domingo, 14 de janeiro de 2024

Escolhidos para servir

“Meus Olhos procurarão os fiéis da terra para que estejam Comigo; o que anda num caminho reto, esse Me servirá.” Sal 101;6

Essa busca seletiva tem a ver com as respostas que damos ao convite amoroso do Senhor. Para salvação, a busca é expansiva, abrangente. “Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura...” Mc 16;15 Ninguém é tão mau a ponto de estar fora dos planos salvíficos Divinos; tampouco, bom, de modo a poder ser salvo sem O Evangelho.

A despeito do tipo de solo, a semente deve ser lançada em todos os lugares, como ensinou Jesus, na parábola do semeador.

Porém, “muitos são convidados, poucos, escolhidos.” A busca seletiva não se refere à salvação, antes, ao serviço. “... o que anda num caminho reto, esse Me servirá.”

Se, quanto às renúncias, o caminho da salvação é estreito, no que tange à qualidade espiritual, moral, de quem o deve trilhar, é reto.

Demanda que primeiro bebamos, e exibamos em nossa “saúde” a eficácia do remédio que iremos receitar. Paulo ensinou a disciplinarmos os errados, depois que tenhamos aprendido a cumprir a mesma disciplina; “... levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo; estando prontos para vingar toda a desobediência, quando for cumprida vossa obediência.” II Cor 10:5 e 6 Se nossos entendimentos não estiverem “cativos” a Cristo, não esperemos ter autoridade moral para corrigir aos demais.

Para ser alguém salvo, é necessário que se arrependa e submeta-se ao Salvador, mesmo que, na hora da morte, como um dos ladrões na cruz. Para servir, ministerialmente, devemos ser separados em santificação, aperfeiçoados pela edificação, “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” Ef 4:14

Mesmo tendo as credenciais requeridas, eventualmente, isso não faz de ninguém um “chamado”, necessariamente. A escolha de quem, e quando, fará o quê, pertence ao “Dono da Vinha”, O Senhor. O risco de nos colocarmos onde não fomos chamados é que, nos perguntem: “Amigo, como entraste aqui?”.

Sempre será imprudente, alguém se voluntariar invés de esperar; pois, pode causar danos à obra, invés de frutificar nela. Mesmo tentando fazê-la com todo o seu coração, “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? Eu, O Senhor, esquadrinho o coração e provo os rins; isto para dar a cada um segundo seus caminhos, segundo o fruto das suas ações.” Jr 17:9 e 10

Na igreja primitiva alguns “voluntários” iam após o trabalho de Paulo, fazendo estragos, por pretender ensinar o que não tinham aprendido. “Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras, transtornaram vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a lei, não lhes tendo nós dado mandamento...” Atos 15:24

Se, no prisma do nome, das posses, da cultura até “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são;” I Cor 1:27 e 28 No aspecto da obediência e santificação, os presumidos ministros não podem ser “coisas loucas”, antes, devem ser zelosos, santos.

“Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento; que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia.” I Tim 3:2-4

Porque o texto nomeia “bispo”, será que essas demandas são apenas para eles, ou, abarcam a todos os obreiros?

Se o simples mencionar O Nome Santo nos compromete, (... o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade. II Tim 2:19) o que dizer dos o fazem ministerialmente, ensinando em Nome Dele? “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo.” Tg 3:1

Desde os dias do Antigo Testamento havia insanos que se voluntariavam errando o alvo; “... Qualquer que vem a consagrar-se com um novilho e sete carneiros logo se faz sacerdote daqueles que não são deuses.” II Cor 13:9

Nossas vontades, sejam boas ou não, são nossas. Somos desafiados a renunciá-las, em prol da Divina, que é infinitamente superior; “Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos que a terra, são Meus caminhos mais altos que os vossos, e Meus pensamentos mais altos que os vossos.” Is 55:8 e 9

Enquanto há esperança

 “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma; tampouco, terão eles, recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento.” Ecl 9:5

