maioria das coisas que eles alegam como motivo para seu retiro, é veraz; acontece mesmo. A questão não é essa. Seria, recolher-se enclausurado na própria carapaça, como um quelônio ameaçado, a solução para as decepções vivenciadas? Retirar-se invés de aprender, e crescer em meio às decepções?

Muito da frustração, tem a ver com o que lhes prometeram, falas indignas; pessoas, não O Senhor. Assim, em boa parte, os próprios decepcionados são culpados, por terem acalentado ingenuamente, expectativas dissonantes do prometido na Palavra de Deus.

O Salvador preveniu sobre a necessidade das aflições, perseguições. Somos desafiados ao opróbrio, ao vitupério, não, convidados ao sucesso, como devaneiam alguns incautos, acoroçoados por mercenários farsantes. “Saiamos, pois, a Ele (Cristo) fora do arraial, levando Seu vitupério”. Heb 13;13

Não ignoramos a existência de vastos estios espirituais, disfarçados de igrejas. Se, O Sumo Pastor levas Suas ovelhas, a “verdes pastos e águas tranquilas”, aqueles que O representam devem fazer da mesma forma. “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo, despenseiros dos mistérios de Deus. Além disso, requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel”. I Cor 4;1 e 2

Nem sempre é assim. Muitos patifes mercenários grassam por aí; suas “igrejas” não passam de empresas; as “ovelhas”, de produtos para se locupletarem, profanando O Nome Santo. Os que buscam por esses, nada de estranho em encontrarem decepções; estranhável seria se fosse diferente. Quem muito vai ao mercado de peixes, deve se acostumar com o mau cheiro.

Os farsantes são um mal antigo a secar pastagens desde outrora; “Porque a terra está cheia de adúlteros, a terra chora por causa da maldição; os pastos do deserto se secam; porque sua carreira é má, sua força não é reta”. Jr 23;10

O mesmo profeta na introdução do seu livro denunciara a causa disso: recusaram a Divina direção, e buscaram pífias alternativas, vertentes espúrias, caminhos fáceis; mal que até hoje permanece. Numa linguagem poética isso foi valorado assim: “Porque o Meu povo fez duas maldades: a Mim deixaram, o Manancial de Águas Vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas”. Jr 2;13

Mesmo em igrejas sérias, onde a Sã Doutrina é ensinada, frustrações, decepções fazem parte do pacote, na chamada “Cruz de Cristo”, que cada um deve levar.

Nossas próprias inclinações ruins ensejam que decepcionemos pessoas, e vice-versa; além disso concorre a ação do inimigo, que tudo faz para dificultar, se possível, impedir nosso progresso na vereda da justiça.

Andar com Cristo, não é como treinar arremessos de laço num “touro mecânico”, como fazem os que competem nisso. Antes, somos exercitados enfrentando ao inimigo e seus ardis, desde os primeiros passos.

Nosso alvo não deve ser, combater a pobreza, mediocridade financeira, alcançar o sucesso, como ensinam muitos encantadores de serpentes, camuflados de pastores, bispos, et caterva;
o objetivo deve ser a santificação. Para tanto, devemos combater contra o pecado, em nossas próprias vidas; eis a eficácia da cruz!

A uns decepcionados da igreja primitiva foi dito: “Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado”. Heb 12;4

Se alguém foi iludido por falas que fazem a igreja parecer um clube recreativo, uma palestra coach, para formar cidadãos bem-sucedidos, fará bem em se retirar; está perdendo tempo.

A Igreja de Cristo é um hospital de campanha e estamos em pleno e mortal combate. Os covardes, (como nos dias de Gideão) voltem pra casa. “Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra.” II Tim 2;4

Os valentes e decididos, coloquem-se na defesa do que é Santo: “... Passai e rodeai a cidade; e quem estiver armado, passe adiante da Arca do Senhor.” Js 6;7 “... não somos daqueles que se retiram para a perdição...”

sábado, 14 de junho de 2025

Haja Luz


“Por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.” Ef 3;14

Paulo expondo aos cristãos de Éfeso, uma causa que o fazia orar por eles. Seria o lugar comum, aos olhos do vulgo, orarmos quando estamos nalguma necessidade, de livramento, suprimento, relacionamento, saúde.

