domingo, 29 de dezembro de 2024

Ovelhas "selvagens"


“... vós bem sabeis que não é lícito a um homem judeu, ajuntar-se ou chegar-se a estrangeiros, mas Deus mostrou-me que, a nenhum homem chame comum, ou imundo.” At 10;28

Deus vetara casamentos com estrangeiros que tivessem outros deuses; em caso de adesão ao Deus de Israel, mesmo esses seriam aceitos, como vemos na saga de Rute, a moabita.

A Palavra do Santo prescrevia que estrangeiros fossem bem tratados pelos hebreus; “O estrangeiro não afligirás, nem o oprimirás; pois, estrangeiros fostes na terra do Egito.” Ex 22;21

Caso desejassem participar do culto ao Senhor, conforme os ritos deveriam ser aceitos; “Se algum estrangeiro se hospedar contigo, e quiser celebrar a páscoa do Senhor, seja-lhe circuncidado todo o homem, então se chegara a celebrá-la; será como o natural, da terra...” Ex 12;48

Então, o “não é lícito” de Pedro, derivava mais das tradições arraigadas no judaísmo, que da Palavra de Deus. Talvez a ideia de “povo santo” não tenha sido bem entendida; a separação prescrita no salmo primeiro, “Não anda segundo o caminho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores”, tenha sido desviada do propósito, passando a significar, não se misturar com gente de outros povos, embora, não seja isso que o texto diz.

Preconceituoso pensar que os do “povo santo” não cometem falhas; e, equacionar, necessariamente, os estrangeiros, com os adjetivos aqueles; ímpios, pecadores, escarnecedores.

Pedro estava com seu judaísmo ainda não depurado pelo Espírito Santo, que precisou trabalhar na vida dele, para lhe sanar a compreensão. Mostrou-lhe uma visão com animais de todas as espécies; ordenou que matasse e comesse, ao que, Pedro retrucou: “De modo nenhum, Senhor; porque nunca comi coisa alguma, comum ou imunda.” Atos 10;14 Então O Senhor respondeu: “Não faças tu, comum, ao que Deus purificou.” Isso, por três vezes.

Então, chegaram os enviados de Cornélio, o centurião estrangeiro, piedoso, que fora instruído por um anjo, a mandar chamar Pedro, para ouvir O Evangelho.

Foi exatamente quando chegou a casa desse, que Pedro disse as palavras que vimos no início; “... Deus mostrou-me que, a nenhum homem chame comum, ou imundo.”

Adiante, melhor inteirado da situação, deu sinais de cura de sua tradição, alienada do Divino propósito; “... Reconheço, na verdade, que Deus não faz acepção de pessoas; mas, que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação O teme, e faz o que é justo.” Atos 10;34 e 35
No mesmo ambulatório, e ao mesmo tempo, O Médico dos Médicos curava Pedro e Cornélio.

O “Ide por todo o mundo, pregai O Evangelho a toda criatura”, ordenado pelo Salvador, estava devagar, quase parando, justamente por isso. A influência da tradição judaísta, na qual todos foram formados, retinha-os ao redor de Jerusalém, no máximo ousavam até Samaria. Embora tinham recebido a Cristo, ainda não tinham compreendido a Sua abrangência. O “Em ti será benditas todas as famílias da Terra”, dito a Abraão, começava, finalmente, a se cumprir.

Pois, O Senhor decidiu transformar o mais ferrenho perseguidor da Igreja, no mais ousado defensor. “Saulo, por que me persegues?” O mais intrépido defensor do Judaísmo foi transformado, pelo conhecimento de Jesus Cristo; naturalmente rejeitado, após convertido, pelos colegas da antiga fé, perseguido para morte, até; assim, um que tinha poucos motivos para ficar orbitando ao Sinédrio, recebeu a missão, não cumprida pelos demais apóstolos.

“Disse-me, vai, porque hei de enviar-te aos gentios de longe.” Atos 22;21

Ainda hoje, passados dois milênios, preconceitos religiosos, tradições, apegos a laços sanguíneos tolhem que muitos sejam abençoados como O Senhor deseja.