Duas coisas precisamos observar no Eclesiastes, se o quisermos interpretar bem. Uma: Sua fonte não pretende ser a Palavra de Deus, estritamente; como falavam os profetas: “Veio a mim a Palavra do Senhor”, ou, “assim diz O Senhor!”
Embora seu registro seja inspirado, seus ensinos tenham valor em linhas gerais, trata-se de um livro filosófico; de alguém sábio refletindo para entender às coisas; o autor diz: “Eu, o pregador, fui rei sobre Israel em Jerusalém. Apliquei meu coração a esquadrinhar e informar-me com sabedoria de tudo quanto sucede debaixo do céu;” cap 1:12,13

Duas: Seu escopo não pretende tocar o além. As observações foram registradas conforme pareceram ao sábio, “debaixo do sol”; na esfera das coisas visíveis, imanentes. Sendo a fé “O firme fundamento das coisas que não se vê”, necessariamente pretende nos fazer transcender, crendo na revelação de coisas que não podemos ver; pois, não figuram debaixo do sol.

Quem tomar o Eclesiastes como fonte de doutrinas, corre o risco de atribuir imperfeição ao Eterno, pois, há nele coisas que podem soar contraditórias a outras partes da revelação.
Se levarmos às últimas consequências, tudo que o pensador versou sobre as coisas vistas daqui, concluiremos que a virtude e o vício são semelhantes, apenas vaidades; “Ainda há outra vaidade que se faz sobre a terra: que há justos a quem sucede segundo as obras dos ímpios e há ímpios a quem sucede segundo as obras dos justos. Digo que também isto é vaidade.” Cap 8:14

Uma vez que as recompensas por uma e outra parecem invertidas, qual o sentido da melhor escolha; aliás, qual seria a melhor?

Todavia, o autor não pretende esgotar as coisas na arena do que viu; “lavou as mãos”, remetendo a solução das “vaidades” ao Senhor, no além. “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda Seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra; até tudo que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.” Cap 12:13 e 14

Os que ensinam a inconsciência da alma após a morte, precisam transformar a história do rico e Lázaro em mera parábola, não, como sendo um fato real; ora, as parábolas visam tornar mais didática à realidade; não, substituí-la por fantasias.

Não sei como explicariam Apocalipse, 6;9 e 10; “Havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da Palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. Clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó Verdadeiro e Santo Dominador, não julgas e vingas nosso sangue dos que habitam sobre a terra?”

Diverso de estarem “hibernando” como acredita o adventismo, ou, intercedendo por nós, como ensina o catolicismo, temos os mártires vivos, conscientes, falando com Deus e clamando por vingança.

A Palavra de Deus é suficientemente clara. Quando Salomão expõe que os “mortos não sabem coisa nenhuma...” O contexto imediato deixa ver ao quê, ele se refere: “Ora, para aquele que está entre os vivos há esperança (porque melhor é o cão vivo do que o leão morto).”
Seu prisma é a existência da esperança, uma coisa possível apenas desse lado da vida; do lado de lá as coisas são cabais, não há mais mudança; quem partiu salvo, salvo está; quem, perdido, idem. Assim, podemos parafrasear que os mortos não “esperam” coisa nenhuma, privados de contato com a vida debaixo do sol, onde havia esperança, enquanto, estavam vivos.

“... aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo...” Heb 9:27
Se, os ímpios serão aniquilados, levados à inexistência apenas, qual o sentido de um juízo após a morte? Não seria a própria morte o juízo deles? “... temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a esse temei.” Luc 12:5

Sobre a continuação da existência das almas após a perdição A Palavra de Deus diz: “... melhor é para ti entrares na vida aleijado que, tendo duas mãos, ires para o inferno, para o fogo que nunca se apaga, onde seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga.” Mc 9:43,44

Embora, tenha Salomão usado seu direito de versar segundo suas observações, não pretendia ser a “última bolacha do pacote;” antes, lembrou que o Único Pastor, difunde Sua Luz através de muitos; “As palavras dos sábios são como aguilhões, como pregos, bem fixados pelos mestres das assembleias, que nos foram dadas pelo Único Pastor.” Ecl 12:11

sábado, 13 de janeiro de 2024

Atenda ao chamado Divino


“... chamou como das outras vezes: Samuel, Samuel. E disse Samuel: Fala, porque teu servo ouve.” I Sam 3:10

Três vezes O Senhor chamara ao jovem Samuel, naquela noite; ele correra ao sacerdote Eli, pensando ser aquele que o chamava. Eli, tardiamente entendera que era Deus a buscar pelo jovem; instruiu-o, para que respondesse daquele modo: “Fala, porque o teu servo ouve.”

