quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Árvore de Natal


“Vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão, e disse-lhe: Levanta-te, faze-nos deuses, que vão adiante de nós; porque quanto a Moisés, homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu.” Ex 32;1

Deparei com um estudo sobre usar árvores de Natal, os crentes, ou não. O autor disse que, os que rejeitam tal uso, o fazem porque a origem da mesma remontaria ao paganismo.

No entanto, argumentou, muitas coisas que consumimos, alimentos, roupas, combustíveis, etc. Também têm uma origem desconhecida, e não investigamos, antes de usarmos tais coisas; portanto, ser omissos nessas coisas e cuidadosos apenas com a Árvore de Natal, ele definiu como hipocrisia.

Usou ainda como argumento, o seguinte: “Do Senhor é a terra e sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam.” Sal 24;1

Tudo o que O Senhor criou é bom; não há nada que se rejeitar. Disse mais: Que em rituais de religiões pagãs, satânicas até, se usa água, por exemplo; nem por isso deixamos de usá-la também.

Até parece um conjunto de argumentos bem sólidos; mas, as “letras miúdas do contrato” precisam ser lidas também. É vero que consumimos as coisas ordinárias sem nos preocuparmos com a origem. Mas, fazemos isso para nós, não para prestar culto a Deus. No caso da comida, oramos consagrando, agradecendo, o que anula eventuais “vícios de origem.”

Que “do Senhor é a Terra e sua Plenitude”, não restam dúvidas; Ele Criou todas as coisas.

Mas, tomar como viés argumentativo essa verdade, e levá-la às últimas consequências acabaria legitimando o uso de drogas, excessos em bebidas, e coisas similares. Afinal foi O Senhor que as criou, portanto, não devem ser rejeitadas. Pela mesma linha de raciocínio, os ímpios não deveriam ser rejeitados, uma vez que são criaturas do Divino; “O Senhor fez todas as coisas para atender aos seus próprios desígnios, até o ímpio para o dia do mal.” Pov 16;4 Não seria para o dia do bem??

A água nos cultos pagãos não legitima tudo; eles usam imagens, rezas, animais mortos, além de água; agora quem está sendo seletivo é o autor, que considerou hipocrisia atuar assim.
Por que não usamos as imagens deles também?

Enfim, concluiu que podemos “natalizar” nossas casas; não precisamos ter nenhum “medinho do diabo”. De onde o ilustre professor tirou que, evitamos isso por medo do canhoto? Em mim arde zelo de Deus; a Ele temo, não à oposição. “... temei Aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a Esse temei.” Luc 12;5 

Afinal, “... qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?” Tg 4;4 e 5

Podem dar os nomes que quiserem, ornar ambientes; isso não se encontra na Palavra de Deus; a “festa” a ser comemorada é outra: “... fazei isto em memória de mim.” I Cor 11;24 a Santa Ceia. Só isso.

Embora alguns se esforcem em provar o contrário, no “Natal” o velho rubro aquele aparece, não, Jesus; Seus Ensinos, Doutrina e Sacrifício por nós. A origem da dita árvore não é bíblica, portanto, é pagã; os íntimos de Deus nada fariam que entristecesse Seu Espírito Santo; estou certo que essas coisas que prostíbulos e centros de religiões rivais também fazem, nada têm com O Conhecimento de Deus; é uma escolha humana baseada na ignorância avessa ao que Deus ordenou.

Vimos acima, quando da “demora” de Moisés no monte, a decisão de se esculpir o Bezerro de ouro; uma “pérola” espiritual baseada também na ignorância: “... porque quanto a este Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, ‘não sabemos’ o que lhe sucedeu.”

Sabemos tantas coisas que A Palavra do Santo nos revela, contudo, precisaríamos cometer temeridades baseados no que não sabemos?

Honrar a Deus é dar livre curso à Sua Luz em nossos entendimentos, de modo que essa molde o nosso agir; sem isso, podemos fazer cascatas de luzes “Made in China”, uma mini floresta enfeitada de penduricalhos em nossas salas e seguiremos em trevas.

O Salvador ensinou a conhecermos à árvore pelos frutos. Nesse caso específico ficam patentes os frutos pela árvore. Digo, invés da devida e necessária separação, a emulação que forja a imitação do mundo é um testemunho que grita que dentro de nós, que mesmo nas igrejas, ainda estamos no mundo.