O conselho a se evitar o convívio com maus traços de caráter acaba, “convenientemente” ressignificado, como se prescrevesse evitarmos a companhia dos que não gostamos. Agir assim é um desserviço às nossas próprias almas, uma maximização dos nossos preconceitos, em consórcio com a ignorância sobre A Palavra de Deus.

O mesmo Espírito Santo que educara a Pedro, de modo que fosse à casa de um romano ensinar O Evangelho, “assinou a obra”, quando o apóstolo O obedeceu; “Dizendo Pedro, ainda essas palavras, caiu O Espírito Santo sobre todos os que ouviram a palavra; os fiéis, que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se que o dom do Espírito Santo se derramasse ‘também’ sobre os gentios.” Vs 44 e 45

É maravilhoso saber que não somos os favoritos de Deus; Ele pensa maior que nossos umbigos; O Salvador dissera: “Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também Me convém agregar estas; elas ouvirão Minha Voz, haverá um rebanho, e Um Pastor.” Jo 10;16

Muitos daqueles dos quais, eventualmente, não gostamos, O Senhor ama; vai salvar. Com ou sem nossa participação. A escolha é nossa.

sábado, 28 de dezembro de 2024

Questões loucas


“Rejeita as questões loucas, sem instrução, sabendo que produzem contendas.” II Tim2;23
“Mas não entres em questões loucas, genealogias e contendas, debates acerca da Lei; porque são coisas inúteis e vãs.” Tt 3;9

A Timóteo e Tito, Paulo deu, mais ou menos as mesmas instruções. Evite as questões loucas. A Timóteo se limitou a adjetivá-las como “sem instrução”; a Tito ampliou um pouco; mencionou genealogias e debates, acerca da Lei.

Ora, a Lei veio do Próprio Deus; A Palavra Dele é ciosa em registrar as genealogias do povo eleito. Assim, necessária a conclusão que o adjetivo, “loucas” se refere ao propósito de discuti-las; não, ao fato de terem, as mesmas, alguma origem doentia.

Numa linguagem atual, talvez dissesse: “Cuidado para não gastar tempo com futilidades, se desviar do objetivo, perder o foco.”

Há pouco deparei com uma dessas. O “mestre” advogava que o Diabo não existe, foi uma criação do “sistema”. Pois, a palavra é mero adjetivo significando oponente, adversário. E nosso oponente à salvação é a carne, não, uma entidade espiritual.

Um caminhão de textos que ensinam a existência e detalhes da atuação desses, como a legião expulsa do Gadareno, a instrução de que temos que lutar contra eles, não contra carne e sangue, etc.

Qualquer iniciante na Palavra de Deus teria farto manancial de provas para desfazer a balela do sujeito.

Quando cogitava fazer isso, me ocorreu que seria mera questão louca. Após abelhas corre-se o risco das ferroadas, mas com o benefício do mel; assim, debates sob um jugo igual, com pessoas honestas, que pensam de modo diferente, pode produzir edificação de ambas as partes.

Mas com gente que nega o óbvio, pisa nos mais sólidos argumentos, os que não pode desfazer na arena das evidências joga na vala comum da velhacaria do “sistema”, perder tempo com um louco desses, seria como pretender mel, de marimbondos.

Gastaria meu latim altercando com doidivanas desses, para “provar que o diabo existe??” Apesar de “não existir” ele riria de mim, me vendo atarefado em trabalhar em favor dele, malgrado, chamando-o de adversário.

Dessa estirpe há, para todos os gostos. Os preteristas que afirmam que O Apocalipse se cumpriu cabalmente no ano 70; os nominalistas que defendem que “Jesus” é também uma velhacaria; o correto seria: YAUSHA. Jesus, significaria “Porco” (sic.) segundo esses “sábios”; em grego é IESUS. I e significa isto é, em latim, segundo ele. Sus significaria porco (?) em qual idioma? Sus é cavalo, em hebraico.

O sujeito pega iniciais de duas palavras em latim, uma palavra hebraica, cujo significado ignora, para compor outra, grega? Francamente!!

Nem se trata de questão louca; mas de 115 oportunidades de calar a boca, desperdiçadas.