Não poderia O Eterno simplesmente sair falando, enchendo os ouvidos do jovem, com as coisas que Ele desejava comunicar? “Olá, Eu Sou O Senhor; acontece o seguinte...” Poderia. Mas, não é o modo do Pai lidar com Seus filhos.

Embora Onisciente, sabedor de todas as coisas, inclusive, de como reagiremos, O Criador respeita o arbítrio que Ele mesmo deu. Como numa ligação telefônica, mesmo tendo entendido que a outra parte já nos ouve, esperamos um “alô” ou similar, antes de falarmos, assim, O Eterno.

Passeava pelo Jardim do Éden, sabendo de tudo, no entanto, desejava uma contrapartida do homem; “Adão, onde estás?”

A Ezequiel falou: “... Filho do homem, põe-te em pé, e falarei contigo.” Ez 2:1

Acaso Jesus Cristo, também não agiu assim? Ante um cego que lhe clamara por socorro, não tomou o óbvio como referência e agiu em cima, curando a cegueira; antes, perguntou: “O que queres que Eu te faça?” Maravilhosa nuance de sutileza e elegância, da Integridade Divina!

Quem apresenta O Eterno como ditador, um tirano caprichoso que, ou lhe obedecemos ou veremos o que é bom para a tosse, nunca teve olhos para a Beleza Dele. “Tributai ao Senhor a glória do Seu Nome; trazei presentes; vinde perante Ele; adorai ao Senhor na beleza da Sua Santidade.” I Cr 16:29

Outro dia respondi alguém que nos tachava como a religião do medo. Ou, obedecemos a tudo o que Deus ordena, ou, Ele nos mandará para o inferno. Demonstrei mediante argumentos bíblicos, que, sem Deus, todos já estão na antessala do inferno, esperando suas senhas ser “atendidas”; Deus nos chama a si, para nos tirar da rota de colisão com a perdição, porque nos ama e quer salvar.

O Todo Poderoso é educado; depois que chama espera uma resposta, tipo a de Samuel, para estabelecer conosco o diálogo que nos vai ensinar a vereda da salvação.

A mensagem entregue a Samuel era dura; tratava do julgamento para destruição de Eli e seus filhos, que tinham sido profanos e atrevidos contra O Senhor, enquanto o pai, fora conivente, fazendo vistas grossas.

Era a segunda vez que avisava; “Porque já lhe fiz saber que julgarei a sua casa para sempre...” Cap 3:13 Poderia, quem sabe, o infeliz sacerdote se arrepender, mudar; Deus, que É Grandioso em perdoar, o perdoaria.

Entretanto, deu de ombros. Forçou o jovem sob ameaças, a dizer tudo o que ouvira do Senhor; “Então Samuel lhe contou todas aquelas palavras, nada lhe encobriu. Disse ele: Ele é o Senhor; faça o que bem parecer aos Seus olhos.” Cap 3:18

Essas palavras podem parecer ter um verniz piedoso, mas, no fundo, foi um sonoro: “Não estou nem aí”. O juízo veio; ele e seus filhos foram mortos no mesmo dia; a Arca da Aliança foi parar nas mãos dos inimigos.

Esse incidente ilustra o que acontece aos milhares, infelizmente. O Eterno fala, chama a si usando diversos meios. Os alvos do Seu chamado dão de ombros, como Eli. O resultado acaba sendo semelhante; perdição.

A iniciação de Samuel ainda jovem ao ministério profético, era já a alternativa Divina, à apostasia de Eli. Quando um chamado e abençoado vira as costas ao Santo, só resta a Ele um novo começo, um plano B, falar com quem escuta ainda.