Não é errado rogamos por isso quando necessário. Mas, a excelência reside em fazermos as coisas segundo a hierarquização proposta pelo Salvador. Ele ensinou qual deve ser nossa prioridade: “Mas, buscai primeiro o Reino de Deus, e sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

As coisas atinentes à Justiça Divina, luz espiritual, o santo propósito para nós, devem ser nossa iniciativa prioritária, nossa busca; a manutenção da vida provendo-nos os meios, o Próprio Senhor se encarrega de facilitar as condições, para os tenhamos. Não significa nos omitirmos ao trabalho; antes, confiarmos na Sabedoria e propósito do Eterno.

Dito isto, vejamos o motivo pelo qual Paulo se ajoelhava; “Para que, segundo as riquezas da Sua Glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo Seu Espírito no homem interior;” v 16

Mais que os meios de subsistência do homem natural; anelava o fortalecimento pelo Espírito, do sobrenatural, o homem interior. “Primeiro, o Reino de Deus e sua justiça...”

O fortalecimento espiritual, também tem sua incidência um pouco distinta do modo usual de se ver. Em geral, do espiritualmente fortalecido, pensamos que seja um homem cheio de autoridade, dons, eloquência... essas coisas podem fazer parte do pacote. Mas, o que Paulo desejava quando rogou pelo fortalecimento espiritual dos irmãos tinha a ver mais, com luz, que com algum outro tipo de poder.

“Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, a largura, o comprimento, a altura, a profundidade; conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.” Vs 17 a 19

Ora, para alguém se colocar de joelhos perante O Senhor clamando por luz, carece ter já, algum grau de iluminação. Pelo menos, para entender sua carência nesse aspecto. Invés de rogar pelo poder de Deus em seu favor, requerer mais luz, para compreender o amor; eis um motivo pelo qual vale à pena se colocar de joelhos!

“Lato sensu”, todos compreendem ao amor. Porém, o Amor de Deus é algo estrito, superior, de outra magnitude.

Pecamos, alienados do Criador, ao colocar a capacidade de amar, Dele recebida, na direção errada; e como disse Spurgeon, “Uma coisa boa não é boa, fora do seu lugar.”
Assim, o amor próprio desmedido acaba patrocinando o egoísmo; o amor pelo dinheiro, se torna um fomentador da avareza; o amor pelas trevas, mais que a luz, enseja o culto dos vícios, em “recipientes” que foram projetados para a virtude; não é assim, o Amor de Deus. Paulo que fizera grandes males à Divina Obra, no começo, mas fora iluminado, chamado e perdoado; mais que isso, comissionado com poder especial, bem conhecia o Amor do Eterno.

Desse modo, além de confiar numa resposta favorável do Santo, sabia que viria ainda mais; disse que Deus “... É poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente, além daquilo que pedimos ou pensamos...” v 20

Por que fazer além do que é pedido? Porque o pedido, geralmente, atina a uma necessidade; o amor visa demonstrar um sentimento.

Por isso, os amados do Senhor, também devem saber ir além do estritamente formal, do que lhes é ordenado; esse passo extra é uma demonstração de amor, que O Eterno deseja. “Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer.” Luc 17;10

O modo como vemos as coisas, evidencia, se já entendemos o Amor Divino, ou não. Quando alguém nos calunia, faz algum mal, se nosso sentimento é de retribuição imediata, “Que Deus te dê em dobro”, traços de egoísmo e amor próprio desmedido ainda nos marcam.

Se, olhamos aos que se dão aos vícios como gente que está “usufruindo” da vida, invés de, desperdiçando-a, também teremos razões para nos preocupar com nossa estatura espiritual.

Quem tem em si o Amor de Deus como o motivador, compadece-se dos que erram, mesmo que, o erro seja contra si. “Perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem.”

Por isso Paulo orou pedindo luz ao homem interior. Feito assim, para conosco, passaremos a ver, em parte, como Deus. Senão, nossa “luz” ainda estará escura; “Se, porém, teus olhos forem maus, teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” Mat 6;23

sexta-feira, 13 de junho de 2025

Problemas de coração


“Mas, como fomos aprovados de Deus para que o Evangelho nos fosse confiado, assim falamos, não como para agradar aos homens, mas a Deus, que prova nossos corações.” I Tess 2;4

Essa afirmação, se não for digerida com cuidado, pode ensejar alguma confusão.