O mesmo “mestre” ensina que, quando dizemos Deus, estamos usando o aportuguesamento do mitológico Zeus. Ora, a palavra grega para Deus é Theos, donde vem Teologia, por exemplo.

Basta ver as centenas de comentários de aprovação, de agradecimento pela “libertação” do engano, que o tal “Mestre” recebe, para ver que é mais encontrável o paladar das moscas, que o das abelhas, infelizmente.

Temos ainda os “fusionistas” que tentam fundir Lei e Graça, ignorando que isso estraga ambas. A Lei é o “ministério da condenação”, pelo qual, O Senhor julgará o mundo; a Graça, o socorro inefável de Cristo, que tira os que lhe obedecem, da rota de colisão com a Lei. “... vós estais mortos para a Lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que vos ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos frutos para Deus.” Rom 7;4

Há inumeráveis questões loucas, ainda; mas essas bastam para uma amostragem das muitas armadilhas com potencial para nos desviar do foco e nos fazer “dar socos no ar”, como disse Paulo.

Tantas coisas verazes a ensinar, erros doutrinários a corrigir, e perderíamos tempo, com esses desajuizados que tencionam verter ministros do Evangelho em “Ghostbusters”?

Quando Debora foi usada por Deus, para libertação do Seu povo, nem todos os convocados foram para a batalha. Da tribo de Rúben está dito: “... nas divisões de Rúben, houve grandes esquadrinhações do coração.” Jz 5;15 

A batalha em pleno curso, e o povo de Rúben dividido, filosofado, discutindo se iriam à guerra ou não. Não foram. Perderam seu tempo e a honrosa oportunidade, divididos por questões loucas.

Uma coisa é alguém estar errado pontualmente, o que pode acontecer com qualquer um de nós; outra, ser defensor, proponente do erro, como alternativa a verdade. Isso nos faria hereges.

Quanto a esses, não se deve perder muito tempo. “Ao homem herege, depois de uma ou outra admoestação, evita-o, sabendo que o tal está pervertido e peca, estando já, em si mesmo, condenado.” Tito 3;10 e 11

Valores


“Para que faça herdar bens permanentes, aos que me amam, e eu encha seus tesouros.” Prov 8;21

A Sabedoria personificada, explicando os motivos pelos quais faz seus alunos andarem pelas veredas da justiça. Todas as filosofias de botecos fazem menção aos “bens que o dinheiro não compra”. O simples fato de desfilarem nessas estranhas passarelas, onde se busca muitos males que o dinheiro compra, já evidencia que os que disso falam, não entendem.

Nada impede um agrilhoado de cantar louvores à liberdade.

A mesma Sabedoria faz questão de pontuar que seus valores demandam, acima de tudo, entendimento; “São justas todas as palavras da minha boca; não há nelas nenhuma coisa tortuosa nem pervertida; todas elas são retas para aquele que as entende bem; justas, para os que acham o conhecimento.” Prov 8;8 e 9

Os “bens permanentes” embora de graça, no que tange à força do dinheiro, são um pouco mais caros, nas renúncias que demandam, nos esforços necessários, rumo às riquezas eternas.

Remotamente convencidos do seu valor, e informados da sua essência, os dependentes de vícios mencionam a existência deles, malgrado, incapazes de os buscar, por preferirem uma sombra que lhes parece mais cômoda; “Porque a sabedoria serve de sombra, como de sombra serve o dinheiro; mas a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;12

Esteja um sábio ensinado em determinado lugar, aconselhando de graça, e um magnata noutro, distribuindo dinheiro, e veremos onde se formarão aglomerações.
As igrejas doutrinariamente sadias, pouco frequentadas, e filas lotéricas quilométricas, também, testificam sobre qual a sombra a maioria dos homens busca.