Esse “esconderijo” irresponsável, que ignora todos as exortações ao arrependimento, todas os convites a ser santo, com “Palavras certas” tipo, “O futuro a Deus pertence”, é a mesmo dar de ombros de Eli, com nova roupagem. “Ele É Deus; faça o que quiser”.

Contra os que o desprezam dessa forma, Ele fará o que não quer; será forçado a fazer justiça, mesmo tendo enviado Sua Palavra desejando fazer misericórdia; “... Vivo Eu, diz o Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que razão morrereis...” Ez 33:11

O juízo a Deus pertence; o futuro Ele convida a mudarmos, mudando nosso presente. “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno os seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso É em perdoar.” Is 55:7

Pois, “O que me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1:33

sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Errando o alvo


“Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” Fp 3:14

É importante sabermos em qual objetivo mirar. Imaginemos dois peregrinos que deveriam encontrar determinado lugar, cujo caminho não sabem. Ambos estão rumando na direção errada. Um num potente carro; outro, de bicicleta. Andando, se afastam do alvo. Quem possui recursos melhores, o faz mais rapidamente.

Podemos ver que, destreza e rapidez, embora qualidades úteis, se tornam contraproducentes, sem a luz necessária.

Discernimento no combate espiritual é a primeira qualidade relevante, mais que, outras aptidões paralelas.

Paulo adjetivou sua caminhada, como o “bom combate”; há pelejas que não têm a mesma qualidade. Existem mais lutas, pelo vício, que pela virtude. Acaso não ouvimos diuturnamente, gritos pelo aborto, descriminação das drogas, leniência para pedofilia, zoofilia? Combates deletérios; ainda assim, combates.

Tenho contemplado tanta gente com canais nas redes sociais, podendo, mediante esses, alcançar muitos, cujo rumo parece ser, dar mídia a quem dá as costas para Cristo.

Qualquer porcaria que um famoso desviado fala, vira manchete; repercute, fomenta a produção de vídeos... sinceramente! Que desperdício! que desserviço! que erro de alvo!

“Jotta A falou isso;” “Priscila Alcântara ataca aquilo”; “Andressa Urach volta pra...”; “Kleber Lucas renega tal coisa”, “Filipe Neto (?) propõe editar a Bíblia;” etc.

Embora, os produtores desses conteúdos combatam as errôneas posturas das “estrelas” que viraram buracos negros, acho que estão numa luta inglória, cujo resultado é dar relevância, espaços aos que, pelas escolhas desviadas, se tornaram irrelevantes. Falo do valor das escolhas, não, das pessoas.

Fama é uma febre humana; quem renasceu em Cristo não deveria mais sofrer com ela. Não importa se um errado de espírito é alguém que foi conhecido nacionalmente; é só um perdido famoso.

Sobretudo quem vai pra oposição, para afrontar, sujar à fonte de onde bebeu um dia; tal, não deve ser estimulado; no intento de combatê-los, o zeloso sem entendimento acaba sendo partícipe, no propósito do renegado, de espalhar sujeira.

31.173 versos bíblicos podendo ser ensinados; eu perderia tempo como a frase infeliz de um errante, emprestaria minha página para ampliar sua doentia voz? Não. Amar e querer que os errados reencontrem o caminho é uma coisa boa, pela qual devemos, mais do que desejar, orar.

Se o novo rebelde desejar pichar paredes com suas malcriações revividas, que não o faça com nossas tintas.

Cada baixeza que o pródigo falou quando errava bêbado no meretrício não repercutiu na narrativa do seu descaminho; tampouco, chegou à casa do Pai. Foi deixado em sua suja e voluntária rota, mesmo enquanto dividia o “pão” com porcos. Entregue às consequências da estúpida escolha até que, desperto e voltando ao siso, retornou arrependido e humilhado à casa do pai.

Certo que nos foi ordenado: “Pregai o Evangelho a toda criatura”, também foi: “Não deis aos cães as coisas santas, nem lanceis vossas pérolas aos porcos.”

