quinta-feira, 4 de maio de 2023

Arados abandonados


“... Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o Reino de Deus.” Luc 9;62

Embora pareça mudança mui radical, aos mais sensíveis, a decisão por Cristo deve ser assim mesmo; definitiva, cabal, irrevogável.

Ao encontrar uma “pérola de grande valor”, as demais coisas empalidecem, como disse Paulo: “... esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” Fp 3;13 e 14

Acaso alguém acertaria um alvo diante de si, olhando para trás? Se o fizesse seria um acidente.

À mulher de Ló, quando do juízo de Sodoma e Gomorra, foi ordenado que não olhasse para trás, durante a apressada fuga. Ela desobedeceu e pereceu, transformada numa estátua de sal. Aquilo que caía sobre as cidades da desobediência, atingiu-a também, quando, desobedecer, lhe pareceu a melhor escolha.

O juízo não tinha alvo geográfico, mas espiritual. Sempre será assim, em se tratando do juízo Divino. Seremos preservados até no “lugar errado”, se estivermos no esconderijo certo. “Mil cairão ao teu lado, dez mil à tua direita, mas não chegará a ti. Somente com teus olhos contemplarás, e verás a recompensa dos ímpios.” Sal 91;7 e 8

Não me refiro às vicissitudes da vida, que podem atingir qualquer um. Porém, quando o assunto for juízo, “... vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não serve.” Ml 3;18

O que tem atrás das pessoas, que, começando seguir a Cristo, passado um tempo, muitas voltam para lá?

Óbvio que, voltar atrás é uma figura de linguagem significando, desistir, apostatar, abandonar a carreira em Cristo. Muitos “voltam atrás” passando adiante do Senhor; vão além do que está escrito, pervertem a interpretação, modificam... voltam, na obediência à índole natural que, pretende decidir por si mesma, o bem e o mal; mesmo usando ainda O Nome do Santo, esses seguem às próprias paixões e interesses.

Quando Eliseu “lançou a mão ao arado” após o chamado de Elias, teria atrás de si, outro arado; um, literal, com o qual trabalhava quando Elias aparecera.

Ele aceitou a missão com resolução tal, que queimou as tralhas de seu labor, matou os bois, depois seguiu Elias. O novo “arado” lhe foi tão valioso que queimou o antigo, para tolher a possibilidade de retroceder.

“Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia tudo quanto tem, não pode ser Meu discípulo.” Luc 14;33

Perseguições e aflições fazem parte do pacote, para os que decidem andar com O Salvador. O mundo não tem problemas com religiões; apenas, com Cristo.

Ele o denuncia como habitat do maligno; reduz seu ilusório valor abaixo do preço de uma alma salva; denuncia a futilidade de todos os múltiplos credos alternativos, “Ninguém vem ao Pai, senão, por Mim”; e como cereja na torta da aversão do Senhor ao sistema ímpio, acrescenta que Seus discípulos não são dele; “Se fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois, antes Eu vos escolhi do mundo, por isso, o mundo vos odeia.” Jo 15;19

Então, muitos voltam atrás por prezarem mais as seduções terrenas, nas quais estavam habituados, que a caminhada com Cristo, cuja porta é estreita, apertado o caminho.

Algumas índoles até gostam, eventualmente, da companhia das ovelhas, da reputação de ser uma delas. Mas, motivações antigas ainda palpitam tanto, que, em momentos de luta árdua retrocedem, e outros bichos tomam o lugar das presumidas ovelhas; “Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao próprio vômito, a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2;21 e 22

Embora pareça luxuoso, atraente, libertador o que esses retrocedentes veem, no prisma espiritual, o que os atrai é vômito, lama.

Paulo questionando os romanos, sobre seus passados errôneos, não perguntou se aquilo lhes dava prazer; antes, se dava frutos, um modo de vida que envergonha salvos. “Que fruto tínheis então das coisas de que agora, vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” Rom 6;21

O pecado parece mais atraente na caminhada; porém, o valor de um caminho tem a ver com, aonde ele leva; qual será seu fim. “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são caminhos da morte.” Prov 14;12

Melhor obediência, que conduz à vida, que a “liberdade” que culmina em predição. “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha, dirigir seus passos.” Jr 10;23

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