Paulo se apresenta como aprovado por Deus como ministro do Evangelho; todavia, seu primeiro embate com Jesus ressurreto foi de reprovação; ele viu um grande clarão, ouviu a voz do Senhor, caiu por terra e ficou cego.

Não obstantes essas coisas, ele foi aprovado, segundo o dito do próprio Senhor. Quando Ananias altercava com O Salvador, relutando em obedecer ao mandado de orar pela restituição dos olhos de Paulo, O Senhor lhe disse: “... Vai, porque este é para Mim um vaso escolhido, para levar Meu Nome diante dos gentios, dos reis e dos filhos de Israel. Eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo Meu Nome.” Atos 9;15 e 16

Como poderia um que praticara tais perseguições contra a Igreja embrionária, ser escolhido? Falando dos seus compatriotas testificou da sinceridade zelosa deles, malgrado, na cegueira; “Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento.” Rom 10;2 

O zelo em si, não é uma coisa ruim. Porém, privado de entendimento pode descambar para o fanatismo, patrocinar atitudes avessas ao Divino querer.

Quando se apresentou como aprovado para o ministério, Paulo não pretendeu ter credenciais segundo seus feitos, mas segundo o que O Eterno via no seu âmago. Assim, seu fiador era “... Deus que prova nossos corações.”

Se nossos corações forem aprovados diante do Senhor, mesmo que nosso entendimento não seja, O Salvador suprirá o que nos falta, iluminando a compreensão, perdoará nossos erros, e nos comissionará.

Paulo bem sabia das suas faltas, e apesar delas, fora chamado; não se presumia merecedor; sabia que era agraciado. “Dou graças ao que me tem confortado, a Cristo Jesus Senhor nosso, porque me teve por fiel, pondo-me no ministério; a mim, que dantes fui blasfemo, perseguidor, injurioso; mas alcancei misericórdia, porque o fiz ignorantemente, na incredulidade.” I Tim 1;12 e 13

Não disse, fui pesado, medido, depois aprovado; antes, alcancei misericórdia. Tendo ou não, trilhado os mesmos descaminhos que Paulo, como todos os chamados, acontece o mesmo; carecem ser perdoados, iluminados, para atuar segundo Deus.

As coisas que fizera na ignorância e descrença, uma vez remidas, deixaram de existir; finalmente, conhecendo a Cristo na dimensão espiritual, entendendo as necessárias transformações para pertencer a ele, ensinava com conhecimento de causa. “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo, o fomos na Sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

Não poucas vezes, a aprovação da parte de Deus, enseja que nossas vidas entrem em rota de colisão com anelos humanos; com a reprovação desses, até. Nesse caso, a mesma ousadia e resolução de Paulo, devemos imitar. “... assim falamos, não como para agradar aos homens, mas a Deus, que prova nossos corações.”

Os mesmos que foram “dos nossos” quando laborávamos no erro, fatalmente se nos tornarão opositores, quando formos transformados por Cristo. Com Paulo foi assim.

Cristo como Ele é, sem acessórios, derivados do adoçado paladar dos ímpios, costuma causar desconforto, quando retamente anunciado.

Em geral as pessoas preferem a aprovação no erro, à correção, que reprova primeiro, depois, regenera segundo Deus; “... a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

Mais uma vez, o problema do coração ruim; apesar das obras más, O Senhor restaura quem O recebe; mas quando o coração ama mais às trevas que a luz, faz uma escolha, que exclui ao Salvador.

Paulo considerou-se o pior dos pecadores, o principal; e usou sua aceitação, apesar disso, para pontuar a grandeza do amor de Cristo. “Por isso alcancei misericórdia, para que em mim, que sou o principal, Jesus Cristo mostrasse toda a Sua longanimidade, para exemplo dos que haviam de crer nele para a vida eterna.” I Tim 1;16

Como todo o amor deseja ser correspondido, O Senhor costuma aprovar aos que escolhem fazer isso, como contraponto ao Seu Amor. As coisas do tempo do lodo são apagadas, e podemos fruir nova vida, agora, na Rocha.

quinta-feira, 12 de junho de 2025

Força camuflada


“Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados.” Sal 84;5

A diferença entre um homem forte em si mesmo, e outro, forte no Senhor, é que a robustez do segundo, pode se passar por fraqueza. O tal acaba sendo visto com desdém, desprezado, até; apenas quando as circunstâncias demandarem, o que se esforçou para permanecer em comunhão com o Santo, deixará evidente o que isso significa.