Certas posturas precisam ter consequências; tendo rejeitado a didática ordinária e mansa da casa paterna, que aprendam na dura escola da colheita; “O homem (a mulher) de grande indignação deve sofrer o dano; porque se tu o livrares ainda terás de tornar a fazê-lo.” 19:19

Quem, tendo conhecido a Paz de Cristo, a salvação, nela vivido por um tempo, se, por alguma contrariedade tão natural num mundo dual como esse, de repente decidir saltar do barco e sair atirando pedras nele, que se deixe o tal pra lá; orando por ele, sem dar tanta visibilidade à escolha de quem “achou bonito ser feio”.

Embora, as coisas humanas desfilem diversificadas por classes sociais, cultura, etnias, fama, denominações, ideologias, filosofias, bandeiras várias, a rigor, existem dois rebanhos; um dos renascidos em Cristo, reconciliados com Deus, Nele, “... Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo...” II Cor 5:19 outro, malgrado, as variáveis todas, está espiritualmente morto.

Morrer sem Cristo torna veraz a frase de Ariano Suassuna: “Cumpriu sua sentença. Encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca do nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo, morre.”

No juízo, mar, inferno e morte apresentarão seus “inquilinos”, todos nivelados num mesmo e miserável rebanho. “Deu o mar os mortos que nele havia; a morte e o inferno deram os mortos que neles havia e foram julgados cada um segundo suas obras.” Apoc 20:13 Não havia atrizes relevantes, cantores famosos, atletas de destaque, influencers causadores, reverendos polêmicos, grandes pilotos... apenas, mortos.

Nosso alvo não é dar neon aos mortos voluntários; antes, despertar os involuntários chamando-os à vida. “... quem ouve Minha Palavra, e crê naquele que Me enviou... passou da morte pra vida.” 5:24

As cargas vãs


“Teus profetas viram para ti, vaidade e loucura; não manifestaram tua maldade para impedirem teu cativeiro; mas, viram para ti cargas vãs, motivos de expulsão.” Lam 2:14

É próprio dum lamento, ocorrer após consumada a desgraça. Uma leitura “à posteriori” da situação. Jeremias passara mais de duas décadas advertindo, chamando o povo ao arrependimento, para que aquilo não acontecesse.

“Desde o ano treze de Josias, filho de Amom, rei de Judá, até o dia de hoje, período de vinte e três anos, tem vindo a mim a Palavra do Senhor; vos tenho anunciado, madrugando e falando; mas não escutastes.” Jr 25:3 “... Ponde-vos nos caminhos, e vede; perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos.” Jr 6:16

Quando o homem tem alternativas, entre o aprazível e o veraz, costuma escolher o primeiro; embora, nas filosofias de botecos, ouse defender o segundo; “Mais vale uma triste verdade que uma alegre mentira”; versa, alegre pelas mentiras que escolhe.

Invés de ouvirem Jeremias, o profeta do Senhor, preferiam os alternativos, menos sisudos; “... Teus profetas viram para ti, vaidade e loucura, não manifestaram tua maldade...”

Hoje, se quisermos ouvir aos que, atuam segundo à Palavra do Senhor, necessariamente deixarão patentes nossas maldades, nos desafiando ao arrependimento; pois, A Palavra do Eterno, assim, o faz.

Quem preferir os festeiros profanos que usam O Santo Nome, em prol das rasteiras inclinações carnais, terão uma vara de porcos revolvendo-se na lama das mentiras, atiçando cobiças, fazendo O Senhor parecer servo de desejos malsãos, invés de Médico que os visa curar.