Se Cristo nasceu deveras em nós, a Sua Luz há de brilhar full time; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que Está nos Céus.” Mat 5;16

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Karnal, o ateu


“Porque o ímpio gloria-se do desejo da sua alma; bendiz ao avarento, e renuncia ao Senhor. Pela altivez do seu rosto o ímpio não busca a Deus; todas suas cogitações são que não há Deus.” Sal 10;3 e 4

Acabei de assistir a um vídeo do filósofo Leandro Karnal, com o título: “Por que sou ateu”. Ele conta seu pretérito religioso no catolicismo. No momento que definiu como “secura da alma”, quando assomou a sensação de que falava sozinho ao orar, não havia interação com Deus, isso foi pavimentando seu afastamento da religião, até sentir-se bem, sem ela.

Defendeu que não se trata de inteligência nem de ética; essas coisas existem entre ateus e religiosos. Mas, de escolha estritamente pessoal, sua.

Bem, que há gente ética e sem, em ambos espectros, religioso e ateu, bem como, inteligentes ou, desprovidas de inteligência, isso é algo pacífico. Embora, a inteligência nem sempre esteja a serviço da verdade. Às vezes pode ser usada para se esquivar da mesma, como tantos fazem.

Cristo não foi rejeitado por incompreensão do significado de Sua Doutrina; antes, por entender e não desejar, O evitaram; “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

Ante Sua pergunta sobre a origem do Batismo de João, se celeste ou terrena, Seus ouvintes sabiam as implicações de ambas as repostas possíveis; como não queriam lidar com as consequências de nenhuma, fingiram ignorar. “Não sabemos.” Luc 20;7

Um exemplo clássico de inteligência à serviço do erro; a popular desonestidade intelectual.

Acima temos uma denúncia moral contra o ateu; é alguém que “... gloria-se do desejo da sua alma; bendiz ao avarento, e renuncia ao Senhor.” Nesse breve recorte repousam três coisas nocivas à necessária santidade; egoísmo, avareza e rejeição a Deus.

“... Pela altivez do seu rosto o ímpio não busca a Deus; todas as suas cogitações são que não há Deus.” Agora, orgulho e um “cogito” não investigativo, mas calculado para “pavimentar” o caminho da conveniente negação. Não são cogitações abertas em busca da verdade; antes, condicionadas a um fim estabelecido “à priori”, não há Deus. Já “sei” que Deus não existe; apenas preciso ordenar minhas reflexões de modo a “provar” isso.

A diferença entre os veros filósofos e os sofistas era que esses buscavam prevalecer numa disputa a qualquer custo; aqueles buscavam à verdade, mesmo que essa se revelasse contra antigos postulados, que, uma vez demonstrados falsos, deveriam abandonar.

A Palavra defende que mesmo a natureza já é eloquente o bastante; “Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entende, e claramente se vê pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não O glorificaram como Deus, nem Lhe deram graças...” Rom 1;20 e 21

De novo, a barreira não é intelectual, mas, volitiva; “... tendo conhecido Deus, não O glorificaram como Deus...” Isso revela uma escolha.

“O testemunho dos céus não é um simples indício, mas uma declaração inconfundível e clara, do tipo permanen­te e inalterável. Apesar disso tudo, que proveito há numa de­claração em alto e bom som dirigida a um surdo, ou a mais evidente demonstração feita para um cego no sentido espiri­tual? O Espírito Santo de Deus precisa iluminar-nos ou nem todos os sóis da Via Láctea poderão fazê-lo... É humilhante pensar que até mesmo as mentes mais devota­das e elevadas, quando querem expressar seus pensamentos mais sublimes sobre Deus, precisam usar de palavras e metáfo­ras extraídas da terra. Somos todos crianças e temos de confes­sar: "Penso como criança, falo como criança." Deus está na vas­tidão acima de nós; sua bandeira estelar mostra que o Rei encon­tra-se em casa e levanta seu escudo para que os ateus vejam como ele menospreza suas acusações. Aquele que após olhar para o firmamento se apresenta como um ateu, está ao mesmo tempo se declarando um idiota e mentiroso.” Spurgeon

Desde o, “sereis como Deus; vós mesmos sabereis o bem e o mal”, que o homem se fez também, mentiroso. Os mais sutis pintam o que entendem e não querem, com “cores” de ignorância; ceticismo conveniente.