Um homem com postura correta faz diferença enorme: “Busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, estivesse na brecha perante Mim por esta terra, para que Eu não a destruísse; porém a ninguém achei.” Ez 22;30

Vejamos, quando foi achado: “Houve uma pequena cidade em que viviam poucos homens; veio contra ela um grande rei, a cercou, levantou contra ela grandes baluartes; encontrou-se nela um sábio pobre, que livrou aquela cidade pela sua sabedoria; ninguém se lembrava daquele pobre homem. Então disse eu: Melhor é a sabedoria que a força, ainda que a sabedoria do pobre foi desprezada, e suas palavras não foram ouvidas.” Ecl 9;14 a 16 Um aspecto que acompanha a sabedoria espiritual, pois, é a prudência; quem a possui descansa confiado no Senhor, invés de tentar chamar atenção.

Baseado no exemplo do sábio desprezado, o pensador cunhou nova sentença: “As palavras dos sábios devem em silêncio ser ouvidas, mais que o clamor do que domina entre tolos. Melhor é a sabedoria que as armas de guerra, porém um só pecador destrói muitos bens.” V 17 e 18

Assim, a vantagem do que se fortalece no Senhor, buscando Nele a sabedoria, não somente supera à força do braço; sobrepuja também às armas de guerra.

Não só no ponto de vista pragmático, devemos nos fortalecer no Senhor; mas também pelo significado espiritual adjacente. Porque, o autoconfiante deixa A Palavra de Deus e adota para si o conselho do inimigo. Foi ele quem sugeriu a independência do homem em relação ao Criador; agir assim, equivale a valorar como mais preciosa a palavra do canhoto, do que a de Deus. A rigor, confiar no próprio braço, é confiar no capeta.

Não é gratuita, pois, a sentença entregue mediante Jeremias: “Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço, e aparta seu coração do Senhor! Porque será como a tamargueira no deserto, não verá quando vem o bem; antes morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável.” Jr 17;5 e 6

O verso que encabeça esse tratado, traz o contraponto da maldição, na bênção ao que se submete ao Eterno. “Bem-aventurado o homem cuja força está em Ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados.”

Esse tipo de força, tem nexo com o coração, não, com outro tipo de músculos. Figura aos descaminhos da vontade rebelde, como os verdadeiros problemas; o que se isola do Senhor, traz em seu coração, óbices, como se fossem montes; dado que, o que no Eterno confia, tem caminhos planos, no mesmo lugar, no coração.

Então, quando pensarmos na fé que remove montanhas, antes de apontarmos seletivamente esse “canhão” contra os “montes” da nossa predileção, deixemos que ela remova do nosso coração, as coisas que desagradam ao Senhor. Feito assim, seremos fortalecidos Nele.

Sua Palavra é categórica sobre muitas coisas que devem ser removidas; vejamos um breve rol: “Estas seis coisas o Senhor odeia, e a sétima a Sua alma abomina: Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, o coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos.” Prov 6;16 a 19

Embora aos olhos do vulgo a fé seja equacionada com fraqueza, nos escondemos atrás da Bíblia, dizem, os que se atrevem a confiar em Cristo de modo irrestrito, precisam enfrentar a si mesmos; isso não é coisa para covardes; “Melhor é o que tarda em irar-se do que o poderoso, o que controla o seu ânimo do que aquele que toma uma cidade.” Prov 16;32

A mansidão e o domínio próprio necessários para isso, apenas o Espírito Santo pode dar. E esse Bendito ajudador não se encontra fazendo academia. Nada contra os cuidados com a saúde do corpo. Mas, a verdadeira força é espiritual. 

Quando Israel deixou de confiar no Senhor, e apelou aos Egípcios o profeta disse: “Porque os egípcios são homens, não Deus; os seus cavalos, carne, não espírito; e quando o Senhor estender a Sua Mão, tanto tropeçará o auxiliador, como cairá o ajudado...” Is 31;3

Enfim, “Os que confiam no Senhor serão como o monte de Sião, que não se abala...” Sal 125;1

quarta-feira, 11 de junho de 2025

Cristo, como se revelou


“... O Deus de nossos pais de antemão te designou para que conheças Sua vontade, vejas aquele Justo e ouças a voz da Sua boca. Porque hás de ser Sua testemunha para com todos os homens do que tens visto e ouvido”. Atos 22;14 e 15

O perseguidor da Igreja, encontrando com Jesus acabou cego; foi mantido assim por três dias, para rever caminhos, repensar motivos; O Senhor enviou-lhe Ananias; o qual, mesmo temendo, por causa dos feitos de Saulo, obedeceu. Orou para que a visão dele fosse restaurada, e acrescentou as falas que vimos acima.