Poderão estar envolvidas nas impiedades que tiverem, sempre serão “favoritos do Senhor”, destinatárias das chaves disso, daquilo, duma mudança radical na sorte, de modo a galgarem os mais altos pódios. O simples desejarem essas coisas é já um testemunho que desconhecem ao Senhor. “Buscai primeiro O Reino de Deus e Sua Justiça...” Mat 6;33

Em face ao desprezo das advertências Divinas, que poderiam evitar o juízo, nos dias de Jeremias, esse se tornara inevitável. Entre as ruínas da cidade arrasada, o profeta falava da vida no pretérito; de coisas que já tinham acontecido; “Devorou O Senhor todas as moradas de Jacó, não se apiedou; derrubou no Seu furor as fortalezas da filha de Judá, abateu-as até à terra; profanou o reino e seus príncipes.” Lam 2:2

Uma leitura equivocada do tempo, por uma presunção implícita que sempre será possível fazer depois, o que recusamos agora, é um mal que tem lançado muita gente a perder. O profeta mesmo vaticinara o “acordar” atrasado em face ao que deveria ser apreciado, em tempo; “Passou a sega, findou o verão, e não estamos salvos.” Jr 8:20

Pedro também mencionou os que zombam da “demora Divina” em mostrar serviço, usando a Santa Longanimidade, como “argumento” em favor da impiedade deles; “... nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências, dizendo: Onde está a promessa da Sua vinda? porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.” II Ped 3:3,4

Adiante explicou a causa da “demora”; “O Senhor não retarda Sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas, é longânime para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se.” V 9

Adiante, advertiu: “Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão; a terra e as obras que nela há, se queimarão.” V 10

Por fim, chamou a um raciocínio lógico, induzindo ao arrependimento: “Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade, aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão?” vs 11 e 12

A resposta parece óbvia pra quem tem algum grau de amor-próprio, de juízo na cabeça.

Sempre teremos os “profetas alternativos” que “atualizarão” ao que é eterno, redefinindo o que não deve ser alterado, porque se recusam a alterar seus comportamentos, e pretendem “harmonizá-los” em suposta comunhão com O Criador.

Em favor das mudanças do que é imutável palestrarão, darão entrevistas, pregarão, escreverão livros, como se, essa ímpia insistência tivesse valor em si mesma.

A única “eficácia” disso será o fomento da ilusão dos tais, coisa denunciada pelo mesmo Jeremias; “Como, pois, dizeis: Nós somos sábios, a Lei do Senhor está conosco? Em vão tem trabalhado a falsa pena dos escribas. Os sábios são envergonhados, espantados e presos; rejeitaram A Palavra do Senhor; que sabedoria, pois, têm eles?” Jr 8:8 e 9

quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

As espigas


“Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4:18

Figura do aprendizado progressivo daqueles que escolhem a justiça como valor basilar, para pautar o viver.

Começar com um “mas”, conjunção adversativa, aponta para trás; devemos olhar lá, caso queiramos entender em relação ao quê, é adversa. Depois de desaconselhar a vereda dos ímpios, diz: “... não dormem se não fizerem mal, foge deles o sono se não fizerem alguém tropeçar. Porque comem o pão da impiedade, bebem o vinho da violência.” Vs 16 e 17 “Mas...”

A prática do mal lhes é “alimentação”; indispensável, como o pão pra nós. Não consta que os tais jejuem.

O justo busca conhecimento, progressivamente, àqueles basta a manutenção da rotina; já “sabem” o que lhes é melhor. Lembrei Spurgeon: “As melhores pessoas que conheci, - disse - viviam descontentes consigo mesmas, frustradas, em busca de alguma maneira de se tornarem ainda melhores.” Aprender é hábito que nunca se satisfaz, se, devidamente cultivado.

Platão defendia que a filosofia é um meio-termo entre sabedoria e ignorância; “O sábio não filosofa porque não precisa; o ignorante porque não pode, nem deseja.” Ter dúvidas não é vergonhoso; é honestidade intelectual.

Todas as soluções cabais em assuntos polêmicos, tendem a verter dos que têm “certeza”, presunção que tolhe o aprendizado. Os que se dedicam a ele costumam ser céticos, inicialmente, enquanto não dominam determinado assunto. “Liberte-me de minha ignorância; te terei na conta de meu maior benfeitor.” Sócrates. Se alguém da envergadura dele esperava receber luz de outrem, que dizer de nós.

Uma vez uma “amiga” publicou: “Não venha com tuas opiniões na minha página! Ela não é uma democracia! É uma monarquia e a rainha sou eu.”