Suas concessões éticas e caridosas são limites que traçam, até onde estão dispostos a ir. Como à mulher de Jó, até certo limite; “... Ainda reténs tua sinceridade? Amaldiçoa Deus, e morre.” Jó 2;9

“A voz de Deus nos diz constantemente: uma falsa ciência faz um homem ateu, mas uma verdadeira ciência leva o homem a Deus.” Voltaire

Coisas de loucos


“Livrará até ao que não é inocente; porque será libertado pela pureza de tuas mãos.” Jó 22;30

Elifaz, um dos “amigos” de Jó, depois de acusá-lo de “nazista, fascista, genocida,” digo, lançar ao vento palavras sem nexo com a realidade. “Não deste ao cansado, água a beber, ao faminto retiveste o pão. Mas para o poderoso era a terra; homem tido em respeito habitava nela. As viúvas despediste vazias, os braços dos órfãos foram quebrados.” vs 7 a 9

Após dessas inverdades contra aquele que Deus Testificara ser justo, reto, temente, que se desviava do mal, exortou-o: “Apega-te, pois, a Ele, e tem paz; assim te sobrevirá o bem. Aceita, peço-te, a Lei da Sua Boca e põe Suas Palavras no teu coração. Se te voltares ao Todo-Poderoso, serás edificado; se afastares a iniquidade da tua tenda.” vs 21 a 23

Palavras verdadeiras se, enviadas ao devido endereço. “Uma coisa boa não é boa, fora do seu lugar.” Spurgeon

Assim, uma exortação à obediência, contra uma pessoa que já teme a Deus e observa Seus mandamentos. “Sabendo isto, que a Lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados, ímpios e pecadores, profanos, irreligiosos, parricidas, matricidas, para os homicidas.” I Tim 1;9

Depois das acusações infundadas e exortação desnecessária, expôs uma conclusão verdadeira; que, ao que Deus aceita, sua intercessão tem eficácia. “livrará até ao que não é inocente; será libertado pela pureza das tuas mãos.”

Não sabia, o loquaz conselheiro, que o culpado a ser remido mediante a intercessão de Jó seria ele mesmo, junto aos seus companheiros; “Tomai, pois, sete bezerros e sete carneiros; ide ao Meu servo Jó, e oferecei holocaustos por vós; Meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele Aceitarei, para que não vos Trate conforme vossa loucura; porque vós não falastes de Mim o que era reto como Meu servo Jó.” Cap 42;8

Normalmente se considera louco, alguém que fale coisas desconexas, mostre lapsos cognitivos e interpretativos da realidade, faça coisas desalinhadas à ética dos “normais”.

No prisma espiritual a regra se mantém; com a ressalva que agora a “realidade” a ser apreciada está nos domínios do espírito, não no enganoso campo dos fenômenos. As coisas como são, não como parecem, vistas por pessoas espirituais; “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

Luz espiritual parece loucura aos cegos, a cegueira de não ousar adentrar nos domínios do Espírito é a insanidade deles; pois, sabedoria espiritual não tem como antônimo a ignorância. “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução.” Prov 1;7

As palavras certas contra o alvo errado, como falou Elifaz, testificam certo conhecimento acerca dos Valores Divinos, e total ignorância, quanto à aplicação.

A “loucura” de se entregar irrestrito ao Senhor, faculta que nossos olhos sejam abertos por Ele, para nos livrar da demência de sermos sábios aos próprios olhos. “Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal. Isto será saúde para teu âmago, e medula para teus ossos.” Prov 3;5 a 8

Nisso repousa a sutil ironia de Paulo: “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua Sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação... Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens; a fraqueza de Deus é mais forte que os homens.” I Cor 1;21 e 25

A aceitação da intercessão de um justo, em favor de outrem que não é inocente é a base da nossa salvação. Nenhum de nós é justo; mas, todos os que se submeterem a Cristo, O Salvador, serão aceitos, por causa da Inocência Dele a rogar em nosso favor. “a todos quantos O receberam, Deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

Jó não era inocente ao ponto de entrar no Céu por méritos; mas, vivia em seu contexto, de um modo aceitável ante O Eterno. Quando o permitido infortúnio o visitou, até os bem piores sentiram-se melhores que ele. A leitura que o sofrimento seja necessariamente, consequência de pecados, deve ser feita no inferno.