Naquele contexto a sabedoria fora personificada e falara assim. Mas, cerca de um milênio depois, se fez uma pessoa, literalmente. De Cristo está dito que Ele É “Em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência.” Col 2;3

Ele condicionou a verdadeira liberdade, à permanência na Sua Palavra, não, mera menção dos valores nela ensinados. “Jesus dizia, pois, aos judeus que criam Nele: Sé vó permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos; conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

Logo, se o conhecimento da verdade requer a permanência na mesma, implica que ela não se deixa conhecer de modo teórico apenas. Pode se fazer menção aqui, ali, como os frequentadores de botecos vistos; mas o conhecimento vero, requer uma disposição de caráter reto, uma índole infantil, que se deixa ensinar, invés de presumir que já sabe. “Porque O Senhor dá a Sabedoria, da Sua Boca é que vem o conhecimento e o entendimento; Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos, escudo é, para os que caminham na sinceridade.” Prov 2;6 e 7

O Salvador desafiou quem tinha dúvidas a “Pagar para ver”, obedecer à Palavra, mesmo por curiosidade, e ver onde isso levaria; “... A Minha Doutrina não é Minha, mas Daquele que Me enviou; se alguém quiser fazer a vontade Dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se falo de Mim mesmo.” Jo 7;16 e 17 Os que ousaram, encontraram valores que não motivam a retroceder.

Notaria um leitor mais atento, que derivamos das considerações sobre a Sabedoria, para a verdade. Ora, a sabedoria respeita ao quê, senão, ao conhecimento da verdade? Enquanto Sophia tem nossa ignorância como material para o trabalho, a verdade se ocupa dos que estão presos pela mentira, com o fito de libertá-los.

Libertar da ignorância, ou da mentira, são bens similares. Logo, se a Verdade e a Sabedoria não são a mesma pessoa, devem ser gêmeas idênticas. Na Pessoa Bendita do Salvador, muitas coisas confluem, como versou o salmista: “A misericórdia e a Verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram; a Verdade brotará da Terra e ajustiça olhará desde os Céus.” Sal 85;10 e 11

Se, a Sabedoria ganhou com sobras, no cotejo com o dinheiro, porque dá vida, no que tange à remissão das almas, o que apenas Jesus Cristo faz, também os metais fazem um papelão. “Aqueles que confiam na sua fazendo, e se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles, de modo algum pode remir ao seu irmão, da a Deus o resgate dele. Pois a redenção da sua alma é caríssima, e cessará para sempre.” Sal 49;6 a 8

E não venham com essa balela rasa: “se não gostas de dinheiro dê o seu a mim”. Ninguém está negando a utilidade do dinheiro; mas nas mãos erradas, costuma comprar o que nem precisa.

Tantos encorajam a busca pelo sucesso, associando-o à posse de muito dinheiro. Ainda não entenderam a fala de Sophia. Einstein disse: “Tente ser uma pessoa de valor, não de sucesso.”

sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

A apostasia


“Mas o espírito expressamente diz, que nos últimos dias apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e doutrinas de demônios; pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizadas suas próprias consciências.” I Tim 4;1 e 2

Apostatar da fé não significa parar de crer; mas, mudar o teor daquilo em que se acreditava. A apostasia requer dar ouvidos a seres espirituais, abraçar suas doutrinas; não é uma negação da fé, estritamente; antes, uma substituição.

Quando a identificou na igreja da Galácia, Paulo censurou: “Maravilho-me que tão depressa, passásseis daquele que vos chamou à Graça de Cristo para outro Evangelho.” Gál 1;6
Depois explicou: “O qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam, e querem transtornar O Evangelho de Cristo.” V 7 Alterações na essência do que fora ensinado, fizeram da mensagem original, “outra”.

O traíra usa ajustar suas velas de acordo com os ventos; sabendo da afeição daqueles pelo judaísmo, fundira, o quanto pudera, O Evangelho da Graça, com nuances da Lei. Ora, cada um tem seu lugar e objetivo próprio. A Lei para manifestar os pecados; a Graça, para trazer salvação; cada aspecto, independente; a fusão estragava a ambos. Paulo explicou: “Separados estais de Cristo, vós que vos justificais pela Lei; da Graças tendes caído.” Gál 5;4

O inimigo conhece as cobiças humanas em detalhes; é consorte delas. Assim, não nega cabalmente a doutrina de Cristo, sob pena de perder a atenção dos mais escrupulosos; antes, perverte um pouco aqui, outro ali, de modo que, paulatinamente a doutrina vá perdendo a pureza; faz isso usando vidas humanas que estão sob seu domínio.

Implementa seu trabalho sujo, “... pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizadas as suas próprias consciências.”