Achei espirituosa, criativa a forma; abjeto o teor. Desfiz a “amizade”. Ignoro para quem era o “osso”, não tinha comentado na página dela; mas, me serviu. Sempre concebi as redes sociais como um intercâmbio, não como uma vitrine de vaidosos em busca de adoradores.

Sou súdito apenas de Cristo; dos outros, sou igual. Argumento onde me parecer oportuno, e permito o mesmo em minha página, uma vez mantido o respeito.

Insano quando alguém se porta como “obra acabada”, negando-se ao crescimento, à evolução saudável; a forja do conhecimento educa almas, edifica-as. Maus momentos, estados de humor ruins, todos nós lidamos com isso. Porém, eles não justificam que lancemos sobre terceiros, as sementes de amargura que são nossas.

O menor indício de dissenso é tido como intromissão. “Seu cérebro possui duas teclas: Armazene e delete; use-as com sabedoria.” Postam. Muitos põem o delete na hora errada. Usam diamantes em fundas.

A sentença é muito válida. Tem gente chata, vaidosa, em busca de adoradores, não de crescimento mútuo, (como a que citei) que uma vez identificada, uma ruptura fica bem.

O risco é que venhamos a deletar coisas válidas por alguma discordância que pode proceder; trairemos a nós mesmos, se decidirmos armazenar apenas lisonjas, podendo fazê-lo sabiamente em relação ao aprendizado.

Embora, esses mesmos, eventualmente publiquem coisas que seriam contrárias aos “berrantes do sistema”, frases alheias das quais gostaram, sem digerir.

Aparentam desfilar ousados na sacrossanta “rebeldia” de quem pensa, faz diferença, invés de anuir cegamente, por preguiça de meditar; no entanto, logo deparamos com alguma decepção.

Um passo adiante, acompanhando aos tais, precisaremos rever nossas impressões; pois, nova postagem nos forçará a isso. Se mergulharmos nas páginas deles, atrevo-me a dizer que poderemos encontra uma tese, e sua antítese, em publicações diferentes, dado o humor do momento; a sabedoria é preto no branco; o atrevimento, a presunção, conseguem ser multicores.

Lendo comentários em certas coisas compartilhadas que se publica, é comum nos assaltar a impressão que as pessoas se importam mais em dizer algo, que, em considerar o quê, estão dizendo. Ou seriam obtusas em série, mesmo? Tomara que não! Prefiro-as distraídas a mentecaptas.

Algumas coisas precisam urgente, ser entendidas: Criação e evolução são excludentes; espiritismo e cristianismo também; comunismo e fé, idem; opinião e argumento não vêm da mesma prateleira; cada um pode escolher o que aprouver. Contudo, ninguém, com dois neurônios inda funcionais, poderá dizer que o céu é vermelho, ou a grama, lilás.

Há uma “máscara” chamada fatos, que se prende às nossas orelhonas pelas alças da lógica, e protege os que têm alguma conexão sadia nos cérebros, contra o vírus da alheia estupidez, que tanto se difunde.

“Pouco conhecimento faz com que as pessoas se sintam orgulhosas. Muito conhecimento, que se sintam humildes. É assim que as espigas sem grãos erguem desdenhosamente a cabeça para o céu, enquanto que as cheias as baixam para a terra, sua mãe.” Leonardo Da Vinci

Os velhos


“Ele logo a segue, como boi que vai ao matadouro, como vai o insensato para o castigo das prisões; até que a flecha lhe atravesse o fígado; ou como a ave que se apressa para o laço, não sabendo que está armado contra sua vida.” Prov 7:22,23

O jovem incauto, após a sedução de uma mulher adúltera. O contrário também a verdadeiro; a jovem imprudente, que venha a cair na lábia do homem adúltero, está sob o mesmo apreço.

A “moral” vigente no mundo é que cada um deve se “permitir”; é “lícito” tudo o que o faça feliz. Quem adverte das consequências, não passa de um enxerido querendo palpitar nas vidas alheias. Adultério, promiscuidade, homossexualismo, fornicação... “consideramos justas, todas as formas de amor”; dane-se!