Aqui se premia ao vício e se desonra à virtude, de modo geral. O exercício duro de um soldado não deriva de suas culpas; antes, do seu alvo.

domingo, 4 de dezembro de 2022

A Fonte da Juventude


“... Rabi, quando chegaste aqui?” Jo 6;25

Se, no dia anterior O Senhor multiplicara o pão do outro lado do mar da Galileia, natural concluir que Sua travessia era recente. As máscaras humanas costumam esconder o rosto atrás de palavras desconexas, quando, o vero objetivo se tenta ocultar.

O Salvador mesmo advertiu-os que O buscavam, não por estarem convencidos que Ele Era quem alegara Ser. Antes, porque queriam mais pão. A pergunta honesta seria como a de certo humorista: “Aí chefia! Que hora que é a merenda?” Para disfarçar o interesseiro motivo fugiram para a questão temporal: “... quando chegaste aqui?”

Se, essa pergunta fosse mesmo feita com seriedade, talvez a resposta dispersasse aos panófilos agregados. Primeiro, seria impossível “acondicionar” O Eterno, numa redoma temporal. Quando O Salvador sugeriu que vira Abraão, o riso cético aflorou; “... Ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão? Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos Digo que antes que Abraão existisse, Eu Sou.” Jo 8;57 e 58

Para aqueles, o tempo de Jesus era restrito ao que seus olhos podiam ver; “ainda não tens cinquenta anos...”

O Senhor não chegou aqui; antes, fez o “aqui” chegar a Ele. “Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram Feitas por Ele; sem Ele nada do que foi feito se fez.” Jo 1;2 e 3

Exortou-os a priorizarem o “Pão” espiritual porque queriam que eles também tivessem a eternidade como escopo; “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque a Este o Pai, Deus, o Selou.” Jo 6;27

A eternidade no espírito humano é um “elo perdido”, uma sensação de incompletude; inconformismo com a brevidade da vida terrena; embora, incompreendida a origem dessa nostalgia. “Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir a Obra que Deus Fez desde o princípio até ao fim.” Ecl 3;11

Paulo discursando no templo da filosofia, Atenas, onde se tentava entender o propósito da vida, entregou de mão beijada a resposta para essas inquietações.

Viemos de ancestral comum, criado por Deus; ganhamos um limite de tempo e espaço para regressarmos pra casa, de onde fomos degredados pela desobediência; “O Deus que Fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do Céu e da Terra, não habita em templos feitos por mãos de homens; tampouco, é servido por mãos de homens, como que necessitando alguma coisa; Ele mesmo é quem Dá a todos, vida, respiração e todas as coisas; de um só sangue fez toda geração dos homens, para habitar sobre toda a face da Terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não Está longe de cada um de nós;” Atos 17;24 a 27

O mundo não é eterno devir, como pensou Heráclito; nem, encaixe sequencial de átomos estilo Lego, como cogitara Demócrito; tampouco, um caos que se auto ordenou, como cogitaram outros; antes, é a Obra Prima do Criador, Senhor dos Céus e da Terra, Doador da vida.

Muitas coisas em poucas palavras, o que difere a revelação da reflexão filosófica; os clássicos, quem sou? De onde vim? Por quê existo? Pra onde vou? Respondidos como se fosse algo trivial. “Quem pensa ser esse paroleiro?” Refletimos por anos e não chegamos a uma conclusão, ele pretende ter assim, do nada, todas as respostas?” Ele tinha.

Aquele que Chegou aqui, antes que o aqui, chegasse, Ilumina a quem Lhe ouve e obedece. Diante de Sua Luz, os grandes “sábios” envilecem. “Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, aniquilarei a inteligência dos inteligentes. Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo? Visto como na Sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua Sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.” I cor 1;19 a 21

O cinema tratou da “Fonte da Juventude;” talvez, plagiando a Cristo: “Aquele que beber da água que Eu lhe Der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe Der se fará nele uma fonte que salte para a vida eterna.” Jo 4;14

Priorizarmos o efêmero, enquanto o eterno está ao dispor é estúpido como usar diamantes em fundas.