Alguns desavisados acreditam que os humanos são inocentes, dado que, “não temos que lutar contra a carne e o sangue.” Como se, isso significasse que a culpa pelos erros fosse exclusivamente dos demônios.

Eles são os mentores. Homens hipócritas que os servem, são obreiros a serviço da oposição. O diabo aviva neles, orgulho, vaidade, autonomia, desejo de sucesso, aceitação; movidos desses “insumos”, caçam os incautos; desconectados da Voz do Espírito à qual, abandonaram, temperam seus descaminhos segundo os paladares próprios, e os dos tolos que lhes ouvem.

Por isso, “virá o tempo em que não suportarão à sã doutrina; mas tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores, conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando-se às fábulas.” II Tim 4;3 e 4

Como as coisas tendem a progredir com o curso do tempo, o que começara como tênue alteração, cresce para um estágio maior, avança para a mudança total, por fim, acaba em dissolução. Esse processo não demanda muito tempo; viça à medida que os que deveriam estar vigilantes, adormecem. Judas identificara o mesmo “prontinho”, nos seus dias; “... convertem em dissolução a Graça de Deus, negam a Deus, Único Dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo.” Jd v 4

Entre negar a si mesmos pela obediência, e negar ao Espírito Santo nas consciências, pela ímpia conveniência, esses escolhem a segunda opção. Aos ouvidos incautos, ineptos para valorar as coisas no âmbito espiritual, os proponentes de facilidades serão sempre mais “amorosos” que os que apontam ao “caminho estreito”.

Também amor e ódio, precisam de sintonia fina, se não quisermos ser enganados, quanto às suas presenças, ou não; A Palavra ensina: “Leais são as feridas feitas pelo amigo; mas os beijos do inimigo são enganosos.” Prov 27;6

Pois, se servir a Cristo requer renúncia, “Negue a si mesmo”, a apostasia, após o conhecimento da verdade também demanda que se renuncie algo; que se deixe de ouvir a Voz do Espírito Santo, o qual fala em nossas consciências, valorando escolhas, fazendo-nos, apreciá-las segundo Deus, para ouvir facilidades falsas, de origem espúria.

Para afundar tanto assim, depois de ter renascido e aprendido de Cristo, carece o suicida em apreço, renunciar à consciência reiteradas vezes, até que ela cauterize e deixe de lhe falar.

Para atingir tal “estatura” na obra do canhoto, o homem necessita ser hipócrita; primeiro, fingindo não ouvir o que ouviu do Senhor; depois, ensinando algo que sabe que hauriu de fonte espúria.

Como o mentor dos tais é aquele que cega, quanto mais se aprofundam os servos dele, menos enxergam; acabam obrando para tolher o conhecimento do Santo, invés de disseminar.

Os que seguem fiéis ao Eterno, são capacitados para o devido contraponto, justo, nessa esfera; “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo.” II Cor 10;4 e 5

quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Sinais


“O que guardar o mandamento guardará sua alma...”

A ideia vulgar é que os mandamentos são meras proibições, como se, O Eterno fosse sádico e nos quisesse ver “comendo do ruim.”

Nada mais distante da verdade. Assim como o conjunto de sinais, ao longo dos caminhos terrestres, são para os viajantes, os Divinos mandamentos para quem deseja se conduzir bem, na estrada da vida.

Aqueles, advertem dos perigos, prescrevem como nos conduzir em cada trecho. Ninguém reclama pela existência da sinalização. Antes, quando, determinado caminho está mal sinalizado, expondo viajantes a perigos, tende a haver reclamações junto às autoridades pelo desleixo comprometedor para com as vidas humanas.

Se tivermos em mente que os Divinos preceitos são as “placas” a orientar nosso percurso rumo à vida eterna, seremos gratos por eles, invés de reclamar.

Assim como, o que observar prudentemente os sinais de trânsito, tende a se conduzir de modo seguro, também o que for zeloso dos Divinos preceitos, bem ordenará seu caminho. “O que guardar o mandamento guardará sua alma...”