Esse texto não pretende ser uma abordagem aos que estão na lama para convencê-los da superioridade da terra firme, na caminhada. Antes, visa esclarecer aos dúbios, que lutam entre desejos malsãos, e a vontade de agradar a Deus. Mesmo assediados pelas paixões carnais, guardam ainda certo temor, de estarem fazendo danos às suas almas, nas escolhas temerárias, que muitas vezes fazem.

É precisamente essa ideia de se autodestruir, que o sábio plasmou na sentença supra; “ele a segue como um boi que vai ao matadouro.” Acaso o dito animal seguiria tão “bovinamente”, se soubesse o fim da sua caminhada? “Há caminhos que ao homem parecem direitos, mas, no fim, são os caminhos da morte.” Prov 14;12

“...como o insensato para o castigo das prisões.”
Quantos cometem crimes que logo serão descobertos, e presos, por eles! O desejo pelos frutos dos bens mal havidos, tolhe o senso, de dever, respeito, prudência; vão ao encontro dos males, como quem vai ao mercado fazer compras. Muitos, antes das prisões colhem desditas ainda piores. “a flecha lhes atravessa o fígado.” Morrem durante assaltos, perseguições policiais.

As facilidades para pecar, em todas as áreas, podem soar “filosoficamente” como um direito a “ser feliz” ao dispor de alguém. Todavia, esse mundo é gerido por certo “príncipe”, cujo labor é “... roubar, matar, destruir.” Jo 10;10

Os “direitos” que ele apregoa, usando arte, filosofia, imprensa, política, redes sociais, eventualmente, religiões, até, são as iscas que atraem às armadilhas de morte eterna, que ele espalha. Os imprudentes caem, “... como a ave que se apressa o laço, não sabendo que está armado contra a sua vida.”

A absolutização do prazer sexual, até quando, as demandas do corpo já não o incluem como indispensável, quando o vigor físico já não o permite, é uma doença mui pujante, infelizmente; o sistema que a fomenta, oferece “atalhos” técnicas, suplementos, para que as suas presas continuem sendo presas, mesmo quando já não há motivos para isso. Há tantos remédios na praça a prometer o vigor juvenil para os velhos; quantos morrem em pleno exercício de suas “juventudes” recém adquiridas!

Houve um tempo em que os anciãos não eram estúpidos assim.

Como é comum o ser humano transferir suas culpas para onde puder, muitos colocam na velhice, o peso pelas suas infelicidades, cujas causas, são outras.

Ouçamos um velho sábio: “Muitos de nós lamentam-se, recordam os prazeres da juventude e, ao lembrar do amor, da bebida, da boa comida e de outros prazeres, atormentam-se como pessoas privadas de bens notáveis, que em outra época viviam bem e que, agora, nem ao menos vivem. Vários manifestam pesar pelas ofensas oriundas dos parentes e imputam à velhice a causa de tantos sofrimentos. Contudo, em meu modo de ver, Sócrates, eles se enganam a respeito da verdadeira causa de suas misérias, pois, se ela fosse realmente a velhice, também eu sentiria o mesmo desconforto, assim como todos aqueles que chegaram a esta fase da vida... Libertei-me do amor com o prazer de quem se liberta de um senhor colérico e truculento... No que diz respeito aos desgostos, aos aborrecimentos domésticos, estes têm apenas uma causa, Sócrates, que não é a velhice, mas o caráter dos homens. Se eles tiverem bom caráter e espírito equilibrado, a velhice não lhes será um fardo insuportável. Para os que não são assim, tanto a velhice quanto a juventude lhes serão desgostosas.” A República, Platão.

Dos velhos educados pelo Senhor, a perspectiva é bem diferente, pois; “Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e vigorosos, para anunciar que o Senhor é reto...” Sal 92:13-15

Claro que o sexo nos Divinos parâmetros teu seu valor, sua relevância; mas, a absolutização dele, tratá-lo como se fosse o sentido da vida, tende a nos cegar para bens paralelos muito mais valioso que ele. “Desejar mui violentamente, algo, cega-nos para o demais.” Pré-socráticos.