Temos escolhas, uma vez chamados, a cooperar com O Senhor; porém, isso se restringe a obedecer ou, não. Pois, antes das nossas opções, pesa o Divino desígnio. “O Deus dos nossos pais te designou...”

Isso, tanto é honroso, quanto, responsabilizador. Seguindo diretrizes dos religiosos, Saulo acreditava estar servindo a Deus; encontrado pelo próprio Senhor, foi convidado a um “pit stop”, para receber instruções mais pontuais. No afã das nossas inclinações naturais, acabamos vendo coisas que não foram reveladas pelo Eterno.

Quem se rende a Cristo, deveras, já não pode falar: “Sou dono do meu caminho, do meu nariz, ninguém manda em mim; faço o que me der na telha”. Quem ousar falar assim, pelo menos tenha a decência de não se pretender, cristão. Pois, quanto a esses, está dito: “Ou não sabeis que vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e não sois de vós mesmos?” I Cor 6;19

Antes de nos comissionar O Eterno revela Seus motivos; “... te designou para que conheças Sua vontade...” Aquilo que poderia simplesmente nos ordenar, O Santo decide revelar as razões. Deseja cooperadores esclarecidos e voluntários; não, meros títeres.

“... vejas Aquele Justo...” óbvio que Ananias estava falando do Senhor. Não é dado a todos, o privilégio que foi concedido a Saulo; ele foi arrebatado ao terceiro Céu, ouviu coisas grandiosas, porque a Divina Bondade lhe quis revelar. Então, invés de um recém desperto contando um sonho, um cientista avaliando evidências, um filósofo exercitando-se em busca de saber, ele pode dizer: “Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei...” I Cor 11;23 Não estou investigando, conjecturando, filosofando; antes, vos digo: O plano Divino é esse. Eu recebi.

Proporcional à missão para a qual nos chama, O Salvador nos enriquece de luz, porque sabe que nos será necessário. Não queria que Saulo ensinasse apenas de “ouvir falar”, como dissera Jó; antes, lhe foi ordenado: “...Porque hás de ser Sua testemunha (de Cristo) para com todos os homens do que tens visto e ouvido”. Seria uma testemunha ocular.

Seu “conhecimento” de Jesus Cristo, quando ainda estava na incredulidade, entre aqueles que se opunham ao Ministério do Salvador, de nada valera; então refez: “Assim que daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a carne; ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo, agora já não O conhecemos deste modo.” II Cor 5;16

A primeira coisa necessária ao ministério pois, é o conhecimento de Jesus Cristo do modo que Ele se revela, não do nebuloso e desonesto mirante dos opositores.

Em geral, as pessoas desejam se justificar, invés de serem justificadas por Ele; então, escolhem uma “contradição” aqui, um escândalo acolá, como se fosse possível se lavar com lama. Escândalos acontecem, infelizmente; mas têm a ver com o que são alguns que usam O Nome do Senhor, não com o que Ele É.

As supostas contradições vertem da desonestidade ou, inépcia intelectual, dos “intérpretes, como ironizou Agostinho: “lendo a Bíblia encontrei muitos erros, - disse - todos, em mim.”

Se todo o homem fosse, como Saulo, forçado a repensar, reavaliar por três dias, seus motivos, suas escolhas, talvez, tivesse a alma purgada de superficialidades e desonestidades várias, e se atrevesse a ver O Senhor, como Ele se revelou, não como a oposição O pretende pintar.

A rejeição ao senhor não esbarra em motivos intelectuais; como se Ele fosse inalcançável às mentes mais simples; os que evitam Sua aproximação, o fazem, porque bem sabem o que Ele significa, e o que requer, de quem ousar segui-lo: “... a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

Por isso, os que se atrevem a receber O Senhor sem reservas, precisam abdicar das antigas inclinações, sem exceção: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17