Desde a antiga Aliança, O Eterno expôs os motivos, para os limites que prescreveu aos Seus: “Agora, pois, ó Israel, o que é que O Senhor teu Deus pede de ti, senão, que temas ao Senhor teu Deus, que andes em todos os Seus caminhos, ames e sirvas ao Senhor teu Deus, com todo teu coração, toda tua alma, que guardes os mandamentos do Senhor, Seus estatutos que hoje te ordeno para o teu bem?” Deut 10;12 e 13 Ordenou minuciosamente o quê, e depois explicou o porquê; “para teu bem.”

Como cercas protetoras no entorno de lugares altos, que são colocadas ali para proteger às pessoas para que não caiam, o que lhes seria fatal, assim, os preceitos do Senhor. “Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; o coração do sábio discernirá o tempo e o juízo.” Ecl 8;5

Quando A Palavra figura o caminho da vida como estreito, e as renúncias necessárias como “jugo”, o faz em atenção à nossa natureza e as suas perversas e suicidas inclinações. “Pois Ele conhece nossa estrutura e lembra-se que somos pó.” Sal 103;14

No que concerne à perspectiva espiritual, o caminho é apenas limpo, santo; mas pela vigência das más inclinações em nós, o necessário tolher dessas, reconfigura o caminho como estreito, e as escolhas espirituais como renúncias. Quanto à carne está dito: “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo, o fomos na Sua morte?” Rom 6;3 Da vida espiritual a apreciação é outra: “Porque segundo o homem interior, (espiritual) tenho prazer na Lei de Deus.” Rom 7;22

Pedro alista virtudes que devemos desenvolver ao longo da caminhada ruma à casa do Pai: “... Acrescentai à vossa fé a virtude, à virtude, a ciência, à ciência, a temperança, à temperança, a paciência, à paciência, a piedade, à piedade, o amor fraternal.” II Ped 1;5 a 7

Esse conjunto de coisas é vital para que trabalhemos nossa vida espiritual, e possamos ser instrumentos de Deus para geração de outras vidas. “Porque, se em vós houver e abundarem essas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.” V 8

Pelo exercício nesses bens, pouco a pouco isso se torna o novo normal; o que fora renúncia difícil, enseja alento, prazer; e a vereda que soara demasiado estreita, começa a ganhar amplitude. “Porque assim vos será amplamente concedida a entrada, no Reino Eterno de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” V 11

Assim como o aprendiz dum instrumento de cordas, um violão, por exemplo, no início mal consegue aferir os dedos no devido local, de modo a produzir um som nítido, mas com o tempo e exercício, aprimora-se e consegue tocar harmonias mui rebuscadas sem sequer olhar para o instrumento, assim a edificação, o aprendizado espiritual.

As coisas difíceis, tanto na esfera prática, quanto, do entendimento, discernimento, pouco a pouco, passam a ser “naturais” se formos bons ouvintes, e sobretudo, praticantes do que ouvimos. Nossa dieta espiritual vai progredindo, à medida que a vida espiritual cresce; “O mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados, para discernir tanto o bem, quanto, o mal.” Heb 5;14

“Perfeitos” aqui deve ser entendido como espiritualmente maduros, não, isentos de falhas, como apenas O Senhor É.

Enfim, carecemos nos submeter aos mandamentos, mesmo quando isso parece algo difícil, ruim, até; pelo exercício contínuo na obediência, acharemos deleites onde inicialmente houve pesos; por fim, a eterna recompensa. “... exercita a ti mesmo em piedade... a piedade para tudo é proveitosa tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;7 e 8
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As perseguições


“... porque nem todos os que são de Israel, são israelitas.” Rom 9;6

De Israel, identifica a origem; laços de sangue, circunstâncias em meio às quais, veio ao mundo. Israelita atina à escolha cultural, espiritual; à causa e os valores com os quais alguém se identifica, se compromete. Assim, nem todos os que lá nascem, abraçam cabalmente as coisas pertinentes àquele povo; mormente, as espirituais.

Pois, argumenta Paulo, a filiação espiritual é que mostra a descendência de Abraão, que conta para O Divino propósito; não, os laços de sangue. “Nem por serem descendência de Abraão, são todos, filhos; mas, em Isaque será chamada tua descendência.” V 7 Foi após ele crer, se arrepender e manifestar isso, que O Salvador disse de Zaqueu: “Também esse é filho de Abraão.” Luc 19;9 De sangue já o era. Crendo se tornara herdeiro da promessa.