O Criador “chegar aqui”, identificado com nossas carências, dar Sua Vida Imaculada, pelas nossas, perdidas, e ignorarmos isso em busca sôfrega pela “merenda”, é insanidade espiritual e erro crasso, intelectual.

Ocorre-me outro filósofo antigo, Estobeu, que disse: “Os asnos preferem palha, ao ouro.” Qual nossa escolha?

sábado, 3 de dezembro de 2022

Os dias maus


“Crescia a Palavra de Deus; em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.” Atos 6;7

Crescia é um modo de dizer que aumentava sua influência, aceitação. A consequência imediata desse “crescimento” não era da Palavra em si; antes, o crescimento da igreja. “... se multiplicava muito o número de discípulos...”

Natural lembrarmos que, “... Minha Palavra, que sair da Minha Boca; não voltará para Mim vazia; antes, fará o que Me apraz, prosperará naquilo para que a Enviei.” Is 55;11

Deus É Fiador da Palavra que sair da Sua Boca; não se responsabiliza pelos falsificadores da mesma, que, mediante contorcionismos “teológicos” privam-na da original pureza e fazem parecer que desejos desorientados de almas ímpias, e a Vontade Regeneradora do Santo coincidem. Todo pregador idôneo há de poder dizer como Paulo: “Porque recebi do Senhor o que também vos ensinei...” I Cor 11;23

O Salvador ilustrou diversos tipos de “solo” (corações) onde pode cair a semente, (Palavra); à beira do caminho, sobre pedras, entre espinhos e boa terra. O fato de, atualmente o crescimento da Obra não ser tão célere como naqueles dias tem a ver com os tipos de solo encontráveis; não ocorreu eventual envilecimento da semente; essa segue sendo a mesma, pujante, regeneradora, com igual vigor. “Porque a Palavra de Deus é viva e eficaz; mais penetrante que espada alguma de dois gumes; penetra até à divisão da alma e do espírito, das juntas e medulas; é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.” Heb 4;12

O egoísta e endurecido homem moderno, melindroso e avesso às correções, tende a rejeitar o que o desafia ao enfrentamento de si mesmo. Prefere negar Deus, preservando seu conforto na morte, a negar-se para, em Cristo, receber vida.

Dias maus são uma forma oblíqua de dizer que nós humanos nos tornamos maus, refratários à Palavra da Vida. Para Salomão, a coisa ir piorando no decurso do tempo pareceu tão natural, que considerou tolice questionar isso. “Nunca digas: Por que foram os dias passados melhores que estes? Porque não provém da sabedoria esta pergunta.” Ecl 7;10

“... nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela.” II Tim 3;1 a 5

A Palavra nos desafia a “desaprendermos” o que pensávamos saber, para que A Sabedoria Divina, doravante, nos guie. “... grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.”

Os sacerdotes, no Antigo Pacto eram ensinadores, gente que deveria ser obedecida; “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento; da sua boca devem os homens buscar a Lei porque ele é mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Ml 2;7

Então, eram aprendizes de pescadores, gente simples que O Senhor Capacitara; “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; Escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar às que são;” I Cor 1;27 e 28

Quem ainda se encanta mais com o brilho dum intelecto privilegiado, uma retórica rebuscada, cenários meticulosamente planejados para entorpecer os sentidos, mais do que, com a pureza da verdade, e a autenticidade dos mensageiros que vivem segundo essa pureza, não entendeu nada. Está como os incautos que pensam que O Nascimento do Salvador significa ocasião para esse monte de artifícios, luzinhas “Made in China” adornando árvores, fachadas, postes... avessos à Luz Transformadora de Cristo. Aliás, pensa que é o Noel que O representa.