Ismael também fora filho de Abraão; mas os escolhidos seriam os da descendência de Isaque, pela promessa de abençoar em Abraão a todos os povos, “... em ti serão benditas todas as famílias da terra.” Gn 12;3 o que se cumpre, em Cristo. Malgrado nossa origem devemos crer no Salvador, pois. “Nós, (cristãos) somos filhos da promessa, como Isaque; mas, como então, aquele que era gerado segundo a carne, perseguia o que era segundo o espírito, assim também é agora.” Gál 4;28 e 29

Não que Isaque tenha sido concebido pelo Espírito, conforme foi Cristo; mas, seu nascimento fora prometido tardiamente, do ponto-de-vista da natureza; tanto que, Abraão e Sara desistiram de esperar e arranjaram um “plano B”, donde veio Ismael. Para mostrar a fidelidade do Eterno, bem mais tarde, o prometido sucedeu. Assim, Ismael é tido como, gerado segundo a carne, a natureza humana; Isaque, segundo o espírito; a fidelidade Divina.

Deixando a saga dos judeus e trazendo para nosso contexto, nem todos os “cristãos” são salvos. Embora se digam atuantes na esfera da Promessa, em Cristo, o critério do Eterno vai além do que professamos, para identificar quem, deveras, somos. 

Paulo acentua a seriedade de tomarmos sobre nós o Santo Nome do Salvador: “Todavia, o fundamento de Deus fica firme tendo este selo: Deus conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo, aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Se, Ele em nós não obrar uma transformação visível, que salte aos olhos dos que nos conheceram antes, e conhecem agora, estando Nele, há fundadas razões para duvidarmos da nossa conversão.

Embora, nem todas as conversões sejam traumáticas como a descrita no salmo 40, “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha e firmou meus passos.” V 2 mesmo a conversão menos estrondosa, deverá ser igualmente visível. “... muitos, verão, temerão, e confiarão no Senhor.” V 3

Falando da necessária transformação dos que O recebem, O Salvador ensinou: “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte.” Mat 5;14 Embora, aparecer não seja nosso objetivo, fazer Cristo aparecer em nós é uma necessidade.

Um “cristianismo” que não se compromete, sob o argumento de não ser “polêmico”, que passa despercebido, malgrado, vivendo entre muitos, certamente é uma fraude.

O confronto necessário de verdade com mentira, luz com trevas, fatalmente nos indisporá com o “cristianismo” inclusivo da moda; nos fará alvos de ataques, cuja origem, o próprio texto já visto, expõe: “... aquele que era gerado segundo a carne, perseguia o que era segundo o espírito...”

Assim, embora desagradáveis, dolorosas até, as perseguições são melhores, no prisma do testemunho dos Céus sobre nós, que a aceitação. “Bem aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é O Reino dos Céus; bem aventurados sois vós, quando vos injuriarem, perseguirem, e mentindo disserem todo o mal contra vós por Minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande vosso galardão nos Céus; porque assim perseguiram aos profetas que foram antes de vós.” Mat 5;10 a 12

Malgrado, combatentes à higiene espiritual necessária, usem argumentos como religiosidade, legalismo, fundamentalismo etc. contra nós, tencionando parecer que, por se dizer “inclusivos, tolerantes” são melhores que nós, a última palavra sobre o que é réprobo, ou probo, em Cristo, virá Dele mesmo, não do mundo.

Quem leva A Palavra Dele a sério, não carece o testemunho de outras palavras. Ademais, a unidade global, tencionada para os últimos dias, use os rótulos que usar, é derivada da rebelião contra O Senhor. “Os reis da Terra se levantam, governos consultam juntamente contra O Senhor; e contra O Seu Ungido, dizendo: Rompamos as Suas ataduras, sacudamos de nós, Suas cordas.” Sal 2;2 e 3

Enquanto os professos “sacodem Suas cordas”, os que são Dele, submetem-se ao Seu jugo.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

A boa vontade


“Glória a Deus nas alturas, paz na terra! Boa vontade para com os homens.” Luc 2;14

Cântico dos anjos, por ocasião do nascimento do Salvador.

Se, a ordem dos fatores não altera o produto, em matemática, em literatura, mera mudança de ênfase, acréscimo ou omissão de uma vírgula, pode mudar tudo.

Da ênfase, vejamos: “O SENHOR é o meu pastor”, é totalmente diferente de dizer, “O Senhor é o MEU pastor.” Pois, no primeiro caso a ênfase está na essência do Pastor; no segundo, deriva dum sentimento de posse, egoísta. Embora as palavras sejam as mesmas, o espírito não é.

A vírgula; “O espírito vivifica, a carne para nada presta...” Como disse Jesus; ou, “O espírito vivifica a carne...” como leem alguns descuidados, mudando totalmente o sentido.

Ainda; “Eis que diante de ti pus uma porta aberta, que ninguém pode fechar; tendo pouca força, guardaste Minha Palavra...” Apoc. 3;8 Alguns leem: “... ninguém pode fechar tendo pouca força...” essa omissão do ponto e vírgula estraga totalmente o texto.

Agora, mudar a expressão, “Boa vontade para com os homens”, como se ela dissesse, “Aos homens de boa vontade”, como fez o catolicismo, e reverberou o espiritismo, chega às raias da canalhice.

Se assim fosse, a Paz de Cristo disposta apenas aos tais homens, não chegaria a nenhum.
Pois, “... têm se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que faça o bem. O Senhor olhou desde os céus, para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus; desviaram-se todos, e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, sequer um.” Sal 14;1 a 3

Paulo citou isso: “Como está escrito: Não há um justo, nem um, sequer.” Rom 3;10

O Salvador também mensurou nossa “bondade”; “... não há bom senão, Um só, que É Deus.” Mat 19;17

Logo, se a “paz na terra” fosse disponibilizada apenas aos homens de boa vontade, ela poderia ser levada de volta sem ser usada.

Entretanto, se lermos o texto como ele foi escrito, Boa vontade (graça) para com os homens, apesar de serem maus, pecadores, então, em Cristo todos podem fruir essa paz bendita com O Criador. Paulo expressou categórico: “Isto é; Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados, e pôs em nós a Palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Quem não entender que, sem Cristo sua situação é de inimigo de Deus, jamais buscará a reconciliação, da qual, sua vida depende. Se não houvesse inimizade, também não haveria necessidade de um mediador entre as partes; contudo, está dito: “Porque há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens; Jesus Cristo, homem.” I Tim 2;5

Mesmo os “cristãos”, se invés de fidelidade irrestrita à Palavra, preferem agradar o mundo, abraçando sua cultura e valores duvidosos, manifestam pelas suas escolhas que a inimizade permanece. “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo, constitui-se inimigo de Deus.” Tg 4;4

Aqueles que enfatizam a correção, invés do amor incondicional, tão ao gosto dos desobedientes, não raro, são acusados de juízes, de religiosos, legalistas, fanáticos, etc.

A ideia sentimentalóide que, o amor e a correção são coisas excludentes, uma ou outra, é filha da irresponsabilidade inconsequente, de gente ímpia, que capitulou à sedução dos provedores à carne, não, derivada da Palavra de Deus, que ensina como andar em espírito. A salvação foi condicionada a isso, aliás: “Portanto agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito.” Rom 8;1

Na Palavra, o Amor Divino e a correção são consortes; “Porque O Senhor corrige ao que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho.” Heb 12;6 “Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê, pois, zeloso e arrepende-te.” Apoc 3;19

Enfim, se há alguns que se pretendem de boa vontade, entendam que estamos de tal modo, impregnados em práticas adversas ao Divino querer, que carecemos profunda e cabal desintoxicação dessas coisas mundanas, para, enfim, aprendermos a Vontade do Criador.

Paulo amplia: “Rogo-vos, pois, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional; não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação dos vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Se houvesse algum “albino” de boa vontade, desse não seria requerido o “Negue a si mesmo”. Contudo, a boa vontade do Pai requer que a nossa seja mortificada na cruz. Sem isso, não haverá Natal.
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