A aludida Luz, invés de acarinhar nosso olhar, humilha, envergonha; não é um brilho produzido para nos distrair, deixa patente nosso pretérito de trevas, com potencial sobejo para nos destruir. “Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça. Que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” Rom 6;20 e 21

Perto do Salvador, de duas uma: Ou, nos desnudamos para sermos perdoados e revestidos, ou, preservamos nossas vestes rotas, nos mantendo à “distância segura”. A maioria escolhe essa alternativa. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20

A semente cair em boa terra é cada vez mais raro, infelizmente. Grande parte da mesma está adulterada pela transgenia das conveniências carnais. “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2;2

domingo, 27 de novembro de 2022

O bom caminho


“Eu sei que tudo quanto Deus Faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar, nem tirar; isto Faz Deus para que haja temor diante Dele.” Ecl 3;14

No Éden, o pai dos falsos profetas disse que o homem poderia ser autônomo; desobedecer e valorar as coisas ao seu modo, independente de Deus. “Vós mesmos sabereis o bem e o mal.”

Acima, o mais sábio dos homens, Salomão, vetou que se acrescente ou omita, qualquer coisa dos Divinos Feitos, para que o devido temor se estabeleça.

Ele mesmo vaticinara: “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam sabedoria e instrução.” Prov 1;7

Por fim, O Próprio Senhor Ressurreto, Vetou alterações à Sua Santa Palavra: “... se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus Fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará sua parte do Livro da Vida, da Cidade Santa e das coisas que estão escritas neste livro.” Apoc 22;18 e 19

Por quê precisaria o homem, alterar o que O Eterno prescreveu? Seria o reles mortal, mais sábio que Ele? Essa loucura nasce de se tencionar aquilatar as coisas espirituais do prisma natural. A “carne”; esse casulo frágil, dentro do qual, os bons ouvintes e obedientes são desafiados a gestar suas asas.

A carne foi feita refém da sugestão aquela de autonomia, independência. Não é uma eventual força, antes, a escravidão que patrocina sua loucura. “Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito, vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;5 a 7

Tal servidão manifesta-se não apenas no teatro das ações; também faz obtuso o entendimento; o mesmo é feito transparente nos que receberam Cristo e se deixam conduzir nas asas do Espírito. “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

Tendo o homem carnal uma centelha em si, a insinuar que deveria estar em paz com Deus, porém, levando um fardo pesado de desejos malsãos, inclinações viciadas, às quais se recusa a deixar, engana-se presumindo uma “paz à sua maneira”, alterando em seu prejuízo, as porções da Palavra que se recusa a obedecer.

“Enganoso é o coração, mais que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” Jr 17;9

A Paz com Deus requer uma causa que a produza; “O efeito da justiça será a paz...” Is 32;17 e a “justiça” humana, desobediente, parcial, faz papel ridículo perante O Santo; “Todos nós somos como o imundo; todas nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, nossas iniquidades como um vento nos arrebatam.” Is 64;6

Como nossas “justiças” não serviam para o papel da redenção, a Bondade Divina atribui a de Cristo, aos obedientes; “Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro; este será Seu Nome, com o qual Deus O chamará: O Senhor Justiça Nossa.” Jr 23;26

“Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e Pôs em nós a Palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Notemos que a reconciliação desejada não é uma ideia, uma reflexão filosófica a ser desenvolvida arbitrariamente; vem atrelada a algo: “a Palavra da reconciliação.” Deus reservou a Si o direito aos termos, nos quais a reconciliação é possível. “Negue a si mesmo; tome sua cruz e siga-me,”

Pois, se a inimizade nasceu pela desobediência, como pretenderíamos reatar a amizade baseados noutra rebeldia, alterando à Palavra da Vida? Isso seria apenas repetir o erro. “Como o cão torna ao seu vômito, assim o tolo repete sua estultícia.” Prov 26;11

No fundo, os errados de espírito sabem que laboram em erro; aí, acusados por suas consciências, envernizam suas rebeldias com eufemismos; “amor, inclusão, tolerância...”

Uma coruja pintada de verde não se torna papagaio; assim, o pecado, a desobediência, segue sendo um assassino, embora, se disfarçando com vestes bonitas.

Nossas coisas são biodegradáveis, as Divinas, não. A cada semana a humanidade patenteia milhares de parafernálias high-tech. Essa célere fuga da sombra nos afasta do alvo, da vida, que pode ser vista muito bem, pelo retrovisor. “... Ponde-vos nos caminhos, e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para as vossas almas...” Jr 6;16

sábado, 26 de novembro de 2022

A ressurreição


“O qual por nossos pecados foi entregue e ressuscitou para nossa justificação.” Rom 4;25

Que O Salvador padeceu por nossos pecados é sabido por todos. Contudo, alguns, como o cineasta Woody Allen, zombam até. “Se Jesus padeceu pelos nossos pecados, seria tolice deixar de cometê-los.” Disse. Para gente blasfema assim, O Amor Inefável de Deus seria patrocinador do nosso egoísmo indiferente e perverso.

A vida aqui, nos moldes em que o mundo funciona, segundo o maligno, se mostra mais fácil e aprazível aos ímpios, coisa percebida desde dias antigos; “... via a prosperidade dos ímpios. Porque não há apertos na sua morte, firme está sua força. Não se acham em trabalhos como outros homens, nem são afligidos como outros. Por isso a soberba os cerca como um colar; vestem-se de violência como de adorno.” Sal 73;3 a 6

O Maravilhoso Resgate de Cristo soa-lhes sem importância; não percebem suas mortes, tampouco, cogitam o que os espera no além. A diferença entre eles e os salvos, passa despercebida aos seus olhos apressados, em busca de comodidades terrenas.

A Palavra adverte que teríamos aflições no mundo, nosso descanso não seria aqui, lugar de impiedade e corrupção. No entanto, no devido tempo as escolhas daqui darão frutos “conforme suas espécies.” “Eles serão Meus, diz o Senhor dos Exércitos; naquele dia serão para Mim joias; poupá-los-ei, como um homem poupa seu filho, que o serve. Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não serve.” Ml 3;17 e 18

Se, a finalidade salvífica da Entrega de Cristo é de domínio público; às vezes passa despercebido a segunda parte do verso: “... Ressuscitou para nossa justificação.”

Nem sempre damos a devida importância ao significado dessa vitória. Sem ela, nada faria sentido, nem nossa fé, como ensina Paulo: “Ora, se se prega que Cristo Ressuscitou dentre os mortos, como dizem alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos? Se não há ressurreição, também Cristo não ressuscitou. Se Cristo não ressuscitou é vã nossa pregação; também é vã vossa fé.” I Cor 15;12 a 14

Sendo “O salário do pecado a morte...” se fosse vencido por ela significaria que O Senhor teria recebido o que Merecia; assim, não poderia resgatar ninguém. Pedro explica: “Ao Qual Deus Ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido por ela;” Atos 2;24

“Sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus Se Manifestou em carne, Foi Justificado no Espírito, Visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória.” I Tim 3;16
Justificado em Espírito; na carne foi condenado, por nossos “méritos.”

Na Sua entrega Pagou nossas dívidas. Seu Espírito, Seu Ser Imaculado, nunca deveu nada. “Pai, em Tuas Mãos Entrego Meu Espírito.”
Daí, a superioridade do Seu Sacerdócio, comparado com o levítico, mero tipo profético. “Vindo Cristo, Sumo Sacerdote dos bens futuros, por maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes e bezerros, mas por Seu Próprio Sangue, Entrou uma vez no santuário, havendo efetuado eterna redenção.” Heb 9;11 e 12

A importância da Sua ressurreição é deixar patente que Sua Morte foi sacrifical; não, decorrência de Culpa, nem, acidente de percurso.

Por isso O Senhor Ressurreto Fez questão de Ser Visto por muitos, deixando notório Seu Triunfo. “... ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. Foi visto por Cefas, e pelos doze. Depois foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormem. Depois foi visto por Tiago... por derradeiro de todos apareceu também a mim, como a um abortivo.” I Cor 14;4 a 8

Sua Morte foi estritamente por nós, justo que Espere que, nossas vidas sejam por Ele. “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo Foi Ressuscitado dentre os mortos, pela Glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida. Porque, se fomos plantados juntamente com Ele na semelhança da Sua morte, também seremos na da Sua ressurreição; sabendo isto, que nosso homem velho foi com Ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito; não sirvamos mais ao pecado.” Rom 6;4 a 6

Nossa “morte” é renunciar às más inclinações, a cruz; a ressurreição, a novidade de vida dos que, aprendendo Dele, vivem Nele. “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Rom 8;1 e 2